Cultura, comportamento, noite e gente em São Paulo

‘A minha história tinha tudo para dar errado, recheada de perdas e dores’, afirma Adriane Galisteu


Apresentadora fala sobre menopausa, família e como se recuperou após a morte de Senna; ela é tema do reality ‘Barras Invisíveis’ que acaba de estrear no Universal Plus

Por Paula Bonelli

Ao estilo da série com as Kardashians, a vida de Adriane Galisteu é tema do reality show “Barras Invisíveis”, que acaba de chegar ao Universal Plus, novo serviço de streaming nas plataformas Prime Video e Claro TV+. A apresentadora de “A Fazenda” conta sobre a experiência de abrir a sua casa para as câmeras, e ser filmada sem maquiagem.

Nesta entrevista, Adriane fala sobre os seus perrengues atuais, incluindo a demora para entender a menopausa. Inicialmente, sem conseguir amenizar os efeitos dela com a correta reposição hormonal, a atriz diz que sofreu muito. Relembra ainda a barra de passar pela morte de forma trágica do então namorado e ídolo nacional, o piloto Ayrton Senna, em 1994. Confira a entrevista completa com Adriane:

No reality 'Barras Invisíveis', Adriane Galisteu também aparece na SP Fashion Week, no carnaval e em jantares chiques Foto: Danilo Borges
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Esse reality vem para esclarecer capítulos da sua vida?

Não, ele é destinado para quem não me conhece, me conhecer melhor, e para quem gosta de mim, me entender melhor. Sou uma mulher com altos e baixos, assim como todas. No momento, estou entrando no climatério, há essa questão difícil da menopausa. Encarar a idade e o passar do tempo diante das câmeras, com cabelo branco e rugas surgindo, é desafiador, mesmo que você bote um botox... Cuido de mim, sempre fiz isso, mas sem grandes excessos. Tenho um certo receio e não me jogo muito em procedimentos estéticos, porém, quero me ver feliz ao me olhar no espelho.

Como você cuida da menopausa?

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Foi muito complicado. Tive todos os sintomas que uma mulher pode experimentar. Nunca imaginei que a menopausa me atingiria dessa forma porque sempre fui saudável e pratiquei esportes. Achamos que isso ajuda, mas não foi o meu caso. Talvez, o meu erro tenha sido não me cuidar um pouco antes de chegar à menopausa. É possível iniciar a reposição hormonal e realizar exames com antecedência.

O reality aborda como você conheceu Ayrton Senna?

Sim, porque eu estava ao lado dele no último ano e meio de sua vida. O documentário não é centrado nessa história, mas ela é mencionada. Não sei exatamente que partes foram incluídas, pois gravei muito…

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E você pode relembrar como se conheceram?

Estava trabalhando, como sempre. Desde que me entendo por gente, estou em atividade. Estava segurando o guarda-chuva da Shell para ele. Assim nos conhecemos, sem nenhuma intenção. Durante muito tempo meu objetivo era ajudar minha família a sair da situação em que se encontrava, como muitos brasileiros que não têm privilégios.

Quando ele faleceu, onde você estava?

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Estava na casa dele em Portugal. Passávamos um tempo em Sintra, na residência do Braga (Antônio Carlos de Almeida Braga 1926-2001), que depois me acolheu. Foi lá que vivi um ano após a morte de Senna, escrevendo meu livro e recomeçando a minha vida. Considero que o Braga e sua família foram meus grandes anjos da guarda. Foi ele quem me apresentou ao Ayrton e me disse: “Olha, o Ayrton quer te conhecer.” Assim, a história começa e termina com a mesma pessoa. Porém, isso não é abordado de forma cronológica no reality; é uma narrativa baseada no que estou vivendo no momento. O reality é muito dinâmico.

Após a morte dele, você se transformou?

Quando Ayrton morreu, eu tinha 19 anos. Claro, que eu mudei muito após tudo isso, mas mais do que me transformar, busquei retomar a minha história. Tive que recomeçar sendo muito jovem e extremamente famosa do dia para a noite, mas não por realizar algo incrível, e sim após uma tragédia, com a morte de alguém amado em todo o mundo. Não é fácil, mas não carrego essa história como um peso. Encaro-a como um escudo e tenho orgulho dela. Sinto muito orgulho do que consegui conquistar.

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Qual o balanço que você faz do reality então?

É uma reflexão ansiosa, mas diferente. Enquanto vibro com a minha própria história, reconheço que ela é cheia de nuances. Tinha tudo para dar errado, recheada de perdas e dores. Inclusive, por isso, achei interessante o nome da série, pois as dificuldades que enfrentamos só são visíveis para quem está passando por elas. Acredito que minha vida foi muito dura. Fui surpreendida pela vida muitas vezes, mas, por outro lado, me considero uma mulher resiliente. Passei por tudo isso em público, com o Brasil todo observando, acertando e errando. O que muitos fazem em quatro paredes, no meu caso, foi muito mais exposto, e o Brasil todo acompanhou. Assim, acabei me tornando, sem querer, uma referência para muitas pessoas, especialmente quando o assunto é superar desafios.

Conte mais como seu passado aparece na série, por favor.

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Eu conto um pouco de minha trajetória para posicionar as pessoas, especialmente a galera mais jovem, mas o foco principal é meu dia a dia como mulher, mãe e profissional. Na série, compartilho as dores e erros que enfrentei, mas também mostro que sou uma mulher movida por desafios e novidades. Por exemplo, o convite para me apresentar no palco pela primeira vez veio da Bibi Ferreira. Se ela me convidou, sabia que eu estava preparada. Fui com muito entusiasmo quando Jô Soares me convidou para fazer a peça “Às Favas com os Escrúpulos”. Me entrego à vida. Começo minha trajetória artística cantando aos 14 anos. No reality, tem a casa onde nasci, e também falo sobre a falta de dinheiro. Venho de uma família muito simples, que passou por dificuldades, mas o amor nunca faltou. A união familiar e o empenho foram fundamentais para eu chegar a ser a mulher que sou. Minha mãe, Edna, continua ao meu lado até hoje. Eu sempre digo que sou filha, mesmo com 51 anos, e minha mãe tem 82.

Como foi seu ingresso na televisão?

Aos poucos fui transitando entre teatro, novelas, até morena na Globo eu fui (mudou o visual para a novela “O Tempo Não Para” em 2018), retornei ao loiro e comecei a apresentar “A Fazenda”, um dos maiores realities do Brasil. É um espaço predominantemente masculino. Carrego isso com tanto orgulho, de estar lá.

Você considera ‘Barras Invisíveis’ mais reality ou mais documentário?

Acho que tem mais elementos de reality do que de documentário, já que revela um pouco da minha casa, da minha rotina, das reuniões familiares, brigas e discussões com o Vittório sobre suas notas na escola. Outro impasse familiar é a minha vontade de mudar de casa. Não aguento mais estar neste apartamento, onde moro há 25 anos. Estou enjoada! Enfrento questões banais que qualquer família lida. É difícil ver um artista nesse papel. Acordar com uma câmera na sua frente não é fácil, pois eu gosto de estar arrumada, de usar meu filtro, de passar maquiagem. Essa invasão vai além do que eu estava acostumada. Não é simples, mas já estou gravando a segunda temporada.

Ao estilo da série com as Kardashians, a vida de Adriane Galisteu é tema do reality show “Barras Invisíveis”, que acaba de chegar ao Universal Plus, novo serviço de streaming nas plataformas Prime Video e Claro TV+. A apresentadora de “A Fazenda” conta sobre a experiência de abrir a sua casa para as câmeras, e ser filmada sem maquiagem.

Nesta entrevista, Adriane fala sobre os seus perrengues atuais, incluindo a demora para entender a menopausa. Inicialmente, sem conseguir amenizar os efeitos dela com a correta reposição hormonal, a atriz diz que sofreu muito. Relembra ainda a barra de passar pela morte de forma trágica do então namorado e ídolo nacional, o piloto Ayrton Senna, em 1994. Confira a entrevista completa com Adriane:

No reality 'Barras Invisíveis', Adriane Galisteu também aparece na SP Fashion Week, no carnaval e em jantares chiques Foto: Danilo Borges

Esse reality vem para esclarecer capítulos da sua vida?

Não, ele é destinado para quem não me conhece, me conhecer melhor, e para quem gosta de mim, me entender melhor. Sou uma mulher com altos e baixos, assim como todas. No momento, estou entrando no climatério, há essa questão difícil da menopausa. Encarar a idade e o passar do tempo diante das câmeras, com cabelo branco e rugas surgindo, é desafiador, mesmo que você bote um botox... Cuido de mim, sempre fiz isso, mas sem grandes excessos. Tenho um certo receio e não me jogo muito em procedimentos estéticos, porém, quero me ver feliz ao me olhar no espelho.

Como você cuida da menopausa?

Foi muito complicado. Tive todos os sintomas que uma mulher pode experimentar. Nunca imaginei que a menopausa me atingiria dessa forma porque sempre fui saudável e pratiquei esportes. Achamos que isso ajuda, mas não foi o meu caso. Talvez, o meu erro tenha sido não me cuidar um pouco antes de chegar à menopausa. É possível iniciar a reposição hormonal e realizar exames com antecedência.

O reality aborda como você conheceu Ayrton Senna?

Sim, porque eu estava ao lado dele no último ano e meio de sua vida. O documentário não é centrado nessa história, mas ela é mencionada. Não sei exatamente que partes foram incluídas, pois gravei muito…

E você pode relembrar como se conheceram?

Estava trabalhando, como sempre. Desde que me entendo por gente, estou em atividade. Estava segurando o guarda-chuva da Shell para ele. Assim nos conhecemos, sem nenhuma intenção. Durante muito tempo meu objetivo era ajudar minha família a sair da situação em que se encontrava, como muitos brasileiros que não têm privilégios.

Quando ele faleceu, onde você estava?

Estava na casa dele em Portugal. Passávamos um tempo em Sintra, na residência do Braga (Antônio Carlos de Almeida Braga 1926-2001), que depois me acolheu. Foi lá que vivi um ano após a morte de Senna, escrevendo meu livro e recomeçando a minha vida. Considero que o Braga e sua família foram meus grandes anjos da guarda. Foi ele quem me apresentou ao Ayrton e me disse: “Olha, o Ayrton quer te conhecer.” Assim, a história começa e termina com a mesma pessoa. Porém, isso não é abordado de forma cronológica no reality; é uma narrativa baseada no que estou vivendo no momento. O reality é muito dinâmico.

Após a morte dele, você se transformou?

Quando Ayrton morreu, eu tinha 19 anos. Claro, que eu mudei muito após tudo isso, mas mais do que me transformar, busquei retomar a minha história. Tive que recomeçar sendo muito jovem e extremamente famosa do dia para a noite, mas não por realizar algo incrível, e sim após uma tragédia, com a morte de alguém amado em todo o mundo. Não é fácil, mas não carrego essa história como um peso. Encaro-a como um escudo e tenho orgulho dela. Sinto muito orgulho do que consegui conquistar.

Qual o balanço que você faz do reality então?

É uma reflexão ansiosa, mas diferente. Enquanto vibro com a minha própria história, reconheço que ela é cheia de nuances. Tinha tudo para dar errado, recheada de perdas e dores. Inclusive, por isso, achei interessante o nome da série, pois as dificuldades que enfrentamos só são visíveis para quem está passando por elas. Acredito que minha vida foi muito dura. Fui surpreendida pela vida muitas vezes, mas, por outro lado, me considero uma mulher resiliente. Passei por tudo isso em público, com o Brasil todo observando, acertando e errando. O que muitos fazem em quatro paredes, no meu caso, foi muito mais exposto, e o Brasil todo acompanhou. Assim, acabei me tornando, sem querer, uma referência para muitas pessoas, especialmente quando o assunto é superar desafios.

Conte mais como seu passado aparece na série, por favor.

Eu conto um pouco de minha trajetória para posicionar as pessoas, especialmente a galera mais jovem, mas o foco principal é meu dia a dia como mulher, mãe e profissional. Na série, compartilho as dores e erros que enfrentei, mas também mostro que sou uma mulher movida por desafios e novidades. Por exemplo, o convite para me apresentar no palco pela primeira vez veio da Bibi Ferreira. Se ela me convidou, sabia que eu estava preparada. Fui com muito entusiasmo quando Jô Soares me convidou para fazer a peça “Às Favas com os Escrúpulos”. Me entrego à vida. Começo minha trajetória artística cantando aos 14 anos. No reality, tem a casa onde nasci, e também falo sobre a falta de dinheiro. Venho de uma família muito simples, que passou por dificuldades, mas o amor nunca faltou. A união familiar e o empenho foram fundamentais para eu chegar a ser a mulher que sou. Minha mãe, Edna, continua ao meu lado até hoje. Eu sempre digo que sou filha, mesmo com 51 anos, e minha mãe tem 82.

Como foi seu ingresso na televisão?

Aos poucos fui transitando entre teatro, novelas, até morena na Globo eu fui (mudou o visual para a novela “O Tempo Não Para” em 2018), retornei ao loiro e comecei a apresentar “A Fazenda”, um dos maiores realities do Brasil. É um espaço predominantemente masculino. Carrego isso com tanto orgulho, de estar lá.

Você considera ‘Barras Invisíveis’ mais reality ou mais documentário?

Acho que tem mais elementos de reality do que de documentário, já que revela um pouco da minha casa, da minha rotina, das reuniões familiares, brigas e discussões com o Vittório sobre suas notas na escola. Outro impasse familiar é a minha vontade de mudar de casa. Não aguento mais estar neste apartamento, onde moro há 25 anos. Estou enjoada! Enfrento questões banais que qualquer família lida. É difícil ver um artista nesse papel. Acordar com uma câmera na sua frente não é fácil, pois eu gosto de estar arrumada, de usar meu filtro, de passar maquiagem. Essa invasão vai além do que eu estava acostumada. Não é simples, mas já estou gravando a segunda temporada.

Ao estilo da série com as Kardashians, a vida de Adriane Galisteu é tema do reality show “Barras Invisíveis”, que acaba de chegar ao Universal Plus, novo serviço de streaming nas plataformas Prime Video e Claro TV+. A apresentadora de “A Fazenda” conta sobre a experiência de abrir a sua casa para as câmeras, e ser filmada sem maquiagem.

Nesta entrevista, Adriane fala sobre os seus perrengues atuais, incluindo a demora para entender a menopausa. Inicialmente, sem conseguir amenizar os efeitos dela com a correta reposição hormonal, a atriz diz que sofreu muito. Relembra ainda a barra de passar pela morte de forma trágica do então namorado e ídolo nacional, o piloto Ayrton Senna, em 1994. Confira a entrevista completa com Adriane:

No reality 'Barras Invisíveis', Adriane Galisteu também aparece na SP Fashion Week, no carnaval e em jantares chiques Foto: Danilo Borges

Esse reality vem para esclarecer capítulos da sua vida?

Não, ele é destinado para quem não me conhece, me conhecer melhor, e para quem gosta de mim, me entender melhor. Sou uma mulher com altos e baixos, assim como todas. No momento, estou entrando no climatério, há essa questão difícil da menopausa. Encarar a idade e o passar do tempo diante das câmeras, com cabelo branco e rugas surgindo, é desafiador, mesmo que você bote um botox... Cuido de mim, sempre fiz isso, mas sem grandes excessos. Tenho um certo receio e não me jogo muito em procedimentos estéticos, porém, quero me ver feliz ao me olhar no espelho.

Como você cuida da menopausa?

Foi muito complicado. Tive todos os sintomas que uma mulher pode experimentar. Nunca imaginei que a menopausa me atingiria dessa forma porque sempre fui saudável e pratiquei esportes. Achamos que isso ajuda, mas não foi o meu caso. Talvez, o meu erro tenha sido não me cuidar um pouco antes de chegar à menopausa. É possível iniciar a reposição hormonal e realizar exames com antecedência.

O reality aborda como você conheceu Ayrton Senna?

Sim, porque eu estava ao lado dele no último ano e meio de sua vida. O documentário não é centrado nessa história, mas ela é mencionada. Não sei exatamente que partes foram incluídas, pois gravei muito…

E você pode relembrar como se conheceram?

Estava trabalhando, como sempre. Desde que me entendo por gente, estou em atividade. Estava segurando o guarda-chuva da Shell para ele. Assim nos conhecemos, sem nenhuma intenção. Durante muito tempo meu objetivo era ajudar minha família a sair da situação em que se encontrava, como muitos brasileiros que não têm privilégios.

Quando ele faleceu, onde você estava?

Estava na casa dele em Portugal. Passávamos um tempo em Sintra, na residência do Braga (Antônio Carlos de Almeida Braga 1926-2001), que depois me acolheu. Foi lá que vivi um ano após a morte de Senna, escrevendo meu livro e recomeçando a minha vida. Considero que o Braga e sua família foram meus grandes anjos da guarda. Foi ele quem me apresentou ao Ayrton e me disse: “Olha, o Ayrton quer te conhecer.” Assim, a história começa e termina com a mesma pessoa. Porém, isso não é abordado de forma cronológica no reality; é uma narrativa baseada no que estou vivendo no momento. O reality é muito dinâmico.

Após a morte dele, você se transformou?

Quando Ayrton morreu, eu tinha 19 anos. Claro, que eu mudei muito após tudo isso, mas mais do que me transformar, busquei retomar a minha história. Tive que recomeçar sendo muito jovem e extremamente famosa do dia para a noite, mas não por realizar algo incrível, e sim após uma tragédia, com a morte de alguém amado em todo o mundo. Não é fácil, mas não carrego essa história como um peso. Encaro-a como um escudo e tenho orgulho dela. Sinto muito orgulho do que consegui conquistar.

Qual o balanço que você faz do reality então?

É uma reflexão ansiosa, mas diferente. Enquanto vibro com a minha própria história, reconheço que ela é cheia de nuances. Tinha tudo para dar errado, recheada de perdas e dores. Inclusive, por isso, achei interessante o nome da série, pois as dificuldades que enfrentamos só são visíveis para quem está passando por elas. Acredito que minha vida foi muito dura. Fui surpreendida pela vida muitas vezes, mas, por outro lado, me considero uma mulher resiliente. Passei por tudo isso em público, com o Brasil todo observando, acertando e errando. O que muitos fazem em quatro paredes, no meu caso, foi muito mais exposto, e o Brasil todo acompanhou. Assim, acabei me tornando, sem querer, uma referência para muitas pessoas, especialmente quando o assunto é superar desafios.

Conte mais como seu passado aparece na série, por favor.

Eu conto um pouco de minha trajetória para posicionar as pessoas, especialmente a galera mais jovem, mas o foco principal é meu dia a dia como mulher, mãe e profissional. Na série, compartilho as dores e erros que enfrentei, mas também mostro que sou uma mulher movida por desafios e novidades. Por exemplo, o convite para me apresentar no palco pela primeira vez veio da Bibi Ferreira. Se ela me convidou, sabia que eu estava preparada. Fui com muito entusiasmo quando Jô Soares me convidou para fazer a peça “Às Favas com os Escrúpulos”. Me entrego à vida. Começo minha trajetória artística cantando aos 14 anos. No reality, tem a casa onde nasci, e também falo sobre a falta de dinheiro. Venho de uma família muito simples, que passou por dificuldades, mas o amor nunca faltou. A união familiar e o empenho foram fundamentais para eu chegar a ser a mulher que sou. Minha mãe, Edna, continua ao meu lado até hoje. Eu sempre digo que sou filha, mesmo com 51 anos, e minha mãe tem 82.

Como foi seu ingresso na televisão?

Aos poucos fui transitando entre teatro, novelas, até morena na Globo eu fui (mudou o visual para a novela “O Tempo Não Para” em 2018), retornei ao loiro e comecei a apresentar “A Fazenda”, um dos maiores realities do Brasil. É um espaço predominantemente masculino. Carrego isso com tanto orgulho, de estar lá.

Você considera ‘Barras Invisíveis’ mais reality ou mais documentário?

Acho que tem mais elementos de reality do que de documentário, já que revela um pouco da minha casa, da minha rotina, das reuniões familiares, brigas e discussões com o Vittório sobre suas notas na escola. Outro impasse familiar é a minha vontade de mudar de casa. Não aguento mais estar neste apartamento, onde moro há 25 anos. Estou enjoada! Enfrento questões banais que qualquer família lida. É difícil ver um artista nesse papel. Acordar com uma câmera na sua frente não é fácil, pois eu gosto de estar arrumada, de usar meu filtro, de passar maquiagem. Essa invasão vai além do que eu estava acostumada. Não é simples, mas já estou gravando a segunda temporada.

Ao estilo da série com as Kardashians, a vida de Adriane Galisteu é tema do reality show “Barras Invisíveis”, que acaba de chegar ao Universal Plus, novo serviço de streaming nas plataformas Prime Video e Claro TV+. A apresentadora de “A Fazenda” conta sobre a experiência de abrir a sua casa para as câmeras, e ser filmada sem maquiagem.

Nesta entrevista, Adriane fala sobre os seus perrengues atuais, incluindo a demora para entender a menopausa. Inicialmente, sem conseguir amenizar os efeitos dela com a correta reposição hormonal, a atriz diz que sofreu muito. Relembra ainda a barra de passar pela morte de forma trágica do então namorado e ídolo nacional, o piloto Ayrton Senna, em 1994. Confira a entrevista completa com Adriane:

No reality 'Barras Invisíveis', Adriane Galisteu também aparece na SP Fashion Week, no carnaval e em jantares chiques Foto: Danilo Borges

Esse reality vem para esclarecer capítulos da sua vida?

Não, ele é destinado para quem não me conhece, me conhecer melhor, e para quem gosta de mim, me entender melhor. Sou uma mulher com altos e baixos, assim como todas. No momento, estou entrando no climatério, há essa questão difícil da menopausa. Encarar a idade e o passar do tempo diante das câmeras, com cabelo branco e rugas surgindo, é desafiador, mesmo que você bote um botox... Cuido de mim, sempre fiz isso, mas sem grandes excessos. Tenho um certo receio e não me jogo muito em procedimentos estéticos, porém, quero me ver feliz ao me olhar no espelho.

Como você cuida da menopausa?

Foi muito complicado. Tive todos os sintomas que uma mulher pode experimentar. Nunca imaginei que a menopausa me atingiria dessa forma porque sempre fui saudável e pratiquei esportes. Achamos que isso ajuda, mas não foi o meu caso. Talvez, o meu erro tenha sido não me cuidar um pouco antes de chegar à menopausa. É possível iniciar a reposição hormonal e realizar exames com antecedência.

O reality aborda como você conheceu Ayrton Senna?

Sim, porque eu estava ao lado dele no último ano e meio de sua vida. O documentário não é centrado nessa história, mas ela é mencionada. Não sei exatamente que partes foram incluídas, pois gravei muito…

E você pode relembrar como se conheceram?

Estava trabalhando, como sempre. Desde que me entendo por gente, estou em atividade. Estava segurando o guarda-chuva da Shell para ele. Assim nos conhecemos, sem nenhuma intenção. Durante muito tempo meu objetivo era ajudar minha família a sair da situação em que se encontrava, como muitos brasileiros que não têm privilégios.

Quando ele faleceu, onde você estava?

Estava na casa dele em Portugal. Passávamos um tempo em Sintra, na residência do Braga (Antônio Carlos de Almeida Braga 1926-2001), que depois me acolheu. Foi lá que vivi um ano após a morte de Senna, escrevendo meu livro e recomeçando a minha vida. Considero que o Braga e sua família foram meus grandes anjos da guarda. Foi ele quem me apresentou ao Ayrton e me disse: “Olha, o Ayrton quer te conhecer.” Assim, a história começa e termina com a mesma pessoa. Porém, isso não é abordado de forma cronológica no reality; é uma narrativa baseada no que estou vivendo no momento. O reality é muito dinâmico.

Após a morte dele, você se transformou?

Quando Ayrton morreu, eu tinha 19 anos. Claro, que eu mudei muito após tudo isso, mas mais do que me transformar, busquei retomar a minha história. Tive que recomeçar sendo muito jovem e extremamente famosa do dia para a noite, mas não por realizar algo incrível, e sim após uma tragédia, com a morte de alguém amado em todo o mundo. Não é fácil, mas não carrego essa história como um peso. Encaro-a como um escudo e tenho orgulho dela. Sinto muito orgulho do que consegui conquistar.

Qual o balanço que você faz do reality então?

É uma reflexão ansiosa, mas diferente. Enquanto vibro com a minha própria história, reconheço que ela é cheia de nuances. Tinha tudo para dar errado, recheada de perdas e dores. Inclusive, por isso, achei interessante o nome da série, pois as dificuldades que enfrentamos só são visíveis para quem está passando por elas. Acredito que minha vida foi muito dura. Fui surpreendida pela vida muitas vezes, mas, por outro lado, me considero uma mulher resiliente. Passei por tudo isso em público, com o Brasil todo observando, acertando e errando. O que muitos fazem em quatro paredes, no meu caso, foi muito mais exposto, e o Brasil todo acompanhou. Assim, acabei me tornando, sem querer, uma referência para muitas pessoas, especialmente quando o assunto é superar desafios.

Conte mais como seu passado aparece na série, por favor.

Eu conto um pouco de minha trajetória para posicionar as pessoas, especialmente a galera mais jovem, mas o foco principal é meu dia a dia como mulher, mãe e profissional. Na série, compartilho as dores e erros que enfrentei, mas também mostro que sou uma mulher movida por desafios e novidades. Por exemplo, o convite para me apresentar no palco pela primeira vez veio da Bibi Ferreira. Se ela me convidou, sabia que eu estava preparada. Fui com muito entusiasmo quando Jô Soares me convidou para fazer a peça “Às Favas com os Escrúpulos”. Me entrego à vida. Começo minha trajetória artística cantando aos 14 anos. No reality, tem a casa onde nasci, e também falo sobre a falta de dinheiro. Venho de uma família muito simples, que passou por dificuldades, mas o amor nunca faltou. A união familiar e o empenho foram fundamentais para eu chegar a ser a mulher que sou. Minha mãe, Edna, continua ao meu lado até hoje. Eu sempre digo que sou filha, mesmo com 51 anos, e minha mãe tem 82.

Como foi seu ingresso na televisão?

Aos poucos fui transitando entre teatro, novelas, até morena na Globo eu fui (mudou o visual para a novela “O Tempo Não Para” em 2018), retornei ao loiro e comecei a apresentar “A Fazenda”, um dos maiores realities do Brasil. É um espaço predominantemente masculino. Carrego isso com tanto orgulho, de estar lá.

Você considera ‘Barras Invisíveis’ mais reality ou mais documentário?

Acho que tem mais elementos de reality do que de documentário, já que revela um pouco da minha casa, da minha rotina, das reuniões familiares, brigas e discussões com o Vittório sobre suas notas na escola. Outro impasse familiar é a minha vontade de mudar de casa. Não aguento mais estar neste apartamento, onde moro há 25 anos. Estou enjoada! Enfrento questões banais que qualquer família lida. É difícil ver um artista nesse papel. Acordar com uma câmera na sua frente não é fácil, pois eu gosto de estar arrumada, de usar meu filtro, de passar maquiagem. Essa invasão vai além do que eu estava acostumada. Não é simples, mas já estou gravando a segunda temporada.

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