Assim como o nome da novela que estrela, Família É Tudo é um dos lemas na vida de Jayme Matarazzo. O ator teve seu segundo filho há cerca de três meses e confia na mulher para segurar as pontas de casa enquanto está no set de gravações.
“Acho que graças a Deus eu encontrei uma grande companheira de vida e que sonha comigo esse sonho da família que eu sempre quis viver. Com um trabalho como o meu, tão incessante, tão difícil e de tanta imersão e doação, a família é o meu lugar de amor pleno”, diz à repórter Marcela Paes. Ele, que é filho do diretor Jayme Monjardim, também tem projeto por trás das câmeras no forno. Lança no ano que vem um programa sobre expedições fotográficas. Leia abaixo a entrevista:
Você acaba de ter seu segundo filho. Como é a paternidade pra você?
A paternidade é um sonho que eu sempre quis viver intensamente, sempre foi um plano aqui em casa. Acho que graças a Deus eu encontrei uma grande companheira de vida e que sonha comigo esse sonho da família que eu sempre quis viver. Com um trabalho como o meu, tão incessante, tão difícil e de tanta imersão e doação, é o meu lugar de amor pleno. Claro, é um desafio gigante, ainda mais porque a chegada do Antonio, nosso primeiro filho, foi atípica por ter sido pandêmica. Ficamos com ele 100% do tempo e hoje a vida mostra que talvez essa realidade não aconteça nunca mais, porque tem o trabalho. A paternidade é algo que eu levo muito a sério.
Sente algum tipo de culpa na hora em que deixa seus filhos e sai para trabalhar?
Eu acho que ‘culpa’ é uma palavra que a gente deve trabalhar muito bem dentro de nós. A culpa traz dores que nem sempre são justas. Sinto saudades, vontade de estar mais no dia a dia deles, mas eu também saio de casa feliz para realizar o meu trabalho. Tem que ter um equilíbrio bem sadio. Não gosto de trabalhar com a culpa, gosto de trabalhar o contrário, que é o agradecimento de ter uma família linda, uma esposa linda e forte e uma profissão que vai me acompanhar, junto com os meus filhos, pela vida. Tudo é uma questão da gente saber aproveitar bem os nossos momentos juntos e se organizar. A vida em família traz essa exigência.
Você contracena com a Rafa Kalimann, que é uma atriz estreante, veio do Big Brother. Acha que atores estreantes que vem de outros nichos têm mais barreiras a quebrar?
A Rafa é uma pessoa séria e é um prazer estar com ela nesse desafio da novela. Nós temos um grupo muito unido. A Rafa é uma menina extremamente delicada, sensível, estudiosa e dedicada. Acho que ela vem com tudo e vai dar um show.
Você também estreou na televisão quase sem experiência e tinha uma ‘barreira’ a quebrar por ser filho do Jayme Monjardim?
Cada um de nós tem a sua jornada e quis o destino que nos fossem dadas oportunidades. Eu também cheguei sem escola nenhuma. Fiz Maísa vindo de uma faculdade de cinema e o meu sonho sempre foi estar atrás das câmeras. Aí, de repente, me vi, comprando esse desafio. Usei como instrumento a minha sensibilidade. Por isso, sempre vou querer que todas as histórias sejam vencedoras, que todas as pessoas brilhem, independente do caminho e escolhas que elas tiveram antes. O bom conselho que eu aprendi a dar para quem está nos seus primeiros trabalhos realmente é não esquecer de também se divertir com a profissão. Se divertir diante de tamanha pressão e exposição. É muito fácil no cansaço e na pressão, a gente deixar o lado gostoso da oportunidade e da atuação de lado.
Você fez cinema e tinha essa paixão pelo fazer por trás das câmeras. Tem vontade de se dedicar mais ao backstage no audiovisual?
Eu acho que me faltou tempo pra conseguir realmente fazer e colocar em prática esses planos por ter emendado uma novela atrás da outra. Antes de ser chamado para essa novela, eu estava colocando em prática meu lado de direção, da produção e do roteiro em um programa sobre expedições fotográficas. Eu tenho paixão por viagens e fotografia e estava desenvolvendo essa série com oito episódios para a Globosat. Tem episódio em Lençóis Maranhenses, na Bolívia, no Atacama. Vou retomar assim que a novela terminar e lanço no ano que vem.
Você troca figurinhas com o seu pai sobre trabalho?
A nossa relação sempre foi muito natural, de trocar e dividir todos os nossos sonhos, os nossos planos, o nosso dia a dia. É como pai e filho normal, por acaso numa profissão semelhante e complementar. Eu acho que foi bonito ver o quão natural foram os nossos encontros na profissão e o quão natural é a nossa troca. Vivemos vidas muito agitadas, então, quando estamos juntos, nos interessa só falar do coração, da família e de saudade.