Dez livros essenciais recomendados pelo 'Aliás' em outubro


Novos lançamentos do Brasil e do exterior estão entre as indicações

Por Redação

A equipe do Aliás seleciona, na última edição de cada mês, dez obras publicadas recentemente no Brasil e em outros países para incluir em sua Estante. Confira as indicações de outubro:

O Eleito - Thomas Mann (Cia. das Letras) O complexo tema do incesto, que tinha muito a ver com a própria biografia de Thomas Mann, foi escolhido pelo escritor alemão para contar a vida do papa Gregório, filho de irmãos que, apaixonados pela beleza um do outro, geram o garoto que, lançado ao mar, é salvo por pescadores e criado por um religioso. Publicado originalmente em 1951, O Eleito ganha uma edição bem cuidada com tradução de Claudia Dornbusch. No livro, Mann conta como Gregório reencontra a mãe anos depois e, repetindo a história de Édipo, tem dois filhos com ela sem saber que a rainha era a própria genitora. Um dos últimos romances do autor de A Montanha Mágica.

Os livros indicados pela equipe do 'Aliás' em outubro Foto:
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Assombrações - Domenico Starnone (Todavia) O diálogo entre gerações é explorado em Assombrações, do autor italiano Domenico Starnone, de quem a editora Todavia já publicou Laços, outra abordagem do universo familiar. No mais recente, Starnone conta a história de um ilustrador que, morando há anos no Norte da Itália, é requisitado pela filha para cuidar do neto de quatro anos que mora em Nápoles. Danielle, o ilustrador, reencontra, então, seu passado e, naturalmente, as “assombrações” do livro, os fantasmas familiares que terá de enfrentar enquanto tenta estabelecer uma ponte com o neto Mario. Um romance na tradição de Vasco Pratolini (Cronaca Familiare) e outros mestres da literatura italiana.

As Palavras - Jean-Paul Sartre (Nova Fronteira) Autor de um estudo monumental sobre Flaubert (O Idiota da Família), Sartre escreveu sua autobiografia, As Palavras, em 1964, mesmo ano em que recusou o Prêmio Nobel de Literatura. Curiosamente, a recusa do prêmio e o ato de escrever estavam ligados. O filósofo francês queria descobrir, em As Palavras, as razões morais que levam um intelectual a escrever – e, ainda mais, a contar a própria vida. No caso de Sartre, criado para ser um homem de letras numa família pequeno-burguesa, o livro é ao mesmo tempo um acerto de contas com seu passado e uma tentativa de entender a época em que nasceu, assim como o autoritarismo familiar.

Dostoievski na Rua do Ouvidor - Bruno Barreto Gomide (Edusp) No denso volume Dostoievski na Rua do Ouvidor, o autor Bruno Barreto Gomide analisa como a literatura russa circulou em pleno Estado Novo, examinando em particular como se deu o trânsito de autores como Dostoievski, Gorki e Tolstoi na América Latina nas décadas de 1930 e 1940, estimulado pelo diálogo entre intelectuais russos e brasileiros. Há, inclusive, um capítulo dedicado a críticos que se debruçaram sobre as obras dos autores russos e a curiosa inserção da obra de Dostoievski (pela José Olympio, que publicou todos os seus livros) em plena ditadura Vargas, que vigiava de perto não só imigrantes do leste europeu como a circulação dos russos.

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Sheasaken Houses - Tom Nancollas (Particular Books) Tema de vários clássicos da literatura, entre os quais livros de Virginia Woolf e Robert Louis Stevenson, os faróis têm desafiado a imaginação de escritores há séculos. O inglês Tom Nancollas investiga, em Seashaken Houses: A Lightouse History from Eddystone to Fastnet, a presença dessas construções em ilhas remotas na literatura do próprio Stevenson, oriundo de uma família de construtores de faróis. Nancollas, jovem autor de 30 anos, conta histórias de solidão e loucura nessas ilhas desoladas em meio ao oceano, além de fornecer dados curiosos sobre a relação dos autores que escreveram sobre os faróis e seus estranhos personagens. 

Brief Answers to the Big Questions - Stephen Hawking (Bantam) De onde viemos? Para onde vamos? Essas e outras perguntas profundas foram feitas diversas vezes ao físico e cosmólogo britânico Stephen Hawking, morto este ano. O cientista tentou respondê-las com o maior embasamento possível em Brief Answers to the Big Questions (Breves Respostas para as Grandes Perguntas), que deixou inconcluso. No livro póstumo, Hawking afirma, por exemplo, que a inteligência artificial vai nos ultrapassar, que não há indícios da existência de Deus ou de vida após a morte e alerta que as mudanças climáticas são mais graves do que pensamos. E quanto à vida extraterrestre? Teremos uma resposta em 50 anos, aposta Stephen Hawking. 

Haicais Tropicais - Rodolfo Witzig Guttilla (Cia. das Letras) Surgidos no Japão feudal, os haicais são poemas curtos de três versos e 17 sílabas em sua forma tradicional. Antes de 1908, início da imigração japonesa no Brasil, já havia publicações do tipo por aqui. Guilherme de Almeida, que publicou haicais no Estado, ajudou a difundir esse gênero no País. A coletânea Haicais Tropicais, organizada por Rodolfo Witzig Guttilla, reúne 20 autores brasileiros de diferentes credos e épocas que se aventuraram nesse estilo, desde haicaistas experientes e contemporâneos como Teruko Oda e Alice Ruiz até poetas e intelectuais de outras vertentes, como Mário Quintana, Manoel de Barros, Aluísio Azevedo e Sérgio Milliet, entre tantos outros.

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Contos Completos - Fernando Pessoa (Todavia) Mesmo com todas as pessoas que habitavam a mente do prolífico poeta português Fernando Pessoa (1888-1935), ele e seus heterônimos publicaram pouco em vida. Dois livros oferecem novas portas de entrada para o autor: Contos Completos, Fábulas & Crônicas Decorativas (Carambaia) e O Banqueiro Anarquista e Outros Contos Escolhidos (Nova Fronteira). O primeiro, organizado pelo angolano Zetho Cunha Gonçalves, reúne 14 escritos – incluindo três inéditos no formato de livro. O segundo tem 24 textos – 19 inéditos no Brasil. Ambos os lançamentos apresentam traduções feitas pelo poeta modernista lusitano de contos do escritor norte-americano O. Henry.

Fique Comigo - Ayobami Adebayo (HarperCollins) O livro de estreia da escritora nigeriana Ayobami Adebayo ficou nas listas de melhores de 2017 das principais publicações do exterior. Em Fique Comigo, a romancista – que foi aluna de Margaret Atwood – usa o tumultuado contexto político da Nigéria dos anos 1980 para contar a história de Yejida e Akin, um casal que rejeita a poligamia – traço comum na cultura local. Quatro anos depois de casados, eles enfrentam dificuldades para ter filhos e a família de Akin, o marido, não contente em culpar Yejida pela infertilidade, pressiona o rapaz para que arranje uma segunda esposa e concretize o objetivo de perpetuar a linhagem caso ela não consiga engravidar. 

Invente Alguma Coisa - Chuck Palahniuk (LeYa)Embora a primeira e a segunda regras postuladas em Clube da Luta (1996) proíbam que se fale sobre essa sociedade secreta da pancadaria, o autor americano Chuck Palahniuk retorna a esse universo no conto Expedição. A história aborda a vida do personagem Tyler Durden antes dos eventos narrados no romance que deu origem ao filme de David Fincher em 1999. Esse é um dos 23 contos do livro Invente Alguma Coisa, mais recente lançamento de Palahniuk no Brasil. Em Inclinações, o autor – que é abertamente homossexual – aborda o polêmico tema da “cura gay” por meio de adolescentes que se internam em uma clínica para tentar mudar sua orientação sexual.

A equipe do Aliás seleciona, na última edição de cada mês, dez obras publicadas recentemente no Brasil e em outros países para incluir em sua Estante. Confira as indicações de outubro:

O Eleito - Thomas Mann (Cia. das Letras) O complexo tema do incesto, que tinha muito a ver com a própria biografia de Thomas Mann, foi escolhido pelo escritor alemão para contar a vida do papa Gregório, filho de irmãos que, apaixonados pela beleza um do outro, geram o garoto que, lançado ao mar, é salvo por pescadores e criado por um religioso. Publicado originalmente em 1951, O Eleito ganha uma edição bem cuidada com tradução de Claudia Dornbusch. No livro, Mann conta como Gregório reencontra a mãe anos depois e, repetindo a história de Édipo, tem dois filhos com ela sem saber que a rainha era a própria genitora. Um dos últimos romances do autor de A Montanha Mágica.

Os livros indicados pela equipe do 'Aliás' em outubro Foto:

Assombrações - Domenico Starnone (Todavia) O diálogo entre gerações é explorado em Assombrações, do autor italiano Domenico Starnone, de quem a editora Todavia já publicou Laços, outra abordagem do universo familiar. No mais recente, Starnone conta a história de um ilustrador que, morando há anos no Norte da Itália, é requisitado pela filha para cuidar do neto de quatro anos que mora em Nápoles. Danielle, o ilustrador, reencontra, então, seu passado e, naturalmente, as “assombrações” do livro, os fantasmas familiares que terá de enfrentar enquanto tenta estabelecer uma ponte com o neto Mario. Um romance na tradição de Vasco Pratolini (Cronaca Familiare) e outros mestres da literatura italiana.

As Palavras - Jean-Paul Sartre (Nova Fronteira) Autor de um estudo monumental sobre Flaubert (O Idiota da Família), Sartre escreveu sua autobiografia, As Palavras, em 1964, mesmo ano em que recusou o Prêmio Nobel de Literatura. Curiosamente, a recusa do prêmio e o ato de escrever estavam ligados. O filósofo francês queria descobrir, em As Palavras, as razões morais que levam um intelectual a escrever – e, ainda mais, a contar a própria vida. No caso de Sartre, criado para ser um homem de letras numa família pequeno-burguesa, o livro é ao mesmo tempo um acerto de contas com seu passado e uma tentativa de entender a época em que nasceu, assim como o autoritarismo familiar.

Dostoievski na Rua do Ouvidor - Bruno Barreto Gomide (Edusp) No denso volume Dostoievski na Rua do Ouvidor, o autor Bruno Barreto Gomide analisa como a literatura russa circulou em pleno Estado Novo, examinando em particular como se deu o trânsito de autores como Dostoievski, Gorki e Tolstoi na América Latina nas décadas de 1930 e 1940, estimulado pelo diálogo entre intelectuais russos e brasileiros. Há, inclusive, um capítulo dedicado a críticos que se debruçaram sobre as obras dos autores russos e a curiosa inserção da obra de Dostoievski (pela José Olympio, que publicou todos os seus livros) em plena ditadura Vargas, que vigiava de perto não só imigrantes do leste europeu como a circulação dos russos.

Sheasaken Houses - Tom Nancollas (Particular Books) Tema de vários clássicos da literatura, entre os quais livros de Virginia Woolf e Robert Louis Stevenson, os faróis têm desafiado a imaginação de escritores há séculos. O inglês Tom Nancollas investiga, em Seashaken Houses: A Lightouse History from Eddystone to Fastnet, a presença dessas construções em ilhas remotas na literatura do próprio Stevenson, oriundo de uma família de construtores de faróis. Nancollas, jovem autor de 30 anos, conta histórias de solidão e loucura nessas ilhas desoladas em meio ao oceano, além de fornecer dados curiosos sobre a relação dos autores que escreveram sobre os faróis e seus estranhos personagens. 

Brief Answers to the Big Questions - Stephen Hawking (Bantam) De onde viemos? Para onde vamos? Essas e outras perguntas profundas foram feitas diversas vezes ao físico e cosmólogo britânico Stephen Hawking, morto este ano. O cientista tentou respondê-las com o maior embasamento possível em Brief Answers to the Big Questions (Breves Respostas para as Grandes Perguntas), que deixou inconcluso. No livro póstumo, Hawking afirma, por exemplo, que a inteligência artificial vai nos ultrapassar, que não há indícios da existência de Deus ou de vida após a morte e alerta que as mudanças climáticas são mais graves do que pensamos. E quanto à vida extraterrestre? Teremos uma resposta em 50 anos, aposta Stephen Hawking. 

Haicais Tropicais - Rodolfo Witzig Guttilla (Cia. das Letras) Surgidos no Japão feudal, os haicais são poemas curtos de três versos e 17 sílabas em sua forma tradicional. Antes de 1908, início da imigração japonesa no Brasil, já havia publicações do tipo por aqui. Guilherme de Almeida, que publicou haicais no Estado, ajudou a difundir esse gênero no País. A coletânea Haicais Tropicais, organizada por Rodolfo Witzig Guttilla, reúne 20 autores brasileiros de diferentes credos e épocas que se aventuraram nesse estilo, desde haicaistas experientes e contemporâneos como Teruko Oda e Alice Ruiz até poetas e intelectuais de outras vertentes, como Mário Quintana, Manoel de Barros, Aluísio Azevedo e Sérgio Milliet, entre tantos outros.

Contos Completos - Fernando Pessoa (Todavia) Mesmo com todas as pessoas que habitavam a mente do prolífico poeta português Fernando Pessoa (1888-1935), ele e seus heterônimos publicaram pouco em vida. Dois livros oferecem novas portas de entrada para o autor: Contos Completos, Fábulas & Crônicas Decorativas (Carambaia) e O Banqueiro Anarquista e Outros Contos Escolhidos (Nova Fronteira). O primeiro, organizado pelo angolano Zetho Cunha Gonçalves, reúne 14 escritos – incluindo três inéditos no formato de livro. O segundo tem 24 textos – 19 inéditos no Brasil. Ambos os lançamentos apresentam traduções feitas pelo poeta modernista lusitano de contos do escritor norte-americano O. Henry.

Fique Comigo - Ayobami Adebayo (HarperCollins) O livro de estreia da escritora nigeriana Ayobami Adebayo ficou nas listas de melhores de 2017 das principais publicações do exterior. Em Fique Comigo, a romancista – que foi aluna de Margaret Atwood – usa o tumultuado contexto político da Nigéria dos anos 1980 para contar a história de Yejida e Akin, um casal que rejeita a poligamia – traço comum na cultura local. Quatro anos depois de casados, eles enfrentam dificuldades para ter filhos e a família de Akin, o marido, não contente em culpar Yejida pela infertilidade, pressiona o rapaz para que arranje uma segunda esposa e concretize o objetivo de perpetuar a linhagem caso ela não consiga engravidar. 

Invente Alguma Coisa - Chuck Palahniuk (LeYa)Embora a primeira e a segunda regras postuladas em Clube da Luta (1996) proíbam que se fale sobre essa sociedade secreta da pancadaria, o autor americano Chuck Palahniuk retorna a esse universo no conto Expedição. A história aborda a vida do personagem Tyler Durden antes dos eventos narrados no romance que deu origem ao filme de David Fincher em 1999. Esse é um dos 23 contos do livro Invente Alguma Coisa, mais recente lançamento de Palahniuk no Brasil. Em Inclinações, o autor – que é abertamente homossexual – aborda o polêmico tema da “cura gay” por meio de adolescentes que se internam em uma clínica para tentar mudar sua orientação sexual.

A equipe do Aliás seleciona, na última edição de cada mês, dez obras publicadas recentemente no Brasil e em outros países para incluir em sua Estante. Confira as indicações de outubro:

O Eleito - Thomas Mann (Cia. das Letras) O complexo tema do incesto, que tinha muito a ver com a própria biografia de Thomas Mann, foi escolhido pelo escritor alemão para contar a vida do papa Gregório, filho de irmãos que, apaixonados pela beleza um do outro, geram o garoto que, lançado ao mar, é salvo por pescadores e criado por um religioso. Publicado originalmente em 1951, O Eleito ganha uma edição bem cuidada com tradução de Claudia Dornbusch. No livro, Mann conta como Gregório reencontra a mãe anos depois e, repetindo a história de Édipo, tem dois filhos com ela sem saber que a rainha era a própria genitora. Um dos últimos romances do autor de A Montanha Mágica.

Os livros indicados pela equipe do 'Aliás' em outubro Foto:

Assombrações - Domenico Starnone (Todavia) O diálogo entre gerações é explorado em Assombrações, do autor italiano Domenico Starnone, de quem a editora Todavia já publicou Laços, outra abordagem do universo familiar. No mais recente, Starnone conta a história de um ilustrador que, morando há anos no Norte da Itália, é requisitado pela filha para cuidar do neto de quatro anos que mora em Nápoles. Danielle, o ilustrador, reencontra, então, seu passado e, naturalmente, as “assombrações” do livro, os fantasmas familiares que terá de enfrentar enquanto tenta estabelecer uma ponte com o neto Mario. Um romance na tradição de Vasco Pratolini (Cronaca Familiare) e outros mestres da literatura italiana.

As Palavras - Jean-Paul Sartre (Nova Fronteira) Autor de um estudo monumental sobre Flaubert (O Idiota da Família), Sartre escreveu sua autobiografia, As Palavras, em 1964, mesmo ano em que recusou o Prêmio Nobel de Literatura. Curiosamente, a recusa do prêmio e o ato de escrever estavam ligados. O filósofo francês queria descobrir, em As Palavras, as razões morais que levam um intelectual a escrever – e, ainda mais, a contar a própria vida. No caso de Sartre, criado para ser um homem de letras numa família pequeno-burguesa, o livro é ao mesmo tempo um acerto de contas com seu passado e uma tentativa de entender a época em que nasceu, assim como o autoritarismo familiar.

Dostoievski na Rua do Ouvidor - Bruno Barreto Gomide (Edusp) No denso volume Dostoievski na Rua do Ouvidor, o autor Bruno Barreto Gomide analisa como a literatura russa circulou em pleno Estado Novo, examinando em particular como se deu o trânsito de autores como Dostoievski, Gorki e Tolstoi na América Latina nas décadas de 1930 e 1940, estimulado pelo diálogo entre intelectuais russos e brasileiros. Há, inclusive, um capítulo dedicado a críticos que se debruçaram sobre as obras dos autores russos e a curiosa inserção da obra de Dostoievski (pela José Olympio, que publicou todos os seus livros) em plena ditadura Vargas, que vigiava de perto não só imigrantes do leste europeu como a circulação dos russos.

Sheasaken Houses - Tom Nancollas (Particular Books) Tema de vários clássicos da literatura, entre os quais livros de Virginia Woolf e Robert Louis Stevenson, os faróis têm desafiado a imaginação de escritores há séculos. O inglês Tom Nancollas investiga, em Seashaken Houses: A Lightouse History from Eddystone to Fastnet, a presença dessas construções em ilhas remotas na literatura do próprio Stevenson, oriundo de uma família de construtores de faróis. Nancollas, jovem autor de 30 anos, conta histórias de solidão e loucura nessas ilhas desoladas em meio ao oceano, além de fornecer dados curiosos sobre a relação dos autores que escreveram sobre os faróis e seus estranhos personagens. 

Brief Answers to the Big Questions - Stephen Hawking (Bantam) De onde viemos? Para onde vamos? Essas e outras perguntas profundas foram feitas diversas vezes ao físico e cosmólogo britânico Stephen Hawking, morto este ano. O cientista tentou respondê-las com o maior embasamento possível em Brief Answers to the Big Questions (Breves Respostas para as Grandes Perguntas), que deixou inconcluso. No livro póstumo, Hawking afirma, por exemplo, que a inteligência artificial vai nos ultrapassar, que não há indícios da existência de Deus ou de vida após a morte e alerta que as mudanças climáticas são mais graves do que pensamos. E quanto à vida extraterrestre? Teremos uma resposta em 50 anos, aposta Stephen Hawking. 

Haicais Tropicais - Rodolfo Witzig Guttilla (Cia. das Letras) Surgidos no Japão feudal, os haicais são poemas curtos de três versos e 17 sílabas em sua forma tradicional. Antes de 1908, início da imigração japonesa no Brasil, já havia publicações do tipo por aqui. Guilherme de Almeida, que publicou haicais no Estado, ajudou a difundir esse gênero no País. A coletânea Haicais Tropicais, organizada por Rodolfo Witzig Guttilla, reúne 20 autores brasileiros de diferentes credos e épocas que se aventuraram nesse estilo, desde haicaistas experientes e contemporâneos como Teruko Oda e Alice Ruiz até poetas e intelectuais de outras vertentes, como Mário Quintana, Manoel de Barros, Aluísio Azevedo e Sérgio Milliet, entre tantos outros.

Contos Completos - Fernando Pessoa (Todavia) Mesmo com todas as pessoas que habitavam a mente do prolífico poeta português Fernando Pessoa (1888-1935), ele e seus heterônimos publicaram pouco em vida. Dois livros oferecem novas portas de entrada para o autor: Contos Completos, Fábulas & Crônicas Decorativas (Carambaia) e O Banqueiro Anarquista e Outros Contos Escolhidos (Nova Fronteira). O primeiro, organizado pelo angolano Zetho Cunha Gonçalves, reúne 14 escritos – incluindo três inéditos no formato de livro. O segundo tem 24 textos – 19 inéditos no Brasil. Ambos os lançamentos apresentam traduções feitas pelo poeta modernista lusitano de contos do escritor norte-americano O. Henry.

Fique Comigo - Ayobami Adebayo (HarperCollins) O livro de estreia da escritora nigeriana Ayobami Adebayo ficou nas listas de melhores de 2017 das principais publicações do exterior. Em Fique Comigo, a romancista – que foi aluna de Margaret Atwood – usa o tumultuado contexto político da Nigéria dos anos 1980 para contar a história de Yejida e Akin, um casal que rejeita a poligamia – traço comum na cultura local. Quatro anos depois de casados, eles enfrentam dificuldades para ter filhos e a família de Akin, o marido, não contente em culpar Yejida pela infertilidade, pressiona o rapaz para que arranje uma segunda esposa e concretize o objetivo de perpetuar a linhagem caso ela não consiga engravidar. 

Invente Alguma Coisa - Chuck Palahniuk (LeYa)Embora a primeira e a segunda regras postuladas em Clube da Luta (1996) proíbam que se fale sobre essa sociedade secreta da pancadaria, o autor americano Chuck Palahniuk retorna a esse universo no conto Expedição. A história aborda a vida do personagem Tyler Durden antes dos eventos narrados no romance que deu origem ao filme de David Fincher em 1999. Esse é um dos 23 contos do livro Invente Alguma Coisa, mais recente lançamento de Palahniuk no Brasil. Em Inclinações, o autor – que é abertamente homossexual – aborda o polêmico tema da “cura gay” por meio de adolescentes que se internam em uma clínica para tentar mudar sua orientação sexual.

A equipe do Aliás seleciona, na última edição de cada mês, dez obras publicadas recentemente no Brasil e em outros países para incluir em sua Estante. Confira as indicações de outubro:

O Eleito - Thomas Mann (Cia. das Letras) O complexo tema do incesto, que tinha muito a ver com a própria biografia de Thomas Mann, foi escolhido pelo escritor alemão para contar a vida do papa Gregório, filho de irmãos que, apaixonados pela beleza um do outro, geram o garoto que, lançado ao mar, é salvo por pescadores e criado por um religioso. Publicado originalmente em 1951, O Eleito ganha uma edição bem cuidada com tradução de Claudia Dornbusch. No livro, Mann conta como Gregório reencontra a mãe anos depois e, repetindo a história de Édipo, tem dois filhos com ela sem saber que a rainha era a própria genitora. Um dos últimos romances do autor de A Montanha Mágica.

Os livros indicados pela equipe do 'Aliás' em outubro Foto:

Assombrações - Domenico Starnone (Todavia) O diálogo entre gerações é explorado em Assombrações, do autor italiano Domenico Starnone, de quem a editora Todavia já publicou Laços, outra abordagem do universo familiar. No mais recente, Starnone conta a história de um ilustrador que, morando há anos no Norte da Itália, é requisitado pela filha para cuidar do neto de quatro anos que mora em Nápoles. Danielle, o ilustrador, reencontra, então, seu passado e, naturalmente, as “assombrações” do livro, os fantasmas familiares que terá de enfrentar enquanto tenta estabelecer uma ponte com o neto Mario. Um romance na tradição de Vasco Pratolini (Cronaca Familiare) e outros mestres da literatura italiana.

As Palavras - Jean-Paul Sartre (Nova Fronteira) Autor de um estudo monumental sobre Flaubert (O Idiota da Família), Sartre escreveu sua autobiografia, As Palavras, em 1964, mesmo ano em que recusou o Prêmio Nobel de Literatura. Curiosamente, a recusa do prêmio e o ato de escrever estavam ligados. O filósofo francês queria descobrir, em As Palavras, as razões morais que levam um intelectual a escrever – e, ainda mais, a contar a própria vida. No caso de Sartre, criado para ser um homem de letras numa família pequeno-burguesa, o livro é ao mesmo tempo um acerto de contas com seu passado e uma tentativa de entender a época em que nasceu, assim como o autoritarismo familiar.

Dostoievski na Rua do Ouvidor - Bruno Barreto Gomide (Edusp) No denso volume Dostoievski na Rua do Ouvidor, o autor Bruno Barreto Gomide analisa como a literatura russa circulou em pleno Estado Novo, examinando em particular como se deu o trânsito de autores como Dostoievski, Gorki e Tolstoi na América Latina nas décadas de 1930 e 1940, estimulado pelo diálogo entre intelectuais russos e brasileiros. Há, inclusive, um capítulo dedicado a críticos que se debruçaram sobre as obras dos autores russos e a curiosa inserção da obra de Dostoievski (pela José Olympio, que publicou todos os seus livros) em plena ditadura Vargas, que vigiava de perto não só imigrantes do leste europeu como a circulação dos russos.

Sheasaken Houses - Tom Nancollas (Particular Books) Tema de vários clássicos da literatura, entre os quais livros de Virginia Woolf e Robert Louis Stevenson, os faróis têm desafiado a imaginação de escritores há séculos. O inglês Tom Nancollas investiga, em Seashaken Houses: A Lightouse History from Eddystone to Fastnet, a presença dessas construções em ilhas remotas na literatura do próprio Stevenson, oriundo de uma família de construtores de faróis. Nancollas, jovem autor de 30 anos, conta histórias de solidão e loucura nessas ilhas desoladas em meio ao oceano, além de fornecer dados curiosos sobre a relação dos autores que escreveram sobre os faróis e seus estranhos personagens. 

Brief Answers to the Big Questions - Stephen Hawking (Bantam) De onde viemos? Para onde vamos? Essas e outras perguntas profundas foram feitas diversas vezes ao físico e cosmólogo britânico Stephen Hawking, morto este ano. O cientista tentou respondê-las com o maior embasamento possível em Brief Answers to the Big Questions (Breves Respostas para as Grandes Perguntas), que deixou inconcluso. No livro póstumo, Hawking afirma, por exemplo, que a inteligência artificial vai nos ultrapassar, que não há indícios da existência de Deus ou de vida após a morte e alerta que as mudanças climáticas são mais graves do que pensamos. E quanto à vida extraterrestre? Teremos uma resposta em 50 anos, aposta Stephen Hawking. 

Haicais Tropicais - Rodolfo Witzig Guttilla (Cia. das Letras) Surgidos no Japão feudal, os haicais são poemas curtos de três versos e 17 sílabas em sua forma tradicional. Antes de 1908, início da imigração japonesa no Brasil, já havia publicações do tipo por aqui. Guilherme de Almeida, que publicou haicais no Estado, ajudou a difundir esse gênero no País. A coletânea Haicais Tropicais, organizada por Rodolfo Witzig Guttilla, reúne 20 autores brasileiros de diferentes credos e épocas que se aventuraram nesse estilo, desde haicaistas experientes e contemporâneos como Teruko Oda e Alice Ruiz até poetas e intelectuais de outras vertentes, como Mário Quintana, Manoel de Barros, Aluísio Azevedo e Sérgio Milliet, entre tantos outros.

Contos Completos - Fernando Pessoa (Todavia) Mesmo com todas as pessoas que habitavam a mente do prolífico poeta português Fernando Pessoa (1888-1935), ele e seus heterônimos publicaram pouco em vida. Dois livros oferecem novas portas de entrada para o autor: Contos Completos, Fábulas & Crônicas Decorativas (Carambaia) e O Banqueiro Anarquista e Outros Contos Escolhidos (Nova Fronteira). O primeiro, organizado pelo angolano Zetho Cunha Gonçalves, reúne 14 escritos – incluindo três inéditos no formato de livro. O segundo tem 24 textos – 19 inéditos no Brasil. Ambos os lançamentos apresentam traduções feitas pelo poeta modernista lusitano de contos do escritor norte-americano O. Henry.

Fique Comigo - Ayobami Adebayo (HarperCollins) O livro de estreia da escritora nigeriana Ayobami Adebayo ficou nas listas de melhores de 2017 das principais publicações do exterior. Em Fique Comigo, a romancista – que foi aluna de Margaret Atwood – usa o tumultuado contexto político da Nigéria dos anos 1980 para contar a história de Yejida e Akin, um casal que rejeita a poligamia – traço comum na cultura local. Quatro anos depois de casados, eles enfrentam dificuldades para ter filhos e a família de Akin, o marido, não contente em culpar Yejida pela infertilidade, pressiona o rapaz para que arranje uma segunda esposa e concretize o objetivo de perpetuar a linhagem caso ela não consiga engravidar. 

Invente Alguma Coisa - Chuck Palahniuk (LeYa)Embora a primeira e a segunda regras postuladas em Clube da Luta (1996) proíbam que se fale sobre essa sociedade secreta da pancadaria, o autor americano Chuck Palahniuk retorna a esse universo no conto Expedição. A história aborda a vida do personagem Tyler Durden antes dos eventos narrados no romance que deu origem ao filme de David Fincher em 1999. Esse é um dos 23 contos do livro Invente Alguma Coisa, mais recente lançamento de Palahniuk no Brasil. Em Inclinações, o autor – que é abertamente homossexual – aborda o polêmico tema da “cura gay” por meio de adolescentes que se internam em uma clínica para tentar mudar sua orientação sexual.

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