Chaves se consagrou como fenômeno mundial e atemporal


Marmanjos barbados, e os meninos, mais que as meninas, trataram de eternizar o ídolo para além de seus 20 e poucos anos

Por Cristina Padiglione

O célebre comediante Roberto Gómez Bolaños morreu aos 85 anos na tarde desta sexta-feira, 28, informou a Televisa. Roberto Bolaños nasceu na Cidade do México em 21 de fevereiro de 1929. Começou a carreira como redator publicitário e nos anos 1950 passou a escrever roteiros para programas de comédia e cinema. Sua estreia como ator foi em 1960, no filme Dos Criados Malcriados.

Foi sem querer querendo que Chaves se consagrou como fenômeno mundial e atemporal. De conteúdo inofensivo, o programa agarrou um sem número de gerações, nos mais variados cantos do planeta, por décadas a fio, com uma linguagem universal e sobretudo passiva. Não é preciso pensar em nada para se deixar hipnotizar por um conjunto de diálogos diretos, sem rodeios e escoltados em uma quase mímica que só endossa o recado dado na tela. Qualquer criança de qualquer faixa social e ambiente há de entender e rir de um roteiro em que o anti-herói, aparentemente vitimado pela falta de recursos, menino crescido que só um barril possui como residência, sempre acaba por se dar bem no final.

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Isso, sim, mais que conseguir o afago dos vizinhos com um prato de sopa, consola a plateia, sempre ávida por um final feliz. E, se as crianças apreciam a repetição, como de fato apreciam, ali está um banquete para quem se apoia na segurança de saber o que vai acontecer na próxima cena. A previsibilidade, item condenável em roteiros bem elaborados, é um trunfo em Chaves. Assim, tanto faz se o SBT tinha apenas 30 ou 90 episódios para revezar no ar ao longo de todos esses anos. Todos eles seguem uma única lógica. 

Morre Roberto Bolaños, o Chaves

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Foto: Divulgação
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A condição de fenômeno é ainda mais exacerbada se considerarmos que muitas das crianças que se deixaram entreter pelo personagem não o abandonaram de sua memória afetiva com o passar dos anos. Formou-se daí uma legião de fãs entre marmanjos barbados, e os meninos, mais que as meninas, trataram de eternizar o ídolo para além de seus 20 e poucos anos.

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Mas, se a linguagem direta explica sua universalidade e atemporalidade, como entender o potencial do produto para uma plateia infantil hoje habituada aos mais tecnológicos cortes de edição, às mais clipadas mixagens de cores e sons, do mundo dos games à própria TV? Afinal, Chaves é, com louvor, uma produção de estética tosca, com cenografia e figurino propositalmente fake, com áudio e textura de imagem estagnada nos anos 80. Das bochechas enxertadas do menino mimado Quico, aos suspensórios maltratados de Chaves, tudo é carregado de estereótipos.

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É o enredo que vem pronto, mastigado e sem necessidade de legenda que explique a piada, para fazer menores e maiores rirem – uns pela graça da situação, outros, pelo ridículo ali encenado. Por um motivo ou por outro, loas a Roberto Bolaños: seu anti-herói é referência inconteste para a TV mundial e já inspirou muitas tentativas frustradas de imitações. Clonar a simplicidade, no entanto, parece obra mais complexa do que copiar enredos repletos de atalhos e pretensões. Chaves, ao contrário, salva sua alma e eleva os ânimos da plateia justamente pela despretensão, o que salta aos olhos nos quesitos de cenografia, já citada aqui, e da linguagem direta, o princípio de tudo.

 

O célebre comediante Roberto Gómez Bolaños morreu aos 85 anos na tarde desta sexta-feira, 28, informou a Televisa. Roberto Bolaños nasceu na Cidade do México em 21 de fevereiro de 1929. Começou a carreira como redator publicitário e nos anos 1950 passou a escrever roteiros para programas de comédia e cinema. Sua estreia como ator foi em 1960, no filme Dos Criados Malcriados.

Foi sem querer querendo que Chaves se consagrou como fenômeno mundial e atemporal. De conteúdo inofensivo, o programa agarrou um sem número de gerações, nos mais variados cantos do planeta, por décadas a fio, com uma linguagem universal e sobretudo passiva. Não é preciso pensar em nada para se deixar hipnotizar por um conjunto de diálogos diretos, sem rodeios e escoltados em uma quase mímica que só endossa o recado dado na tela. Qualquer criança de qualquer faixa social e ambiente há de entender e rir de um roteiro em que o anti-herói, aparentemente vitimado pela falta de recursos, menino crescido que só um barril possui como residência, sempre acaba por se dar bem no final.

Isso, sim, mais que conseguir o afago dos vizinhos com um prato de sopa, consola a plateia, sempre ávida por um final feliz. E, se as crianças apreciam a repetição, como de fato apreciam, ali está um banquete para quem se apoia na segurança de saber o que vai acontecer na próxima cena. A previsibilidade, item condenável em roteiros bem elaborados, é um trunfo em Chaves. Assim, tanto faz se o SBT tinha apenas 30 ou 90 episódios para revezar no ar ao longo de todos esses anos. Todos eles seguem uma única lógica. 

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A condição de fenômeno é ainda mais exacerbada se considerarmos que muitas das crianças que se deixaram entreter pelo personagem não o abandonaram de sua memória afetiva com o passar dos anos. Formou-se daí uma legião de fãs entre marmanjos barbados, e os meninos, mais que as meninas, trataram de eternizar o ídolo para além de seus 20 e poucos anos.

Mas, se a linguagem direta explica sua universalidade e atemporalidade, como entender o potencial do produto para uma plateia infantil hoje habituada aos mais tecnológicos cortes de edição, às mais clipadas mixagens de cores e sons, do mundo dos games à própria TV? Afinal, Chaves é, com louvor, uma produção de estética tosca, com cenografia e figurino propositalmente fake, com áudio e textura de imagem estagnada nos anos 80. Das bochechas enxertadas do menino mimado Quico, aos suspensórios maltratados de Chaves, tudo é carregado de estereótipos.

É o enredo que vem pronto, mastigado e sem necessidade de legenda que explique a piada, para fazer menores e maiores rirem – uns pela graça da situação, outros, pelo ridículo ali encenado. Por um motivo ou por outro, loas a Roberto Bolaños: seu anti-herói é referência inconteste para a TV mundial e já inspirou muitas tentativas frustradas de imitações. Clonar a simplicidade, no entanto, parece obra mais complexa do que copiar enredos repletos de atalhos e pretensões. Chaves, ao contrário, salva sua alma e eleva os ânimos da plateia justamente pela despretensão, o que salta aos olhos nos quesitos de cenografia, já citada aqui, e da linguagem direta, o princípio de tudo.

 

O célebre comediante Roberto Gómez Bolaños morreu aos 85 anos na tarde desta sexta-feira, 28, informou a Televisa. Roberto Bolaños nasceu na Cidade do México em 21 de fevereiro de 1929. Começou a carreira como redator publicitário e nos anos 1950 passou a escrever roteiros para programas de comédia e cinema. Sua estreia como ator foi em 1960, no filme Dos Criados Malcriados.

Foi sem querer querendo que Chaves se consagrou como fenômeno mundial e atemporal. De conteúdo inofensivo, o programa agarrou um sem número de gerações, nos mais variados cantos do planeta, por décadas a fio, com uma linguagem universal e sobretudo passiva. Não é preciso pensar em nada para se deixar hipnotizar por um conjunto de diálogos diretos, sem rodeios e escoltados em uma quase mímica que só endossa o recado dado na tela. Qualquer criança de qualquer faixa social e ambiente há de entender e rir de um roteiro em que o anti-herói, aparentemente vitimado pela falta de recursos, menino crescido que só um barril possui como residência, sempre acaba por se dar bem no final.

Isso, sim, mais que conseguir o afago dos vizinhos com um prato de sopa, consola a plateia, sempre ávida por um final feliz. E, se as crianças apreciam a repetição, como de fato apreciam, ali está um banquete para quem se apoia na segurança de saber o que vai acontecer na próxima cena. A previsibilidade, item condenável em roteiros bem elaborados, é um trunfo em Chaves. Assim, tanto faz se o SBT tinha apenas 30 ou 90 episódios para revezar no ar ao longo de todos esses anos. Todos eles seguem uma única lógica. 

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A condição de fenômeno é ainda mais exacerbada se considerarmos que muitas das crianças que se deixaram entreter pelo personagem não o abandonaram de sua memória afetiva com o passar dos anos. Formou-se daí uma legião de fãs entre marmanjos barbados, e os meninos, mais que as meninas, trataram de eternizar o ídolo para além de seus 20 e poucos anos.

Mas, se a linguagem direta explica sua universalidade e atemporalidade, como entender o potencial do produto para uma plateia infantil hoje habituada aos mais tecnológicos cortes de edição, às mais clipadas mixagens de cores e sons, do mundo dos games à própria TV? Afinal, Chaves é, com louvor, uma produção de estética tosca, com cenografia e figurino propositalmente fake, com áudio e textura de imagem estagnada nos anos 80. Das bochechas enxertadas do menino mimado Quico, aos suspensórios maltratados de Chaves, tudo é carregado de estereótipos.

É o enredo que vem pronto, mastigado e sem necessidade de legenda que explique a piada, para fazer menores e maiores rirem – uns pela graça da situação, outros, pelo ridículo ali encenado. Por um motivo ou por outro, loas a Roberto Bolaños: seu anti-herói é referência inconteste para a TV mundial e já inspirou muitas tentativas frustradas de imitações. Clonar a simplicidade, no entanto, parece obra mais complexa do que copiar enredos repletos de atalhos e pretensões. Chaves, ao contrário, salva sua alma e eleva os ânimos da plateia justamente pela despretensão, o que salta aos olhos nos quesitos de cenografia, já citada aqui, e da linguagem direta, o princípio de tudo.

 

O célebre comediante Roberto Gómez Bolaños morreu aos 85 anos na tarde desta sexta-feira, 28, informou a Televisa. Roberto Bolaños nasceu na Cidade do México em 21 de fevereiro de 1929. Começou a carreira como redator publicitário e nos anos 1950 passou a escrever roteiros para programas de comédia e cinema. Sua estreia como ator foi em 1960, no filme Dos Criados Malcriados.

Foi sem querer querendo que Chaves se consagrou como fenômeno mundial e atemporal. De conteúdo inofensivo, o programa agarrou um sem número de gerações, nos mais variados cantos do planeta, por décadas a fio, com uma linguagem universal e sobretudo passiva. Não é preciso pensar em nada para se deixar hipnotizar por um conjunto de diálogos diretos, sem rodeios e escoltados em uma quase mímica que só endossa o recado dado na tela. Qualquer criança de qualquer faixa social e ambiente há de entender e rir de um roteiro em que o anti-herói, aparentemente vitimado pela falta de recursos, menino crescido que só um barril possui como residência, sempre acaba por se dar bem no final.

Isso, sim, mais que conseguir o afago dos vizinhos com um prato de sopa, consola a plateia, sempre ávida por um final feliz. E, se as crianças apreciam a repetição, como de fato apreciam, ali está um banquete para quem se apoia na segurança de saber o que vai acontecer na próxima cena. A previsibilidade, item condenável em roteiros bem elaborados, é um trunfo em Chaves. Assim, tanto faz se o SBT tinha apenas 30 ou 90 episódios para revezar no ar ao longo de todos esses anos. Todos eles seguem uma única lógica. 

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A condição de fenômeno é ainda mais exacerbada se considerarmos que muitas das crianças que se deixaram entreter pelo personagem não o abandonaram de sua memória afetiva com o passar dos anos. Formou-se daí uma legião de fãs entre marmanjos barbados, e os meninos, mais que as meninas, trataram de eternizar o ídolo para além de seus 20 e poucos anos.

Mas, se a linguagem direta explica sua universalidade e atemporalidade, como entender o potencial do produto para uma plateia infantil hoje habituada aos mais tecnológicos cortes de edição, às mais clipadas mixagens de cores e sons, do mundo dos games à própria TV? Afinal, Chaves é, com louvor, uma produção de estética tosca, com cenografia e figurino propositalmente fake, com áudio e textura de imagem estagnada nos anos 80. Das bochechas enxertadas do menino mimado Quico, aos suspensórios maltratados de Chaves, tudo é carregado de estereótipos.

É o enredo que vem pronto, mastigado e sem necessidade de legenda que explique a piada, para fazer menores e maiores rirem – uns pela graça da situação, outros, pelo ridículo ali encenado. Por um motivo ou por outro, loas a Roberto Bolaños: seu anti-herói é referência inconteste para a TV mundial e já inspirou muitas tentativas frustradas de imitações. Clonar a simplicidade, no entanto, parece obra mais complexa do que copiar enredos repletos de atalhos e pretensões. Chaves, ao contrário, salva sua alma e eleva os ânimos da plateia justamente pela despretensão, o que salta aos olhos nos quesitos de cenografia, já citada aqui, e da linguagem direta, o princípio de tudo.

 

O célebre comediante Roberto Gómez Bolaños morreu aos 85 anos na tarde desta sexta-feira, 28, informou a Televisa. Roberto Bolaños nasceu na Cidade do México em 21 de fevereiro de 1929. Começou a carreira como redator publicitário e nos anos 1950 passou a escrever roteiros para programas de comédia e cinema. Sua estreia como ator foi em 1960, no filme Dos Criados Malcriados.

Foi sem querer querendo que Chaves se consagrou como fenômeno mundial e atemporal. De conteúdo inofensivo, o programa agarrou um sem número de gerações, nos mais variados cantos do planeta, por décadas a fio, com uma linguagem universal e sobretudo passiva. Não é preciso pensar em nada para se deixar hipnotizar por um conjunto de diálogos diretos, sem rodeios e escoltados em uma quase mímica que só endossa o recado dado na tela. Qualquer criança de qualquer faixa social e ambiente há de entender e rir de um roteiro em que o anti-herói, aparentemente vitimado pela falta de recursos, menino crescido que só um barril possui como residência, sempre acaba por se dar bem no final.

Isso, sim, mais que conseguir o afago dos vizinhos com um prato de sopa, consola a plateia, sempre ávida por um final feliz. E, se as crianças apreciam a repetição, como de fato apreciam, ali está um banquete para quem se apoia na segurança de saber o que vai acontecer na próxima cena. A previsibilidade, item condenável em roteiros bem elaborados, é um trunfo em Chaves. Assim, tanto faz se o SBT tinha apenas 30 ou 90 episódios para revezar no ar ao longo de todos esses anos. Todos eles seguem uma única lógica. 

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A condição de fenômeno é ainda mais exacerbada se considerarmos que muitas das crianças que se deixaram entreter pelo personagem não o abandonaram de sua memória afetiva com o passar dos anos. Formou-se daí uma legião de fãs entre marmanjos barbados, e os meninos, mais que as meninas, trataram de eternizar o ídolo para além de seus 20 e poucos anos.

Mas, se a linguagem direta explica sua universalidade e atemporalidade, como entender o potencial do produto para uma plateia infantil hoje habituada aos mais tecnológicos cortes de edição, às mais clipadas mixagens de cores e sons, do mundo dos games à própria TV? Afinal, Chaves é, com louvor, uma produção de estética tosca, com cenografia e figurino propositalmente fake, com áudio e textura de imagem estagnada nos anos 80. Das bochechas enxertadas do menino mimado Quico, aos suspensórios maltratados de Chaves, tudo é carregado de estereótipos.

É o enredo que vem pronto, mastigado e sem necessidade de legenda que explique a piada, para fazer menores e maiores rirem – uns pela graça da situação, outros, pelo ridículo ali encenado. Por um motivo ou por outro, loas a Roberto Bolaños: seu anti-herói é referência inconteste para a TV mundial e já inspirou muitas tentativas frustradas de imitações. Clonar a simplicidade, no entanto, parece obra mais complexa do que copiar enredos repletos de atalhos e pretensões. Chaves, ao contrário, salva sua alma e eleva os ânimos da plateia justamente pela despretensão, o que salta aos olhos nos quesitos de cenografia, já citada aqui, e da linguagem direta, o princípio de tudo.

 

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