Cultura, comportamento, noite e gente em São Paulo

‘O Dia dos Namorados pode levar a relação ao fracasso’, afirma a psicanalista Ana Suy


Especialista discute desafios do amor na era acelerada e com as redes sociais

Por Paula Bonelli

A psicanalista e professora Ana Suy analisa a busca incessante das pessoas por uma paixão nos tempos atuais, influenciadas pelas redes sociais, pela vida acelerada e os aplicativos de relacionamento. As expectativas, porém, ela aponta, são altas e não condizem com o cotidiano das relações amorosas, o que acarreta “boas doses de frustrações”.

Autora do livro A Gente Mira no Amor e Acerta na Solidão, com 150 mil cópias vendidas, Ana alerta que o dia 12 de junho, nesta quarta-feira, quando se celebra o amor entre os “pombinhos”, é também um momento delicado, que pode mudar os rumos dos casais: “O Dia dos Namorados pode fortalecer ou levar a relação ao fracasso”. Confira a entrevista concedida por videoconferência à repórter Paula Bonelli:

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Ana Suy Foto: Kizzy Tonegawa

Os relacionamentos amorosos mudaram na era dos aplicativos?

Sim, em diversos níveis. Não só por causa do aplicativo em si, mas pela maneira como se lida com tudo no mundo de hoje. A ideia de “amor líquido”, de Zygmunt Bauman, e a noção de descartabilidade, de Byung-Chul Han, refletem essa nova realidade: tratamos o outro como um objeto a ser consumido, descartável quando deixa de atender às nossas expectativas. A velocidade e a busca por validação constante nos levam a uma relação com o tempo muito perturbada.

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O que está mais em alta: o amor fluido e passageiro ou o amor romântico?

Não vejo uma grande diferença entre os dois. O amor romântico é o ideal de uma fantasia de completude, e o amor fluido também, e assim, a gente vive a era da paixão. Busca-se viver num estado de excitação, o que acaba sendo incompatível com a realidade e com a vida cotidiana. O desejo de uma paixão intensa acaba levando à busca constante por algo novo, sem que se revise o que realmente se quer no amor.

O Dia dos Namorados ajuda a fortalecer as relações?

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O Dia dos Namorados pode fortalecer ou levar a relação ao fracasso: a pressão das redes sociais, com fotos, textos e comemorações grandiosas, nos coloca em uma constante comparação: a grama do vizinho sempre parece mais verde. A nossa relação com o tempo está muito prejudicada nos dias de hoje. Então, as pessoas ficam tomadas por esse ideal com pensamentos como: queria ganhar uma surpresa. Será que eu estou com a pessoa certa? Será que eu estou perdendo meu tempo? Há esse conjunto de exigências pelas quais nós somos acometidos e podem piorar no Dia dos Namorados.

As novas identidades de gênero trazem consigo novas formas de encarar o amor?

Sim, a gente se desprende desse ideal de “felizes para sempre” do amor romântico que é muito marcado por um caminho já conhecido. Essas novas modalidades nos convocam a tentar criar uma forma própria de relação e não a entrar num modelo que, às vezes, serve para o outro mas não para o seu tipo de relacionamento.

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Quando você é correspondido no amor, sofre-se menos de solidão?

Não sei o que seria essa correspondência. Na fantasia, seria quando o outro me ama na mesma proporção. Na realidade, a falta de simetria entre a forma como amamos e como somos amados é constante, o que leva a pensar que, talvez, o outro não goste de mim. Então, a gente se desencontra o tempo todo dessa reciprocidade.

Quais são os sinais do desamor em um relacionamento? É ausência em excesso ou a comunicação errante?

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Tem uma palavra que antecede o amor, o respeito – que contém as chaves para boas experiências amorosas. O respeito inclui o cuidado com o outro. Deseja-se ser relevante para o par, só que aí começa o perigo porque toca numa fragilidade narcísica. A gente quer ser alguma coisa para o parceiro e isso nos coloca numa relação que pode despertar o pior de nós. Freud fala sobre o amor, por exemplo, no texto chamado As Pulsões e seus Destinos, onde aponta que o ódio está sempre presente no amor. Não no sentido da violência, mas do fato que ressurge sempre: eu e o outro não somos um só. Ele sempre pode ir embora.

Que cabanas são essas que o amor faz dentro de nós como consta no título da nova edição do seu livro?

Essa é a pergunta que eu faço com o livro. Eu tenho três caminhos: a cabana de palha, casa de madeira ou de tijolos, em referência com a história dos Três Porquinhos, mas eu gosto muito da brincadeira desse título As Cabanas que o Amor Faz em Nós no sentido de se referir aos laços e as coisas com as quais a gente se atrapalha tantas vezes nos relacionamentos amorosos.

A psicanalista e professora Ana Suy analisa a busca incessante das pessoas por uma paixão nos tempos atuais, influenciadas pelas redes sociais, pela vida acelerada e os aplicativos de relacionamento. As expectativas, porém, ela aponta, são altas e não condizem com o cotidiano das relações amorosas, o que acarreta “boas doses de frustrações”.

Autora do livro A Gente Mira no Amor e Acerta na Solidão, com 150 mil cópias vendidas, Ana alerta que o dia 12 de junho, nesta quarta-feira, quando se celebra o amor entre os “pombinhos”, é também um momento delicado, que pode mudar os rumos dos casais: “O Dia dos Namorados pode fortalecer ou levar a relação ao fracasso”. Confira a entrevista concedida por videoconferência à repórter Paula Bonelli:

Ana Suy Foto: Kizzy Tonegawa

Os relacionamentos amorosos mudaram na era dos aplicativos?

Sim, em diversos níveis. Não só por causa do aplicativo em si, mas pela maneira como se lida com tudo no mundo de hoje. A ideia de “amor líquido”, de Zygmunt Bauman, e a noção de descartabilidade, de Byung-Chul Han, refletem essa nova realidade: tratamos o outro como um objeto a ser consumido, descartável quando deixa de atender às nossas expectativas. A velocidade e a busca por validação constante nos levam a uma relação com o tempo muito perturbada.

O que está mais em alta: o amor fluido e passageiro ou o amor romântico?

Não vejo uma grande diferença entre os dois. O amor romântico é o ideal de uma fantasia de completude, e o amor fluido também, e assim, a gente vive a era da paixão. Busca-se viver num estado de excitação, o que acaba sendo incompatível com a realidade e com a vida cotidiana. O desejo de uma paixão intensa acaba levando à busca constante por algo novo, sem que se revise o que realmente se quer no amor.

O Dia dos Namorados ajuda a fortalecer as relações?

O Dia dos Namorados pode fortalecer ou levar a relação ao fracasso: a pressão das redes sociais, com fotos, textos e comemorações grandiosas, nos coloca em uma constante comparação: a grama do vizinho sempre parece mais verde. A nossa relação com o tempo está muito prejudicada nos dias de hoje. Então, as pessoas ficam tomadas por esse ideal com pensamentos como: queria ganhar uma surpresa. Será que eu estou com a pessoa certa? Será que eu estou perdendo meu tempo? Há esse conjunto de exigências pelas quais nós somos acometidos e podem piorar no Dia dos Namorados.

As novas identidades de gênero trazem consigo novas formas de encarar o amor?

Sim, a gente se desprende desse ideal de “felizes para sempre” do amor romântico que é muito marcado por um caminho já conhecido. Essas novas modalidades nos convocam a tentar criar uma forma própria de relação e não a entrar num modelo que, às vezes, serve para o outro mas não para o seu tipo de relacionamento.

Quando você é correspondido no amor, sofre-se menos de solidão?

Não sei o que seria essa correspondência. Na fantasia, seria quando o outro me ama na mesma proporção. Na realidade, a falta de simetria entre a forma como amamos e como somos amados é constante, o que leva a pensar que, talvez, o outro não goste de mim. Então, a gente se desencontra o tempo todo dessa reciprocidade.

Quais são os sinais do desamor em um relacionamento? É ausência em excesso ou a comunicação errante?

Tem uma palavra que antecede o amor, o respeito – que contém as chaves para boas experiências amorosas. O respeito inclui o cuidado com o outro. Deseja-se ser relevante para o par, só que aí começa o perigo porque toca numa fragilidade narcísica. A gente quer ser alguma coisa para o parceiro e isso nos coloca numa relação que pode despertar o pior de nós. Freud fala sobre o amor, por exemplo, no texto chamado As Pulsões e seus Destinos, onde aponta que o ódio está sempre presente no amor. Não no sentido da violência, mas do fato que ressurge sempre: eu e o outro não somos um só. Ele sempre pode ir embora.

Que cabanas são essas que o amor faz dentro de nós como consta no título da nova edição do seu livro?

Essa é a pergunta que eu faço com o livro. Eu tenho três caminhos: a cabana de palha, casa de madeira ou de tijolos, em referência com a história dos Três Porquinhos, mas eu gosto muito da brincadeira desse título As Cabanas que o Amor Faz em Nós no sentido de se referir aos laços e as coisas com as quais a gente se atrapalha tantas vezes nos relacionamentos amorosos.

A psicanalista e professora Ana Suy analisa a busca incessante das pessoas por uma paixão nos tempos atuais, influenciadas pelas redes sociais, pela vida acelerada e os aplicativos de relacionamento. As expectativas, porém, ela aponta, são altas e não condizem com o cotidiano das relações amorosas, o que acarreta “boas doses de frustrações”.

Autora do livro A Gente Mira no Amor e Acerta na Solidão, com 150 mil cópias vendidas, Ana alerta que o dia 12 de junho, nesta quarta-feira, quando se celebra o amor entre os “pombinhos”, é também um momento delicado, que pode mudar os rumos dos casais: “O Dia dos Namorados pode fortalecer ou levar a relação ao fracasso”. Confira a entrevista concedida por videoconferência à repórter Paula Bonelli:

Ana Suy Foto: Kizzy Tonegawa

Os relacionamentos amorosos mudaram na era dos aplicativos?

Sim, em diversos níveis. Não só por causa do aplicativo em si, mas pela maneira como se lida com tudo no mundo de hoje. A ideia de “amor líquido”, de Zygmunt Bauman, e a noção de descartabilidade, de Byung-Chul Han, refletem essa nova realidade: tratamos o outro como um objeto a ser consumido, descartável quando deixa de atender às nossas expectativas. A velocidade e a busca por validação constante nos levam a uma relação com o tempo muito perturbada.

O que está mais em alta: o amor fluido e passageiro ou o amor romântico?

Não vejo uma grande diferença entre os dois. O amor romântico é o ideal de uma fantasia de completude, e o amor fluido também, e assim, a gente vive a era da paixão. Busca-se viver num estado de excitação, o que acaba sendo incompatível com a realidade e com a vida cotidiana. O desejo de uma paixão intensa acaba levando à busca constante por algo novo, sem que se revise o que realmente se quer no amor.

O Dia dos Namorados ajuda a fortalecer as relações?

O Dia dos Namorados pode fortalecer ou levar a relação ao fracasso: a pressão das redes sociais, com fotos, textos e comemorações grandiosas, nos coloca em uma constante comparação: a grama do vizinho sempre parece mais verde. A nossa relação com o tempo está muito prejudicada nos dias de hoje. Então, as pessoas ficam tomadas por esse ideal com pensamentos como: queria ganhar uma surpresa. Será que eu estou com a pessoa certa? Será que eu estou perdendo meu tempo? Há esse conjunto de exigências pelas quais nós somos acometidos e podem piorar no Dia dos Namorados.

As novas identidades de gênero trazem consigo novas formas de encarar o amor?

Sim, a gente se desprende desse ideal de “felizes para sempre” do amor romântico que é muito marcado por um caminho já conhecido. Essas novas modalidades nos convocam a tentar criar uma forma própria de relação e não a entrar num modelo que, às vezes, serve para o outro mas não para o seu tipo de relacionamento.

Quando você é correspondido no amor, sofre-se menos de solidão?

Não sei o que seria essa correspondência. Na fantasia, seria quando o outro me ama na mesma proporção. Na realidade, a falta de simetria entre a forma como amamos e como somos amados é constante, o que leva a pensar que, talvez, o outro não goste de mim. Então, a gente se desencontra o tempo todo dessa reciprocidade.

Quais são os sinais do desamor em um relacionamento? É ausência em excesso ou a comunicação errante?

Tem uma palavra que antecede o amor, o respeito – que contém as chaves para boas experiências amorosas. O respeito inclui o cuidado com o outro. Deseja-se ser relevante para o par, só que aí começa o perigo porque toca numa fragilidade narcísica. A gente quer ser alguma coisa para o parceiro e isso nos coloca numa relação que pode despertar o pior de nós. Freud fala sobre o amor, por exemplo, no texto chamado As Pulsões e seus Destinos, onde aponta que o ódio está sempre presente no amor. Não no sentido da violência, mas do fato que ressurge sempre: eu e o outro não somos um só. Ele sempre pode ir embora.

Que cabanas são essas que o amor faz dentro de nós como consta no título da nova edição do seu livro?

Essa é a pergunta que eu faço com o livro. Eu tenho três caminhos: a cabana de palha, casa de madeira ou de tijolos, em referência com a história dos Três Porquinhos, mas eu gosto muito da brincadeira desse título As Cabanas que o Amor Faz em Nós no sentido de se referir aos laços e as coisas com as quais a gente se atrapalha tantas vezes nos relacionamentos amorosos.

A psicanalista e professora Ana Suy analisa a busca incessante das pessoas por uma paixão nos tempos atuais, influenciadas pelas redes sociais, pela vida acelerada e os aplicativos de relacionamento. As expectativas, porém, ela aponta, são altas e não condizem com o cotidiano das relações amorosas, o que acarreta “boas doses de frustrações”.

Autora do livro A Gente Mira no Amor e Acerta na Solidão, com 150 mil cópias vendidas, Ana alerta que o dia 12 de junho, nesta quarta-feira, quando se celebra o amor entre os “pombinhos”, é também um momento delicado, que pode mudar os rumos dos casais: “O Dia dos Namorados pode fortalecer ou levar a relação ao fracasso”. Confira a entrevista concedida por videoconferência à repórter Paula Bonelli:

Ana Suy Foto: Kizzy Tonegawa

Os relacionamentos amorosos mudaram na era dos aplicativos?

Sim, em diversos níveis. Não só por causa do aplicativo em si, mas pela maneira como se lida com tudo no mundo de hoje. A ideia de “amor líquido”, de Zygmunt Bauman, e a noção de descartabilidade, de Byung-Chul Han, refletem essa nova realidade: tratamos o outro como um objeto a ser consumido, descartável quando deixa de atender às nossas expectativas. A velocidade e a busca por validação constante nos levam a uma relação com o tempo muito perturbada.

O que está mais em alta: o amor fluido e passageiro ou o amor romântico?

Não vejo uma grande diferença entre os dois. O amor romântico é o ideal de uma fantasia de completude, e o amor fluido também, e assim, a gente vive a era da paixão. Busca-se viver num estado de excitação, o que acaba sendo incompatível com a realidade e com a vida cotidiana. O desejo de uma paixão intensa acaba levando à busca constante por algo novo, sem que se revise o que realmente se quer no amor.

O Dia dos Namorados ajuda a fortalecer as relações?

O Dia dos Namorados pode fortalecer ou levar a relação ao fracasso: a pressão das redes sociais, com fotos, textos e comemorações grandiosas, nos coloca em uma constante comparação: a grama do vizinho sempre parece mais verde. A nossa relação com o tempo está muito prejudicada nos dias de hoje. Então, as pessoas ficam tomadas por esse ideal com pensamentos como: queria ganhar uma surpresa. Será que eu estou com a pessoa certa? Será que eu estou perdendo meu tempo? Há esse conjunto de exigências pelas quais nós somos acometidos e podem piorar no Dia dos Namorados.

As novas identidades de gênero trazem consigo novas formas de encarar o amor?

Sim, a gente se desprende desse ideal de “felizes para sempre” do amor romântico que é muito marcado por um caminho já conhecido. Essas novas modalidades nos convocam a tentar criar uma forma própria de relação e não a entrar num modelo que, às vezes, serve para o outro mas não para o seu tipo de relacionamento.

Quando você é correspondido no amor, sofre-se menos de solidão?

Não sei o que seria essa correspondência. Na fantasia, seria quando o outro me ama na mesma proporção. Na realidade, a falta de simetria entre a forma como amamos e como somos amados é constante, o que leva a pensar que, talvez, o outro não goste de mim. Então, a gente se desencontra o tempo todo dessa reciprocidade.

Quais são os sinais do desamor em um relacionamento? É ausência em excesso ou a comunicação errante?

Tem uma palavra que antecede o amor, o respeito – que contém as chaves para boas experiências amorosas. O respeito inclui o cuidado com o outro. Deseja-se ser relevante para o par, só que aí começa o perigo porque toca numa fragilidade narcísica. A gente quer ser alguma coisa para o parceiro e isso nos coloca numa relação que pode despertar o pior de nós. Freud fala sobre o amor, por exemplo, no texto chamado As Pulsões e seus Destinos, onde aponta que o ódio está sempre presente no amor. Não no sentido da violência, mas do fato que ressurge sempre: eu e o outro não somos um só. Ele sempre pode ir embora.

Que cabanas são essas que o amor faz dentro de nós como consta no título da nova edição do seu livro?

Essa é a pergunta que eu faço com o livro. Eu tenho três caminhos: a cabana de palha, casa de madeira ou de tijolos, em referência com a história dos Três Porquinhos, mas eu gosto muito da brincadeira desse título As Cabanas que o Amor Faz em Nós no sentido de se referir aos laços e as coisas com as quais a gente se atrapalha tantas vezes nos relacionamentos amorosos.

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