Ex-ministros da Cultura de FHC, Lula, Dilma e Temer condenam fala de Alvim


Antigos ocupantes do cargo criticam declaração e citam desrespeito com a luta brasileira na Segunda Guerra Mundial

Por Ciro Campos

A polêmica sobre o vídeo do ex-secretário da Cultura, Roberto Alvim, incomodou não só o presidente Jair Bolsonaro, como também a antigos ministros da Cultura. Nomes ouvidos pelo Estado afirmam que a referência ao ideólogo nazista Joseph Goebbels foi um grande erro e representa um impacto negativo para políticas públicas da área cultural no Brasil.

A reportagem conversou com seis ex-ministros, que trabalharam nas gestões de quatro presidentes anteriores (Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff e Michel Temer). Os antigos responsáveis pela pasta condenaram a menção ao nazismo e se manifestaram favoráveis à exoneração de Alvim, confirmada por Bolsonaro nesta sexta-feira.

Roberto Alvim diz repudiar o nazismo, mas admite proximidade com a 'filiação' que o propagandista Joseph Goebbels tinha com a arte Foto: Gabriela Biló/Estadão
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Ministro da Cultura do governo FHC (1995 a 2002), Francisco Weffort foi quem ocupou o cargo por mais tempo desde o início do processo de redemocratização do Brasil, na década de 1980. Na opinião dele, o vídeo de Alvim foi um grande equívoco. "Foi um desastre completo. A demissão era o mínimo que se esperava de um presidente. Não foi apenas só algo infeliz, é péssimo para a cultura brasileira", disse ao Estado.

Para Weffort, a menção ao nazismo é um desrespeito com o Exército, já que tropas brasileiras combateram a Alemanha na Segunda Guerra Mundial (1939 a 1945), assim como fere a outros setores da sociedade. "Citar Goebbels na escala como ele citou não é para a intelectualidade engolir, nem para a Igreja, muito menos para a Federação Israelita", comentou.

Responsável pela pasta entre 2016 e 2017 no governo Temer, Roberto Freire também classificou a fala de Alvim como uma ofensa ao Exército. "As declarações foram ultrajantes. São um acinte à nossa história, aos dons criativos dos brasileiros, uma atitude que nos constrange e envergonha o país no contexto internacional das nações", criticou.

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Já outro representante do governo Temer foi mais contundente nas críticas. Ministro de maio a novembro de 2016, Marcelo Calero criticou no Twitter a referência ao nazismo. "Qual será o próximo passo desses insanos? Queimar livros? Restabelecer a censura? Que nós saibamos utilizar esses episódios para parar de vez com essa polarização patética", escreveu o atual deputado federal, que cobrou ainda mudanças na postura do atual governo.

Por outro lado, o último ministro da gestão Temer, Sérgio Sá Leitão, defende ser importante observar as ações de Alvim, e não tanto a declaração. "Prefiro acreditar que a inspiração (ao discurso de Goebbels) não seja essa. Mais importante do que o discurso é a prática. A política cultural deve ser democrática, republicana, constitucional, inclusiva e plural", explicou.

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Apesar de 'origem espúria', Secretário da Cultura disse ter 'convencido' o presidente Jair Bolsonaro de que a citação a Joseph Goebbels foi uma 'coincidência retórica'

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'Um mau exemplo de plágio'

Antigos ministros ressaltaram que ao citar o discurso de Goebbels, Alvim deixou como um dos maus exemplos o plágio. "Foi uma declaração assustadora, porque ele chegou ao ponto de copiar. Isso é terrível e passa uma quadro assustador para a área de cultura", disse Ana de Hollanda, ministra de Dilma entre 2011 e 2012.

Juca Ferreira trabalhou como ministro nas gestões Dilma e Lula e classificou o vídeo de Alvim como uma incitação ao ódio. "Quando se vincula ao segundo maior ícone do nazismo e que só perde para o Hitler, temos uma representação da maldade, da repressão e da violência. Foi uma vinculação explícita", comentou. / COLABOROU UBIRATAN BRASIL

A polêmica sobre o vídeo do ex-secretário da Cultura, Roberto Alvim, incomodou não só o presidente Jair Bolsonaro, como também a antigos ministros da Cultura. Nomes ouvidos pelo Estado afirmam que a referência ao ideólogo nazista Joseph Goebbels foi um grande erro e representa um impacto negativo para políticas públicas da área cultural no Brasil.

A reportagem conversou com seis ex-ministros, que trabalharam nas gestões de quatro presidentes anteriores (Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff e Michel Temer). Os antigos responsáveis pela pasta condenaram a menção ao nazismo e se manifestaram favoráveis à exoneração de Alvim, confirmada por Bolsonaro nesta sexta-feira.

Roberto Alvim diz repudiar o nazismo, mas admite proximidade com a 'filiação' que o propagandista Joseph Goebbels tinha com a arte Foto: Gabriela Biló/Estadão

Ministro da Cultura do governo FHC (1995 a 2002), Francisco Weffort foi quem ocupou o cargo por mais tempo desde o início do processo de redemocratização do Brasil, na década de 1980. Na opinião dele, o vídeo de Alvim foi um grande equívoco. "Foi um desastre completo. A demissão era o mínimo que se esperava de um presidente. Não foi apenas só algo infeliz, é péssimo para a cultura brasileira", disse ao Estado.

Para Weffort, a menção ao nazismo é um desrespeito com o Exército, já que tropas brasileiras combateram a Alemanha na Segunda Guerra Mundial (1939 a 1945), assim como fere a outros setores da sociedade. "Citar Goebbels na escala como ele citou não é para a intelectualidade engolir, nem para a Igreja, muito menos para a Federação Israelita", comentou.

Responsável pela pasta entre 2016 e 2017 no governo Temer, Roberto Freire também classificou a fala de Alvim como uma ofensa ao Exército. "As declarações foram ultrajantes. São um acinte à nossa história, aos dons criativos dos brasileiros, uma atitude que nos constrange e envergonha o país no contexto internacional das nações", criticou.

Já outro representante do governo Temer foi mais contundente nas críticas. Ministro de maio a novembro de 2016, Marcelo Calero criticou no Twitter a referência ao nazismo. "Qual será o próximo passo desses insanos? Queimar livros? Restabelecer a censura? Que nós saibamos utilizar esses episódios para parar de vez com essa polarização patética", escreveu o atual deputado federal, que cobrou ainda mudanças na postura do atual governo.

Por outro lado, o último ministro da gestão Temer, Sérgio Sá Leitão, defende ser importante observar as ações de Alvim, e não tanto a declaração. "Prefiro acreditar que a inspiração (ao discurso de Goebbels) não seja essa. Mais importante do que o discurso é a prática. A política cultural deve ser democrática, republicana, constitucional, inclusiva e plural", explicou.

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Apesar de 'origem espúria', Secretário da Cultura disse ter 'convencido' o presidente Jair Bolsonaro de que a citação a Joseph Goebbels foi uma 'coincidência retórica'

'Um mau exemplo de plágio'

Antigos ministros ressaltaram que ao citar o discurso de Goebbels, Alvim deixou como um dos maus exemplos o plágio. "Foi uma declaração assustadora, porque ele chegou ao ponto de copiar. Isso é terrível e passa uma quadro assustador para a área de cultura", disse Ana de Hollanda, ministra de Dilma entre 2011 e 2012.

Juca Ferreira trabalhou como ministro nas gestões Dilma e Lula e classificou o vídeo de Alvim como uma incitação ao ódio. "Quando se vincula ao segundo maior ícone do nazismo e que só perde para o Hitler, temos uma representação da maldade, da repressão e da violência. Foi uma vinculação explícita", comentou. / COLABOROU UBIRATAN BRASIL

A polêmica sobre o vídeo do ex-secretário da Cultura, Roberto Alvim, incomodou não só o presidente Jair Bolsonaro, como também a antigos ministros da Cultura. Nomes ouvidos pelo Estado afirmam que a referência ao ideólogo nazista Joseph Goebbels foi um grande erro e representa um impacto negativo para políticas públicas da área cultural no Brasil.

A reportagem conversou com seis ex-ministros, que trabalharam nas gestões de quatro presidentes anteriores (Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff e Michel Temer). Os antigos responsáveis pela pasta condenaram a menção ao nazismo e se manifestaram favoráveis à exoneração de Alvim, confirmada por Bolsonaro nesta sexta-feira.

Roberto Alvim diz repudiar o nazismo, mas admite proximidade com a 'filiação' que o propagandista Joseph Goebbels tinha com a arte Foto: Gabriela Biló/Estadão

Ministro da Cultura do governo FHC (1995 a 2002), Francisco Weffort foi quem ocupou o cargo por mais tempo desde o início do processo de redemocratização do Brasil, na década de 1980. Na opinião dele, o vídeo de Alvim foi um grande equívoco. "Foi um desastre completo. A demissão era o mínimo que se esperava de um presidente. Não foi apenas só algo infeliz, é péssimo para a cultura brasileira", disse ao Estado.

Para Weffort, a menção ao nazismo é um desrespeito com o Exército, já que tropas brasileiras combateram a Alemanha na Segunda Guerra Mundial (1939 a 1945), assim como fere a outros setores da sociedade. "Citar Goebbels na escala como ele citou não é para a intelectualidade engolir, nem para a Igreja, muito menos para a Federação Israelita", comentou.

Responsável pela pasta entre 2016 e 2017 no governo Temer, Roberto Freire também classificou a fala de Alvim como uma ofensa ao Exército. "As declarações foram ultrajantes. São um acinte à nossa história, aos dons criativos dos brasileiros, uma atitude que nos constrange e envergonha o país no contexto internacional das nações", criticou.

Já outro representante do governo Temer foi mais contundente nas críticas. Ministro de maio a novembro de 2016, Marcelo Calero criticou no Twitter a referência ao nazismo. "Qual será o próximo passo desses insanos? Queimar livros? Restabelecer a censura? Que nós saibamos utilizar esses episódios para parar de vez com essa polarização patética", escreveu o atual deputado federal, que cobrou ainda mudanças na postura do atual governo.

Por outro lado, o último ministro da gestão Temer, Sérgio Sá Leitão, defende ser importante observar as ações de Alvim, e não tanto a declaração. "Prefiro acreditar que a inspiração (ao discurso de Goebbels) não seja essa. Mais importante do que o discurso é a prática. A política cultural deve ser democrática, republicana, constitucional, inclusiva e plural", explicou.

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Apesar de 'origem espúria', Secretário da Cultura disse ter 'convencido' o presidente Jair Bolsonaro de que a citação a Joseph Goebbels foi uma 'coincidência retórica'

'Um mau exemplo de plágio'

Antigos ministros ressaltaram que ao citar o discurso de Goebbels, Alvim deixou como um dos maus exemplos o plágio. "Foi uma declaração assustadora, porque ele chegou ao ponto de copiar. Isso é terrível e passa uma quadro assustador para a área de cultura", disse Ana de Hollanda, ministra de Dilma entre 2011 e 2012.

Juca Ferreira trabalhou como ministro nas gestões Dilma e Lula e classificou o vídeo de Alvim como uma incitação ao ódio. "Quando se vincula ao segundo maior ícone do nazismo e que só perde para o Hitler, temos uma representação da maldade, da repressão e da violência. Foi uma vinculação explícita", comentou. / COLABOROU UBIRATAN BRASIL

A polêmica sobre o vídeo do ex-secretário da Cultura, Roberto Alvim, incomodou não só o presidente Jair Bolsonaro, como também a antigos ministros da Cultura. Nomes ouvidos pelo Estado afirmam que a referência ao ideólogo nazista Joseph Goebbels foi um grande erro e representa um impacto negativo para políticas públicas da área cultural no Brasil.

A reportagem conversou com seis ex-ministros, que trabalharam nas gestões de quatro presidentes anteriores (Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff e Michel Temer). Os antigos responsáveis pela pasta condenaram a menção ao nazismo e se manifestaram favoráveis à exoneração de Alvim, confirmada por Bolsonaro nesta sexta-feira.

Roberto Alvim diz repudiar o nazismo, mas admite proximidade com a 'filiação' que o propagandista Joseph Goebbels tinha com a arte Foto: Gabriela Biló/Estadão

Ministro da Cultura do governo FHC (1995 a 2002), Francisco Weffort foi quem ocupou o cargo por mais tempo desde o início do processo de redemocratização do Brasil, na década de 1980. Na opinião dele, o vídeo de Alvim foi um grande equívoco. "Foi um desastre completo. A demissão era o mínimo que se esperava de um presidente. Não foi apenas só algo infeliz, é péssimo para a cultura brasileira", disse ao Estado.

Para Weffort, a menção ao nazismo é um desrespeito com o Exército, já que tropas brasileiras combateram a Alemanha na Segunda Guerra Mundial (1939 a 1945), assim como fere a outros setores da sociedade. "Citar Goebbels na escala como ele citou não é para a intelectualidade engolir, nem para a Igreja, muito menos para a Federação Israelita", comentou.

Responsável pela pasta entre 2016 e 2017 no governo Temer, Roberto Freire também classificou a fala de Alvim como uma ofensa ao Exército. "As declarações foram ultrajantes. São um acinte à nossa história, aos dons criativos dos brasileiros, uma atitude que nos constrange e envergonha o país no contexto internacional das nações", criticou.

Já outro representante do governo Temer foi mais contundente nas críticas. Ministro de maio a novembro de 2016, Marcelo Calero criticou no Twitter a referência ao nazismo. "Qual será o próximo passo desses insanos? Queimar livros? Restabelecer a censura? Que nós saibamos utilizar esses episódios para parar de vez com essa polarização patética", escreveu o atual deputado federal, que cobrou ainda mudanças na postura do atual governo.

Por outro lado, o último ministro da gestão Temer, Sérgio Sá Leitão, defende ser importante observar as ações de Alvim, e não tanto a declaração. "Prefiro acreditar que a inspiração (ao discurso de Goebbels) não seja essa. Mais importante do que o discurso é a prática. A política cultural deve ser democrática, republicana, constitucional, inclusiva e plural", explicou.

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Apesar de 'origem espúria', Secretário da Cultura disse ter 'convencido' o presidente Jair Bolsonaro de que a citação a Joseph Goebbels foi uma 'coincidência retórica'

'Um mau exemplo de plágio'

Antigos ministros ressaltaram que ao citar o discurso de Goebbels, Alvim deixou como um dos maus exemplos o plágio. "Foi uma declaração assustadora, porque ele chegou ao ponto de copiar. Isso é terrível e passa uma quadro assustador para a área de cultura", disse Ana de Hollanda, ministra de Dilma entre 2011 e 2012.

Juca Ferreira trabalhou como ministro nas gestões Dilma e Lula e classificou o vídeo de Alvim como uma incitação ao ódio. "Quando se vincula ao segundo maior ícone do nazismo e que só perde para o Hitler, temos uma representação da maldade, da repressão e da violência. Foi uma vinculação explícita", comentou. / COLABOROU UBIRATAN BRASIL

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