Cultura, comportamento, noite e gente em São Paulo

‘Que o protagonismo deste mês se estenda para o ano inteiro’, diz Adriana Lessa


Atriz, que está em cartaz com um espetáculo sobre o cantor e compositor Zé Ramalho, fala sobre o mês da Consciência Negra

Por Gilberto Amendola

Adriana Lessa está no elenco de O Admirável Sertão de Zé Ramalho, que homenageia a obra do músico. A atriz também apresenta, no próximo dia 19, o prêmio Jabuti. Além dos projetos artísticos, Adriana faz reflexões sobre o mês da Consciência Negra e a necessidade de discutir o racismo para além da data. A seguir:

Como Zé Ramalho entrou na sua vida?

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Na década de 70 e 80 eu era atleta e ouvia muito rádio. Nesta época, para a nossa alegria, a música nordestina estava entrando aqui no sudeste. Foi quando comecei a ouvir a música Frevo Mulher. Essa música entrava em mim de uma forma maravilhosa, com todo aquele misticismo que o Zé Ramalho tem. Ele começou a participar da trilha sonora de uma vida. Aliás, essa é uma oportunidade de celebrá-lo em vida.

Você substitui Léa Garcia no musical, não é?

Entrei neste espetáculo pelo caminho do amor, mas também por um momento delicado e triste. Eu estou substituindo Léa Garcia, nosso grande ícone e referência (Léa morreu aos 90 anos em 15 de agosto de 2023). Eu, respeitosamente, aceitei o trabalho e me sinto muito honrada em dar continuidade ao que ela fez. Ela pavimentou o caminho para que outras atrizes pretas também pudessem caminhar.

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O Zé Ramalho assistiu ao espetáculo?

Ele esteve com o elenco. Foi lindo, lindo e místico. Ele parou na frente de cada um de nós e foi falando alguma coisa para cada um. Quando parou na minha frente, Zé disse: ‘O que você fez foi algo muito bonito e psicanalítico’.

Acha importante a produção de um musical de origem e raiz brasileira?

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É muito importante que a gente lembre do teatro de revista. Essa já é uma linguagem que nos pertence. Me agrada muito falar das narrativas brasileiras – porque somos de estéticas diferentes, linguagens diferentes, escolas diferentes, vivências... Mas é preciso ressaltar a geração de empregos e divisas geradas pelos musicais tradicionais e pelo setor criativo como um todo. O setor criativo emprega 7, 4 milhões de trabalhadores do País.

Adriana Lessa será a apresentadora do prêmio Jabuti Foto: AUGUSTO RIBEIRO

Qual a reflexão que se impõe neste mês da Consciência Negra?

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A consciência em relação à cultura e a história são necessárias todos os dias, todos os meses do ano. Mas é importante também que se tenha este mês de novembro. Espero que o protagonismo deste mês, a possibilidade que temos de falar e agir como protagonistas se estenda para o ano inteiro. Estamos caminhando. Espero que as possibilidades profissionais existam para muitas pessoas como eu – para afrodescendentes, mas também para mulheres. Nós sabemos também como é feita a pirâmide social: vem o homem branco; a mulher branca; e aí vem a mulher negra lá na base da pirâmide – assim como indígenas e os povos minorizados.

Do ponto de vista do trabalho artístico, avançamos?

Eu percebo que na televisão, principalmente na TV Globo, existe uma abertura para uma estética diferente do que estávamos acostumados – que era uma estética eurocentrada. Agora que esses artistas apareceram, espero que possam ter continuidade de trabalho. Isso é muito importante para que a manutenção da imagem seja feita para o grande público.

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Viveu o racismo de perto?

Sempre que me fazem essa pergunta, faço uma reflexão. Eu gostaria que essa pergunta fosse feita para pessoas não negras – se uma pessoa negra passa por isso é porque alguém foi o agente para que isso acontecesse. Do contrário, quando lembrarem de mim, vão lembrar sempre desta mesma história. Por isso, prefiro contar histórias de como dei o pulo do gato, de como fui resiliente, prefiro contar histórias de tenacidade, fé e amor. Quero ter espaço ao longo do ano para falar de beleza, de moda, de arte, livros e filmes.

Como recebeu o convite para apresentar o Jabuti?

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Eu tive a honra de ter sido convidada para, dia 19 de novembro, apresentar o prêmio Jabuti. Estou muito emocionada.

O que anda lendo?

Eu gosto muito de biografias, gosto muito de história. Tenho relido Laurentino Gomes. Tenho lido a Ana Maria Gonçalves e muita Conceição Evaristo – porque faço também um trabalho baseado nos poemas dela. É o Samba das Moças – no qual falamos sobre a música de mulheres negras, como Alcione, Dona Ivone Lara, Clara Nunes. Tudo isso costurado por poemas da Conceição.

Quer escrever um livro?

As pessoas ficam surpresas com a minha história, com meu caminhar. E aí elas me perguntam sobre um livro... A árvore eu já plantei, o filho não tive. Quem sabe o livro?

Adriana Lessa está no elenco de O Admirável Sertão de Zé Ramalho, que homenageia a obra do músico. A atriz também apresenta, no próximo dia 19, o prêmio Jabuti. Além dos projetos artísticos, Adriana faz reflexões sobre o mês da Consciência Negra e a necessidade de discutir o racismo para além da data. A seguir:

Como Zé Ramalho entrou na sua vida?

Na década de 70 e 80 eu era atleta e ouvia muito rádio. Nesta época, para a nossa alegria, a música nordestina estava entrando aqui no sudeste. Foi quando comecei a ouvir a música Frevo Mulher. Essa música entrava em mim de uma forma maravilhosa, com todo aquele misticismo que o Zé Ramalho tem. Ele começou a participar da trilha sonora de uma vida. Aliás, essa é uma oportunidade de celebrá-lo em vida.

Você substitui Léa Garcia no musical, não é?

Entrei neste espetáculo pelo caminho do amor, mas também por um momento delicado e triste. Eu estou substituindo Léa Garcia, nosso grande ícone e referência (Léa morreu aos 90 anos em 15 de agosto de 2023). Eu, respeitosamente, aceitei o trabalho e me sinto muito honrada em dar continuidade ao que ela fez. Ela pavimentou o caminho para que outras atrizes pretas também pudessem caminhar.

O Zé Ramalho assistiu ao espetáculo?

Ele esteve com o elenco. Foi lindo, lindo e místico. Ele parou na frente de cada um de nós e foi falando alguma coisa para cada um. Quando parou na minha frente, Zé disse: ‘O que você fez foi algo muito bonito e psicanalítico’.

Acha importante a produção de um musical de origem e raiz brasileira?

É muito importante que a gente lembre do teatro de revista. Essa já é uma linguagem que nos pertence. Me agrada muito falar das narrativas brasileiras – porque somos de estéticas diferentes, linguagens diferentes, escolas diferentes, vivências... Mas é preciso ressaltar a geração de empregos e divisas geradas pelos musicais tradicionais e pelo setor criativo como um todo. O setor criativo emprega 7, 4 milhões de trabalhadores do País.

Adriana Lessa será a apresentadora do prêmio Jabuti Foto: AUGUSTO RIBEIRO

Qual a reflexão que se impõe neste mês da Consciência Negra?

A consciência em relação à cultura e a história são necessárias todos os dias, todos os meses do ano. Mas é importante também que se tenha este mês de novembro. Espero que o protagonismo deste mês, a possibilidade que temos de falar e agir como protagonistas se estenda para o ano inteiro. Estamos caminhando. Espero que as possibilidades profissionais existam para muitas pessoas como eu – para afrodescendentes, mas também para mulheres. Nós sabemos também como é feita a pirâmide social: vem o homem branco; a mulher branca; e aí vem a mulher negra lá na base da pirâmide – assim como indígenas e os povos minorizados.

Do ponto de vista do trabalho artístico, avançamos?

Eu percebo que na televisão, principalmente na TV Globo, existe uma abertura para uma estética diferente do que estávamos acostumados – que era uma estética eurocentrada. Agora que esses artistas apareceram, espero que possam ter continuidade de trabalho. Isso é muito importante para que a manutenção da imagem seja feita para o grande público.

Viveu o racismo de perto?

Sempre que me fazem essa pergunta, faço uma reflexão. Eu gostaria que essa pergunta fosse feita para pessoas não negras – se uma pessoa negra passa por isso é porque alguém foi o agente para que isso acontecesse. Do contrário, quando lembrarem de mim, vão lembrar sempre desta mesma história. Por isso, prefiro contar histórias de como dei o pulo do gato, de como fui resiliente, prefiro contar histórias de tenacidade, fé e amor. Quero ter espaço ao longo do ano para falar de beleza, de moda, de arte, livros e filmes.

Como recebeu o convite para apresentar o Jabuti?

Eu tive a honra de ter sido convidada para, dia 19 de novembro, apresentar o prêmio Jabuti. Estou muito emocionada.

O que anda lendo?

Eu gosto muito de biografias, gosto muito de história. Tenho relido Laurentino Gomes. Tenho lido a Ana Maria Gonçalves e muita Conceição Evaristo – porque faço também um trabalho baseado nos poemas dela. É o Samba das Moças – no qual falamos sobre a música de mulheres negras, como Alcione, Dona Ivone Lara, Clara Nunes. Tudo isso costurado por poemas da Conceição.

Quer escrever um livro?

As pessoas ficam surpresas com a minha história, com meu caminhar. E aí elas me perguntam sobre um livro... A árvore eu já plantei, o filho não tive. Quem sabe o livro?

Adriana Lessa está no elenco de O Admirável Sertão de Zé Ramalho, que homenageia a obra do músico. A atriz também apresenta, no próximo dia 19, o prêmio Jabuti. Além dos projetos artísticos, Adriana faz reflexões sobre o mês da Consciência Negra e a necessidade de discutir o racismo para além da data. A seguir:

Como Zé Ramalho entrou na sua vida?

Na década de 70 e 80 eu era atleta e ouvia muito rádio. Nesta época, para a nossa alegria, a música nordestina estava entrando aqui no sudeste. Foi quando comecei a ouvir a música Frevo Mulher. Essa música entrava em mim de uma forma maravilhosa, com todo aquele misticismo que o Zé Ramalho tem. Ele começou a participar da trilha sonora de uma vida. Aliás, essa é uma oportunidade de celebrá-lo em vida.

Você substitui Léa Garcia no musical, não é?

Entrei neste espetáculo pelo caminho do amor, mas também por um momento delicado e triste. Eu estou substituindo Léa Garcia, nosso grande ícone e referência (Léa morreu aos 90 anos em 15 de agosto de 2023). Eu, respeitosamente, aceitei o trabalho e me sinto muito honrada em dar continuidade ao que ela fez. Ela pavimentou o caminho para que outras atrizes pretas também pudessem caminhar.

O Zé Ramalho assistiu ao espetáculo?

Ele esteve com o elenco. Foi lindo, lindo e místico. Ele parou na frente de cada um de nós e foi falando alguma coisa para cada um. Quando parou na minha frente, Zé disse: ‘O que você fez foi algo muito bonito e psicanalítico’.

Acha importante a produção de um musical de origem e raiz brasileira?

É muito importante que a gente lembre do teatro de revista. Essa já é uma linguagem que nos pertence. Me agrada muito falar das narrativas brasileiras – porque somos de estéticas diferentes, linguagens diferentes, escolas diferentes, vivências... Mas é preciso ressaltar a geração de empregos e divisas geradas pelos musicais tradicionais e pelo setor criativo como um todo. O setor criativo emprega 7, 4 milhões de trabalhadores do País.

Adriana Lessa será a apresentadora do prêmio Jabuti Foto: AUGUSTO RIBEIRO

Qual a reflexão que se impõe neste mês da Consciência Negra?

A consciência em relação à cultura e a história são necessárias todos os dias, todos os meses do ano. Mas é importante também que se tenha este mês de novembro. Espero que o protagonismo deste mês, a possibilidade que temos de falar e agir como protagonistas se estenda para o ano inteiro. Estamos caminhando. Espero que as possibilidades profissionais existam para muitas pessoas como eu – para afrodescendentes, mas também para mulheres. Nós sabemos também como é feita a pirâmide social: vem o homem branco; a mulher branca; e aí vem a mulher negra lá na base da pirâmide – assim como indígenas e os povos minorizados.

Do ponto de vista do trabalho artístico, avançamos?

Eu percebo que na televisão, principalmente na TV Globo, existe uma abertura para uma estética diferente do que estávamos acostumados – que era uma estética eurocentrada. Agora que esses artistas apareceram, espero que possam ter continuidade de trabalho. Isso é muito importante para que a manutenção da imagem seja feita para o grande público.

Viveu o racismo de perto?

Sempre que me fazem essa pergunta, faço uma reflexão. Eu gostaria que essa pergunta fosse feita para pessoas não negras – se uma pessoa negra passa por isso é porque alguém foi o agente para que isso acontecesse. Do contrário, quando lembrarem de mim, vão lembrar sempre desta mesma história. Por isso, prefiro contar histórias de como dei o pulo do gato, de como fui resiliente, prefiro contar histórias de tenacidade, fé e amor. Quero ter espaço ao longo do ano para falar de beleza, de moda, de arte, livros e filmes.

Como recebeu o convite para apresentar o Jabuti?

Eu tive a honra de ter sido convidada para, dia 19 de novembro, apresentar o prêmio Jabuti. Estou muito emocionada.

O que anda lendo?

Eu gosto muito de biografias, gosto muito de história. Tenho relido Laurentino Gomes. Tenho lido a Ana Maria Gonçalves e muita Conceição Evaristo – porque faço também um trabalho baseado nos poemas dela. É o Samba das Moças – no qual falamos sobre a música de mulheres negras, como Alcione, Dona Ivone Lara, Clara Nunes. Tudo isso costurado por poemas da Conceição.

Quer escrever um livro?

As pessoas ficam surpresas com a minha história, com meu caminhar. E aí elas me perguntam sobre um livro... A árvore eu já plantei, o filho não tive. Quem sabe o livro?

Adriana Lessa está no elenco de O Admirável Sertão de Zé Ramalho, que homenageia a obra do músico. A atriz também apresenta, no próximo dia 19, o prêmio Jabuti. Além dos projetos artísticos, Adriana faz reflexões sobre o mês da Consciência Negra e a necessidade de discutir o racismo para além da data. A seguir:

Como Zé Ramalho entrou na sua vida?

Na década de 70 e 80 eu era atleta e ouvia muito rádio. Nesta época, para a nossa alegria, a música nordestina estava entrando aqui no sudeste. Foi quando comecei a ouvir a música Frevo Mulher. Essa música entrava em mim de uma forma maravilhosa, com todo aquele misticismo que o Zé Ramalho tem. Ele começou a participar da trilha sonora de uma vida. Aliás, essa é uma oportunidade de celebrá-lo em vida.

Você substitui Léa Garcia no musical, não é?

Entrei neste espetáculo pelo caminho do amor, mas também por um momento delicado e triste. Eu estou substituindo Léa Garcia, nosso grande ícone e referência (Léa morreu aos 90 anos em 15 de agosto de 2023). Eu, respeitosamente, aceitei o trabalho e me sinto muito honrada em dar continuidade ao que ela fez. Ela pavimentou o caminho para que outras atrizes pretas também pudessem caminhar.

O Zé Ramalho assistiu ao espetáculo?

Ele esteve com o elenco. Foi lindo, lindo e místico. Ele parou na frente de cada um de nós e foi falando alguma coisa para cada um. Quando parou na minha frente, Zé disse: ‘O que você fez foi algo muito bonito e psicanalítico’.

Acha importante a produção de um musical de origem e raiz brasileira?

É muito importante que a gente lembre do teatro de revista. Essa já é uma linguagem que nos pertence. Me agrada muito falar das narrativas brasileiras – porque somos de estéticas diferentes, linguagens diferentes, escolas diferentes, vivências... Mas é preciso ressaltar a geração de empregos e divisas geradas pelos musicais tradicionais e pelo setor criativo como um todo. O setor criativo emprega 7, 4 milhões de trabalhadores do País.

Adriana Lessa será a apresentadora do prêmio Jabuti Foto: AUGUSTO RIBEIRO

Qual a reflexão que se impõe neste mês da Consciência Negra?

A consciência em relação à cultura e a história são necessárias todos os dias, todos os meses do ano. Mas é importante também que se tenha este mês de novembro. Espero que o protagonismo deste mês, a possibilidade que temos de falar e agir como protagonistas se estenda para o ano inteiro. Estamos caminhando. Espero que as possibilidades profissionais existam para muitas pessoas como eu – para afrodescendentes, mas também para mulheres. Nós sabemos também como é feita a pirâmide social: vem o homem branco; a mulher branca; e aí vem a mulher negra lá na base da pirâmide – assim como indígenas e os povos minorizados.

Do ponto de vista do trabalho artístico, avançamos?

Eu percebo que na televisão, principalmente na TV Globo, existe uma abertura para uma estética diferente do que estávamos acostumados – que era uma estética eurocentrada. Agora que esses artistas apareceram, espero que possam ter continuidade de trabalho. Isso é muito importante para que a manutenção da imagem seja feita para o grande público.

Viveu o racismo de perto?

Sempre que me fazem essa pergunta, faço uma reflexão. Eu gostaria que essa pergunta fosse feita para pessoas não negras – se uma pessoa negra passa por isso é porque alguém foi o agente para que isso acontecesse. Do contrário, quando lembrarem de mim, vão lembrar sempre desta mesma história. Por isso, prefiro contar histórias de como dei o pulo do gato, de como fui resiliente, prefiro contar histórias de tenacidade, fé e amor. Quero ter espaço ao longo do ano para falar de beleza, de moda, de arte, livros e filmes.

Como recebeu o convite para apresentar o Jabuti?

Eu tive a honra de ter sido convidada para, dia 19 de novembro, apresentar o prêmio Jabuti. Estou muito emocionada.

O que anda lendo?

Eu gosto muito de biografias, gosto muito de história. Tenho relido Laurentino Gomes. Tenho lido a Ana Maria Gonçalves e muita Conceição Evaristo – porque faço também um trabalho baseado nos poemas dela. É o Samba das Moças – no qual falamos sobre a música de mulheres negras, como Alcione, Dona Ivone Lara, Clara Nunes. Tudo isso costurado por poemas da Conceição.

Quer escrever um livro?

As pessoas ficam surpresas com a minha história, com meu caminhar. E aí elas me perguntam sobre um livro... A árvore eu já plantei, o filho não tive. Quem sabe o livro?

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