Shows seus marcaram a programação de abertura do Teatro Bradesco e do Theatro Net. Como é pra você inaugurar mais um espaço na cidade, ainda mais em um momento de crise? Tudo que significa a mobilização da sociedade, dos empreendedores e do mundo cultural para a manutenção da música e das artes em geral é sempre bem-vindo. É uma área muito importante para a vida da sociedade. A música popular tem sua primazia em relação a outras formas de manifestação artística e conta sempre com recursos. Ser chamado para mais essa inauguração é um sintoma da importância da música popular e dos artistas que vêm trabalhando com ela há muitos anos, que é o meu caso.
De quem partiu a ideia deste show com Ivete? Eu fui convidado pela própria organização do espaço; a proposta veio para que eu me juntasse a ela. Eu disse que sim, esperando a confirmação dela; e, depois, ela confirmou.
Você e Ivete têm uma relação artística muito próxima, apresentando-se juntos em ocasiões especiais. Como é dividir o palco com ela? Temos uma relação muito boa; ela é uma das pessoas mais inteligentes e competentes que eu conheço. É uma cantora com recursos inegáveis e tem uma compreensão vasta da importância da música popular. Tem um apreço grande pelos colegas, especialmente os baianos. Ela é da terra de João Gilberto (Juazeiro), que foi amigo da família dela. Ela vem de uma tradição musical muito forte. É uma querida, como hoje se costuma dizer.
O que vocês estão preparando para o show? Nós nos apresentamos mutuamente uma lista de sugestões, do repertório dela e do meu, com coisas que podemos fazer em conjunto. A intenção é que nossos repertórios se cruzem.
Aos 75 anos, você continua com uma agenda intensa e permanece criativo. Está para lançar um disco com canções inéditas; fez músicas para um projeto de Roberta Sá dedicado a sua obra; vai apresentar um programa no Canal Brasil; prepara uma ópera; e acaba de aceitar um convite para escrever a trilha do próximo espetáculo do Grupo Corpo. De onde vem todo esse vigor? É uma consequência da demanda, das solicitações que vem da família e dos que trabalham comigo, além dos que vêm de fora. Eles veem a possibilidade de que meu trabalho ainda estimule outros a trabalhar. Resulta muito mais da acumulação histórica do que fiz do que propriamente de um desejo pessoal de continuar fazendo coisas. Se eu pudesse ficaria mais em casa descansando (risos). Mas é que o mundo solicita. Enquanto me percebo com disposição, aceito essas tarefas todas.
ONDE: Allianz Parque Hall (11.185 lug.). Av. Francisco Matarazzo, 1.705, Água Branca. QUANDO: 6ª (1º), 21h30 (abertura dos portões, 18h30). QUANTO: R$ 200 (setor disponível). Vendas pelo site: www.eventim.com.br