A trajetória de Caito Maia nos negócios começou pequena, mais especificamente do tamanho de uma mala. É que o empresário, dono da marca Chilli Beans, trazia óculos dos Estados Unidos para revendê-los no Brasil antes de estabelecer a marca, hoje uma das maiores da América Latina no segmento. Agora, Maia pretende espalhar um pouco da estratégia de liderança humanizada - que diz aplicar nos seus negócios - por meio do livro “Se Parar o Sangue Esfria”, que será lançado em fevereiro. “Não recomendo e sou super contra gestores de empresas que pedem meta e performance a todo custo”, diz ele.
Leia abaixo a entrevista:
O que seria o estilo de liderança humanizado em termos práticos?
É você realmente trazer o seu time para construir junto: abrir as portas, escutar e contribuir, independentemente da área. Tem algo que fazemos há anos que é reunir todos os departamentos nas cocriações da Chilli Beans. É preciso fazer isso de uma maneira verdadeira. O que a gente percebe é que quando trazemos todo mundo pro jogo e o time participa, isso faz uma diferença gigantesca, envolve, retém e as pessoas passam a trilhar junto com você.
Muita gente ainda acha que para conseguir maior produtividade deve-se cobrar muito dos funcionários. Como aplicar o estilo humanizado e conseguir manter o sucesso?
Existem exemplos no mercado de empresas que entregam resultados incríveis a todo custo. Eu absolutamente abomino isso. O que a gente quer e o que a gente tem percebido é que quando você respeita, constrói junto e cobra – é claro que você cobra -, a entrega é muito mais saudável. Eu não recomendo e sou super contra gestores de empresas que pedem meta e performance a todo custo. Tem uma hora que a conta disso vem. E eu não acredito. Acredito em retenção. Vale lembrar que as pessoas no showroom da Chilli Beans trabalham com uma média de 10 anos de casa.
Qual foi seu maior erro e o seu maior acerto na sua trajetória de negócios?
Na verdade, os erros constantemente acontecem, mas eles existem para me fazer evoluir. Se eu pudesse escolher o maior erro, talvez seria uma expansão muito rápida e radical nos Estados Unidos. Poderia ter sido um pouco mais devagar. E o maior acerto foi a conexão com meu franqueado – construir junto com meu franqueado abriu uma porta de comunicação em que eles nos ajudam a construir.