Cultura, comportamento, noite e gente em São Paulo

‘Não me interessa me tornar um artista escravo dos algoritmos’, diz Marcelo D2


Movido a desafios, músico estreia como roteirista da série ‘Amar é para os Fortes’ no streaming

Por Paula Bonelli
Atualização:

Com 30 anos de carreira, Marcelo D2 poderia simplesmente ficar tocando os seus sucessos e do Planet Hemp. O músico, porém, considera mais importante estar apaixonado pelo que faz. Manter-se em movimento, não só na música. Ele participou da criação do roteiro da série Amar é para os Fortes, sobre como duas famílias são impactadas pela morte de uma criança por um policial. A produção estreia em 17 de novembro no Prime Video.

Além disso, o rapper lançou este ano um álbum com o Planet Hemp e outro, Iboru, da sua carreira solo. Sobre a nova geração de artistas, gosta do trabalho da cantora Ludmilla: “Ela tem uma presença incrível”. Mas D2 ressalta que não costuma ouvir música pop. “Não me interessa me tornar um artista escravo dos algoritmos e trabalhar em prol deles”, diz em entrevista por videoconferência à repórter Paula Bonelli.

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Marcelo D2 Foto: Ronaldo Land

Você é um artista que está sempre forçando para ampliar os limites? Faz isso de forma consciente?

Atualmente sim. No passado, não tinha consciência de que era isso que eu gostava em relação à arte. Hoje, entendo que a busca é mais importante do que a batida perfeita. No começo, eu pensava mais em arte de combate, mas depois entendi que Cartola também é resistência, com toda a sua leveza na poesia. É uma resistência poderosa quando ele diz que “as rosas não choram, simplesmente exalam”. Amo reggae, rap, samba e rock. Tive uma noção muito clara no começo da minha carreira de que não ia deixar as pessoas me transformarem no que elas acham que eu sou: um rapper, ou um cara da maconha.

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É difícil para você definir-se entre artista e ativista?

Total, acho que essas duas coisas andam juntas. Às vezes, as pessoas pensam que estou sendo apenas um ativista. Na verdade, estou fazendo arte e vice-versa. A minha porta de entrada para a música foi o rap. Ele me ensinou o enfrentamento. Portanto, acho que isso está no meu DNA.

Em termos de legalização das drogas, qual país considera uma referência internacional? O Uruguai, a Holanda?

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O que funciona na Holanda não necessariamente vai funcionar no Brasil. Precisamos encontrar o nosso próprio sistema. Portugal é um país com uma tolerância muito interessante. Acredito que o Brasil enfrentará muitas dificuldades para ter uma discussão honesta sobre isso.

Como foi o processo de criação da série “Amar é para os Fortes”?

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Eu fiz um curta-metragem chamado “Amar é para os Fortes” e a produtora Pródigo me convidou para fazer a série, que foi adquirida pela Amazon. Eu já queria trabalhar com Antônia Pellegrino, que sou fã há muito tempo. Juntos, criamos a história da série, que é contada sob a perspectiva das mães — uma abordagem nova. Nasci nesse ambiente e cresci cercado por violência. Esse ambiente é extremamente prejudicial... Antônia montou uma sala de roteiro com Camila Agustini e várias pessoas interessantes, como Yasmin Thayná. Para mim, foi uma experiência intensa, pois nunca havia trabalhado em uma série antes.

O seu filho mais velho atua na série?

Sim, o Stephan Peixoto. Ele faz o papel de amigo dos personagens principais. Eu também tenho uma filha de dois anos. No total, tenho cinco filhos.

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A forma de fazer uma banda acontecer hoje em dia mudou muito desde os primórdios do Planet Hemp?

Acho que mudou bastante. Lancei meu primeiro álbum em 1995, era um vinil, mas logo depois mudou para CD e, posteriormente, para streaming. O acesso a todas as músicas do mundo com apenas um clique é incrível. Antigamente, era preciso sair de casa, ir a uma loja, verificar se tinham o disco, encomendar e aguardar sua chegada.

O que acha da nova geração de artistas? Gosta de Ludmilla, Sidoka, Luísa Sonza?

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Gosto muito da Ludmilla. Talvez seja uma das artistas mais legais dessa nova geração. Ela tem uma presença incrível. Mas eu ouço pouco música pop.

E conte sobre os seus próximos projetos.

Estou realizando uma ocupação pop-up no Rio de Janeiro a partir de 29 de setembro. Em São Paulo, será na Vila Madalena, em novembro. Faz parte do projeto Iboru, que propõe um novo samba com música eletrônica. Teremos DJ set, bate-papo, exposição e algumas rodas de samba também. Acredito na transformação por meio da arte, estou investindo nisso. Não me interessa me tornar um artista escravo dos algoritmos e trabalhar em prol deles. Quero trabalhar no que acredito: a minha arte

Com 30 anos de carreira, Marcelo D2 poderia simplesmente ficar tocando os seus sucessos e do Planet Hemp. O músico, porém, considera mais importante estar apaixonado pelo que faz. Manter-se em movimento, não só na música. Ele participou da criação do roteiro da série Amar é para os Fortes, sobre como duas famílias são impactadas pela morte de uma criança por um policial. A produção estreia em 17 de novembro no Prime Video.

Além disso, o rapper lançou este ano um álbum com o Planet Hemp e outro, Iboru, da sua carreira solo. Sobre a nova geração de artistas, gosta do trabalho da cantora Ludmilla: “Ela tem uma presença incrível”. Mas D2 ressalta que não costuma ouvir música pop. “Não me interessa me tornar um artista escravo dos algoritmos e trabalhar em prol deles”, diz em entrevista por videoconferência à repórter Paula Bonelli.

Marcelo D2 Foto: Ronaldo Land

Você é um artista que está sempre forçando para ampliar os limites? Faz isso de forma consciente?

Atualmente sim. No passado, não tinha consciência de que era isso que eu gostava em relação à arte. Hoje, entendo que a busca é mais importante do que a batida perfeita. No começo, eu pensava mais em arte de combate, mas depois entendi que Cartola também é resistência, com toda a sua leveza na poesia. É uma resistência poderosa quando ele diz que “as rosas não choram, simplesmente exalam”. Amo reggae, rap, samba e rock. Tive uma noção muito clara no começo da minha carreira de que não ia deixar as pessoas me transformarem no que elas acham que eu sou: um rapper, ou um cara da maconha.

É difícil para você definir-se entre artista e ativista?

Total, acho que essas duas coisas andam juntas. Às vezes, as pessoas pensam que estou sendo apenas um ativista. Na verdade, estou fazendo arte e vice-versa. A minha porta de entrada para a música foi o rap. Ele me ensinou o enfrentamento. Portanto, acho que isso está no meu DNA.

Em termos de legalização das drogas, qual país considera uma referência internacional? O Uruguai, a Holanda?

O que funciona na Holanda não necessariamente vai funcionar no Brasil. Precisamos encontrar o nosso próprio sistema. Portugal é um país com uma tolerância muito interessante. Acredito que o Brasil enfrentará muitas dificuldades para ter uma discussão honesta sobre isso.

Como foi o processo de criação da série “Amar é para os Fortes”?

Eu fiz um curta-metragem chamado “Amar é para os Fortes” e a produtora Pródigo me convidou para fazer a série, que foi adquirida pela Amazon. Eu já queria trabalhar com Antônia Pellegrino, que sou fã há muito tempo. Juntos, criamos a história da série, que é contada sob a perspectiva das mães — uma abordagem nova. Nasci nesse ambiente e cresci cercado por violência. Esse ambiente é extremamente prejudicial... Antônia montou uma sala de roteiro com Camila Agustini e várias pessoas interessantes, como Yasmin Thayná. Para mim, foi uma experiência intensa, pois nunca havia trabalhado em uma série antes.

O seu filho mais velho atua na série?

Sim, o Stephan Peixoto. Ele faz o papel de amigo dos personagens principais. Eu também tenho uma filha de dois anos. No total, tenho cinco filhos.

A forma de fazer uma banda acontecer hoje em dia mudou muito desde os primórdios do Planet Hemp?

Acho que mudou bastante. Lancei meu primeiro álbum em 1995, era um vinil, mas logo depois mudou para CD e, posteriormente, para streaming. O acesso a todas as músicas do mundo com apenas um clique é incrível. Antigamente, era preciso sair de casa, ir a uma loja, verificar se tinham o disco, encomendar e aguardar sua chegada.

O que acha da nova geração de artistas? Gosta de Ludmilla, Sidoka, Luísa Sonza?

Gosto muito da Ludmilla. Talvez seja uma das artistas mais legais dessa nova geração. Ela tem uma presença incrível. Mas eu ouço pouco música pop.

E conte sobre os seus próximos projetos.

Estou realizando uma ocupação pop-up no Rio de Janeiro a partir de 29 de setembro. Em São Paulo, será na Vila Madalena, em novembro. Faz parte do projeto Iboru, que propõe um novo samba com música eletrônica. Teremos DJ set, bate-papo, exposição e algumas rodas de samba também. Acredito na transformação por meio da arte, estou investindo nisso. Não me interessa me tornar um artista escravo dos algoritmos e trabalhar em prol deles. Quero trabalhar no que acredito: a minha arte

Com 30 anos de carreira, Marcelo D2 poderia simplesmente ficar tocando os seus sucessos e do Planet Hemp. O músico, porém, considera mais importante estar apaixonado pelo que faz. Manter-se em movimento, não só na música. Ele participou da criação do roteiro da série Amar é para os Fortes, sobre como duas famílias são impactadas pela morte de uma criança por um policial. A produção estreia em 17 de novembro no Prime Video.

Além disso, o rapper lançou este ano um álbum com o Planet Hemp e outro, Iboru, da sua carreira solo. Sobre a nova geração de artistas, gosta do trabalho da cantora Ludmilla: “Ela tem uma presença incrível”. Mas D2 ressalta que não costuma ouvir música pop. “Não me interessa me tornar um artista escravo dos algoritmos e trabalhar em prol deles”, diz em entrevista por videoconferência à repórter Paula Bonelli.

Marcelo D2 Foto: Ronaldo Land

Você é um artista que está sempre forçando para ampliar os limites? Faz isso de forma consciente?

Atualmente sim. No passado, não tinha consciência de que era isso que eu gostava em relação à arte. Hoje, entendo que a busca é mais importante do que a batida perfeita. No começo, eu pensava mais em arte de combate, mas depois entendi que Cartola também é resistência, com toda a sua leveza na poesia. É uma resistência poderosa quando ele diz que “as rosas não choram, simplesmente exalam”. Amo reggae, rap, samba e rock. Tive uma noção muito clara no começo da minha carreira de que não ia deixar as pessoas me transformarem no que elas acham que eu sou: um rapper, ou um cara da maconha.

É difícil para você definir-se entre artista e ativista?

Total, acho que essas duas coisas andam juntas. Às vezes, as pessoas pensam que estou sendo apenas um ativista. Na verdade, estou fazendo arte e vice-versa. A minha porta de entrada para a música foi o rap. Ele me ensinou o enfrentamento. Portanto, acho que isso está no meu DNA.

Em termos de legalização das drogas, qual país considera uma referência internacional? O Uruguai, a Holanda?

O que funciona na Holanda não necessariamente vai funcionar no Brasil. Precisamos encontrar o nosso próprio sistema. Portugal é um país com uma tolerância muito interessante. Acredito que o Brasil enfrentará muitas dificuldades para ter uma discussão honesta sobre isso.

Como foi o processo de criação da série “Amar é para os Fortes”?

Eu fiz um curta-metragem chamado “Amar é para os Fortes” e a produtora Pródigo me convidou para fazer a série, que foi adquirida pela Amazon. Eu já queria trabalhar com Antônia Pellegrino, que sou fã há muito tempo. Juntos, criamos a história da série, que é contada sob a perspectiva das mães — uma abordagem nova. Nasci nesse ambiente e cresci cercado por violência. Esse ambiente é extremamente prejudicial... Antônia montou uma sala de roteiro com Camila Agustini e várias pessoas interessantes, como Yasmin Thayná. Para mim, foi uma experiência intensa, pois nunca havia trabalhado em uma série antes.

O seu filho mais velho atua na série?

Sim, o Stephan Peixoto. Ele faz o papel de amigo dos personagens principais. Eu também tenho uma filha de dois anos. No total, tenho cinco filhos.

A forma de fazer uma banda acontecer hoje em dia mudou muito desde os primórdios do Planet Hemp?

Acho que mudou bastante. Lancei meu primeiro álbum em 1995, era um vinil, mas logo depois mudou para CD e, posteriormente, para streaming. O acesso a todas as músicas do mundo com apenas um clique é incrível. Antigamente, era preciso sair de casa, ir a uma loja, verificar se tinham o disco, encomendar e aguardar sua chegada.

O que acha da nova geração de artistas? Gosta de Ludmilla, Sidoka, Luísa Sonza?

Gosto muito da Ludmilla. Talvez seja uma das artistas mais legais dessa nova geração. Ela tem uma presença incrível. Mas eu ouço pouco música pop.

E conte sobre os seus próximos projetos.

Estou realizando uma ocupação pop-up no Rio de Janeiro a partir de 29 de setembro. Em São Paulo, será na Vila Madalena, em novembro. Faz parte do projeto Iboru, que propõe um novo samba com música eletrônica. Teremos DJ set, bate-papo, exposição e algumas rodas de samba também. Acredito na transformação por meio da arte, estou investindo nisso. Não me interessa me tornar um artista escravo dos algoritmos e trabalhar em prol deles. Quero trabalhar no que acredito: a minha arte

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