George Saunders analisa contos da literatura russa em novo livro


Vencedor do Booker Prize, autor americano faz abordagem afável do estudo dos grandes escritores russos

Por Lisa Zeidner

Ruth Bader Ginsburg disse que a principal influência em seu desenvolvimento intelectual foi o fato de ter feito o curso de literatura europeia com Vladimir Nabokov na Cornell University. Nabokov era famoso pelo rigor dos seus exames finais, que incluíam questões como “Descreva o papel de parede do quarto de Anna Karenina”, e por aplicar rigorosamente esta norma nas provas: “Ninguém terá permissão de ir ao banheiro a não ser que a pessoa apresente uma justificativa médica.”

O escritor americano George Saunders Foto: Man Booker Prize

George Saunders faz uma abordagem muito mais afável ao estudo dos grandes escritores russos. Em A Swim in a Pond in the Rain: In Which four Russians Give a Master Class on Writing, Reading and Life, Ele apresenta o seu método de análise literária, aprimorado ao longo de mais de 26 anos de ensino dos contos de ficção russos em um seminário da Universidade de Syracuse. O livro inclui sete contos de Leon Tolstoi, Anton Chekhov, Ivan Turgenev, e Nikolai Gogol, em seguida faz uma discussão detalhada das obras. E como é detalhada! Saunders usa um método de leitura atenta que visa escritores sérios que querem apurar a sua capacidade, ou para leitores leigos interessados em aprender como é feita a salsicha literária. A voz será instantaneamente reconhecida como saundersiana por aqueles que estão familiarizados com a sua ficção: jocosa e frequentemente cômica, engraçada, preocupada em apresentar surpresas alegres a cada escolha das palavras. Na realidade, Saunders afirma que a surpresa deveria ser a maior exigência da grande ficção: ela deve chocar e mudar as nossas expectativas.

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Os contos que Saunders escolheu não são os mais conhecidos, amplamente encontrados nas antologias - não A dama com o cachorrinho de Chekhov ou O capote de Gogol. Mas são os que ele conhece e mais ama. Eles demonstram a empatia essencial do escritor de ficção, porque independentemente de o personagem ser humilde ou nada atraente, “Cada ser humano merece atenção”. E elas ilustram a sua convicção de que a forma do conto “não é um documentário ou um relato rigoroso da passagem do tempoou uma tentativa bem intencionada de mostrar a vida com realmente é vivida; ela é retratada de maneira radical, até um desenho animado em quadrinhos (que resiste ao tedioso mundo real) como uma pequena máquina que nos emociona com a sua determinação extrema”.

Em The Darling, de Chekhov uma mulher adota os interesses e as opiniões do marido de maneira tão total que se torna ridícula - e, mais ridícula ainda, faz o mesmo com o segundo marido, após a morte do primeiro. E então com um terceiro! Saunders chama a isto uma “história padrão” em que “é escolhido um padrão e nós esperamos que ele seja recorrente. Quando ele se torna recorrente, ligeiramente alterado, isto nos agrada e inferimos o significado da alteração”. Ele nos exorta a pensar em um enredo de uma maneira que enfatize não de que maneira a viagem acaba, mas de que maneira fazemos a viagem.

“Em primeiro lugar, o escritor cria uma expectativa: ‘Era uma vez, um cachorro de duas cabeças’. Na mente do leitor surge uma série de interrogativos (‘As cabeças se dão bem?’, ‘O que acontece na hora da comida?’, ‘Existem outros animais no mundo com duas cabeças?’) e as primeiras intimações do que a história possa dizer (‘O ser dividido?’, ‘Partidarismo?)... Em segundo lugar, o escritor responde a... àquele conjunto de expectativas. Mas não muito rigorosamente (usando essas expectativas de uma maneira que parece demasiado linear ou telefônica) e não demasiado vaga (levando a história para uma direção aleatória que não tem relação com as expectativas que ele criou”.

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Saunders é particularmente convincente em sua celebração dos finais ambíguos de uma história. Quando um servo explorado em Alyosha the Pot, de Tolstoy, parece espantado em seu leito de morte, será que finalmente reconheceu quão mal foi tratado a vida toda ou, ao contrário, aprendeu que Deus aplaude a sua submissão altruísta? Tolstoy não diz. A sua decisão de não explorar os pensamentos íntimos do personagem naquele momento crucial, apesar de permitir o acesso a estes pensamentos em outros lugares, é reveladora, e Saunders discute como as históriaspodem acontecer de maneiras muito diferentes do que os seus autores pretendem. “Como uma questão técnica”, afirma Saunders, “a ficção não suporta muito bem a polêmica. Como o escritor inventa todos os elementos, uma história não está realmente em condições de ‘provar’ o que quer que seja. (Se eu faço uma casa de boneca de sorvete e a coloco no sol, isto não prova o conceito ‘As casas derretem’).”

Você poderia considerar o parêntese acima um exemplo do Saunders hipotético, e o livro transborda de exemplos suculentos. Quanto às suas primeiras tentativas mal orientadas de escrever contos de ficção, Saunders revela: “Foi como se eumandasse o cachorro de caça que é o meu talento atravessar um gramado para apanhar um magnífico faisão e ele trouxesse, digamos, a metade inferior de uma Barbie”. E afirma, sentir que você, escritor, tem um projeto, é uma questão de ter o foco e a fortaleza de reescrever interminavelmente;e admitir que o processo funciona de uma maneira meio cega e intuitiva, e não de uma maneira lógica. Portanto, embora o livro inclua diversos gráficos e listas de aparência científica (“Aqui está outro desafio a codificação de cores; em qualquer página da história, marque fatos em uma cor, as opiniões autorais em outra”), ele admite livremente que este tipo de análise técnica cuidadosa só o levará até aí.

Saunders cita ensaios de Nabokov sobre os russos e apresenta migalhas tentadoras a respeito das vidas dos escritores. (Por que Tolstoi, que propôs a caridade humana e a castidade, tratou tão mal a esposa e a engravidou tão frequentemente? Isto não surpreende absolutamente, afirma Saunders, porque um escritor apresenta o melhor de si na página. Mas A Swim in the Pond in the Rain não é uma biografia - ou uma obra acadêmica.

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Emboratodas as histórias sejam anteriores à Revolução Russa e se refiram a questões muito específicas, datadas, da cultura e da história russa, Saunders admite que não pode tratar de questões a respeito do contexto social dos contos. “Estas questões estão acima do meu nível salarial. (O simples fato de colocá-las me tornou um pouco ansioso.)”

O que ele pode fazer é compartilhar sua maneira idiossincrática, destemida, de abordar a ficção. Aqui, ela é enfaticamente, deliciosamente suficiente. / Tradução de Anna Capovilla

Ruth Bader Ginsburg disse que a principal influência em seu desenvolvimento intelectual foi o fato de ter feito o curso de literatura europeia com Vladimir Nabokov na Cornell University. Nabokov era famoso pelo rigor dos seus exames finais, que incluíam questões como “Descreva o papel de parede do quarto de Anna Karenina”, e por aplicar rigorosamente esta norma nas provas: “Ninguém terá permissão de ir ao banheiro a não ser que a pessoa apresente uma justificativa médica.”

O escritor americano George Saunders Foto: Man Booker Prize

George Saunders faz uma abordagem muito mais afável ao estudo dos grandes escritores russos. Em A Swim in a Pond in the Rain: In Which four Russians Give a Master Class on Writing, Reading and Life, Ele apresenta o seu método de análise literária, aprimorado ao longo de mais de 26 anos de ensino dos contos de ficção russos em um seminário da Universidade de Syracuse. O livro inclui sete contos de Leon Tolstoi, Anton Chekhov, Ivan Turgenev, e Nikolai Gogol, em seguida faz uma discussão detalhada das obras. E como é detalhada! Saunders usa um método de leitura atenta que visa escritores sérios que querem apurar a sua capacidade, ou para leitores leigos interessados em aprender como é feita a salsicha literária. A voz será instantaneamente reconhecida como saundersiana por aqueles que estão familiarizados com a sua ficção: jocosa e frequentemente cômica, engraçada, preocupada em apresentar surpresas alegres a cada escolha das palavras. Na realidade, Saunders afirma que a surpresa deveria ser a maior exigência da grande ficção: ela deve chocar e mudar as nossas expectativas.

Os contos que Saunders escolheu não são os mais conhecidos, amplamente encontrados nas antologias - não A dama com o cachorrinho de Chekhov ou O capote de Gogol. Mas são os que ele conhece e mais ama. Eles demonstram a empatia essencial do escritor de ficção, porque independentemente de o personagem ser humilde ou nada atraente, “Cada ser humano merece atenção”. E elas ilustram a sua convicção de que a forma do conto “não é um documentário ou um relato rigoroso da passagem do tempoou uma tentativa bem intencionada de mostrar a vida com realmente é vivida; ela é retratada de maneira radical, até um desenho animado em quadrinhos (que resiste ao tedioso mundo real) como uma pequena máquina que nos emociona com a sua determinação extrema”.

Em The Darling, de Chekhov uma mulher adota os interesses e as opiniões do marido de maneira tão total que se torna ridícula - e, mais ridícula ainda, faz o mesmo com o segundo marido, após a morte do primeiro. E então com um terceiro! Saunders chama a isto uma “história padrão” em que “é escolhido um padrão e nós esperamos que ele seja recorrente. Quando ele se torna recorrente, ligeiramente alterado, isto nos agrada e inferimos o significado da alteração”. Ele nos exorta a pensar em um enredo de uma maneira que enfatize não de que maneira a viagem acaba, mas de que maneira fazemos a viagem.

“Em primeiro lugar, o escritor cria uma expectativa: ‘Era uma vez, um cachorro de duas cabeças’. Na mente do leitor surge uma série de interrogativos (‘As cabeças se dão bem?’, ‘O que acontece na hora da comida?’, ‘Existem outros animais no mundo com duas cabeças?’) e as primeiras intimações do que a história possa dizer (‘O ser dividido?’, ‘Partidarismo?)... Em segundo lugar, o escritor responde a... àquele conjunto de expectativas. Mas não muito rigorosamente (usando essas expectativas de uma maneira que parece demasiado linear ou telefônica) e não demasiado vaga (levando a história para uma direção aleatória que não tem relação com as expectativas que ele criou”.

Saunders é particularmente convincente em sua celebração dos finais ambíguos de uma história. Quando um servo explorado em Alyosha the Pot, de Tolstoy, parece espantado em seu leito de morte, será que finalmente reconheceu quão mal foi tratado a vida toda ou, ao contrário, aprendeu que Deus aplaude a sua submissão altruísta? Tolstoy não diz. A sua decisão de não explorar os pensamentos íntimos do personagem naquele momento crucial, apesar de permitir o acesso a estes pensamentos em outros lugares, é reveladora, e Saunders discute como as históriaspodem acontecer de maneiras muito diferentes do que os seus autores pretendem. “Como uma questão técnica”, afirma Saunders, “a ficção não suporta muito bem a polêmica. Como o escritor inventa todos os elementos, uma história não está realmente em condições de ‘provar’ o que quer que seja. (Se eu faço uma casa de boneca de sorvete e a coloco no sol, isto não prova o conceito ‘As casas derretem’).”

Você poderia considerar o parêntese acima um exemplo do Saunders hipotético, e o livro transborda de exemplos suculentos. Quanto às suas primeiras tentativas mal orientadas de escrever contos de ficção, Saunders revela: “Foi como se eumandasse o cachorro de caça que é o meu talento atravessar um gramado para apanhar um magnífico faisão e ele trouxesse, digamos, a metade inferior de uma Barbie”. E afirma, sentir que você, escritor, tem um projeto, é uma questão de ter o foco e a fortaleza de reescrever interminavelmente;e admitir que o processo funciona de uma maneira meio cega e intuitiva, e não de uma maneira lógica. Portanto, embora o livro inclua diversos gráficos e listas de aparência científica (“Aqui está outro desafio a codificação de cores; em qualquer página da história, marque fatos em uma cor, as opiniões autorais em outra”), ele admite livremente que este tipo de análise técnica cuidadosa só o levará até aí.

Saunders cita ensaios de Nabokov sobre os russos e apresenta migalhas tentadoras a respeito das vidas dos escritores. (Por que Tolstoi, que propôs a caridade humana e a castidade, tratou tão mal a esposa e a engravidou tão frequentemente? Isto não surpreende absolutamente, afirma Saunders, porque um escritor apresenta o melhor de si na página. Mas A Swim in the Pond in the Rain não é uma biografia - ou uma obra acadêmica.

Emboratodas as histórias sejam anteriores à Revolução Russa e se refiram a questões muito específicas, datadas, da cultura e da história russa, Saunders admite que não pode tratar de questões a respeito do contexto social dos contos. “Estas questões estão acima do meu nível salarial. (O simples fato de colocá-las me tornou um pouco ansioso.)”

O que ele pode fazer é compartilhar sua maneira idiossincrática, destemida, de abordar a ficção. Aqui, ela é enfaticamente, deliciosamente suficiente. / Tradução de Anna Capovilla

Ruth Bader Ginsburg disse que a principal influência em seu desenvolvimento intelectual foi o fato de ter feito o curso de literatura europeia com Vladimir Nabokov na Cornell University. Nabokov era famoso pelo rigor dos seus exames finais, que incluíam questões como “Descreva o papel de parede do quarto de Anna Karenina”, e por aplicar rigorosamente esta norma nas provas: “Ninguém terá permissão de ir ao banheiro a não ser que a pessoa apresente uma justificativa médica.”

O escritor americano George Saunders Foto: Man Booker Prize

George Saunders faz uma abordagem muito mais afável ao estudo dos grandes escritores russos. Em A Swim in a Pond in the Rain: In Which four Russians Give a Master Class on Writing, Reading and Life, Ele apresenta o seu método de análise literária, aprimorado ao longo de mais de 26 anos de ensino dos contos de ficção russos em um seminário da Universidade de Syracuse. O livro inclui sete contos de Leon Tolstoi, Anton Chekhov, Ivan Turgenev, e Nikolai Gogol, em seguida faz uma discussão detalhada das obras. E como é detalhada! Saunders usa um método de leitura atenta que visa escritores sérios que querem apurar a sua capacidade, ou para leitores leigos interessados em aprender como é feita a salsicha literária. A voz será instantaneamente reconhecida como saundersiana por aqueles que estão familiarizados com a sua ficção: jocosa e frequentemente cômica, engraçada, preocupada em apresentar surpresas alegres a cada escolha das palavras. Na realidade, Saunders afirma que a surpresa deveria ser a maior exigência da grande ficção: ela deve chocar e mudar as nossas expectativas.

Os contos que Saunders escolheu não são os mais conhecidos, amplamente encontrados nas antologias - não A dama com o cachorrinho de Chekhov ou O capote de Gogol. Mas são os que ele conhece e mais ama. Eles demonstram a empatia essencial do escritor de ficção, porque independentemente de o personagem ser humilde ou nada atraente, “Cada ser humano merece atenção”. E elas ilustram a sua convicção de que a forma do conto “não é um documentário ou um relato rigoroso da passagem do tempoou uma tentativa bem intencionada de mostrar a vida com realmente é vivida; ela é retratada de maneira radical, até um desenho animado em quadrinhos (que resiste ao tedioso mundo real) como uma pequena máquina que nos emociona com a sua determinação extrema”.

Em The Darling, de Chekhov uma mulher adota os interesses e as opiniões do marido de maneira tão total que se torna ridícula - e, mais ridícula ainda, faz o mesmo com o segundo marido, após a morte do primeiro. E então com um terceiro! Saunders chama a isto uma “história padrão” em que “é escolhido um padrão e nós esperamos que ele seja recorrente. Quando ele se torna recorrente, ligeiramente alterado, isto nos agrada e inferimos o significado da alteração”. Ele nos exorta a pensar em um enredo de uma maneira que enfatize não de que maneira a viagem acaba, mas de que maneira fazemos a viagem.

“Em primeiro lugar, o escritor cria uma expectativa: ‘Era uma vez, um cachorro de duas cabeças’. Na mente do leitor surge uma série de interrogativos (‘As cabeças se dão bem?’, ‘O que acontece na hora da comida?’, ‘Existem outros animais no mundo com duas cabeças?’) e as primeiras intimações do que a história possa dizer (‘O ser dividido?’, ‘Partidarismo?)... Em segundo lugar, o escritor responde a... àquele conjunto de expectativas. Mas não muito rigorosamente (usando essas expectativas de uma maneira que parece demasiado linear ou telefônica) e não demasiado vaga (levando a história para uma direção aleatória que não tem relação com as expectativas que ele criou”.

Saunders é particularmente convincente em sua celebração dos finais ambíguos de uma história. Quando um servo explorado em Alyosha the Pot, de Tolstoy, parece espantado em seu leito de morte, será que finalmente reconheceu quão mal foi tratado a vida toda ou, ao contrário, aprendeu que Deus aplaude a sua submissão altruísta? Tolstoy não diz. A sua decisão de não explorar os pensamentos íntimos do personagem naquele momento crucial, apesar de permitir o acesso a estes pensamentos em outros lugares, é reveladora, e Saunders discute como as históriaspodem acontecer de maneiras muito diferentes do que os seus autores pretendem. “Como uma questão técnica”, afirma Saunders, “a ficção não suporta muito bem a polêmica. Como o escritor inventa todos os elementos, uma história não está realmente em condições de ‘provar’ o que quer que seja. (Se eu faço uma casa de boneca de sorvete e a coloco no sol, isto não prova o conceito ‘As casas derretem’).”

Você poderia considerar o parêntese acima um exemplo do Saunders hipotético, e o livro transborda de exemplos suculentos. Quanto às suas primeiras tentativas mal orientadas de escrever contos de ficção, Saunders revela: “Foi como se eumandasse o cachorro de caça que é o meu talento atravessar um gramado para apanhar um magnífico faisão e ele trouxesse, digamos, a metade inferior de uma Barbie”. E afirma, sentir que você, escritor, tem um projeto, é uma questão de ter o foco e a fortaleza de reescrever interminavelmente;e admitir que o processo funciona de uma maneira meio cega e intuitiva, e não de uma maneira lógica. Portanto, embora o livro inclua diversos gráficos e listas de aparência científica (“Aqui está outro desafio a codificação de cores; em qualquer página da história, marque fatos em uma cor, as opiniões autorais em outra”), ele admite livremente que este tipo de análise técnica cuidadosa só o levará até aí.

Saunders cita ensaios de Nabokov sobre os russos e apresenta migalhas tentadoras a respeito das vidas dos escritores. (Por que Tolstoi, que propôs a caridade humana e a castidade, tratou tão mal a esposa e a engravidou tão frequentemente? Isto não surpreende absolutamente, afirma Saunders, porque um escritor apresenta o melhor de si na página. Mas A Swim in the Pond in the Rain não é uma biografia - ou uma obra acadêmica.

Emboratodas as histórias sejam anteriores à Revolução Russa e se refiram a questões muito específicas, datadas, da cultura e da história russa, Saunders admite que não pode tratar de questões a respeito do contexto social dos contos. “Estas questões estão acima do meu nível salarial. (O simples fato de colocá-las me tornou um pouco ansioso.)”

O que ele pode fazer é compartilhar sua maneira idiossincrática, destemida, de abordar a ficção. Aqui, ela é enfaticamente, deliciosamente suficiente. / Tradução de Anna Capovilla

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