Conheça Brunello, o escultor que conquistou o criador do Masp


Artista de origem italiana, que tem obras públicas no metrô Paraíso e em edifícios de São Paulo, volta a expor

Por Antonio Gonçalves Filho

Professor de engenharia por 30 anos, o marchand Telmo Porto é dono de uma coleção com obras de artistas que tiveram projeção no passado e hoje estão injustamente esquecidos (Bonadei, Yolanda Mohalyi e outros). Abriu sua Galeria Arte 132, em Moema, justamente para recolocar nomes como esses no mercado, que parece ter olhos apenas para os contemporâneos – especialmente se provocam algum barulho. Os que trabalharam no silêncio de seus ateliês, distantes do ruidoso circuito, são raramente lembrados. É o caso do escultor de origem italiana Renato Brunello, que volta a expor suas obras após um longo hiato.

Brunello, nascido há 70 anos na cidade de San Giorgio, em Veneza, chegou ao Brasil com 21 anos. Foi logo reconhecido por ninguém menos que o criador e primeiro diretor do Masp, Pietro Maria Bardi, que comprou duas obras suas para o acervo do museu. Premiado na Bienal Internacional de Escultura de Budapeste, em 1978, ano em que também participou do Panorama de Arte Brasileira do MAM, Brunello fez exposições em galerias importantes (a Millan, entre outras), ganhou uma individual no Mube (em 2000) e realizou esculturas para espaços públicos (uma delas na Estação Paraíso do metrô de São Paulo).

'O Suave Pousar do Pássaro' (2019), escultura de Brunello Foto: EVERTON BALLARDIN
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Escultor maduro e reverente à história da arte, Brunello é um dos poucos (além do falecido Sergio Camargo) a usar mármore de Carrara em suas peças. Habilidoso, iniciou o pintor Arcangelo Ianelli na escultura e ensinou a ele sua técnica – Brunello não tem ajudantes e executa sozinho todas as obras. É um motivo de orgulho e uma grande responsabilidade. Na exposição O Voo da Matéria (até 13 de maio na Galeria 132), as 19 esculturas expostas são feitas de materiais nobres e raros como o mármore de Carrara e madeira.

Uma delas, de 1997, Minha Infância a Cavalo, por exemplo, recicla madeira de demolição para rememorar os tempos de menino em San Giorgio, um ilha ao leste da Giudecca, em Veneza. É um tributo ao temperamento instável de Picasso e aos animais esculpidos por ele com base em modelos ancestrais.

'Minha Infância a Cavalo' (1997) Foto: EVERTON BALLARDIN
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Brunello dialoga com vários artistas na mostra: uma das esculturas replica as formas pontiagudas de Maria Martins, cujas obras remetiam com frequência às esculturas do dadaísta alemão (naturalizado francês) Hans Arp. Asas Voláteis, pequena escultura em mármore feita no ano passado, tem muito a ver com Arp, especialmente o humor – a um pequeno gesto de intervenção de um dedo, a peça se move como pássaro.

A curadora da exposição, Laura Rago, chama a atenção para as esculturas abstratas de Brunello, que conservam o mesmo rigor formal de suas antigas obras em bronze. Uma delas, Introspecção (bronze de 1986), segue a tradição modernista (especialmente Brecheret). Apesar disso, Brunello diz que não lhe interessa o virtuosismo técnico, mas a possibilidade de chegar a uma linguagem sintética, pura, como as cabeças radicalmente simples das esculturas de Modigliani.

'Introspecção', escultura de Brunello (1986) Foto: Galeria Arte 132
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Desenho é a base de todas as peças expostas na Galeria 132, confirma Brunello. O escultor frequentou a Escola de Artes e Ofícios de Veneza na adolescência, o que explica seu apego a uma certa tradição – ele é avesso ao uso do mármore rosa por considerar que o cromatismo “tira a força da escultura”. Por outro lado, mais uma vez o humor de Arp contagia Brunello em uma escultura de madeira com uma proposta divertida como a de um labirinto com duas saídas, um equivalente à experiência do labirinto de vidro do minimalista americano Robert Morris (1931-2018), em que não importa o fim do caminho, mas apenas caminhar. E Brunello voltou para ficar.

SERVIÇO

O Voo da Matéria - Galeria Arte 132. Av. Juriti, 132, tel. 5054-0357, Moema. Segunda a sexta, 14h/19h. Sábados, 11h/17h. Entrada gratuita. Até 13/5.

Professor de engenharia por 30 anos, o marchand Telmo Porto é dono de uma coleção com obras de artistas que tiveram projeção no passado e hoje estão injustamente esquecidos (Bonadei, Yolanda Mohalyi e outros). Abriu sua Galeria Arte 132, em Moema, justamente para recolocar nomes como esses no mercado, que parece ter olhos apenas para os contemporâneos – especialmente se provocam algum barulho. Os que trabalharam no silêncio de seus ateliês, distantes do ruidoso circuito, são raramente lembrados. É o caso do escultor de origem italiana Renato Brunello, que volta a expor suas obras após um longo hiato.

Brunello, nascido há 70 anos na cidade de San Giorgio, em Veneza, chegou ao Brasil com 21 anos. Foi logo reconhecido por ninguém menos que o criador e primeiro diretor do Masp, Pietro Maria Bardi, que comprou duas obras suas para o acervo do museu. Premiado na Bienal Internacional de Escultura de Budapeste, em 1978, ano em que também participou do Panorama de Arte Brasileira do MAM, Brunello fez exposições em galerias importantes (a Millan, entre outras), ganhou uma individual no Mube (em 2000) e realizou esculturas para espaços públicos (uma delas na Estação Paraíso do metrô de São Paulo).

'O Suave Pousar do Pássaro' (2019), escultura de Brunello Foto: EVERTON BALLARDIN

Escultor maduro e reverente à história da arte, Brunello é um dos poucos (além do falecido Sergio Camargo) a usar mármore de Carrara em suas peças. Habilidoso, iniciou o pintor Arcangelo Ianelli na escultura e ensinou a ele sua técnica – Brunello não tem ajudantes e executa sozinho todas as obras. É um motivo de orgulho e uma grande responsabilidade. Na exposição O Voo da Matéria (até 13 de maio na Galeria 132), as 19 esculturas expostas são feitas de materiais nobres e raros como o mármore de Carrara e madeira.

Uma delas, de 1997, Minha Infância a Cavalo, por exemplo, recicla madeira de demolição para rememorar os tempos de menino em San Giorgio, um ilha ao leste da Giudecca, em Veneza. É um tributo ao temperamento instável de Picasso e aos animais esculpidos por ele com base em modelos ancestrais.

'Minha Infância a Cavalo' (1997) Foto: EVERTON BALLARDIN

Brunello dialoga com vários artistas na mostra: uma das esculturas replica as formas pontiagudas de Maria Martins, cujas obras remetiam com frequência às esculturas do dadaísta alemão (naturalizado francês) Hans Arp. Asas Voláteis, pequena escultura em mármore feita no ano passado, tem muito a ver com Arp, especialmente o humor – a um pequeno gesto de intervenção de um dedo, a peça se move como pássaro.

A curadora da exposição, Laura Rago, chama a atenção para as esculturas abstratas de Brunello, que conservam o mesmo rigor formal de suas antigas obras em bronze. Uma delas, Introspecção (bronze de 1986), segue a tradição modernista (especialmente Brecheret). Apesar disso, Brunello diz que não lhe interessa o virtuosismo técnico, mas a possibilidade de chegar a uma linguagem sintética, pura, como as cabeças radicalmente simples das esculturas de Modigliani.

'Introspecção', escultura de Brunello (1986) Foto: Galeria Arte 132

Desenho é a base de todas as peças expostas na Galeria 132, confirma Brunello. O escultor frequentou a Escola de Artes e Ofícios de Veneza na adolescência, o que explica seu apego a uma certa tradição – ele é avesso ao uso do mármore rosa por considerar que o cromatismo “tira a força da escultura”. Por outro lado, mais uma vez o humor de Arp contagia Brunello em uma escultura de madeira com uma proposta divertida como a de um labirinto com duas saídas, um equivalente à experiência do labirinto de vidro do minimalista americano Robert Morris (1931-2018), em que não importa o fim do caminho, mas apenas caminhar. E Brunello voltou para ficar.

SERVIÇO

O Voo da Matéria - Galeria Arte 132. Av. Juriti, 132, tel. 5054-0357, Moema. Segunda a sexta, 14h/19h. Sábados, 11h/17h. Entrada gratuita. Até 13/5.

Professor de engenharia por 30 anos, o marchand Telmo Porto é dono de uma coleção com obras de artistas que tiveram projeção no passado e hoje estão injustamente esquecidos (Bonadei, Yolanda Mohalyi e outros). Abriu sua Galeria Arte 132, em Moema, justamente para recolocar nomes como esses no mercado, que parece ter olhos apenas para os contemporâneos – especialmente se provocam algum barulho. Os que trabalharam no silêncio de seus ateliês, distantes do ruidoso circuito, são raramente lembrados. É o caso do escultor de origem italiana Renato Brunello, que volta a expor suas obras após um longo hiato.

Brunello, nascido há 70 anos na cidade de San Giorgio, em Veneza, chegou ao Brasil com 21 anos. Foi logo reconhecido por ninguém menos que o criador e primeiro diretor do Masp, Pietro Maria Bardi, que comprou duas obras suas para o acervo do museu. Premiado na Bienal Internacional de Escultura de Budapeste, em 1978, ano em que também participou do Panorama de Arte Brasileira do MAM, Brunello fez exposições em galerias importantes (a Millan, entre outras), ganhou uma individual no Mube (em 2000) e realizou esculturas para espaços públicos (uma delas na Estação Paraíso do metrô de São Paulo).

'O Suave Pousar do Pássaro' (2019), escultura de Brunello Foto: EVERTON BALLARDIN

Escultor maduro e reverente à história da arte, Brunello é um dos poucos (além do falecido Sergio Camargo) a usar mármore de Carrara em suas peças. Habilidoso, iniciou o pintor Arcangelo Ianelli na escultura e ensinou a ele sua técnica – Brunello não tem ajudantes e executa sozinho todas as obras. É um motivo de orgulho e uma grande responsabilidade. Na exposição O Voo da Matéria (até 13 de maio na Galeria 132), as 19 esculturas expostas são feitas de materiais nobres e raros como o mármore de Carrara e madeira.

Uma delas, de 1997, Minha Infância a Cavalo, por exemplo, recicla madeira de demolição para rememorar os tempos de menino em San Giorgio, um ilha ao leste da Giudecca, em Veneza. É um tributo ao temperamento instável de Picasso e aos animais esculpidos por ele com base em modelos ancestrais.

'Minha Infância a Cavalo' (1997) Foto: EVERTON BALLARDIN

Brunello dialoga com vários artistas na mostra: uma das esculturas replica as formas pontiagudas de Maria Martins, cujas obras remetiam com frequência às esculturas do dadaísta alemão (naturalizado francês) Hans Arp. Asas Voláteis, pequena escultura em mármore feita no ano passado, tem muito a ver com Arp, especialmente o humor – a um pequeno gesto de intervenção de um dedo, a peça se move como pássaro.

A curadora da exposição, Laura Rago, chama a atenção para as esculturas abstratas de Brunello, que conservam o mesmo rigor formal de suas antigas obras em bronze. Uma delas, Introspecção (bronze de 1986), segue a tradição modernista (especialmente Brecheret). Apesar disso, Brunello diz que não lhe interessa o virtuosismo técnico, mas a possibilidade de chegar a uma linguagem sintética, pura, como as cabeças radicalmente simples das esculturas de Modigliani.

'Introspecção', escultura de Brunello (1986) Foto: Galeria Arte 132

Desenho é a base de todas as peças expostas na Galeria 132, confirma Brunello. O escultor frequentou a Escola de Artes e Ofícios de Veneza na adolescência, o que explica seu apego a uma certa tradição – ele é avesso ao uso do mármore rosa por considerar que o cromatismo “tira a força da escultura”. Por outro lado, mais uma vez o humor de Arp contagia Brunello em uma escultura de madeira com uma proposta divertida como a de um labirinto com duas saídas, um equivalente à experiência do labirinto de vidro do minimalista americano Robert Morris (1931-2018), em que não importa o fim do caminho, mas apenas caminhar. E Brunello voltou para ficar.

SERVIÇO

O Voo da Matéria - Galeria Arte 132. Av. Juriti, 132, tel. 5054-0357, Moema. Segunda a sexta, 14h/19h. Sábados, 11h/17h. Entrada gratuita. Até 13/5.

Professor de engenharia por 30 anos, o marchand Telmo Porto é dono de uma coleção com obras de artistas que tiveram projeção no passado e hoje estão injustamente esquecidos (Bonadei, Yolanda Mohalyi e outros). Abriu sua Galeria Arte 132, em Moema, justamente para recolocar nomes como esses no mercado, que parece ter olhos apenas para os contemporâneos – especialmente se provocam algum barulho. Os que trabalharam no silêncio de seus ateliês, distantes do ruidoso circuito, são raramente lembrados. É o caso do escultor de origem italiana Renato Brunello, que volta a expor suas obras após um longo hiato.

Brunello, nascido há 70 anos na cidade de San Giorgio, em Veneza, chegou ao Brasil com 21 anos. Foi logo reconhecido por ninguém menos que o criador e primeiro diretor do Masp, Pietro Maria Bardi, que comprou duas obras suas para o acervo do museu. Premiado na Bienal Internacional de Escultura de Budapeste, em 1978, ano em que também participou do Panorama de Arte Brasileira do MAM, Brunello fez exposições em galerias importantes (a Millan, entre outras), ganhou uma individual no Mube (em 2000) e realizou esculturas para espaços públicos (uma delas na Estação Paraíso do metrô de São Paulo).

'O Suave Pousar do Pássaro' (2019), escultura de Brunello Foto: EVERTON BALLARDIN

Escultor maduro e reverente à história da arte, Brunello é um dos poucos (além do falecido Sergio Camargo) a usar mármore de Carrara em suas peças. Habilidoso, iniciou o pintor Arcangelo Ianelli na escultura e ensinou a ele sua técnica – Brunello não tem ajudantes e executa sozinho todas as obras. É um motivo de orgulho e uma grande responsabilidade. Na exposição O Voo da Matéria (até 13 de maio na Galeria 132), as 19 esculturas expostas são feitas de materiais nobres e raros como o mármore de Carrara e madeira.

Uma delas, de 1997, Minha Infância a Cavalo, por exemplo, recicla madeira de demolição para rememorar os tempos de menino em San Giorgio, um ilha ao leste da Giudecca, em Veneza. É um tributo ao temperamento instável de Picasso e aos animais esculpidos por ele com base em modelos ancestrais.

'Minha Infância a Cavalo' (1997) Foto: EVERTON BALLARDIN

Brunello dialoga com vários artistas na mostra: uma das esculturas replica as formas pontiagudas de Maria Martins, cujas obras remetiam com frequência às esculturas do dadaísta alemão (naturalizado francês) Hans Arp. Asas Voláteis, pequena escultura em mármore feita no ano passado, tem muito a ver com Arp, especialmente o humor – a um pequeno gesto de intervenção de um dedo, a peça se move como pássaro.

A curadora da exposição, Laura Rago, chama a atenção para as esculturas abstratas de Brunello, que conservam o mesmo rigor formal de suas antigas obras em bronze. Uma delas, Introspecção (bronze de 1986), segue a tradição modernista (especialmente Brecheret). Apesar disso, Brunello diz que não lhe interessa o virtuosismo técnico, mas a possibilidade de chegar a uma linguagem sintética, pura, como as cabeças radicalmente simples das esculturas de Modigliani.

'Introspecção', escultura de Brunello (1986) Foto: Galeria Arte 132

Desenho é a base de todas as peças expostas na Galeria 132, confirma Brunello. O escultor frequentou a Escola de Artes e Ofícios de Veneza na adolescência, o que explica seu apego a uma certa tradição – ele é avesso ao uso do mármore rosa por considerar que o cromatismo “tira a força da escultura”. Por outro lado, mais uma vez o humor de Arp contagia Brunello em uma escultura de madeira com uma proposta divertida como a de um labirinto com duas saídas, um equivalente à experiência do labirinto de vidro do minimalista americano Robert Morris (1931-2018), em que não importa o fim do caminho, mas apenas caminhar. E Brunello voltou para ficar.

SERVIÇO

O Voo da Matéria - Galeria Arte 132. Av. Juriti, 132, tel. 5054-0357, Moema. Segunda a sexta, 14h/19h. Sábados, 11h/17h. Entrada gratuita. Até 13/5.

Professor de engenharia por 30 anos, o marchand Telmo Porto é dono de uma coleção com obras de artistas que tiveram projeção no passado e hoje estão injustamente esquecidos (Bonadei, Yolanda Mohalyi e outros). Abriu sua Galeria Arte 132, em Moema, justamente para recolocar nomes como esses no mercado, que parece ter olhos apenas para os contemporâneos – especialmente se provocam algum barulho. Os que trabalharam no silêncio de seus ateliês, distantes do ruidoso circuito, são raramente lembrados. É o caso do escultor de origem italiana Renato Brunello, que volta a expor suas obras após um longo hiato.

Brunello, nascido há 70 anos na cidade de San Giorgio, em Veneza, chegou ao Brasil com 21 anos. Foi logo reconhecido por ninguém menos que o criador e primeiro diretor do Masp, Pietro Maria Bardi, que comprou duas obras suas para o acervo do museu. Premiado na Bienal Internacional de Escultura de Budapeste, em 1978, ano em que também participou do Panorama de Arte Brasileira do MAM, Brunello fez exposições em galerias importantes (a Millan, entre outras), ganhou uma individual no Mube (em 2000) e realizou esculturas para espaços públicos (uma delas na Estação Paraíso do metrô de São Paulo).

'O Suave Pousar do Pássaro' (2019), escultura de Brunello Foto: EVERTON BALLARDIN

Escultor maduro e reverente à história da arte, Brunello é um dos poucos (além do falecido Sergio Camargo) a usar mármore de Carrara em suas peças. Habilidoso, iniciou o pintor Arcangelo Ianelli na escultura e ensinou a ele sua técnica – Brunello não tem ajudantes e executa sozinho todas as obras. É um motivo de orgulho e uma grande responsabilidade. Na exposição O Voo da Matéria (até 13 de maio na Galeria 132), as 19 esculturas expostas são feitas de materiais nobres e raros como o mármore de Carrara e madeira.

Uma delas, de 1997, Minha Infância a Cavalo, por exemplo, recicla madeira de demolição para rememorar os tempos de menino em San Giorgio, um ilha ao leste da Giudecca, em Veneza. É um tributo ao temperamento instável de Picasso e aos animais esculpidos por ele com base em modelos ancestrais.

'Minha Infância a Cavalo' (1997) Foto: EVERTON BALLARDIN

Brunello dialoga com vários artistas na mostra: uma das esculturas replica as formas pontiagudas de Maria Martins, cujas obras remetiam com frequência às esculturas do dadaísta alemão (naturalizado francês) Hans Arp. Asas Voláteis, pequena escultura em mármore feita no ano passado, tem muito a ver com Arp, especialmente o humor – a um pequeno gesto de intervenção de um dedo, a peça se move como pássaro.

A curadora da exposição, Laura Rago, chama a atenção para as esculturas abstratas de Brunello, que conservam o mesmo rigor formal de suas antigas obras em bronze. Uma delas, Introspecção (bronze de 1986), segue a tradição modernista (especialmente Brecheret). Apesar disso, Brunello diz que não lhe interessa o virtuosismo técnico, mas a possibilidade de chegar a uma linguagem sintética, pura, como as cabeças radicalmente simples das esculturas de Modigliani.

'Introspecção', escultura de Brunello (1986) Foto: Galeria Arte 132

Desenho é a base de todas as peças expostas na Galeria 132, confirma Brunello. O escultor frequentou a Escola de Artes e Ofícios de Veneza na adolescência, o que explica seu apego a uma certa tradição – ele é avesso ao uso do mármore rosa por considerar que o cromatismo “tira a força da escultura”. Por outro lado, mais uma vez o humor de Arp contagia Brunello em uma escultura de madeira com uma proposta divertida como a de um labirinto com duas saídas, um equivalente à experiência do labirinto de vidro do minimalista americano Robert Morris (1931-2018), em que não importa o fim do caminho, mas apenas caminhar. E Brunello voltou para ficar.

SERVIÇO

O Voo da Matéria - Galeria Arte 132. Av. Juriti, 132, tel. 5054-0357, Moema. Segunda a sexta, 14h/19h. Sábados, 11h/17h. Entrada gratuita. Até 13/5.

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