Em meio à aridez da avenida Paulista, o artista japonês Atsunobu Katagiri está montando uma instalação botânica na Japan House. Ele espera que a exposição ofereça um momento de meditação e de reconexão do paulistano com a natureza. “Coletei plantas locais e exóticas, combinando-as para criar um espaço místico, como uma terra encantada. Usei cerca de cem diferentes espécies e também muitos musgos”, disse Katagiri à coluna, que está em São Paulo mergulhado na montagem da exposição, intitulada “Essência: Jardim Interior”. A abertura para o público é na terça-feira, dia 7.
Para se inspirar, no ano passado o artista visitou muitos viveiros e parques na capital e no interior. A mostra requer cuidados especiais para instalação com profissionais diversos, como engenheiro, técnico de irrigação e iluminação. A manutenção também é pensada cuidadosamente: “É um grande desafio para mim porque a exibição acontece ao longo de dois meses e os arranjos não duram muito tempo. Estamos usando flores com raízes que têm vida mais longa, contando com apoio de jardineiros que estão acompanhando meu trabalho de perto para manter esse jardim vivo e muito bonito durante todo o período da exibição”.
O fato de não estar familiarizado com o comportamento das plantas com o passar dos dias traz incertezas que o estimulam: “Isso é desafiador e excitante e está abrindo novas portas para conhecer essas plantas”. Entre as espécies que podem ser vistas na mostra estão as árvores baobá, chuva de ouro da amazônia, pata de vaca, diversas begônias, orquídeas, bromélias, cactus e suculentas.
A diretora cultural da Japan House, Natasha Geenen, conta que Katagiri é de uma família que tem uma escola de ensino da arte japonesa de arranjo de plantas e flores, a ikebana, na cidade de Osaka. “Ele tem um trabalho contemporâneo de ligação com a natureza, com o entorno. Na maior parte são criações de arte viva. A exposição traz essa ideia de banho de floresta.” Katagiri também é conhecido por seu projeto Sacrifício, obra sobre o ressurgimento da vegetação em Fukushima após o terremoto de 2011.