Um espaço para a discussão de ideias para nosso tempo

T. S. Eliot, 'Quatro Quartetos'


Leia no Estado da Arte a seção IV do quarteto 'East Coker', de T. S. Eliot. Seus verso, de evocação religiosa sob o pano de fundo da II Guerra Mundial, trazem a figura do "cirurgião" (Cristo) e da "compaixão cortante de seu nobre ofício".

Por Estado da Arte
reference

De Os Quatro Quartetos

East Coker

continua após a publicidade

IV

Encurva a lâmina o cirurgião ferido

E com ela interroga a parte lesionada;

continua após a publicidade

Sob as ensangüentadas mãos, sentimos

A compaixão cortante de seu nobre ofício

Esclarecendo o enigma da equação febril.

continua após a publicidade

 

Nossa única saúde é a doença

Se obedecermos à enfermeira agonizante

continua após a publicidade

Cujo incansável zelo não visa agradar-nos,

Mas recordar-nos que, como o de Adão,

Nosso mal, para curar, precisa antes piorar.

continua após a publicidade

 

O mundo inteiro só nos vale de hospital,

Último bem do milionário arruinado,

continua após a publicidade

E onde, se tudo andar direito, poderemos

Morrer do absoluto e paternal cuidado

Que a cada instante nos ampara e tiraniza.

 

Faísca perna acima um calafrio.

A febre zumbe nos canais do cérebro.

Para aquecer-me, devo gelar e tremer

Entre os áglidos fogos purgatoriais

Cujas flamas são rosas, e a fumaça sarça.

 

Nossa bebida é apenas sangue gotejante,

Nosso único alimento carne ensangüentada:

Contudo, alegra-nos pensar que somos

Sadios, carne e sangue elementares -- contudo,

Uma outra vez chamamos santa à Sexta-Feira.

 

Tradução: Ivan Junqueira

reference

De Os Quatro Quartetos

East Coker

IV

Encurva a lâmina o cirurgião ferido

E com ela interroga a parte lesionada;

Sob as ensangüentadas mãos, sentimos

A compaixão cortante de seu nobre ofício

Esclarecendo o enigma da equação febril.

 

Nossa única saúde é a doença

Se obedecermos à enfermeira agonizante

Cujo incansável zelo não visa agradar-nos,

Mas recordar-nos que, como o de Adão,

Nosso mal, para curar, precisa antes piorar.

 

O mundo inteiro só nos vale de hospital,

Último bem do milionário arruinado,

E onde, se tudo andar direito, poderemos

Morrer do absoluto e paternal cuidado

Que a cada instante nos ampara e tiraniza.

 

Faísca perna acima um calafrio.

A febre zumbe nos canais do cérebro.

Para aquecer-me, devo gelar e tremer

Entre os áglidos fogos purgatoriais

Cujas flamas são rosas, e a fumaça sarça.

 

Nossa bebida é apenas sangue gotejante,

Nosso único alimento carne ensangüentada:

Contudo, alegra-nos pensar que somos

Sadios, carne e sangue elementares -- contudo,

Uma outra vez chamamos santa à Sexta-Feira.

 

Tradução: Ivan Junqueira

reference

De Os Quatro Quartetos

East Coker

IV

Encurva a lâmina o cirurgião ferido

E com ela interroga a parte lesionada;

Sob as ensangüentadas mãos, sentimos

A compaixão cortante de seu nobre ofício

Esclarecendo o enigma da equação febril.

 

Nossa única saúde é a doença

Se obedecermos à enfermeira agonizante

Cujo incansável zelo não visa agradar-nos,

Mas recordar-nos que, como o de Adão,

Nosso mal, para curar, precisa antes piorar.

 

O mundo inteiro só nos vale de hospital,

Último bem do milionário arruinado,

E onde, se tudo andar direito, poderemos

Morrer do absoluto e paternal cuidado

Que a cada instante nos ampara e tiraniza.

 

Faísca perna acima um calafrio.

A febre zumbe nos canais do cérebro.

Para aquecer-me, devo gelar e tremer

Entre os áglidos fogos purgatoriais

Cujas flamas são rosas, e a fumaça sarça.

 

Nossa bebida é apenas sangue gotejante,

Nosso único alimento carne ensangüentada:

Contudo, alegra-nos pensar que somos

Sadios, carne e sangue elementares -- contudo,

Uma outra vez chamamos santa à Sexta-Feira.

 

Tradução: Ivan Junqueira

reference

De Os Quatro Quartetos

East Coker

IV

Encurva a lâmina o cirurgião ferido

E com ela interroga a parte lesionada;

Sob as ensangüentadas mãos, sentimos

A compaixão cortante de seu nobre ofício

Esclarecendo o enigma da equação febril.

 

Nossa única saúde é a doença

Se obedecermos à enfermeira agonizante

Cujo incansável zelo não visa agradar-nos,

Mas recordar-nos que, como o de Adão,

Nosso mal, para curar, precisa antes piorar.

 

O mundo inteiro só nos vale de hospital,

Último bem do milionário arruinado,

E onde, se tudo andar direito, poderemos

Morrer do absoluto e paternal cuidado

Que a cada instante nos ampara e tiraniza.

 

Faísca perna acima um calafrio.

A febre zumbe nos canais do cérebro.

Para aquecer-me, devo gelar e tremer

Entre os áglidos fogos purgatoriais

Cujas flamas são rosas, e a fumaça sarça.

 

Nossa bebida é apenas sangue gotejante,

Nosso único alimento carne ensangüentada:

Contudo, alegra-nos pensar que somos

Sadios, carne e sangue elementares -- contudo,

Uma outra vez chamamos santa à Sexta-Feira.

 

Tradução: Ivan Junqueira

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.