Um Rockefeller conta sua versão século 21 de ajuda social


Por Sonia Racy
FOTO DENISE ANDRADE / ESTADÃO 

Em meio à grave crise pela qual passa o Brasil - econômica, política, moral e ética - desembarcou no País, esta semana, Justin Rockefeller (na foto, à esquerda), um dos membros da centenária família americana que começou sua fortuna nos campos de óleo e gás, fundando a Standard Oil nos EUA. Parte de um clã secular reconhecido pela filantropia, Justin não foge à regra. Entretanto, sua fórmula está traduzida para o século 21: em janeiro ele fundou, com outros dois sócios de mesmo perfil, a ImPact. Ela foi criada para ajudar famílias a melhorar seus investimentos em negócios sustentáveis - tanto no universo ambiental como no social.

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Em SP, ele foi recebido em jantar por Antonio Ermírio de Moraes Neto, dono da Vox Capital, que trabalha com o mesmo filão. "Empreendedorismo social ainda gera a ideia de ONG, mas estes são negócios que geram lucro e impacto social ao mesmo tempo", explica Moraes. No mundo, o setor representa hoje algo como US$ 46 bilhões.

À coluna, o visitante se disse "impressionado com o crescimento do empreendedorismo social no Brasil nos últimos 20 anos" e ressaltou: "Impacto e filantropia não são excludentes. Ao contrário, são enfoques complementares para se atingir metas sociais e ambientais".

Um exemplo prático? Uma família focada em educação "pode prosseguir a ação filantrópica doando a escolas e programas locais, mas complementando com investimento em empresas de educação tecnológica". E juntou as pontas: para tratar desafios globais como mudança climática, pobreza, desigualdade, "é necessário ampliar a escala de capitais".

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Justin dá ênfase a um conceito: o de que "não podemos mais separar o valor financeiro da criação, em si, de valor". Vive-se hoje, diz ele, "um equilíbrio negativo", no qual extrair valor de uma empresa no curto prazo pode dar dinheiro, mas não cria valor. E, fechando o círculo: volatilidade de mercado e instabilidade econômica "são efeitos colaterais" desse fenômeno. A tarefa exige uma estrutura, cujo funcionamento Rockefeller explicou: ele, diretor global das atividades do grupo na Addepar.com, tem ajuda de Josh Cohen, que toca a City Light Capital. A CEO Abigail Noble atuou no Fórum Econômico Mundial. O grupo colabora ainda com Harvard e MIT na criação de currículos ligados ao investimento de impacto.

A atividade do grupo nada tem a ver com isenções fiscais ou incentivos do gênero. "Muitos investidores de impacto esperam um retorno na média do mercado, portanto não há necessidade de deduções ou incentivos", explica o executivo. No caso brasileiro, ele cita empresas que, como a Natura, "estão servindo à causa ambiental e social em todo o País". Entre os fundos brasileiros que atuam sob essa fórmula, só Vox Capital e o MOV.

O que ele espera é que "nos próximos cinco anos" investidores individuais do Brasil comecem a perguntar a seus bancos: "Que tipo de fundo socialmente responsável você tem pra me oferecer?" E que selecionem os lugares onde investir a partir dessa precondição.

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Embora só tenha sido formado há cinco meses, o grupo avança rumo a uma atuação global. Já estão surgindo comunidades no México, Canadá, Colômbia e países escandinavos.

FOTO DENISE ANDRADE / ESTADÃO 

Em meio à grave crise pela qual passa o Brasil - econômica, política, moral e ética - desembarcou no País, esta semana, Justin Rockefeller (na foto, à esquerda), um dos membros da centenária família americana que começou sua fortuna nos campos de óleo e gás, fundando a Standard Oil nos EUA. Parte de um clã secular reconhecido pela filantropia, Justin não foge à regra. Entretanto, sua fórmula está traduzida para o século 21: em janeiro ele fundou, com outros dois sócios de mesmo perfil, a ImPact. Ela foi criada para ajudar famílias a melhorar seus investimentos em negócios sustentáveis - tanto no universo ambiental como no social.

Em SP, ele foi recebido em jantar por Antonio Ermírio de Moraes Neto, dono da Vox Capital, que trabalha com o mesmo filão. "Empreendedorismo social ainda gera a ideia de ONG, mas estes são negócios que geram lucro e impacto social ao mesmo tempo", explica Moraes. No mundo, o setor representa hoje algo como US$ 46 bilhões.

À coluna, o visitante se disse "impressionado com o crescimento do empreendedorismo social no Brasil nos últimos 20 anos" e ressaltou: "Impacto e filantropia não são excludentes. Ao contrário, são enfoques complementares para se atingir metas sociais e ambientais".

Um exemplo prático? Uma família focada em educação "pode prosseguir a ação filantrópica doando a escolas e programas locais, mas complementando com investimento em empresas de educação tecnológica". E juntou as pontas: para tratar desafios globais como mudança climática, pobreza, desigualdade, "é necessário ampliar a escala de capitais".

Justin dá ênfase a um conceito: o de que "não podemos mais separar o valor financeiro da criação, em si, de valor". Vive-se hoje, diz ele, "um equilíbrio negativo", no qual extrair valor de uma empresa no curto prazo pode dar dinheiro, mas não cria valor. E, fechando o círculo: volatilidade de mercado e instabilidade econômica "são efeitos colaterais" desse fenômeno. A tarefa exige uma estrutura, cujo funcionamento Rockefeller explicou: ele, diretor global das atividades do grupo na Addepar.com, tem ajuda de Josh Cohen, que toca a City Light Capital. A CEO Abigail Noble atuou no Fórum Econômico Mundial. O grupo colabora ainda com Harvard e MIT na criação de currículos ligados ao investimento de impacto.

A atividade do grupo nada tem a ver com isenções fiscais ou incentivos do gênero. "Muitos investidores de impacto esperam um retorno na média do mercado, portanto não há necessidade de deduções ou incentivos", explica o executivo. No caso brasileiro, ele cita empresas que, como a Natura, "estão servindo à causa ambiental e social em todo o País". Entre os fundos brasileiros que atuam sob essa fórmula, só Vox Capital e o MOV.

O que ele espera é que "nos próximos cinco anos" investidores individuais do Brasil comecem a perguntar a seus bancos: "Que tipo de fundo socialmente responsável você tem pra me oferecer?" E que selecionem os lugares onde investir a partir dessa precondição.

Embora só tenha sido formado há cinco meses, o grupo avança rumo a uma atuação global. Já estão surgindo comunidades no México, Canadá, Colômbia e países escandinavos.

FOTO DENISE ANDRADE / ESTADÃO 

Em meio à grave crise pela qual passa o Brasil - econômica, política, moral e ética - desembarcou no País, esta semana, Justin Rockefeller (na foto, à esquerda), um dos membros da centenária família americana que começou sua fortuna nos campos de óleo e gás, fundando a Standard Oil nos EUA. Parte de um clã secular reconhecido pela filantropia, Justin não foge à regra. Entretanto, sua fórmula está traduzida para o século 21: em janeiro ele fundou, com outros dois sócios de mesmo perfil, a ImPact. Ela foi criada para ajudar famílias a melhorar seus investimentos em negócios sustentáveis - tanto no universo ambiental como no social.

Em SP, ele foi recebido em jantar por Antonio Ermírio de Moraes Neto, dono da Vox Capital, que trabalha com o mesmo filão. "Empreendedorismo social ainda gera a ideia de ONG, mas estes são negócios que geram lucro e impacto social ao mesmo tempo", explica Moraes. No mundo, o setor representa hoje algo como US$ 46 bilhões.

À coluna, o visitante se disse "impressionado com o crescimento do empreendedorismo social no Brasil nos últimos 20 anos" e ressaltou: "Impacto e filantropia não são excludentes. Ao contrário, são enfoques complementares para se atingir metas sociais e ambientais".

Um exemplo prático? Uma família focada em educação "pode prosseguir a ação filantrópica doando a escolas e programas locais, mas complementando com investimento em empresas de educação tecnológica". E juntou as pontas: para tratar desafios globais como mudança climática, pobreza, desigualdade, "é necessário ampliar a escala de capitais".

Justin dá ênfase a um conceito: o de que "não podemos mais separar o valor financeiro da criação, em si, de valor". Vive-se hoje, diz ele, "um equilíbrio negativo", no qual extrair valor de uma empresa no curto prazo pode dar dinheiro, mas não cria valor. E, fechando o círculo: volatilidade de mercado e instabilidade econômica "são efeitos colaterais" desse fenômeno. A tarefa exige uma estrutura, cujo funcionamento Rockefeller explicou: ele, diretor global das atividades do grupo na Addepar.com, tem ajuda de Josh Cohen, que toca a City Light Capital. A CEO Abigail Noble atuou no Fórum Econômico Mundial. O grupo colabora ainda com Harvard e MIT na criação de currículos ligados ao investimento de impacto.

A atividade do grupo nada tem a ver com isenções fiscais ou incentivos do gênero. "Muitos investidores de impacto esperam um retorno na média do mercado, portanto não há necessidade de deduções ou incentivos", explica o executivo. No caso brasileiro, ele cita empresas que, como a Natura, "estão servindo à causa ambiental e social em todo o País". Entre os fundos brasileiros que atuam sob essa fórmula, só Vox Capital e o MOV.

O que ele espera é que "nos próximos cinco anos" investidores individuais do Brasil comecem a perguntar a seus bancos: "Que tipo de fundo socialmente responsável você tem pra me oferecer?" E que selecionem os lugares onde investir a partir dessa precondição.

Embora só tenha sido formado há cinco meses, o grupo avança rumo a uma atuação global. Já estão surgindo comunidades no México, Canadá, Colômbia e países escandinavos.

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