A proposta de Bolsonaro de criar um superministério na economia, juntando Fazenda, Planejamento, Indústria e Comércio e Secretaria-Geral criaria, se implementada, divisão no governo, pondo de um lado a Casa Civil e de outro a equipe da economia. Despertaria, também, certo mal-estar ante o excesso de poder do novo grupo.
A avaliação é de um dos mais fortes ministros da era militar, que ainda hoje exerce influência no Brasil - Delfim Netto.
Por outro lado, o experiente economista de 90 anos lembra que, por mais que esse "primeiro-ministro da economia" proposto por Bolsonaro tenha poder concentrado, "o limite de suas decisões continua sendo o presidente da República".
Ressalta Delfim que "no governo militar, já começávamos o ano fazendo uma exposição do que pretendíamos. Havendo aprovação, éramos cobrados, pelo presidente, ao final".
Além disso, segundo Delfim, esse todo poderoso ministro terá que escolher, para auxiliá-lo, um secretário de Fazenda, outro para o Planejamento, um terceiro para a Indústria e Comércio etc. "Defendo a diminuição de ministérios e uma união das pastas diminui o número. Mas ela obriga também a uma reestruturação geral do desenho da máquina pública", prossegue o economista.
Isso é bom? "Não sei se é bom ou ruim. Mas digo que basta a economia andar mal para gerar perdas políticas". Como sempre.
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