Cultura, comportamento, noite e gente em São Paulo

'A estupidez humana é uma coisa difícil de ser superada', afirma Malu Mader


Por Paula Bonelli
Malu Mader encarna uma promotora de Justiça. Foto: Star+

Aos 55 anos, Malu Mader gosta de respeitar seu tempo. A atriz começou a trabalhar cedo. Aos 16 anos já estava na TV. Estrelou muitas novelas. Teve algumas questões de saúde que foram superadas - mas que a fizeram repensar o modo de viver. Hoje foca em trabalhos que lhe dão prazer. A atriz estreou há pouco na série Não Foi Minha Culpa, que retrata diferentes situações de violência vividas por mulheres.

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Na avalanche de casos de feminicídio no Brasil, acentuados recentemente na pandemia de covid-19, a atriz enxerga a série ajudando pessoas a reconhecerem situações de abuso: "Fazer um trabalho que pode ajudar as mulheres dá uma sensação incrível de potência". Na série exibida pela plataforma Star+, Malu interpreta uma promotora de Justiça.

Em conversa com a repórter Paula Bonelli, por videoconferência, a atriz disse que gosta de tomar apenas um café caseiro pela manhã. Na sua casa quem é mesmo apaixonado pela bebida é o marido, escritor e guitarrista dos Titãs, Tony Bellotto.

Como foi gravar a série "Não Foi Minha Culpa"?

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Essa série teve uma importância tremenda para mim, sob vários aspectos. Foi o primeiro trabalho que eu fiz pós-pandemia. Nós artistas falamos muito sobre a inutilidade da arte, brincando de menosprezar o que fazemos para não parecer que somos mais importantes que os outros. Mas por causa desse massacre na cultura, dessa perseguição a todo mundo que quer pensar de uma maneira mais livre, deu uma vontade de falar que somos importantes, sim. Num país em que as pessoas passam fome isso, claro, não seria a primeira coisa, mas o que nos manteve com alguma sanidade mental na pandemia foram as séries, os programas de televisão, as peças online. Ficou clara a nossa necessidade, citando Titãs, a gente não quer só comida, precisamos também alimentar a alma. E quando milhares de mulheres estão morrendo, isso piorou com a pandemia, fazer um trabalho que de alguma forma pode objetivamente ajudá-las dá uma sensação incrível de potência.

Fez algum laboratório para viver a sua personagem?

Eu conversei com a Gabriela Manssur (promotora de Justiça e política), a minha personagem foi inspirada nela. Vi alguns documentários também da diretora da série Susanna Lira ligados a essa área do direito da mulher. E eu estava bastante atenta. Quando estou fazendo algum trabalho parece que fico meio grávida daquilo, tudo que diz respeito a esse universo chama a minha atenção.

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E quais são os maiores desafios de uma série sobre feminicídio?

É tentar ser o menos didático possível. Como, de alguma forma, essa é uma "série denúncia" tentamos fazer o mais próximo da realidade. E eu sinto que, não vi todos os episódios ainda, eu li todos os episódios, não tô "maratonando". Mas os que eu vi, na maior parte deles conseguiu atingir esse objetivo. Fico torcendo para que a série chegue a um número grande de pessoas.

É possível superar esse problema gigantesco?

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Acho que a idiotice humana, a estupidez é uma coisa muito difícil de ser superada plenamente, mas busca-se melhorar, andar pra frente, e tentar diminuir os índices.

Ficou mais seletiva com o passar do tempo na escolha dos seus trabalhos?

Eu não sei te dizer se eu fiquei mais seletiva com o tempo. Tem o lado bacana de ficar mais velho, saber o que gosta e o que não gosta de fazer, conhecer a si um pouco melhor. E tem o lado ruim disso, de não se aventurar mais tanto.

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Começou bem cedo na TV, isso exige um amadurecimento.

Não tive adolescência, eu era bem já "adultinha". Eu saí da fase de ficar junto com os meus pais o tempo todo para começar a trabalhar, namorar um cara bem mais velho, já quase casar. Pulei uma etapa, mas não me ressinto, apesar de que adoraria ter feito faculdade, adoro estudar hoje em dia, fico correndo atrás do prejuízo.

Você fez muita novela no começo e depois optou por fazer menos?

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É, eu fiz muita novela, uma atrás da outra durante muitos anos - e houve um momento em que eu perdi um pouquinho do encanto de fazer novela. Não ficava me cobrando tanto de ter que fazer coisas para TV, era uma expectativa mais dos outros.

Por quê? Eu achava muito massacrante o trabalho, muito hercúleo. Deixava de fazer muitas coisas assim da vida real. Aí comecei a querer dar uns tempos maiores. E isso coincidiu com o fato de ser mãe e de adorar ser mãe.

Malu Mader encarna uma promotora de Justiça. Foto: Star+

Aos 55 anos, Malu Mader gosta de respeitar seu tempo. A atriz começou a trabalhar cedo. Aos 16 anos já estava na TV. Estrelou muitas novelas. Teve algumas questões de saúde que foram superadas - mas que a fizeram repensar o modo de viver. Hoje foca em trabalhos que lhe dão prazer. A atriz estreou há pouco na série Não Foi Minha Culpa, que retrata diferentes situações de violência vividas por mulheres.

Na avalanche de casos de feminicídio no Brasil, acentuados recentemente na pandemia de covid-19, a atriz enxerga a série ajudando pessoas a reconhecerem situações de abuso: "Fazer um trabalho que pode ajudar as mulheres dá uma sensação incrível de potência". Na série exibida pela plataforma Star+, Malu interpreta uma promotora de Justiça.

Em conversa com a repórter Paula Bonelli, por videoconferência, a atriz disse que gosta de tomar apenas um café caseiro pela manhã. Na sua casa quem é mesmo apaixonado pela bebida é o marido, escritor e guitarrista dos Titãs, Tony Bellotto.

Como foi gravar a série "Não Foi Minha Culpa"?

Essa série teve uma importância tremenda para mim, sob vários aspectos. Foi o primeiro trabalho que eu fiz pós-pandemia. Nós artistas falamos muito sobre a inutilidade da arte, brincando de menosprezar o que fazemos para não parecer que somos mais importantes que os outros. Mas por causa desse massacre na cultura, dessa perseguição a todo mundo que quer pensar de uma maneira mais livre, deu uma vontade de falar que somos importantes, sim. Num país em que as pessoas passam fome isso, claro, não seria a primeira coisa, mas o que nos manteve com alguma sanidade mental na pandemia foram as séries, os programas de televisão, as peças online. Ficou clara a nossa necessidade, citando Titãs, a gente não quer só comida, precisamos também alimentar a alma. E quando milhares de mulheres estão morrendo, isso piorou com a pandemia, fazer um trabalho que de alguma forma pode objetivamente ajudá-las dá uma sensação incrível de potência.

Fez algum laboratório para viver a sua personagem?

Eu conversei com a Gabriela Manssur (promotora de Justiça e política), a minha personagem foi inspirada nela. Vi alguns documentários também da diretora da série Susanna Lira ligados a essa área do direito da mulher. E eu estava bastante atenta. Quando estou fazendo algum trabalho parece que fico meio grávida daquilo, tudo que diz respeito a esse universo chama a minha atenção.

E quais são os maiores desafios de uma série sobre feminicídio?

É tentar ser o menos didático possível. Como, de alguma forma, essa é uma "série denúncia" tentamos fazer o mais próximo da realidade. E eu sinto que, não vi todos os episódios ainda, eu li todos os episódios, não tô "maratonando". Mas os que eu vi, na maior parte deles conseguiu atingir esse objetivo. Fico torcendo para que a série chegue a um número grande de pessoas.

É possível superar esse problema gigantesco?

Acho que a idiotice humana, a estupidez é uma coisa muito difícil de ser superada plenamente, mas busca-se melhorar, andar pra frente, e tentar diminuir os índices.

Ficou mais seletiva com o passar do tempo na escolha dos seus trabalhos?

Eu não sei te dizer se eu fiquei mais seletiva com o tempo. Tem o lado bacana de ficar mais velho, saber o que gosta e o que não gosta de fazer, conhecer a si um pouco melhor. E tem o lado ruim disso, de não se aventurar mais tanto.

Começou bem cedo na TV, isso exige um amadurecimento.

Não tive adolescência, eu era bem já "adultinha". Eu saí da fase de ficar junto com os meus pais o tempo todo para começar a trabalhar, namorar um cara bem mais velho, já quase casar. Pulei uma etapa, mas não me ressinto, apesar de que adoraria ter feito faculdade, adoro estudar hoje em dia, fico correndo atrás do prejuízo.

Você fez muita novela no começo e depois optou por fazer menos?

É, eu fiz muita novela, uma atrás da outra durante muitos anos - e houve um momento em que eu perdi um pouquinho do encanto de fazer novela. Não ficava me cobrando tanto de ter que fazer coisas para TV, era uma expectativa mais dos outros.

Por quê? Eu achava muito massacrante o trabalho, muito hercúleo. Deixava de fazer muitas coisas assim da vida real. Aí comecei a querer dar uns tempos maiores. E isso coincidiu com o fato de ser mãe e de adorar ser mãe.

Malu Mader encarna uma promotora de Justiça. Foto: Star+

Aos 55 anos, Malu Mader gosta de respeitar seu tempo. A atriz começou a trabalhar cedo. Aos 16 anos já estava na TV. Estrelou muitas novelas. Teve algumas questões de saúde que foram superadas - mas que a fizeram repensar o modo de viver. Hoje foca em trabalhos que lhe dão prazer. A atriz estreou há pouco na série Não Foi Minha Culpa, que retrata diferentes situações de violência vividas por mulheres.

Na avalanche de casos de feminicídio no Brasil, acentuados recentemente na pandemia de covid-19, a atriz enxerga a série ajudando pessoas a reconhecerem situações de abuso: "Fazer um trabalho que pode ajudar as mulheres dá uma sensação incrível de potência". Na série exibida pela plataforma Star+, Malu interpreta uma promotora de Justiça.

Em conversa com a repórter Paula Bonelli, por videoconferência, a atriz disse que gosta de tomar apenas um café caseiro pela manhã. Na sua casa quem é mesmo apaixonado pela bebida é o marido, escritor e guitarrista dos Titãs, Tony Bellotto.

Como foi gravar a série "Não Foi Minha Culpa"?

Essa série teve uma importância tremenda para mim, sob vários aspectos. Foi o primeiro trabalho que eu fiz pós-pandemia. Nós artistas falamos muito sobre a inutilidade da arte, brincando de menosprezar o que fazemos para não parecer que somos mais importantes que os outros. Mas por causa desse massacre na cultura, dessa perseguição a todo mundo que quer pensar de uma maneira mais livre, deu uma vontade de falar que somos importantes, sim. Num país em que as pessoas passam fome isso, claro, não seria a primeira coisa, mas o que nos manteve com alguma sanidade mental na pandemia foram as séries, os programas de televisão, as peças online. Ficou clara a nossa necessidade, citando Titãs, a gente não quer só comida, precisamos também alimentar a alma. E quando milhares de mulheres estão morrendo, isso piorou com a pandemia, fazer um trabalho que de alguma forma pode objetivamente ajudá-las dá uma sensação incrível de potência.

Fez algum laboratório para viver a sua personagem?

Eu conversei com a Gabriela Manssur (promotora de Justiça e política), a minha personagem foi inspirada nela. Vi alguns documentários também da diretora da série Susanna Lira ligados a essa área do direito da mulher. E eu estava bastante atenta. Quando estou fazendo algum trabalho parece que fico meio grávida daquilo, tudo que diz respeito a esse universo chama a minha atenção.

E quais são os maiores desafios de uma série sobre feminicídio?

É tentar ser o menos didático possível. Como, de alguma forma, essa é uma "série denúncia" tentamos fazer o mais próximo da realidade. E eu sinto que, não vi todos os episódios ainda, eu li todos os episódios, não tô "maratonando". Mas os que eu vi, na maior parte deles conseguiu atingir esse objetivo. Fico torcendo para que a série chegue a um número grande de pessoas.

É possível superar esse problema gigantesco?

Acho que a idiotice humana, a estupidez é uma coisa muito difícil de ser superada plenamente, mas busca-se melhorar, andar pra frente, e tentar diminuir os índices.

Ficou mais seletiva com o passar do tempo na escolha dos seus trabalhos?

Eu não sei te dizer se eu fiquei mais seletiva com o tempo. Tem o lado bacana de ficar mais velho, saber o que gosta e o que não gosta de fazer, conhecer a si um pouco melhor. E tem o lado ruim disso, de não se aventurar mais tanto.

Começou bem cedo na TV, isso exige um amadurecimento.

Não tive adolescência, eu era bem já "adultinha". Eu saí da fase de ficar junto com os meus pais o tempo todo para começar a trabalhar, namorar um cara bem mais velho, já quase casar. Pulei uma etapa, mas não me ressinto, apesar de que adoraria ter feito faculdade, adoro estudar hoje em dia, fico correndo atrás do prejuízo.

Você fez muita novela no começo e depois optou por fazer menos?

É, eu fiz muita novela, uma atrás da outra durante muitos anos - e houve um momento em que eu perdi um pouquinho do encanto de fazer novela. Não ficava me cobrando tanto de ter que fazer coisas para TV, era uma expectativa mais dos outros.

Por quê? Eu achava muito massacrante o trabalho, muito hercúleo. Deixava de fazer muitas coisas assim da vida real. Aí comecei a querer dar uns tempos maiores. E isso coincidiu com o fato de ser mãe e de adorar ser mãe.

Malu Mader encarna uma promotora de Justiça. Foto: Star+

Aos 55 anos, Malu Mader gosta de respeitar seu tempo. A atriz começou a trabalhar cedo. Aos 16 anos já estava na TV. Estrelou muitas novelas. Teve algumas questões de saúde que foram superadas - mas que a fizeram repensar o modo de viver. Hoje foca em trabalhos que lhe dão prazer. A atriz estreou há pouco na série Não Foi Minha Culpa, que retrata diferentes situações de violência vividas por mulheres.

Na avalanche de casos de feminicídio no Brasil, acentuados recentemente na pandemia de covid-19, a atriz enxerga a série ajudando pessoas a reconhecerem situações de abuso: "Fazer um trabalho que pode ajudar as mulheres dá uma sensação incrível de potência". Na série exibida pela plataforma Star+, Malu interpreta uma promotora de Justiça.

Em conversa com a repórter Paula Bonelli, por videoconferência, a atriz disse que gosta de tomar apenas um café caseiro pela manhã. Na sua casa quem é mesmo apaixonado pela bebida é o marido, escritor e guitarrista dos Titãs, Tony Bellotto.

Como foi gravar a série "Não Foi Minha Culpa"?

Essa série teve uma importância tremenda para mim, sob vários aspectos. Foi o primeiro trabalho que eu fiz pós-pandemia. Nós artistas falamos muito sobre a inutilidade da arte, brincando de menosprezar o que fazemos para não parecer que somos mais importantes que os outros. Mas por causa desse massacre na cultura, dessa perseguição a todo mundo que quer pensar de uma maneira mais livre, deu uma vontade de falar que somos importantes, sim. Num país em que as pessoas passam fome isso, claro, não seria a primeira coisa, mas o que nos manteve com alguma sanidade mental na pandemia foram as séries, os programas de televisão, as peças online. Ficou clara a nossa necessidade, citando Titãs, a gente não quer só comida, precisamos também alimentar a alma. E quando milhares de mulheres estão morrendo, isso piorou com a pandemia, fazer um trabalho que de alguma forma pode objetivamente ajudá-las dá uma sensação incrível de potência.

Fez algum laboratório para viver a sua personagem?

Eu conversei com a Gabriela Manssur (promotora de Justiça e política), a minha personagem foi inspirada nela. Vi alguns documentários também da diretora da série Susanna Lira ligados a essa área do direito da mulher. E eu estava bastante atenta. Quando estou fazendo algum trabalho parece que fico meio grávida daquilo, tudo que diz respeito a esse universo chama a minha atenção.

E quais são os maiores desafios de uma série sobre feminicídio?

É tentar ser o menos didático possível. Como, de alguma forma, essa é uma "série denúncia" tentamos fazer o mais próximo da realidade. E eu sinto que, não vi todos os episódios ainda, eu li todos os episódios, não tô "maratonando". Mas os que eu vi, na maior parte deles conseguiu atingir esse objetivo. Fico torcendo para que a série chegue a um número grande de pessoas.

É possível superar esse problema gigantesco?

Acho que a idiotice humana, a estupidez é uma coisa muito difícil de ser superada plenamente, mas busca-se melhorar, andar pra frente, e tentar diminuir os índices.

Ficou mais seletiva com o passar do tempo na escolha dos seus trabalhos?

Eu não sei te dizer se eu fiquei mais seletiva com o tempo. Tem o lado bacana de ficar mais velho, saber o que gosta e o que não gosta de fazer, conhecer a si um pouco melhor. E tem o lado ruim disso, de não se aventurar mais tanto.

Começou bem cedo na TV, isso exige um amadurecimento.

Não tive adolescência, eu era bem já "adultinha". Eu saí da fase de ficar junto com os meus pais o tempo todo para começar a trabalhar, namorar um cara bem mais velho, já quase casar. Pulei uma etapa, mas não me ressinto, apesar de que adoraria ter feito faculdade, adoro estudar hoje em dia, fico correndo atrás do prejuízo.

Você fez muita novela no começo e depois optou por fazer menos?

É, eu fiz muita novela, uma atrás da outra durante muitos anos - e houve um momento em que eu perdi um pouquinho do encanto de fazer novela. Não ficava me cobrando tanto de ter que fazer coisas para TV, era uma expectativa mais dos outros.

Por quê? Eu achava muito massacrante o trabalho, muito hercúleo. Deixava de fazer muitas coisas assim da vida real. Aí comecei a querer dar uns tempos maiores. E isso coincidiu com o fato de ser mãe e de adorar ser mãe.

Malu Mader encarna uma promotora de Justiça. Foto: Star+

Aos 55 anos, Malu Mader gosta de respeitar seu tempo. A atriz começou a trabalhar cedo. Aos 16 anos já estava na TV. Estrelou muitas novelas. Teve algumas questões de saúde que foram superadas - mas que a fizeram repensar o modo de viver. Hoje foca em trabalhos que lhe dão prazer. A atriz estreou há pouco na série Não Foi Minha Culpa, que retrata diferentes situações de violência vividas por mulheres.

Na avalanche de casos de feminicídio no Brasil, acentuados recentemente na pandemia de covid-19, a atriz enxerga a série ajudando pessoas a reconhecerem situações de abuso: "Fazer um trabalho que pode ajudar as mulheres dá uma sensação incrível de potência". Na série exibida pela plataforma Star+, Malu interpreta uma promotora de Justiça.

Em conversa com a repórter Paula Bonelli, por videoconferência, a atriz disse que gosta de tomar apenas um café caseiro pela manhã. Na sua casa quem é mesmo apaixonado pela bebida é o marido, escritor e guitarrista dos Titãs, Tony Bellotto.

Como foi gravar a série "Não Foi Minha Culpa"?

Essa série teve uma importância tremenda para mim, sob vários aspectos. Foi o primeiro trabalho que eu fiz pós-pandemia. Nós artistas falamos muito sobre a inutilidade da arte, brincando de menosprezar o que fazemos para não parecer que somos mais importantes que os outros. Mas por causa desse massacre na cultura, dessa perseguição a todo mundo que quer pensar de uma maneira mais livre, deu uma vontade de falar que somos importantes, sim. Num país em que as pessoas passam fome isso, claro, não seria a primeira coisa, mas o que nos manteve com alguma sanidade mental na pandemia foram as séries, os programas de televisão, as peças online. Ficou clara a nossa necessidade, citando Titãs, a gente não quer só comida, precisamos também alimentar a alma. E quando milhares de mulheres estão morrendo, isso piorou com a pandemia, fazer um trabalho que de alguma forma pode objetivamente ajudá-las dá uma sensação incrível de potência.

Fez algum laboratório para viver a sua personagem?

Eu conversei com a Gabriela Manssur (promotora de Justiça e política), a minha personagem foi inspirada nela. Vi alguns documentários também da diretora da série Susanna Lira ligados a essa área do direito da mulher. E eu estava bastante atenta. Quando estou fazendo algum trabalho parece que fico meio grávida daquilo, tudo que diz respeito a esse universo chama a minha atenção.

E quais são os maiores desafios de uma série sobre feminicídio?

É tentar ser o menos didático possível. Como, de alguma forma, essa é uma "série denúncia" tentamos fazer o mais próximo da realidade. E eu sinto que, não vi todos os episódios ainda, eu li todos os episódios, não tô "maratonando". Mas os que eu vi, na maior parte deles conseguiu atingir esse objetivo. Fico torcendo para que a série chegue a um número grande de pessoas.

É possível superar esse problema gigantesco?

Acho que a idiotice humana, a estupidez é uma coisa muito difícil de ser superada plenamente, mas busca-se melhorar, andar pra frente, e tentar diminuir os índices.

Ficou mais seletiva com o passar do tempo na escolha dos seus trabalhos?

Eu não sei te dizer se eu fiquei mais seletiva com o tempo. Tem o lado bacana de ficar mais velho, saber o que gosta e o que não gosta de fazer, conhecer a si um pouco melhor. E tem o lado ruim disso, de não se aventurar mais tanto.

Começou bem cedo na TV, isso exige um amadurecimento.

Não tive adolescência, eu era bem já "adultinha". Eu saí da fase de ficar junto com os meus pais o tempo todo para começar a trabalhar, namorar um cara bem mais velho, já quase casar. Pulei uma etapa, mas não me ressinto, apesar de que adoraria ter feito faculdade, adoro estudar hoje em dia, fico correndo atrás do prejuízo.

Você fez muita novela no começo e depois optou por fazer menos?

É, eu fiz muita novela, uma atrás da outra durante muitos anos - e houve um momento em que eu perdi um pouquinho do encanto de fazer novela. Não ficava me cobrando tanto de ter que fazer coisas para TV, era uma expectativa mais dos outros.

Por quê? Eu achava muito massacrante o trabalho, muito hercúleo. Deixava de fazer muitas coisas assim da vida real. Aí comecei a querer dar uns tempos maiores. E isso coincidiu com o fato de ser mãe e de adorar ser mãe.

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