Cultura, comportamento, noite e gente em São Paulo

‘Eu sou subversivo no meu trabalho, gosto de incomodar’, diz Allan Souza Lima


Ator é a estrela da série ‘Cangaço Novo’, que estreia no próximo dia 18, no Prime Video

Por Gilberto Amendola

Mergulhar nos personagens sem nenhum temor e com intensidade. Essa parece ser uma das muitas virtudes do ator Allan Souza Lima, 37 anos. “Eu acredito que quanto mais imersão, quanto mais caos, é que as grandes obras nascem”, disse. Nesta entrevista, ele fala sobre Ubaldo, seu personagem na série Cangaço Novo (Prime Video), que estreia no próximo dia 18, defende uma anarquia necessária no fazer artístico, discute religião e muito mais. Como Souza tem muito a dizer, o melhor é ir direto para a entrevista. A seguir:

Allan Souza Lima Foto: Renato Amoroso

Me conta um pouco sobre o Ubaldo, seu personagem em Cangaço Novo.

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O Ubaldo não tem identidade. Ele é uma pessoa que está tentando buscar, tentando descobrir quem ele é de fato. Ele nem é nordestino, nem é sulista. Por uma situação do destino, teve que fugir muito novo. O personagem acaba descobrindo que tem uma herança e vai em busca disso. Ele vai ao encontro dele mesmo.

Ele é bancário?

Ele é ex-bancário. Ele mente para o pai dizendo que é do exército e tal. Mas é um cara frustrado. É aquela pessoa que trabalha para executar tarefas. Ele vive dentro dos padrões de condições baixas. E está cansado disso.

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Você é um ator mais do estudo ou da intuição?

Eu sou dos dois. Eu sou adepto ao ator metódico – que é o método do Christian Bale e do Daniel Day-Lewis. Eu sou uma pessoa que gosta de viver literalmente a vida do personagem. Eu sou uma pessoa muito intuitiva dentro do jogo cênico, mas ao mesmo tempo eu também sou muito matemático para não enlouquecer demais. Em relação a esse trabalho, a preparação foi muito intensa com a Fátima Toledo (preparadora de elencos e atores). Criei uma relação muito forte com ela.

Mas os processos da Fátima Toledo não são para qualquer ator...

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Eu sempre fui adepto ao processo dela. Só reafirmou aquilo que eu acredito como artista. Eu acredito que quanto mais imersão, quanto mais caos, é que as grandes obras nascem. A arte está entrando em um lugar muito grande de moralidade. A arte não é moral. A arte é amoral, ela é anarquista e subversiva. E dentro desse processo de criação, a gente precisa se desconstruir.

Você se entende como artista desde muito cedo?

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Meu primeiro contato com a arte foi com a pintura. Minha avó tinha um quadro do Miró. Gostei daquelas coisas e tal. Então, comecei a pintar com cinco, seis anos. Minha avó era também vizinha do Chico Science. Eu era muito criança. Ficava em cima do mudo vendo a banda dele ensaiar.

Você acredita que uma pessoa nasce artista ou aprende a ser artista?

Eu acredito que todo mundo nasce com um dom. O grande objetivo dessa vida é tentar descobrir o nosso propósito. Eu nasci artista. Não é prepotência. É o que eu sei fazer.

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Como é a sua relação com redes sociais e Instagram?

Eu sempre fui muito desapegado com Instagram. Agora, óbvio que estou tentando ter mais engajamento, ganhar dinheiro. Ser só cult nessa vida não dá certo...

Mas teve uma polêmica aí com uma foto do Insta em que você aparece nu...

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Eu não tenho problema nenhum com isso. Eu postaria de novo. Eu realmente sou naturista. Se dependesse de mim, eu andaria pelado minha vida inteira. Eu acho que as pessoas criam essa relação da nudez sempre atrelada à questão sexual. A gente vê tantas coisas bizarras... mas não pode postar uma foto de bunda...

As redes sociais têm uma agressividade...

Antes eu era mais agressivo nas redes. Hoje, tomo mais cuidado. Eu sou uma pessoa naturalmente subversiva dentro do meu trabalho, da minha arte. Eu gosto de incomodar.

Como está sendo interpretar Frei João, em “Amor Perfeito” (novela das seis)?

Eu estou tendo uma oportunidade de fazer um personagem exatamente o oposto do que as pessoas me chamam para fazer. Quando recebi esse convite de ser uma pessoa serena, percebi que estava sentido falta disso. O Frei João me trouxe esse lugar de serenidade.

Você é religioso?

Eu sou um cara espiritualizado. Sou avesso à religião. Já fui seis anos da umbanda, católico quando criança, larguei o budismo. Hoje, o que eu acredito é naquilo que o Einstein falou: somos vibrações. A partir do momento que a tua vibração tá em harmonia com a vibração magnética do universo é onde fluem as coisas. A religião serve para a gente compartilhar a culpa.

Allan Souza Lima Foto: Aline Arruda

Mergulhar nos personagens sem nenhum temor e com intensidade. Essa parece ser uma das muitas virtudes do ator Allan Souza Lima, 37 anos. “Eu acredito que quanto mais imersão, quanto mais caos, é que as grandes obras nascem”, disse. Nesta entrevista, ele fala sobre Ubaldo, seu personagem na série Cangaço Novo (Prime Video), que estreia no próximo dia 18, defende uma anarquia necessária no fazer artístico, discute religião e muito mais. Como Souza tem muito a dizer, o melhor é ir direto para a entrevista. A seguir:

Allan Souza Lima Foto: Renato Amoroso

Me conta um pouco sobre o Ubaldo, seu personagem em Cangaço Novo.

O Ubaldo não tem identidade. Ele é uma pessoa que está tentando buscar, tentando descobrir quem ele é de fato. Ele nem é nordestino, nem é sulista. Por uma situação do destino, teve que fugir muito novo. O personagem acaba descobrindo que tem uma herança e vai em busca disso. Ele vai ao encontro dele mesmo.

Ele é bancário?

Ele é ex-bancário. Ele mente para o pai dizendo que é do exército e tal. Mas é um cara frustrado. É aquela pessoa que trabalha para executar tarefas. Ele vive dentro dos padrões de condições baixas. E está cansado disso.

Você é um ator mais do estudo ou da intuição?

Eu sou dos dois. Eu sou adepto ao ator metódico – que é o método do Christian Bale e do Daniel Day-Lewis. Eu sou uma pessoa que gosta de viver literalmente a vida do personagem. Eu sou uma pessoa muito intuitiva dentro do jogo cênico, mas ao mesmo tempo eu também sou muito matemático para não enlouquecer demais. Em relação a esse trabalho, a preparação foi muito intensa com a Fátima Toledo (preparadora de elencos e atores). Criei uma relação muito forte com ela.

Mas os processos da Fátima Toledo não são para qualquer ator...

Eu sempre fui adepto ao processo dela. Só reafirmou aquilo que eu acredito como artista. Eu acredito que quanto mais imersão, quanto mais caos, é que as grandes obras nascem. A arte está entrando em um lugar muito grande de moralidade. A arte não é moral. A arte é amoral, ela é anarquista e subversiva. E dentro desse processo de criação, a gente precisa se desconstruir.

Você se entende como artista desde muito cedo?

Meu primeiro contato com a arte foi com a pintura. Minha avó tinha um quadro do Miró. Gostei daquelas coisas e tal. Então, comecei a pintar com cinco, seis anos. Minha avó era também vizinha do Chico Science. Eu era muito criança. Ficava em cima do mudo vendo a banda dele ensaiar.

Você acredita que uma pessoa nasce artista ou aprende a ser artista?

Eu acredito que todo mundo nasce com um dom. O grande objetivo dessa vida é tentar descobrir o nosso propósito. Eu nasci artista. Não é prepotência. É o que eu sei fazer.

Como é a sua relação com redes sociais e Instagram?

Eu sempre fui muito desapegado com Instagram. Agora, óbvio que estou tentando ter mais engajamento, ganhar dinheiro. Ser só cult nessa vida não dá certo...

Mas teve uma polêmica aí com uma foto do Insta em que você aparece nu...

Eu não tenho problema nenhum com isso. Eu postaria de novo. Eu realmente sou naturista. Se dependesse de mim, eu andaria pelado minha vida inteira. Eu acho que as pessoas criam essa relação da nudez sempre atrelada à questão sexual. A gente vê tantas coisas bizarras... mas não pode postar uma foto de bunda...

As redes sociais têm uma agressividade...

Antes eu era mais agressivo nas redes. Hoje, tomo mais cuidado. Eu sou uma pessoa naturalmente subversiva dentro do meu trabalho, da minha arte. Eu gosto de incomodar.

Como está sendo interpretar Frei João, em “Amor Perfeito” (novela das seis)?

Eu estou tendo uma oportunidade de fazer um personagem exatamente o oposto do que as pessoas me chamam para fazer. Quando recebi esse convite de ser uma pessoa serena, percebi que estava sentido falta disso. O Frei João me trouxe esse lugar de serenidade.

Você é religioso?

Eu sou um cara espiritualizado. Sou avesso à religião. Já fui seis anos da umbanda, católico quando criança, larguei o budismo. Hoje, o que eu acredito é naquilo que o Einstein falou: somos vibrações. A partir do momento que a tua vibração tá em harmonia com a vibração magnética do universo é onde fluem as coisas. A religião serve para a gente compartilhar a culpa.

Allan Souza Lima Foto: Aline Arruda

Mergulhar nos personagens sem nenhum temor e com intensidade. Essa parece ser uma das muitas virtudes do ator Allan Souza Lima, 37 anos. “Eu acredito que quanto mais imersão, quanto mais caos, é que as grandes obras nascem”, disse. Nesta entrevista, ele fala sobre Ubaldo, seu personagem na série Cangaço Novo (Prime Video), que estreia no próximo dia 18, defende uma anarquia necessária no fazer artístico, discute religião e muito mais. Como Souza tem muito a dizer, o melhor é ir direto para a entrevista. A seguir:

Allan Souza Lima Foto: Renato Amoroso

Me conta um pouco sobre o Ubaldo, seu personagem em Cangaço Novo.

O Ubaldo não tem identidade. Ele é uma pessoa que está tentando buscar, tentando descobrir quem ele é de fato. Ele nem é nordestino, nem é sulista. Por uma situação do destino, teve que fugir muito novo. O personagem acaba descobrindo que tem uma herança e vai em busca disso. Ele vai ao encontro dele mesmo.

Ele é bancário?

Ele é ex-bancário. Ele mente para o pai dizendo que é do exército e tal. Mas é um cara frustrado. É aquela pessoa que trabalha para executar tarefas. Ele vive dentro dos padrões de condições baixas. E está cansado disso.

Você é um ator mais do estudo ou da intuição?

Eu sou dos dois. Eu sou adepto ao ator metódico – que é o método do Christian Bale e do Daniel Day-Lewis. Eu sou uma pessoa que gosta de viver literalmente a vida do personagem. Eu sou uma pessoa muito intuitiva dentro do jogo cênico, mas ao mesmo tempo eu também sou muito matemático para não enlouquecer demais. Em relação a esse trabalho, a preparação foi muito intensa com a Fátima Toledo (preparadora de elencos e atores). Criei uma relação muito forte com ela.

Mas os processos da Fátima Toledo não são para qualquer ator...

Eu sempre fui adepto ao processo dela. Só reafirmou aquilo que eu acredito como artista. Eu acredito que quanto mais imersão, quanto mais caos, é que as grandes obras nascem. A arte está entrando em um lugar muito grande de moralidade. A arte não é moral. A arte é amoral, ela é anarquista e subversiva. E dentro desse processo de criação, a gente precisa se desconstruir.

Você se entende como artista desde muito cedo?

Meu primeiro contato com a arte foi com a pintura. Minha avó tinha um quadro do Miró. Gostei daquelas coisas e tal. Então, comecei a pintar com cinco, seis anos. Minha avó era também vizinha do Chico Science. Eu era muito criança. Ficava em cima do mudo vendo a banda dele ensaiar.

Você acredita que uma pessoa nasce artista ou aprende a ser artista?

Eu acredito que todo mundo nasce com um dom. O grande objetivo dessa vida é tentar descobrir o nosso propósito. Eu nasci artista. Não é prepotência. É o que eu sei fazer.

Como é a sua relação com redes sociais e Instagram?

Eu sempre fui muito desapegado com Instagram. Agora, óbvio que estou tentando ter mais engajamento, ganhar dinheiro. Ser só cult nessa vida não dá certo...

Mas teve uma polêmica aí com uma foto do Insta em que você aparece nu...

Eu não tenho problema nenhum com isso. Eu postaria de novo. Eu realmente sou naturista. Se dependesse de mim, eu andaria pelado minha vida inteira. Eu acho que as pessoas criam essa relação da nudez sempre atrelada à questão sexual. A gente vê tantas coisas bizarras... mas não pode postar uma foto de bunda...

As redes sociais têm uma agressividade...

Antes eu era mais agressivo nas redes. Hoje, tomo mais cuidado. Eu sou uma pessoa naturalmente subversiva dentro do meu trabalho, da minha arte. Eu gosto de incomodar.

Como está sendo interpretar Frei João, em “Amor Perfeito” (novela das seis)?

Eu estou tendo uma oportunidade de fazer um personagem exatamente o oposto do que as pessoas me chamam para fazer. Quando recebi esse convite de ser uma pessoa serena, percebi que estava sentido falta disso. O Frei João me trouxe esse lugar de serenidade.

Você é religioso?

Eu sou um cara espiritualizado. Sou avesso à religião. Já fui seis anos da umbanda, católico quando criança, larguei o budismo. Hoje, o que eu acredito é naquilo que o Einstein falou: somos vibrações. A partir do momento que a tua vibração tá em harmonia com a vibração magnética do universo é onde fluem as coisas. A religião serve para a gente compartilhar a culpa.

Allan Souza Lima Foto: Aline Arruda

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