Dá o Play | Podcasts de humor (3): 'Nigel Goodman'


Produzido e narrado pelo roteirista e comediante carioca, também escritor, 'jardineiro indoor', 'costureiro aposentado' e 'juiz de luta livre', o podcast é um 'podcast para dormir'

Por Guilherme Sobota

Quando se fala em formatos de podcasts – como tenho feito nas últimas semanas neste espaço –, o objetivo é também estimular os leitores e produtores a pensar em maneiras de diversificar a produção e a terem ideias.

Muitas vezes, o formato “diverso” não quer dizer uma equipe enorme envolvida na produção, um gênio da edição ou mesmo meses e meses de escrita de um roteiro complexo. Em alguns casos, a ideia inicial dá conta de boa parte do recado.

É o que se vê no podcast Nigel Goodman. Produzido e narrado pelo roteirista e comediante carioca Nigel Goodman, também escritor, “jardineiro indoor”, “costureiro aposentado” e “juiz de luta livre”, o podcast é um “podcast para dormir”.

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Numa voz pelo menos uma oitava abaixo do seu tom comum, Goodman deixa claro em todo início de programa que seu objetivo é fazer o ouvinte dormir. “Você não precisa prestar atenção no que está ouvindo, porque eu não estou prestando atenção no que estou falando”, explica – mas é difícil imaginar que o podcast não tenha um texto trabalhado, ou no mínimo uma estrutura de tópicos bem montada.

Capa do podcast 'Nigel Goodman', disponível nas plataformas Foto:

Ao atuar em várias frentes – do stand-up à literatura, seu livro mais recente, Entrevista com a Pedra, está disponível na Amazon, e narra as aventuras de um repórter frustrado com o tipo de matéria que deve produzir – Goodman acumula diferentes habilidades, da entrega das piadas (o delivery está para a comédia assim como a direção de fotografia para o cinema, é a forma) ao texto bem construído, com toques de absurdo desde a premissa inicial do programa.

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A modulação da voz é um dos aspectos: outro, que numa manobra retórica ganha um efeito cômico muito particular, é a construção das frases, o uso de “reticências” entre orações interconectadas e no limite do sentido. É realmente curioso como um punhado de construções retóricas sobre o nada alcança esse efeito, mas qualquer espectador de Seinfeld (aparentemente, em menor quantidade do que nunca) sabe do que estou falando.

Geralmente com episódios de 10 a 20 minutos, o podcast Nigel Goodman é apenas a voz do narrador, e o ambiente urbano (e noturno, afinal é um podcast para dormir) faz a trilha sonora: o som dos escapamentos das motocicletas é marca registrada, reconhecível pelos ouvintes mais antigos.

Num dos episódios recentes, ele conta que foi ao supermercado comprar manteiga, papel toalha e guardanapo. “Tenho certeza que as pessoas... na fila... achavam que eu tava comprando essas coisas... pra usar de papel higiênico”, diz, em protesto silencioso contra os acumuladores. Ao continuar falando sobre a quarentena e a necessidade de lutar contra uma crise de cada vez, explica que ficou paranoico na loja. “A gente faz coisas sem pensar. Eu comprei duas cueca slip da Zorba, aquela fininha na borda, e uma camiseta do Super-Homem. Nunca na minha vida comprei nada na seção de roupas do Carrefour... mas eu entrei e comprei uma camiseta do Super-Homem. Com certeza, tem uma questão psicológica aí...” Boa parte de qualquer piada é a premissa e, quando a premissa de um podcast é tão boa quanto essa – fazer “dormir” –, o que vier em seguida é lucro.

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Ouça o podcast Nigel Goodman:

Quando se fala em formatos de podcasts – como tenho feito nas últimas semanas neste espaço –, o objetivo é também estimular os leitores e produtores a pensar em maneiras de diversificar a produção e a terem ideias.

Muitas vezes, o formato “diverso” não quer dizer uma equipe enorme envolvida na produção, um gênio da edição ou mesmo meses e meses de escrita de um roteiro complexo. Em alguns casos, a ideia inicial dá conta de boa parte do recado.

É o que se vê no podcast Nigel Goodman. Produzido e narrado pelo roteirista e comediante carioca Nigel Goodman, também escritor, “jardineiro indoor”, “costureiro aposentado” e “juiz de luta livre”, o podcast é um “podcast para dormir”.

Numa voz pelo menos uma oitava abaixo do seu tom comum, Goodman deixa claro em todo início de programa que seu objetivo é fazer o ouvinte dormir. “Você não precisa prestar atenção no que está ouvindo, porque eu não estou prestando atenção no que estou falando”, explica – mas é difícil imaginar que o podcast não tenha um texto trabalhado, ou no mínimo uma estrutura de tópicos bem montada.

Capa do podcast 'Nigel Goodman', disponível nas plataformas Foto:

Ao atuar em várias frentes – do stand-up à literatura, seu livro mais recente, Entrevista com a Pedra, está disponível na Amazon, e narra as aventuras de um repórter frustrado com o tipo de matéria que deve produzir – Goodman acumula diferentes habilidades, da entrega das piadas (o delivery está para a comédia assim como a direção de fotografia para o cinema, é a forma) ao texto bem construído, com toques de absurdo desde a premissa inicial do programa.

A modulação da voz é um dos aspectos: outro, que numa manobra retórica ganha um efeito cômico muito particular, é a construção das frases, o uso de “reticências” entre orações interconectadas e no limite do sentido. É realmente curioso como um punhado de construções retóricas sobre o nada alcança esse efeito, mas qualquer espectador de Seinfeld (aparentemente, em menor quantidade do que nunca) sabe do que estou falando.

Geralmente com episódios de 10 a 20 minutos, o podcast Nigel Goodman é apenas a voz do narrador, e o ambiente urbano (e noturno, afinal é um podcast para dormir) faz a trilha sonora: o som dos escapamentos das motocicletas é marca registrada, reconhecível pelos ouvintes mais antigos.

Num dos episódios recentes, ele conta que foi ao supermercado comprar manteiga, papel toalha e guardanapo. “Tenho certeza que as pessoas... na fila... achavam que eu tava comprando essas coisas... pra usar de papel higiênico”, diz, em protesto silencioso contra os acumuladores. Ao continuar falando sobre a quarentena e a necessidade de lutar contra uma crise de cada vez, explica que ficou paranoico na loja. “A gente faz coisas sem pensar. Eu comprei duas cueca slip da Zorba, aquela fininha na borda, e uma camiseta do Super-Homem. Nunca na minha vida comprei nada na seção de roupas do Carrefour... mas eu entrei e comprei uma camiseta do Super-Homem. Com certeza, tem uma questão psicológica aí...” Boa parte de qualquer piada é a premissa e, quando a premissa de um podcast é tão boa quanto essa – fazer “dormir” –, o que vier em seguida é lucro.

Ouça o podcast Nigel Goodman:

Quando se fala em formatos de podcasts – como tenho feito nas últimas semanas neste espaço –, o objetivo é também estimular os leitores e produtores a pensar em maneiras de diversificar a produção e a terem ideias.

Muitas vezes, o formato “diverso” não quer dizer uma equipe enorme envolvida na produção, um gênio da edição ou mesmo meses e meses de escrita de um roteiro complexo. Em alguns casos, a ideia inicial dá conta de boa parte do recado.

É o que se vê no podcast Nigel Goodman. Produzido e narrado pelo roteirista e comediante carioca Nigel Goodman, também escritor, “jardineiro indoor”, “costureiro aposentado” e “juiz de luta livre”, o podcast é um “podcast para dormir”.

Numa voz pelo menos uma oitava abaixo do seu tom comum, Goodman deixa claro em todo início de programa que seu objetivo é fazer o ouvinte dormir. “Você não precisa prestar atenção no que está ouvindo, porque eu não estou prestando atenção no que estou falando”, explica – mas é difícil imaginar que o podcast não tenha um texto trabalhado, ou no mínimo uma estrutura de tópicos bem montada.

Capa do podcast 'Nigel Goodman', disponível nas plataformas Foto:

Ao atuar em várias frentes – do stand-up à literatura, seu livro mais recente, Entrevista com a Pedra, está disponível na Amazon, e narra as aventuras de um repórter frustrado com o tipo de matéria que deve produzir – Goodman acumula diferentes habilidades, da entrega das piadas (o delivery está para a comédia assim como a direção de fotografia para o cinema, é a forma) ao texto bem construído, com toques de absurdo desde a premissa inicial do programa.

A modulação da voz é um dos aspectos: outro, que numa manobra retórica ganha um efeito cômico muito particular, é a construção das frases, o uso de “reticências” entre orações interconectadas e no limite do sentido. É realmente curioso como um punhado de construções retóricas sobre o nada alcança esse efeito, mas qualquer espectador de Seinfeld (aparentemente, em menor quantidade do que nunca) sabe do que estou falando.

Geralmente com episódios de 10 a 20 minutos, o podcast Nigel Goodman é apenas a voz do narrador, e o ambiente urbano (e noturno, afinal é um podcast para dormir) faz a trilha sonora: o som dos escapamentos das motocicletas é marca registrada, reconhecível pelos ouvintes mais antigos.

Num dos episódios recentes, ele conta que foi ao supermercado comprar manteiga, papel toalha e guardanapo. “Tenho certeza que as pessoas... na fila... achavam que eu tava comprando essas coisas... pra usar de papel higiênico”, diz, em protesto silencioso contra os acumuladores. Ao continuar falando sobre a quarentena e a necessidade de lutar contra uma crise de cada vez, explica que ficou paranoico na loja. “A gente faz coisas sem pensar. Eu comprei duas cueca slip da Zorba, aquela fininha na borda, e uma camiseta do Super-Homem. Nunca na minha vida comprei nada na seção de roupas do Carrefour... mas eu entrei e comprei uma camiseta do Super-Homem. Com certeza, tem uma questão psicológica aí...” Boa parte de qualquer piada é a premissa e, quando a premissa de um podcast é tão boa quanto essa – fazer “dormir” –, o que vier em seguida é lucro.

Ouça o podcast Nigel Goodman:

Quando se fala em formatos de podcasts – como tenho feito nas últimas semanas neste espaço –, o objetivo é também estimular os leitores e produtores a pensar em maneiras de diversificar a produção e a terem ideias.

Muitas vezes, o formato “diverso” não quer dizer uma equipe enorme envolvida na produção, um gênio da edição ou mesmo meses e meses de escrita de um roteiro complexo. Em alguns casos, a ideia inicial dá conta de boa parte do recado.

É o que se vê no podcast Nigel Goodman. Produzido e narrado pelo roteirista e comediante carioca Nigel Goodman, também escritor, “jardineiro indoor”, “costureiro aposentado” e “juiz de luta livre”, o podcast é um “podcast para dormir”.

Numa voz pelo menos uma oitava abaixo do seu tom comum, Goodman deixa claro em todo início de programa que seu objetivo é fazer o ouvinte dormir. “Você não precisa prestar atenção no que está ouvindo, porque eu não estou prestando atenção no que estou falando”, explica – mas é difícil imaginar que o podcast não tenha um texto trabalhado, ou no mínimo uma estrutura de tópicos bem montada.

Capa do podcast 'Nigel Goodman', disponível nas plataformas Foto:

Ao atuar em várias frentes – do stand-up à literatura, seu livro mais recente, Entrevista com a Pedra, está disponível na Amazon, e narra as aventuras de um repórter frustrado com o tipo de matéria que deve produzir – Goodman acumula diferentes habilidades, da entrega das piadas (o delivery está para a comédia assim como a direção de fotografia para o cinema, é a forma) ao texto bem construído, com toques de absurdo desde a premissa inicial do programa.

A modulação da voz é um dos aspectos: outro, que numa manobra retórica ganha um efeito cômico muito particular, é a construção das frases, o uso de “reticências” entre orações interconectadas e no limite do sentido. É realmente curioso como um punhado de construções retóricas sobre o nada alcança esse efeito, mas qualquer espectador de Seinfeld (aparentemente, em menor quantidade do que nunca) sabe do que estou falando.

Geralmente com episódios de 10 a 20 minutos, o podcast Nigel Goodman é apenas a voz do narrador, e o ambiente urbano (e noturno, afinal é um podcast para dormir) faz a trilha sonora: o som dos escapamentos das motocicletas é marca registrada, reconhecível pelos ouvintes mais antigos.

Num dos episódios recentes, ele conta que foi ao supermercado comprar manteiga, papel toalha e guardanapo. “Tenho certeza que as pessoas... na fila... achavam que eu tava comprando essas coisas... pra usar de papel higiênico”, diz, em protesto silencioso contra os acumuladores. Ao continuar falando sobre a quarentena e a necessidade de lutar contra uma crise de cada vez, explica que ficou paranoico na loja. “A gente faz coisas sem pensar. Eu comprei duas cueca slip da Zorba, aquela fininha na borda, e uma camiseta do Super-Homem. Nunca na minha vida comprei nada na seção de roupas do Carrefour... mas eu entrei e comprei uma camiseta do Super-Homem. Com certeza, tem uma questão psicológica aí...” Boa parte de qualquer piada é a premissa e, quando a premissa de um podcast é tão boa quanto essa – fazer “dormir” –, o que vier em seguida é lucro.

Ouça o podcast Nigel Goodman:

Quando se fala em formatos de podcasts – como tenho feito nas últimas semanas neste espaço –, o objetivo é também estimular os leitores e produtores a pensar em maneiras de diversificar a produção e a terem ideias.

Muitas vezes, o formato “diverso” não quer dizer uma equipe enorme envolvida na produção, um gênio da edição ou mesmo meses e meses de escrita de um roteiro complexo. Em alguns casos, a ideia inicial dá conta de boa parte do recado.

É o que se vê no podcast Nigel Goodman. Produzido e narrado pelo roteirista e comediante carioca Nigel Goodman, também escritor, “jardineiro indoor”, “costureiro aposentado” e “juiz de luta livre”, o podcast é um “podcast para dormir”.

Numa voz pelo menos uma oitava abaixo do seu tom comum, Goodman deixa claro em todo início de programa que seu objetivo é fazer o ouvinte dormir. “Você não precisa prestar atenção no que está ouvindo, porque eu não estou prestando atenção no que estou falando”, explica – mas é difícil imaginar que o podcast não tenha um texto trabalhado, ou no mínimo uma estrutura de tópicos bem montada.

Capa do podcast 'Nigel Goodman', disponível nas plataformas Foto:

Ao atuar em várias frentes – do stand-up à literatura, seu livro mais recente, Entrevista com a Pedra, está disponível na Amazon, e narra as aventuras de um repórter frustrado com o tipo de matéria que deve produzir – Goodman acumula diferentes habilidades, da entrega das piadas (o delivery está para a comédia assim como a direção de fotografia para o cinema, é a forma) ao texto bem construído, com toques de absurdo desde a premissa inicial do programa.

A modulação da voz é um dos aspectos: outro, que numa manobra retórica ganha um efeito cômico muito particular, é a construção das frases, o uso de “reticências” entre orações interconectadas e no limite do sentido. É realmente curioso como um punhado de construções retóricas sobre o nada alcança esse efeito, mas qualquer espectador de Seinfeld (aparentemente, em menor quantidade do que nunca) sabe do que estou falando.

Geralmente com episódios de 10 a 20 minutos, o podcast Nigel Goodman é apenas a voz do narrador, e o ambiente urbano (e noturno, afinal é um podcast para dormir) faz a trilha sonora: o som dos escapamentos das motocicletas é marca registrada, reconhecível pelos ouvintes mais antigos.

Num dos episódios recentes, ele conta que foi ao supermercado comprar manteiga, papel toalha e guardanapo. “Tenho certeza que as pessoas... na fila... achavam que eu tava comprando essas coisas... pra usar de papel higiênico”, diz, em protesto silencioso contra os acumuladores. Ao continuar falando sobre a quarentena e a necessidade de lutar contra uma crise de cada vez, explica que ficou paranoico na loja. “A gente faz coisas sem pensar. Eu comprei duas cueca slip da Zorba, aquela fininha na borda, e uma camiseta do Super-Homem. Nunca na minha vida comprei nada na seção de roupas do Carrefour... mas eu entrei e comprei uma camiseta do Super-Homem. Com certeza, tem uma questão psicológica aí...” Boa parte de qualquer piada é a premissa e, quando a premissa de um podcast é tão boa quanto essa – fazer “dormir” –, o que vier em seguida é lucro.

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