A véspera de Ano-Novo é aquele momento em que refletimos sobre tudo o que se passou nos últimos 12 meses e tudo o que desejamos que seja diferente no ano que se aproxima. É tempo de renovação, boas energias e de celebrar com amigos, família ou até sozinho.
Pensando neste tempo de reflexão, o Estadão convidou personalidades para contarem o que desejam para si, para o mundo e para a sociedade no ano de 2025.
O ator Tony Ramos deseja saúde - “realmente o resto a gente corre atrás” - e atriz Isabel Teixeira gostaria de um mundo menos online e mais presente, com mais diálogo.
O historiador Leandro Karnal tem esperança de dias melhores e o escritor Ignácio de Loyola Brandão, que diz viver de utopias, deseja segurança e tranquilidade para os entes queridos. Já o escritor Luiz Antônio Simas até enviou um poema para ilustrar seus desejos para 2025.
Confira os desejos para 2025
Tony Ramos, ator
“O que esperar para 2025 é fácil de responder: é sempre saúde. Cada um de nós obviamente tem um desejo, uma vontade, mas eu sempre, como toda vida, sempre pedi saúde. E realmente o resto a gente corre atrás. Trabalho, vida, prazeres, mas a tal da felicidade para mim está na saúde. Um feliz 2025 a todos. Um grande beijo.”
Isabel Teixeira, atriz
“Quando penso em 2025, o que eu sonho para o mundo em geral é que os diálogos se abram. Que a gente consiga dialogar no sentido mais básico da palavra dialogar, que não é só falar, também é escutar. Tenho a sensação de que estamos muito fora do chão. Muito no celular, muito no feed; [Desejo] que a gente saia um pouco do feed e volte pra terra, para o estar no mundo, para a presença. Não dá para ter diálogo se você está ensimesmado e focado num aparelho. Acho que estamos todos um pouco viciados e dependentes desse aparelho. Então, se a gente levanta um pouco a cabeça, respira, escuta e abre espaço para o diálogo, aqui, agora, com presença, se a gente conseguir fazer isso enquanto sociedade, acho que vai ser lindo.”
Leandro Karnal, historiador e colunista do ‘Estadão’
“O tempo é um dado objetivo, a medida do tempo é uma expressão cultural, os calendários são muitos. Quando nós decidimos que o ano termina dia 31 de dezembro e se reinicia no dia 1 de janeiro, estamos fazendo marcadores, e os marcadores produzem ritmos. E os ritmos, para mim, renovam a esperança. A cada nova etapa eu posso fazer de novo, fazer melhor. Eu sou cronicamente comprometido com a ideia de esperança, e tenho muita vontade que em 2025 nós encontremos mais um diálogo entre as pessoas, que nós consigamos dar mais atenção às questões estruturais e problemáticas do Brasil, como educação, como saúde, como saneamento básico e segurança nas grandes cidades. Eu tenho muita vontade que esse país seja ainda melhor, porque nós merecemos isso, esse país imenso, uma população generosa. Eu gosto muito do Ano-Novo, e a cada nova etapa eu sinto que o que passou, passou, pertence àquilo que não podemos mais mudar. O excesso de futuro causa angústia, como dizem os filósofos históricos, mas o momento presente, este agora, no final de ano, é o momento de tomar boas decisões, e tomar decisões cheias de resoluções positivas. Eu gosto muito do Natal e do Ano-Novo.”
Ignácio de Loyola Brandão, escritor e colunista do ‘Estadão’
“Eu vivo de utopias. Eu gostaria que as coisas acontecessem. Espero, sinceramente, que eu possa andar pelas ruas sem medo. Eu espero que eu possa circular, ir a um bar, andar pela noite, ir para um restaurante, que eu possa, sem medo de uma bala perdida, de um tiro, de um PM, circular por essa liberdade e com calma. Sem medo de ficar esperando minha mulher, que saiu à noite e, principalmente, sem medo de minha neta, de um ano e meio, ser uma hora sequestrada. O grande presente que nós poderíamos todos ganhar seria calma, tranquilidade, poder conversar, encontrar as pessoas na rua, no bar, no café, na casa do amigo. Paz, paz e segurança. Sem isso, não vai ter nada.”
Luiz Antônio Simas, escritor
“rezinha
livrai-me, senhor, das grandezas
concedei-me o ordinário:
o trabalho como brinquedo
o brinquedo como trabalho
que sagrados sejam os rios
e profanos sejam os carros
não como estamos fazendo
mas justamente ao contrário
l.a.simas"
Joice Berth, escritora
“Eu desejo que em 2025 toda a sociedade possa entender e viver a inteligência espiritual, que não é sobre religião propriamente, é sobre expandir a consciência compreendendo que somos parte de um todo, estamos todos juntos e precisamos mais do que nunca de duas coisas: boa conduta transcendendo as crenças e certezas estabelecidas e valorização do humano como caminho para a transformação social real.”
Ilan Brenman, escritor
“Eu desejo um 2025 com menos telas e com mais livros, com mais histórias e paz. Vamos desligar o celular um pouquinho e no lugar abrir livros, contar histórias, mediar leitura. Histórias contadas para os nossos filhos criam marcas profundas para o resto da vida deles. Lá na frente, eu garanto, eles não vão lembrar do 15º celular que a gente deu para eles, do tablet, mas vão lembrar do momento que deixamos um pouco as telas do lado para olhar para eles e começarmos a contar uma história. Isso ficará para sempre na memória, no afeto. Então, um 2025 repleto de livros, esse é meu desejo, boas festas e principalmente uma boa vida para todo mundo.”
Linn da Quebrada, cantora
“Que seja um ano de portas abertas, de caminhos abertos, um ano de progresso. Um ano em que a gente possa se cuidar e se olhar mais, cuidar da nossa saúde mental, do nosso corpo, perseguir os nossos sonhos e conseguir realizar aquilo que é possível. Para que a gente perceba aquilo que a gente tem em mãos: as nossas relações, que são o nosso verdadeiro tesouro. E que nós possamos valorizar cada passo, em cada momento do nosso trajeto, e perceber tudo que aconteceu esse ano - o que você consegue levar e o que você quer deixar pra trás. E que o ano que vem seja um ano de muito axé, muita prosperidade, de caminhos abertos pra todas nós. Beijo e que venha 2025!”
Fabrício Carpinejar, poeta
“Que os brasileiros apostem mais em suas vidas do que em minúcias de competições esportivas. Que sejamos viciados na família.”