Cultura, comportamento, noite e gente em São Paulo

‘A Globo mexe os pauzinhos dela porque A Fazenda incomoda’, diz Adriane Galisteu


Em sua terceira temporada no programa, a apresentadora acha que o comportamento dos participantes no reality é um reflexo da sociedade

Por Marcela Paes

Em sua terceira temporada na apresentação do reality show A Fazenda, Adriane Galisteu já se acostumou com as paixões que o programa costuma despertar nos fãs. As brigas de torcidas, principalmente nas redes sociais, são vista por ela com naturalidade, assim como o comportamento dos participantes dentro do programa.

Para ela, a atração é um reflexo da sociedade. “O peso está na conta, uma briga mais pesada está na conta e as discussões, também. É vida real”, diz à repórter Marcela Paes. ‘Bicho do ao vivo’, como ela se define, a apresentadora vibra e se envolve com os números de audiência do programa e acha que a disputa entre as emissoras faz parte do fazer televisão. Leia abaixo a entrevista.

A apresentadora Adriane Galisteu Foto: Danilo Borges
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Os reality shows costumam despertar muitas paixões nas pessoas e tudo isso às vezes ganha contornos que, principalmente nas redes sociais, podem ficar pesados, com xingamentos e brigas. Como você enxerga isso?

Olho para o reality como um programa que mexe com as paixões, que reflete a nossa sociedade e é o espelho do que a gente vive. Ali a gente tem pessoas muito diferentes, pessoas com cultura diferente, com educação diferente, mas com algumas delas você acaba se identificando. Estou super preparada para essa relação um pouco atípica porque a rede social vive dentro do reality, é uma coisa impressionante.

Em alguma ocasião você achou que alguma dessas brigas ficou mais pesada, passou um pouco dos limites?

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Sempre. O reality passa dos limites. Nós, como sociedade, não somos lineares. O que a gente mostra nas redes sociais não é exatamente o que a gente vive dentro da nossa casa, as angústias, os medos, os conflitos familiares. E essas questões aparecem ali. O peso está na conta, uma briga mais pesada está na conta e as discussões, também. É vida real.

Você, pessoalmente, se preocupa com a audiência do programa?

Super. Sou bicho do ao vivo, sou uma mulher que acha que a audiência faz parte do giro dessa roda que é a televisão. A Globo mexe os pauzinhos dela porque A Fazenda incomoda a Globo desde sempre. Eles estão colando dois capítulos de novela na sequência sem breake, metem no ar quase uma hora de programação sem breake. A Globo se mexe lá, a gente se mexe daqui também, e fica uma guerra dos gigantes. Não tem nada a ver comigo, tem a ver com as emissoras, mas é claro que eu acompanho. E a gente é segundo lugar absoluto e isolado.

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Participa de alguma forma da escolha do elenco?

Eu adoraria e estou tentando de alguma forma participar nem que seja da primeira peneira. Nunca pude participar, a minha relação é 100% ligada à apresentação do programa, eu nem fico sabendo do elenco antes, fico sabendo junto com o público.

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O Vittorio, seu filho, é um pré-adolescente. Ele costuma acompanhar o programa?

O Vittorio cresceu a vida inteira nesse ambiente de televisão. É mais difícil ele acompanhar em função do horário, porque ele acorda às sete horas da manhã para ir pra escola. Deixo ele assistir na sexta-feira, no sábado. Ele me acompanha no teatro e na televisão desde que nasceu, então não existe essa coisa do momento proibido não, mas eu cuido da rotina dele na escola. Isso é prioridade.

Mas em alguns momentos o conteúdo do programa inclui alusões a sexo. Como você vê isso?

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O Vittorio é um menino que está com as redes sociais na mão, apesar de não ser agarrado a isso. Ele gosta de assistir as séries dele, mas ele é mais do esporte. A agenda dele é lotadíssima. Realmente não me incomoda que ele veja um beijo mais caliente, uma cena mais sexy. Ele está com 13 anos, que é exatamente esse momento de descobertas, de questionamentos. E eu acho importante que ele aprenda muito mais dentro de casa do que na rua. Diferentemente de mim. Sou uma mulher que fui educada quase não conversando com os meus pais. Não aprendi quase nada com o meu pai e com a minha mãe porque tudo era tabu.

O sexo era tabu?

Sim. Não se falava de sexo, não se falava de nada. Eu não escolhia nem a minha roupa. Apesar de eu ter saído muito cedo pra trabalhar e ser arrimo de família, eu não me colocava à frente disso, entendeu? Com o Vittorio, eu e o Alexandre decidimos falar sobre todos os assuntos que ele quiser e que tiver vontade de perguntar. Não sou essa mãe que veta videogame, televisão. Sabe por quê? Isso vai chegar nele. Se bobear, ele é quem vai me ensinar. Essa geração tem a informação na mão. Não adianta eu achar que vou conseguir controlar isso, porque eu só vou me estressar.

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Você completou 50 anos. Como lida com o envelhecimento?

No Brasil as pessoas ainda são reféns dessa coisa da idade, da juventude, da perfeição, da bunda empinada, sabe assim? Eu vejo isso de uma forma um pouco diferente. Sou uma mulher muito desencanada com essa coisa da idade. Sempre pensei que o passar do tempo é uma coisa que não adianta fugir porque ele vai chegar pra todo mundo. Isso não tem escapatória, porque a outra opção é péssima, ou você envelhece ou você morre.

A Netflix está fazendo uma série sobre o Ayrton Senna. Você foi consultada pelos roteiristas?

Não, ainda não. A minha história com o Ayrton eu contei no meu livro em 1993. Deixei muito claro no Caminho das Borboletas a minha experiência, a minha história. Ela está lá pra quem quiser ler. O livro saiu, parei de publicar na 12ª edição, mas ainda se der um Google na internet dá pra achar.

No ano que vem você lança uma série documental. Por que decidiu fazer a série?

Serão duas temporadas no canal E e a série se chama Barras Invisíveis. Nela, eu conto um pouco dessas barras da minha vida que as pessoas não veem. As pessoas acham que a minha vida é muito fácil, e tudo conquistado, e não é assim. Eu sou essa mulher muito graças à minha histórias, às coisas que eu vivi, que passei e que não foram fáceis, mas continuam sendo conquistadas. Não foi uma decisão só minha, o convite partiu do canal. Eu estou comemorando 40 anos de carreira. Comecei com nove anos de idade, eu tenho 50 anos e nunca parei de trabalhar. Quis aproveitar um pouco esse gancho desse momento de comemoração de carreira para deixar um marco também.

Em sua terceira temporada na apresentação do reality show A Fazenda, Adriane Galisteu já se acostumou com as paixões que o programa costuma despertar nos fãs. As brigas de torcidas, principalmente nas redes sociais, são vista por ela com naturalidade, assim como o comportamento dos participantes dentro do programa.

Para ela, a atração é um reflexo da sociedade. “O peso está na conta, uma briga mais pesada está na conta e as discussões, também. É vida real”, diz à repórter Marcela Paes. ‘Bicho do ao vivo’, como ela se define, a apresentadora vibra e se envolve com os números de audiência do programa e acha que a disputa entre as emissoras faz parte do fazer televisão. Leia abaixo a entrevista.

A apresentadora Adriane Galisteu Foto: Danilo Borges

Os reality shows costumam despertar muitas paixões nas pessoas e tudo isso às vezes ganha contornos que, principalmente nas redes sociais, podem ficar pesados, com xingamentos e brigas. Como você enxerga isso?

Olho para o reality como um programa que mexe com as paixões, que reflete a nossa sociedade e é o espelho do que a gente vive. Ali a gente tem pessoas muito diferentes, pessoas com cultura diferente, com educação diferente, mas com algumas delas você acaba se identificando. Estou super preparada para essa relação um pouco atípica porque a rede social vive dentro do reality, é uma coisa impressionante.

Em alguma ocasião você achou que alguma dessas brigas ficou mais pesada, passou um pouco dos limites?

Sempre. O reality passa dos limites. Nós, como sociedade, não somos lineares. O que a gente mostra nas redes sociais não é exatamente o que a gente vive dentro da nossa casa, as angústias, os medos, os conflitos familiares. E essas questões aparecem ali. O peso está na conta, uma briga mais pesada está na conta e as discussões, também. É vida real.

Você, pessoalmente, se preocupa com a audiência do programa?

Super. Sou bicho do ao vivo, sou uma mulher que acha que a audiência faz parte do giro dessa roda que é a televisão. A Globo mexe os pauzinhos dela porque A Fazenda incomoda a Globo desde sempre. Eles estão colando dois capítulos de novela na sequência sem breake, metem no ar quase uma hora de programação sem breake. A Globo se mexe lá, a gente se mexe daqui também, e fica uma guerra dos gigantes. Não tem nada a ver comigo, tem a ver com as emissoras, mas é claro que eu acompanho. E a gente é segundo lugar absoluto e isolado.

Participa de alguma forma da escolha do elenco?

Eu adoraria e estou tentando de alguma forma participar nem que seja da primeira peneira. Nunca pude participar, a minha relação é 100% ligada à apresentação do programa, eu nem fico sabendo do elenco antes, fico sabendo junto com o público.

O Vittorio, seu filho, é um pré-adolescente. Ele costuma acompanhar o programa?

O Vittorio cresceu a vida inteira nesse ambiente de televisão. É mais difícil ele acompanhar em função do horário, porque ele acorda às sete horas da manhã para ir pra escola. Deixo ele assistir na sexta-feira, no sábado. Ele me acompanha no teatro e na televisão desde que nasceu, então não existe essa coisa do momento proibido não, mas eu cuido da rotina dele na escola. Isso é prioridade.

Mas em alguns momentos o conteúdo do programa inclui alusões a sexo. Como você vê isso?

O Vittorio é um menino que está com as redes sociais na mão, apesar de não ser agarrado a isso. Ele gosta de assistir as séries dele, mas ele é mais do esporte. A agenda dele é lotadíssima. Realmente não me incomoda que ele veja um beijo mais caliente, uma cena mais sexy. Ele está com 13 anos, que é exatamente esse momento de descobertas, de questionamentos. E eu acho importante que ele aprenda muito mais dentro de casa do que na rua. Diferentemente de mim. Sou uma mulher que fui educada quase não conversando com os meus pais. Não aprendi quase nada com o meu pai e com a minha mãe porque tudo era tabu.

O sexo era tabu?

Sim. Não se falava de sexo, não se falava de nada. Eu não escolhia nem a minha roupa. Apesar de eu ter saído muito cedo pra trabalhar e ser arrimo de família, eu não me colocava à frente disso, entendeu? Com o Vittorio, eu e o Alexandre decidimos falar sobre todos os assuntos que ele quiser e que tiver vontade de perguntar. Não sou essa mãe que veta videogame, televisão. Sabe por quê? Isso vai chegar nele. Se bobear, ele é quem vai me ensinar. Essa geração tem a informação na mão. Não adianta eu achar que vou conseguir controlar isso, porque eu só vou me estressar.

Você completou 50 anos. Como lida com o envelhecimento?

No Brasil as pessoas ainda são reféns dessa coisa da idade, da juventude, da perfeição, da bunda empinada, sabe assim? Eu vejo isso de uma forma um pouco diferente. Sou uma mulher muito desencanada com essa coisa da idade. Sempre pensei que o passar do tempo é uma coisa que não adianta fugir porque ele vai chegar pra todo mundo. Isso não tem escapatória, porque a outra opção é péssima, ou você envelhece ou você morre.

A Netflix está fazendo uma série sobre o Ayrton Senna. Você foi consultada pelos roteiristas?

Não, ainda não. A minha história com o Ayrton eu contei no meu livro em 1993. Deixei muito claro no Caminho das Borboletas a minha experiência, a minha história. Ela está lá pra quem quiser ler. O livro saiu, parei de publicar na 12ª edição, mas ainda se der um Google na internet dá pra achar.

No ano que vem você lança uma série documental. Por que decidiu fazer a série?

Serão duas temporadas no canal E e a série se chama Barras Invisíveis. Nela, eu conto um pouco dessas barras da minha vida que as pessoas não veem. As pessoas acham que a minha vida é muito fácil, e tudo conquistado, e não é assim. Eu sou essa mulher muito graças à minha histórias, às coisas que eu vivi, que passei e que não foram fáceis, mas continuam sendo conquistadas. Não foi uma decisão só minha, o convite partiu do canal. Eu estou comemorando 40 anos de carreira. Comecei com nove anos de idade, eu tenho 50 anos e nunca parei de trabalhar. Quis aproveitar um pouco esse gancho desse momento de comemoração de carreira para deixar um marco também.

Em sua terceira temporada na apresentação do reality show A Fazenda, Adriane Galisteu já se acostumou com as paixões que o programa costuma despertar nos fãs. As brigas de torcidas, principalmente nas redes sociais, são vista por ela com naturalidade, assim como o comportamento dos participantes dentro do programa.

Para ela, a atração é um reflexo da sociedade. “O peso está na conta, uma briga mais pesada está na conta e as discussões, também. É vida real”, diz à repórter Marcela Paes. ‘Bicho do ao vivo’, como ela se define, a apresentadora vibra e se envolve com os números de audiência do programa e acha que a disputa entre as emissoras faz parte do fazer televisão. Leia abaixo a entrevista.

A apresentadora Adriane Galisteu Foto: Danilo Borges

Os reality shows costumam despertar muitas paixões nas pessoas e tudo isso às vezes ganha contornos que, principalmente nas redes sociais, podem ficar pesados, com xingamentos e brigas. Como você enxerga isso?

Olho para o reality como um programa que mexe com as paixões, que reflete a nossa sociedade e é o espelho do que a gente vive. Ali a gente tem pessoas muito diferentes, pessoas com cultura diferente, com educação diferente, mas com algumas delas você acaba se identificando. Estou super preparada para essa relação um pouco atípica porque a rede social vive dentro do reality, é uma coisa impressionante.

Em alguma ocasião você achou que alguma dessas brigas ficou mais pesada, passou um pouco dos limites?

Sempre. O reality passa dos limites. Nós, como sociedade, não somos lineares. O que a gente mostra nas redes sociais não é exatamente o que a gente vive dentro da nossa casa, as angústias, os medos, os conflitos familiares. E essas questões aparecem ali. O peso está na conta, uma briga mais pesada está na conta e as discussões, também. É vida real.

Você, pessoalmente, se preocupa com a audiência do programa?

Super. Sou bicho do ao vivo, sou uma mulher que acha que a audiência faz parte do giro dessa roda que é a televisão. A Globo mexe os pauzinhos dela porque A Fazenda incomoda a Globo desde sempre. Eles estão colando dois capítulos de novela na sequência sem breake, metem no ar quase uma hora de programação sem breake. A Globo se mexe lá, a gente se mexe daqui também, e fica uma guerra dos gigantes. Não tem nada a ver comigo, tem a ver com as emissoras, mas é claro que eu acompanho. E a gente é segundo lugar absoluto e isolado.

Participa de alguma forma da escolha do elenco?

Eu adoraria e estou tentando de alguma forma participar nem que seja da primeira peneira. Nunca pude participar, a minha relação é 100% ligada à apresentação do programa, eu nem fico sabendo do elenco antes, fico sabendo junto com o público.

O Vittorio, seu filho, é um pré-adolescente. Ele costuma acompanhar o programa?

O Vittorio cresceu a vida inteira nesse ambiente de televisão. É mais difícil ele acompanhar em função do horário, porque ele acorda às sete horas da manhã para ir pra escola. Deixo ele assistir na sexta-feira, no sábado. Ele me acompanha no teatro e na televisão desde que nasceu, então não existe essa coisa do momento proibido não, mas eu cuido da rotina dele na escola. Isso é prioridade.

Mas em alguns momentos o conteúdo do programa inclui alusões a sexo. Como você vê isso?

O Vittorio é um menino que está com as redes sociais na mão, apesar de não ser agarrado a isso. Ele gosta de assistir as séries dele, mas ele é mais do esporte. A agenda dele é lotadíssima. Realmente não me incomoda que ele veja um beijo mais caliente, uma cena mais sexy. Ele está com 13 anos, que é exatamente esse momento de descobertas, de questionamentos. E eu acho importante que ele aprenda muito mais dentro de casa do que na rua. Diferentemente de mim. Sou uma mulher que fui educada quase não conversando com os meus pais. Não aprendi quase nada com o meu pai e com a minha mãe porque tudo era tabu.

O sexo era tabu?

Sim. Não se falava de sexo, não se falava de nada. Eu não escolhia nem a minha roupa. Apesar de eu ter saído muito cedo pra trabalhar e ser arrimo de família, eu não me colocava à frente disso, entendeu? Com o Vittorio, eu e o Alexandre decidimos falar sobre todos os assuntos que ele quiser e que tiver vontade de perguntar. Não sou essa mãe que veta videogame, televisão. Sabe por quê? Isso vai chegar nele. Se bobear, ele é quem vai me ensinar. Essa geração tem a informação na mão. Não adianta eu achar que vou conseguir controlar isso, porque eu só vou me estressar.

Você completou 50 anos. Como lida com o envelhecimento?

No Brasil as pessoas ainda são reféns dessa coisa da idade, da juventude, da perfeição, da bunda empinada, sabe assim? Eu vejo isso de uma forma um pouco diferente. Sou uma mulher muito desencanada com essa coisa da idade. Sempre pensei que o passar do tempo é uma coisa que não adianta fugir porque ele vai chegar pra todo mundo. Isso não tem escapatória, porque a outra opção é péssima, ou você envelhece ou você morre.

A Netflix está fazendo uma série sobre o Ayrton Senna. Você foi consultada pelos roteiristas?

Não, ainda não. A minha história com o Ayrton eu contei no meu livro em 1993. Deixei muito claro no Caminho das Borboletas a minha experiência, a minha história. Ela está lá pra quem quiser ler. O livro saiu, parei de publicar na 12ª edição, mas ainda se der um Google na internet dá pra achar.

No ano que vem você lança uma série documental. Por que decidiu fazer a série?

Serão duas temporadas no canal E e a série se chama Barras Invisíveis. Nela, eu conto um pouco dessas barras da minha vida que as pessoas não veem. As pessoas acham que a minha vida é muito fácil, e tudo conquistado, e não é assim. Eu sou essa mulher muito graças à minha histórias, às coisas que eu vivi, que passei e que não foram fáceis, mas continuam sendo conquistadas. Não foi uma decisão só minha, o convite partiu do canal. Eu estou comemorando 40 anos de carreira. Comecei com nove anos de idade, eu tenho 50 anos e nunca parei de trabalhar. Quis aproveitar um pouco esse gancho desse momento de comemoração de carreira para deixar um marco também.

Em sua terceira temporada na apresentação do reality show A Fazenda, Adriane Galisteu já se acostumou com as paixões que o programa costuma despertar nos fãs. As brigas de torcidas, principalmente nas redes sociais, são vista por ela com naturalidade, assim como o comportamento dos participantes dentro do programa.

Para ela, a atração é um reflexo da sociedade. “O peso está na conta, uma briga mais pesada está na conta e as discussões, também. É vida real”, diz à repórter Marcela Paes. ‘Bicho do ao vivo’, como ela se define, a apresentadora vibra e se envolve com os números de audiência do programa e acha que a disputa entre as emissoras faz parte do fazer televisão. Leia abaixo a entrevista.

A apresentadora Adriane Galisteu Foto: Danilo Borges

Os reality shows costumam despertar muitas paixões nas pessoas e tudo isso às vezes ganha contornos que, principalmente nas redes sociais, podem ficar pesados, com xingamentos e brigas. Como você enxerga isso?

Olho para o reality como um programa que mexe com as paixões, que reflete a nossa sociedade e é o espelho do que a gente vive. Ali a gente tem pessoas muito diferentes, pessoas com cultura diferente, com educação diferente, mas com algumas delas você acaba se identificando. Estou super preparada para essa relação um pouco atípica porque a rede social vive dentro do reality, é uma coisa impressionante.

Em alguma ocasião você achou que alguma dessas brigas ficou mais pesada, passou um pouco dos limites?

Sempre. O reality passa dos limites. Nós, como sociedade, não somos lineares. O que a gente mostra nas redes sociais não é exatamente o que a gente vive dentro da nossa casa, as angústias, os medos, os conflitos familiares. E essas questões aparecem ali. O peso está na conta, uma briga mais pesada está na conta e as discussões, também. É vida real.

Você, pessoalmente, se preocupa com a audiência do programa?

Super. Sou bicho do ao vivo, sou uma mulher que acha que a audiência faz parte do giro dessa roda que é a televisão. A Globo mexe os pauzinhos dela porque A Fazenda incomoda a Globo desde sempre. Eles estão colando dois capítulos de novela na sequência sem breake, metem no ar quase uma hora de programação sem breake. A Globo se mexe lá, a gente se mexe daqui também, e fica uma guerra dos gigantes. Não tem nada a ver comigo, tem a ver com as emissoras, mas é claro que eu acompanho. E a gente é segundo lugar absoluto e isolado.

Participa de alguma forma da escolha do elenco?

Eu adoraria e estou tentando de alguma forma participar nem que seja da primeira peneira. Nunca pude participar, a minha relação é 100% ligada à apresentação do programa, eu nem fico sabendo do elenco antes, fico sabendo junto com o público.

O Vittorio, seu filho, é um pré-adolescente. Ele costuma acompanhar o programa?

O Vittorio cresceu a vida inteira nesse ambiente de televisão. É mais difícil ele acompanhar em função do horário, porque ele acorda às sete horas da manhã para ir pra escola. Deixo ele assistir na sexta-feira, no sábado. Ele me acompanha no teatro e na televisão desde que nasceu, então não existe essa coisa do momento proibido não, mas eu cuido da rotina dele na escola. Isso é prioridade.

Mas em alguns momentos o conteúdo do programa inclui alusões a sexo. Como você vê isso?

O Vittorio é um menino que está com as redes sociais na mão, apesar de não ser agarrado a isso. Ele gosta de assistir as séries dele, mas ele é mais do esporte. A agenda dele é lotadíssima. Realmente não me incomoda que ele veja um beijo mais caliente, uma cena mais sexy. Ele está com 13 anos, que é exatamente esse momento de descobertas, de questionamentos. E eu acho importante que ele aprenda muito mais dentro de casa do que na rua. Diferentemente de mim. Sou uma mulher que fui educada quase não conversando com os meus pais. Não aprendi quase nada com o meu pai e com a minha mãe porque tudo era tabu.

O sexo era tabu?

Sim. Não se falava de sexo, não se falava de nada. Eu não escolhia nem a minha roupa. Apesar de eu ter saído muito cedo pra trabalhar e ser arrimo de família, eu não me colocava à frente disso, entendeu? Com o Vittorio, eu e o Alexandre decidimos falar sobre todos os assuntos que ele quiser e que tiver vontade de perguntar. Não sou essa mãe que veta videogame, televisão. Sabe por quê? Isso vai chegar nele. Se bobear, ele é quem vai me ensinar. Essa geração tem a informação na mão. Não adianta eu achar que vou conseguir controlar isso, porque eu só vou me estressar.

Você completou 50 anos. Como lida com o envelhecimento?

No Brasil as pessoas ainda são reféns dessa coisa da idade, da juventude, da perfeição, da bunda empinada, sabe assim? Eu vejo isso de uma forma um pouco diferente. Sou uma mulher muito desencanada com essa coisa da idade. Sempre pensei que o passar do tempo é uma coisa que não adianta fugir porque ele vai chegar pra todo mundo. Isso não tem escapatória, porque a outra opção é péssima, ou você envelhece ou você morre.

A Netflix está fazendo uma série sobre o Ayrton Senna. Você foi consultada pelos roteiristas?

Não, ainda não. A minha história com o Ayrton eu contei no meu livro em 1993. Deixei muito claro no Caminho das Borboletas a minha experiência, a minha história. Ela está lá pra quem quiser ler. O livro saiu, parei de publicar na 12ª edição, mas ainda se der um Google na internet dá pra achar.

No ano que vem você lança uma série documental. Por que decidiu fazer a série?

Serão duas temporadas no canal E e a série se chama Barras Invisíveis. Nela, eu conto um pouco dessas barras da minha vida que as pessoas não veem. As pessoas acham que a minha vida é muito fácil, e tudo conquistado, e não é assim. Eu sou essa mulher muito graças à minha histórias, às coisas que eu vivi, que passei e que não foram fáceis, mas continuam sendo conquistadas. Não foi uma decisão só minha, o convite partiu do canal. Eu estou comemorando 40 anos de carreira. Comecei com nove anos de idade, eu tenho 50 anos e nunca parei de trabalhar. Quis aproveitar um pouco esse gancho desse momento de comemoração de carreira para deixar um marco também.

Em sua terceira temporada na apresentação do reality show A Fazenda, Adriane Galisteu já se acostumou com as paixões que o programa costuma despertar nos fãs. As brigas de torcidas, principalmente nas redes sociais, são vista por ela com naturalidade, assim como o comportamento dos participantes dentro do programa.

Para ela, a atração é um reflexo da sociedade. “O peso está na conta, uma briga mais pesada está na conta e as discussões, também. É vida real”, diz à repórter Marcela Paes. ‘Bicho do ao vivo’, como ela se define, a apresentadora vibra e se envolve com os números de audiência do programa e acha que a disputa entre as emissoras faz parte do fazer televisão. Leia abaixo a entrevista.

A apresentadora Adriane Galisteu Foto: Danilo Borges

Os reality shows costumam despertar muitas paixões nas pessoas e tudo isso às vezes ganha contornos que, principalmente nas redes sociais, podem ficar pesados, com xingamentos e brigas. Como você enxerga isso?

Olho para o reality como um programa que mexe com as paixões, que reflete a nossa sociedade e é o espelho do que a gente vive. Ali a gente tem pessoas muito diferentes, pessoas com cultura diferente, com educação diferente, mas com algumas delas você acaba se identificando. Estou super preparada para essa relação um pouco atípica porque a rede social vive dentro do reality, é uma coisa impressionante.

Em alguma ocasião você achou que alguma dessas brigas ficou mais pesada, passou um pouco dos limites?

Sempre. O reality passa dos limites. Nós, como sociedade, não somos lineares. O que a gente mostra nas redes sociais não é exatamente o que a gente vive dentro da nossa casa, as angústias, os medos, os conflitos familiares. E essas questões aparecem ali. O peso está na conta, uma briga mais pesada está na conta e as discussões, também. É vida real.

Você, pessoalmente, se preocupa com a audiência do programa?

Super. Sou bicho do ao vivo, sou uma mulher que acha que a audiência faz parte do giro dessa roda que é a televisão. A Globo mexe os pauzinhos dela porque A Fazenda incomoda a Globo desde sempre. Eles estão colando dois capítulos de novela na sequência sem breake, metem no ar quase uma hora de programação sem breake. A Globo se mexe lá, a gente se mexe daqui também, e fica uma guerra dos gigantes. Não tem nada a ver comigo, tem a ver com as emissoras, mas é claro que eu acompanho. E a gente é segundo lugar absoluto e isolado.

Participa de alguma forma da escolha do elenco?

Eu adoraria e estou tentando de alguma forma participar nem que seja da primeira peneira. Nunca pude participar, a minha relação é 100% ligada à apresentação do programa, eu nem fico sabendo do elenco antes, fico sabendo junto com o público.

O Vittorio, seu filho, é um pré-adolescente. Ele costuma acompanhar o programa?

O Vittorio cresceu a vida inteira nesse ambiente de televisão. É mais difícil ele acompanhar em função do horário, porque ele acorda às sete horas da manhã para ir pra escola. Deixo ele assistir na sexta-feira, no sábado. Ele me acompanha no teatro e na televisão desde que nasceu, então não existe essa coisa do momento proibido não, mas eu cuido da rotina dele na escola. Isso é prioridade.

Mas em alguns momentos o conteúdo do programa inclui alusões a sexo. Como você vê isso?

O Vittorio é um menino que está com as redes sociais na mão, apesar de não ser agarrado a isso. Ele gosta de assistir as séries dele, mas ele é mais do esporte. A agenda dele é lotadíssima. Realmente não me incomoda que ele veja um beijo mais caliente, uma cena mais sexy. Ele está com 13 anos, que é exatamente esse momento de descobertas, de questionamentos. E eu acho importante que ele aprenda muito mais dentro de casa do que na rua. Diferentemente de mim. Sou uma mulher que fui educada quase não conversando com os meus pais. Não aprendi quase nada com o meu pai e com a minha mãe porque tudo era tabu.

O sexo era tabu?

Sim. Não se falava de sexo, não se falava de nada. Eu não escolhia nem a minha roupa. Apesar de eu ter saído muito cedo pra trabalhar e ser arrimo de família, eu não me colocava à frente disso, entendeu? Com o Vittorio, eu e o Alexandre decidimos falar sobre todos os assuntos que ele quiser e que tiver vontade de perguntar. Não sou essa mãe que veta videogame, televisão. Sabe por quê? Isso vai chegar nele. Se bobear, ele é quem vai me ensinar. Essa geração tem a informação na mão. Não adianta eu achar que vou conseguir controlar isso, porque eu só vou me estressar.

Você completou 50 anos. Como lida com o envelhecimento?

No Brasil as pessoas ainda são reféns dessa coisa da idade, da juventude, da perfeição, da bunda empinada, sabe assim? Eu vejo isso de uma forma um pouco diferente. Sou uma mulher muito desencanada com essa coisa da idade. Sempre pensei que o passar do tempo é uma coisa que não adianta fugir porque ele vai chegar pra todo mundo. Isso não tem escapatória, porque a outra opção é péssima, ou você envelhece ou você morre.

A Netflix está fazendo uma série sobre o Ayrton Senna. Você foi consultada pelos roteiristas?

Não, ainda não. A minha história com o Ayrton eu contei no meu livro em 1993. Deixei muito claro no Caminho das Borboletas a minha experiência, a minha história. Ela está lá pra quem quiser ler. O livro saiu, parei de publicar na 12ª edição, mas ainda se der um Google na internet dá pra achar.

No ano que vem você lança uma série documental. Por que decidiu fazer a série?

Serão duas temporadas no canal E e a série se chama Barras Invisíveis. Nela, eu conto um pouco dessas barras da minha vida que as pessoas não veem. As pessoas acham que a minha vida é muito fácil, e tudo conquistado, e não é assim. Eu sou essa mulher muito graças à minha histórias, às coisas que eu vivi, que passei e que não foram fáceis, mas continuam sendo conquistadas. Não foi uma decisão só minha, o convite partiu do canal. Eu estou comemorando 40 anos de carreira. Comecei com nove anos de idade, eu tenho 50 anos e nunca parei de trabalhar. Quis aproveitar um pouco esse gancho desse momento de comemoração de carreira para deixar um marco também.

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