Empresário do mercado pet brasileiro, CEO da Petz, membro do Conselhão do governo federal, Sergio Zimerman agora encarna mais um papel: o de tubarão do programa Shark Tank Brasil. Ele vai ser um dos integrantes da 8ª edição do reality show, encarregado de dizer sim ou não para propostas empreendedores em busca de financiamento para suas ideias de negócios. As gravações começaram hoje em São Paulo.
Na próxima edição do reality no Sony Channel, prevista para estrear em setembro, Zimerman é uma das novidades ao lado de Joel Jota, ex-nadador da seleção brasileira e Monique Evelle, investidora-anjo, escritora, a mais jovem da edição. Eles se juntam aos veteranos João Appolinário, fundador da Polishop; Carol Paiffer, CEO da ATOM S/A e José Carlos Semenzato, presidente do conselho da SMZTO. Luitha Miraglia conduz a apresentação do programa.
Os sharks farejam oportunidades para ampliar sua carteira de investimentos; fecham acordo no programa e depois há um período de diligências de seis meses a um ano para conferir dados e documentos apresentados antes de concretizar o negócio. De acordo com o programa, cinquenta empreendedores participam da disputa. Confira a entrevista com Zimerman:
Qual é o seu objetivo no programa?
Em primeiro lugar é aprender. Estar ao lado de outros sharks vai ser extremamente interessante e enriquecedor. E poder pegar uma ou mais histórias e fazer a diferença na vida desses empreendedores.
Como está se preparando para as gravações?
Sobretudo assistindo vários episódios passados, conversando com pessoas e construindo reflexões sobre a forma de atuar.
E a interação com os outros participantes?
Tenho relacionamento com João Appolinário, nesta semana conheci a Carol Paiffer, conheço o José Carlos Semenzato. Os demais não conheço.
Sergio Zimerman, CEO da Petz
É difícil te convencer a investir? O que pesa mais na decisão?
Sim, é difícil, mas neste formato de programa absolutamente inusitado, onde tem menos de uma hora para tomar a decisão de investir ou não, vou estar numa curva de aprendizado para ter esse discernimento. O que pesa na decisão é o perfil rápido do empreendedor mais do que a ideia. O jeito dele é o que vai me atrair.
Quais são os prováveis erros das propostas que chegam no programa?
Essa é a minha primeira temporada, mas pelo o que vi nas outras edições, há erros de “valuation” (avaliação do valor da empresa) que estão absolutamente desancorados na realidade. Outro problema é a falta de estruturação na argumentação de por que investir naquele negócio.
Na apresentação, o proponente deve seduzir ou focar mais na viabilidade financeira?
Como tem menos de uma hora, a viabilidade financeira não é muito complexa. Com o material inicialmente dado, consigo bater o olho e ter uma noção. Entendo que o empreendedor deve focar mais em mostrar o brilho nos olhos pelo projeto. Tentar estabelecer uma relação de empatia com os sharks para atrair investimento.
Por que acredita que foi escolhido para participar do reality?
Acredito que fui escolhido para o Shark Tank Brasil por ter um perfil empreendedor, ter feito parte de várias companhias ao longo da minha vida e por estar numa empresa hoje que tem boa visibilidade. Tudo isso adequa-se bastante ao formato do programa de incentivo ao empreendedorismo e o apoio a boas ideias.
Terá algum bordão no programa?
Não está planejado nenhum bordão, mas pode vir a acontecer naturalmente na dinâmica da gravação por mero acaso.
Qual lição aprendeu no mercado pet?
São inúmeras, mas uma das mais importantes e ao mesmo tempo um erro comum: as pessoas abrem comércio pelo simples fato de amar pet. Essa é uma excelente razão para você ter pets na sua casa, no seu sítio, na sua casa de praia, mas não para ter uma loja de pet.
Considera-se pessimista ou ousado frente a uma proposta?
Nem pessimista nem otimista. Tento ter uma dose de realidade dentro das análises, considerando pontos de atenção e possibilidades, sobretudo, sabendo que tem riscos. Não existe empreendedorismo sem tomada de risco. E o risco é compatível com o retorno esperado.
Se posicionar politicamente mais ajuda ou atrapalha os negócios?
Posicionar-se em relação a políticos, em uma boa dose, mais atrapalha do que ajuda porque uma cadeia de lojas é uma empresa democrática que precisa receber adeptos de todas as correntes políticas. Por outro lado, isso não deve ser confundido com ter posicionamentos sobre políticas públicas. Eu as tenho e vou continuar tendo, independente de qual seja o governo, de esquerda ou direita, para frente ou para trás.
Como são suas relações com os controladores e sócios da Petz?
Lembrando que a Petz não é mais uma empresa que tem controlador. Ela tem 100 mil investidores. Sou acionista de referência, com mais de 26% de participação da companhia e os demais sócios têm uma participação bem menor. A minha relação com os fundos de investimento nacionais ou estrangeiros é ótima, com muitos debates sobre os caminhos, compartilhamento de dados e estratégias da companhia. A relação, então, desde a abertura do mercado feita em 2020 é extremamente saudável.
A Petz capturou um sentimento ou criou-o? Essa ideia de que os pets teriam papel importante na vida moderna, dos solteiros e das famílias.
Eu diria que é um misto dessas duas coisas. A Petz capturou e também tem ajudado a criar um sentimento de que nos últimos 20 anos ocorreu uma intensificação da humanização do pet. A empresa é absolutamente focada no consumidor, nas suas relações com o seu animal de estimação, necessidades, nos produtos e serviços. A Petz é uma companhia antenada e conectada com esse tutor para oferecer as melhores soluções para o seu dia-a-dia.