Cultura, comportamento, noite e gente em São Paulo

‘Ser mãe é o papel mais difícil e lindo que eu já fiz e experimentei’, diz Fernanda Vasconcellos


Atriz também fala da retomada da carreira no espetáculo ‘Sra. Klein’

Por Gilberto Amendola
Atualização:

Depois de dedicar quase dois anos exclusivamente ao papel de mãe do pequeno Romeo (de 1 ano e 10 meses), a atriz Fernanda Vasconcellos retoma a carreira com o espetáculo Sra. Klein. A peça conta a história da psicanalista austríaca Melanie Klein (vivida por Ana Beatriz Nogueira) e o relacionamento disfuncional e tóxico com a filha Melitta (personagem de Fernanda). Sra. Klein fica em cartaz no Teatro Bravos até o próximo dia 30 de junho. Confira a entrevista:

Conte um pouco sobre Melitta, sua personagem em Sra. Klein?

continua após a publicidade

Eu gosto muito de investigar a personagem. Eu gosto muito desse processo do estudo da personagem. Eu não conhecia a obra da Klein. Pedi ajuda para uma analista. A Ana Beatriz Nogueira estudou muito a obra dela. O diretor, Victor Garcia Peralta, também me trouxe muitas informações para que eu entendesse o sentimento que Melitta tem pela mãe. Não é só sobre uma briga entre elas, mas são duas mulheres muito inteligentes lidando com suas fraquezas e dores. Ela também quer ser amada e aceita pela mãe.

O espetáculo te aproximou da psicanálise?

Eu faço análise três vezes por semana – já tem quase 10 anos. A única coisa que eu tive certeza absoluta é que eu jamais seria psicanalista. Essa coisa de entender o outro não é para mim. Eu consigo entender meus personagens e só.

continua após a publicidade

Como é a relação com Ana Beatriz Nogueira?

A Ana é uma referência. É grandiosa como atriz e pessoa. Eu me sinto segura com ela. A Ana me traz uma potência, uma química. O jogo flui. Na parte em que as personagens se odeiam, minha admiração por ela parece que cresce.

Por que decidiu retomar a carreira justamente com esse espetáculo?

continua após a publicidade

Além do convite da Ana, o espetáculo representa uma retomada aos poucos. Não me faria bem, e nem ao meu filho, voltar imediatamente para um esquema de 18 horas de set e sete dias de filmagem. Agora, como é teatro, consigo voltar para minha casa. Foi um convite sob medida, irrecusável.

Ficar esse período afastada dos trabalhos foi uma opção...

Foi uma escolha. Eu não me sentia preparada para um recomeço. Eu acho que eu não entregaria um bom trabalho, um trabalho em que eu me sentisse satisfeita comigo e com o resultado. Não queria essa ruptura com meu filho. Eu precisava desta coisa mais calma e acolhedora.

continua após a publicidade
Fernanda Vasconcellos retoma a carreira de atriz Foto: Felipe Lourenço

Como está sendo essa retomada?

Na minha fantasia, eu voltaria bem rápido. Mas sou uma mãe completamente diferente do que eu imaginava ser. Meu filho merece esse tempo. Eu mereço aprender com ele, mas não teve um dia em que eu não sentisse falta do meu trabalho. Cada coisa tem o seu tempo. Eu já me atropelei muito e disse sim para coisas que eu não queria fazer.

continua após a publicidade

Já está confortável no papel de mãe?

Nesse papel, já estou confortável. É uma delícia, é desafiador. Sei que é um clichê falar isso, mas você muda bastante e amadurece como pessoa. Ser mãe nos coloca em um lugar muito sensível, muito íntimo e, às vezes, solitário.

A maternidade te ajudou no trabalho de atriz?

continua após a publicidade

Quando a criança nasce, você fica muito atento na comunicação não verbal. Por exemplo, quando uma criança está com fome ou com sono, ela se faz entender pelo tipo de choro e por coisas subjetivas. Essa conversa não verbal me deixou mais sensível para leituras de texto, para as coisas subjetivas das personagens.

Esse ano você faz 40. Está tranquila com isso?

Está tudo bem. Pode ser que isso mude, mas não tenho nada de ruim em relação à idade. Já em relação à carreira, quero fazer projetos mais livres e diferentes das mocinhas que eu já fiz. Eu adoro, nada contra. Mas quero experimentar outros tipos de personagens.

Qual seria o seu conselho para uma jovem atriz mirim – como um dia você já foi?

É uma coisa que você tem que querer muito. Não é fácil. É uma profissão incerta, tem altos e baixos o tempo todo. A questão não é o ser famoso, é outra pegada. Quando eu comecei, o legal era fazer um trabalho e dar uma sumida. Hoje, você tem a cobrança de estar o tempo inteiro na mídia, saturando...Pra mim, aparecer ou não aparecer é só uma consequência do trabalho.

Falamos tanto em maternidade, deixe um recado para as mães...

Se abracem, se respeitem, se conectem com seus filhos. Ser mãe é o papel mais difícil e lindo que eu já fiz e experimentei.

Depois de dedicar quase dois anos exclusivamente ao papel de mãe do pequeno Romeo (de 1 ano e 10 meses), a atriz Fernanda Vasconcellos retoma a carreira com o espetáculo Sra. Klein. A peça conta a história da psicanalista austríaca Melanie Klein (vivida por Ana Beatriz Nogueira) e o relacionamento disfuncional e tóxico com a filha Melitta (personagem de Fernanda). Sra. Klein fica em cartaz no Teatro Bravos até o próximo dia 30 de junho. Confira a entrevista:

Conte um pouco sobre Melitta, sua personagem em Sra. Klein?

Eu gosto muito de investigar a personagem. Eu gosto muito desse processo do estudo da personagem. Eu não conhecia a obra da Klein. Pedi ajuda para uma analista. A Ana Beatriz Nogueira estudou muito a obra dela. O diretor, Victor Garcia Peralta, também me trouxe muitas informações para que eu entendesse o sentimento que Melitta tem pela mãe. Não é só sobre uma briga entre elas, mas são duas mulheres muito inteligentes lidando com suas fraquezas e dores. Ela também quer ser amada e aceita pela mãe.

O espetáculo te aproximou da psicanálise?

Eu faço análise três vezes por semana – já tem quase 10 anos. A única coisa que eu tive certeza absoluta é que eu jamais seria psicanalista. Essa coisa de entender o outro não é para mim. Eu consigo entender meus personagens e só.

Como é a relação com Ana Beatriz Nogueira?

A Ana é uma referência. É grandiosa como atriz e pessoa. Eu me sinto segura com ela. A Ana me traz uma potência, uma química. O jogo flui. Na parte em que as personagens se odeiam, minha admiração por ela parece que cresce.

Por que decidiu retomar a carreira justamente com esse espetáculo?

Além do convite da Ana, o espetáculo representa uma retomada aos poucos. Não me faria bem, e nem ao meu filho, voltar imediatamente para um esquema de 18 horas de set e sete dias de filmagem. Agora, como é teatro, consigo voltar para minha casa. Foi um convite sob medida, irrecusável.

Ficar esse período afastada dos trabalhos foi uma opção...

Foi uma escolha. Eu não me sentia preparada para um recomeço. Eu acho que eu não entregaria um bom trabalho, um trabalho em que eu me sentisse satisfeita comigo e com o resultado. Não queria essa ruptura com meu filho. Eu precisava desta coisa mais calma e acolhedora.

Fernanda Vasconcellos retoma a carreira de atriz Foto: Felipe Lourenço

Como está sendo essa retomada?

Na minha fantasia, eu voltaria bem rápido. Mas sou uma mãe completamente diferente do que eu imaginava ser. Meu filho merece esse tempo. Eu mereço aprender com ele, mas não teve um dia em que eu não sentisse falta do meu trabalho. Cada coisa tem o seu tempo. Eu já me atropelei muito e disse sim para coisas que eu não queria fazer.

Já está confortável no papel de mãe?

Nesse papel, já estou confortável. É uma delícia, é desafiador. Sei que é um clichê falar isso, mas você muda bastante e amadurece como pessoa. Ser mãe nos coloca em um lugar muito sensível, muito íntimo e, às vezes, solitário.

A maternidade te ajudou no trabalho de atriz?

Quando a criança nasce, você fica muito atento na comunicação não verbal. Por exemplo, quando uma criança está com fome ou com sono, ela se faz entender pelo tipo de choro e por coisas subjetivas. Essa conversa não verbal me deixou mais sensível para leituras de texto, para as coisas subjetivas das personagens.

Esse ano você faz 40. Está tranquila com isso?

Está tudo bem. Pode ser que isso mude, mas não tenho nada de ruim em relação à idade. Já em relação à carreira, quero fazer projetos mais livres e diferentes das mocinhas que eu já fiz. Eu adoro, nada contra. Mas quero experimentar outros tipos de personagens.

Qual seria o seu conselho para uma jovem atriz mirim – como um dia você já foi?

É uma coisa que você tem que querer muito. Não é fácil. É uma profissão incerta, tem altos e baixos o tempo todo. A questão não é o ser famoso, é outra pegada. Quando eu comecei, o legal era fazer um trabalho e dar uma sumida. Hoje, você tem a cobrança de estar o tempo inteiro na mídia, saturando...Pra mim, aparecer ou não aparecer é só uma consequência do trabalho.

Falamos tanto em maternidade, deixe um recado para as mães...

Se abracem, se respeitem, se conectem com seus filhos. Ser mãe é o papel mais difícil e lindo que eu já fiz e experimentei.

Depois de dedicar quase dois anos exclusivamente ao papel de mãe do pequeno Romeo (de 1 ano e 10 meses), a atriz Fernanda Vasconcellos retoma a carreira com o espetáculo Sra. Klein. A peça conta a história da psicanalista austríaca Melanie Klein (vivida por Ana Beatriz Nogueira) e o relacionamento disfuncional e tóxico com a filha Melitta (personagem de Fernanda). Sra. Klein fica em cartaz no Teatro Bravos até o próximo dia 30 de junho. Confira a entrevista:

Conte um pouco sobre Melitta, sua personagem em Sra. Klein?

Eu gosto muito de investigar a personagem. Eu gosto muito desse processo do estudo da personagem. Eu não conhecia a obra da Klein. Pedi ajuda para uma analista. A Ana Beatriz Nogueira estudou muito a obra dela. O diretor, Victor Garcia Peralta, também me trouxe muitas informações para que eu entendesse o sentimento que Melitta tem pela mãe. Não é só sobre uma briga entre elas, mas são duas mulheres muito inteligentes lidando com suas fraquezas e dores. Ela também quer ser amada e aceita pela mãe.

O espetáculo te aproximou da psicanálise?

Eu faço análise três vezes por semana – já tem quase 10 anos. A única coisa que eu tive certeza absoluta é que eu jamais seria psicanalista. Essa coisa de entender o outro não é para mim. Eu consigo entender meus personagens e só.

Como é a relação com Ana Beatriz Nogueira?

A Ana é uma referência. É grandiosa como atriz e pessoa. Eu me sinto segura com ela. A Ana me traz uma potência, uma química. O jogo flui. Na parte em que as personagens se odeiam, minha admiração por ela parece que cresce.

Por que decidiu retomar a carreira justamente com esse espetáculo?

Além do convite da Ana, o espetáculo representa uma retomada aos poucos. Não me faria bem, e nem ao meu filho, voltar imediatamente para um esquema de 18 horas de set e sete dias de filmagem. Agora, como é teatro, consigo voltar para minha casa. Foi um convite sob medida, irrecusável.

Ficar esse período afastada dos trabalhos foi uma opção...

Foi uma escolha. Eu não me sentia preparada para um recomeço. Eu acho que eu não entregaria um bom trabalho, um trabalho em que eu me sentisse satisfeita comigo e com o resultado. Não queria essa ruptura com meu filho. Eu precisava desta coisa mais calma e acolhedora.

Fernanda Vasconcellos retoma a carreira de atriz Foto: Felipe Lourenço

Como está sendo essa retomada?

Na minha fantasia, eu voltaria bem rápido. Mas sou uma mãe completamente diferente do que eu imaginava ser. Meu filho merece esse tempo. Eu mereço aprender com ele, mas não teve um dia em que eu não sentisse falta do meu trabalho. Cada coisa tem o seu tempo. Eu já me atropelei muito e disse sim para coisas que eu não queria fazer.

Já está confortável no papel de mãe?

Nesse papel, já estou confortável. É uma delícia, é desafiador. Sei que é um clichê falar isso, mas você muda bastante e amadurece como pessoa. Ser mãe nos coloca em um lugar muito sensível, muito íntimo e, às vezes, solitário.

A maternidade te ajudou no trabalho de atriz?

Quando a criança nasce, você fica muito atento na comunicação não verbal. Por exemplo, quando uma criança está com fome ou com sono, ela se faz entender pelo tipo de choro e por coisas subjetivas. Essa conversa não verbal me deixou mais sensível para leituras de texto, para as coisas subjetivas das personagens.

Esse ano você faz 40. Está tranquila com isso?

Está tudo bem. Pode ser que isso mude, mas não tenho nada de ruim em relação à idade. Já em relação à carreira, quero fazer projetos mais livres e diferentes das mocinhas que eu já fiz. Eu adoro, nada contra. Mas quero experimentar outros tipos de personagens.

Qual seria o seu conselho para uma jovem atriz mirim – como um dia você já foi?

É uma coisa que você tem que querer muito. Não é fácil. É uma profissão incerta, tem altos e baixos o tempo todo. A questão não é o ser famoso, é outra pegada. Quando eu comecei, o legal era fazer um trabalho e dar uma sumida. Hoje, você tem a cobrança de estar o tempo inteiro na mídia, saturando...Pra mim, aparecer ou não aparecer é só uma consequência do trabalho.

Falamos tanto em maternidade, deixe um recado para as mães...

Se abracem, se respeitem, se conectem com seus filhos. Ser mãe é o papel mais difícil e lindo que eu já fiz e experimentei.

Depois de dedicar quase dois anos exclusivamente ao papel de mãe do pequeno Romeo (de 1 ano e 10 meses), a atriz Fernanda Vasconcellos retoma a carreira com o espetáculo Sra. Klein. A peça conta a história da psicanalista austríaca Melanie Klein (vivida por Ana Beatriz Nogueira) e o relacionamento disfuncional e tóxico com a filha Melitta (personagem de Fernanda). Sra. Klein fica em cartaz no Teatro Bravos até o próximo dia 30 de junho. Confira a entrevista:

Conte um pouco sobre Melitta, sua personagem em Sra. Klein?

Eu gosto muito de investigar a personagem. Eu gosto muito desse processo do estudo da personagem. Eu não conhecia a obra da Klein. Pedi ajuda para uma analista. A Ana Beatriz Nogueira estudou muito a obra dela. O diretor, Victor Garcia Peralta, também me trouxe muitas informações para que eu entendesse o sentimento que Melitta tem pela mãe. Não é só sobre uma briga entre elas, mas são duas mulheres muito inteligentes lidando com suas fraquezas e dores. Ela também quer ser amada e aceita pela mãe.

O espetáculo te aproximou da psicanálise?

Eu faço análise três vezes por semana – já tem quase 10 anos. A única coisa que eu tive certeza absoluta é que eu jamais seria psicanalista. Essa coisa de entender o outro não é para mim. Eu consigo entender meus personagens e só.

Como é a relação com Ana Beatriz Nogueira?

A Ana é uma referência. É grandiosa como atriz e pessoa. Eu me sinto segura com ela. A Ana me traz uma potência, uma química. O jogo flui. Na parte em que as personagens se odeiam, minha admiração por ela parece que cresce.

Por que decidiu retomar a carreira justamente com esse espetáculo?

Além do convite da Ana, o espetáculo representa uma retomada aos poucos. Não me faria bem, e nem ao meu filho, voltar imediatamente para um esquema de 18 horas de set e sete dias de filmagem. Agora, como é teatro, consigo voltar para minha casa. Foi um convite sob medida, irrecusável.

Ficar esse período afastada dos trabalhos foi uma opção...

Foi uma escolha. Eu não me sentia preparada para um recomeço. Eu acho que eu não entregaria um bom trabalho, um trabalho em que eu me sentisse satisfeita comigo e com o resultado. Não queria essa ruptura com meu filho. Eu precisava desta coisa mais calma e acolhedora.

Fernanda Vasconcellos retoma a carreira de atriz Foto: Felipe Lourenço

Como está sendo essa retomada?

Na minha fantasia, eu voltaria bem rápido. Mas sou uma mãe completamente diferente do que eu imaginava ser. Meu filho merece esse tempo. Eu mereço aprender com ele, mas não teve um dia em que eu não sentisse falta do meu trabalho. Cada coisa tem o seu tempo. Eu já me atropelei muito e disse sim para coisas que eu não queria fazer.

Já está confortável no papel de mãe?

Nesse papel, já estou confortável. É uma delícia, é desafiador. Sei que é um clichê falar isso, mas você muda bastante e amadurece como pessoa. Ser mãe nos coloca em um lugar muito sensível, muito íntimo e, às vezes, solitário.

A maternidade te ajudou no trabalho de atriz?

Quando a criança nasce, você fica muito atento na comunicação não verbal. Por exemplo, quando uma criança está com fome ou com sono, ela se faz entender pelo tipo de choro e por coisas subjetivas. Essa conversa não verbal me deixou mais sensível para leituras de texto, para as coisas subjetivas das personagens.

Esse ano você faz 40. Está tranquila com isso?

Está tudo bem. Pode ser que isso mude, mas não tenho nada de ruim em relação à idade. Já em relação à carreira, quero fazer projetos mais livres e diferentes das mocinhas que eu já fiz. Eu adoro, nada contra. Mas quero experimentar outros tipos de personagens.

Qual seria o seu conselho para uma jovem atriz mirim – como um dia você já foi?

É uma coisa que você tem que querer muito. Não é fácil. É uma profissão incerta, tem altos e baixos o tempo todo. A questão não é o ser famoso, é outra pegada. Quando eu comecei, o legal era fazer um trabalho e dar uma sumida. Hoje, você tem a cobrança de estar o tempo inteiro na mídia, saturando...Pra mim, aparecer ou não aparecer é só uma consequência do trabalho.

Falamos tanto em maternidade, deixe um recado para as mães...

Se abracem, se respeitem, se conectem com seus filhos. Ser mãe é o papel mais difícil e lindo que eu já fiz e experimentei.

Depois de dedicar quase dois anos exclusivamente ao papel de mãe do pequeno Romeo (de 1 ano e 10 meses), a atriz Fernanda Vasconcellos retoma a carreira com o espetáculo Sra. Klein. A peça conta a história da psicanalista austríaca Melanie Klein (vivida por Ana Beatriz Nogueira) e o relacionamento disfuncional e tóxico com a filha Melitta (personagem de Fernanda). Sra. Klein fica em cartaz no Teatro Bravos até o próximo dia 30 de junho. Confira a entrevista:

Conte um pouco sobre Melitta, sua personagem em Sra. Klein?

Eu gosto muito de investigar a personagem. Eu gosto muito desse processo do estudo da personagem. Eu não conhecia a obra da Klein. Pedi ajuda para uma analista. A Ana Beatriz Nogueira estudou muito a obra dela. O diretor, Victor Garcia Peralta, também me trouxe muitas informações para que eu entendesse o sentimento que Melitta tem pela mãe. Não é só sobre uma briga entre elas, mas são duas mulheres muito inteligentes lidando com suas fraquezas e dores. Ela também quer ser amada e aceita pela mãe.

O espetáculo te aproximou da psicanálise?

Eu faço análise três vezes por semana – já tem quase 10 anos. A única coisa que eu tive certeza absoluta é que eu jamais seria psicanalista. Essa coisa de entender o outro não é para mim. Eu consigo entender meus personagens e só.

Como é a relação com Ana Beatriz Nogueira?

A Ana é uma referência. É grandiosa como atriz e pessoa. Eu me sinto segura com ela. A Ana me traz uma potência, uma química. O jogo flui. Na parte em que as personagens se odeiam, minha admiração por ela parece que cresce.

Por que decidiu retomar a carreira justamente com esse espetáculo?

Além do convite da Ana, o espetáculo representa uma retomada aos poucos. Não me faria bem, e nem ao meu filho, voltar imediatamente para um esquema de 18 horas de set e sete dias de filmagem. Agora, como é teatro, consigo voltar para minha casa. Foi um convite sob medida, irrecusável.

Ficar esse período afastada dos trabalhos foi uma opção...

Foi uma escolha. Eu não me sentia preparada para um recomeço. Eu acho que eu não entregaria um bom trabalho, um trabalho em que eu me sentisse satisfeita comigo e com o resultado. Não queria essa ruptura com meu filho. Eu precisava desta coisa mais calma e acolhedora.

Fernanda Vasconcellos retoma a carreira de atriz Foto: Felipe Lourenço

Como está sendo essa retomada?

Na minha fantasia, eu voltaria bem rápido. Mas sou uma mãe completamente diferente do que eu imaginava ser. Meu filho merece esse tempo. Eu mereço aprender com ele, mas não teve um dia em que eu não sentisse falta do meu trabalho. Cada coisa tem o seu tempo. Eu já me atropelei muito e disse sim para coisas que eu não queria fazer.

Já está confortável no papel de mãe?

Nesse papel, já estou confortável. É uma delícia, é desafiador. Sei que é um clichê falar isso, mas você muda bastante e amadurece como pessoa. Ser mãe nos coloca em um lugar muito sensível, muito íntimo e, às vezes, solitário.

A maternidade te ajudou no trabalho de atriz?

Quando a criança nasce, você fica muito atento na comunicação não verbal. Por exemplo, quando uma criança está com fome ou com sono, ela se faz entender pelo tipo de choro e por coisas subjetivas. Essa conversa não verbal me deixou mais sensível para leituras de texto, para as coisas subjetivas das personagens.

Esse ano você faz 40. Está tranquila com isso?

Está tudo bem. Pode ser que isso mude, mas não tenho nada de ruim em relação à idade. Já em relação à carreira, quero fazer projetos mais livres e diferentes das mocinhas que eu já fiz. Eu adoro, nada contra. Mas quero experimentar outros tipos de personagens.

Qual seria o seu conselho para uma jovem atriz mirim – como um dia você já foi?

É uma coisa que você tem que querer muito. Não é fácil. É uma profissão incerta, tem altos e baixos o tempo todo. A questão não é o ser famoso, é outra pegada. Quando eu comecei, o legal era fazer um trabalho e dar uma sumida. Hoje, você tem a cobrança de estar o tempo inteiro na mídia, saturando...Pra mim, aparecer ou não aparecer é só uma consequência do trabalho.

Falamos tanto em maternidade, deixe um recado para as mães...

Se abracem, se respeitem, se conectem com seus filhos. Ser mãe é o papel mais difícil e lindo que eu já fiz e experimentei.

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.