Tadáskía e Ana Claudia Almeida se conheceram em 2019, no Programa de Formação da EAV Parque Lage. Ao longo da imersão, as duas conviveram intensamente por um ano. Corta para 2024. Tanto Ana quanto Tadáskía expandiram seus domínios para fora do Brasil: Ana ingressou no programa de Master of Fine Arts de Yale e Tadaskía se tornou a primeira brasileira a desenhar nas paredes do MoMa, em Nova York, em uma exposição individual no museu. Agora, as artistas unem-se mais uma vez para uma mostra conjunta, que abre sábado (30) simultaneamente nas galerias Fortes D’Aloia & Gabriel e Quadra, com curadoria de Clarissa Diniz - que foi professora delas no curso do Parque Lage.
“A ideia da exposição surgiu durante a pandemia, em uma ligação em que conversávamos sobre a vida. Falamos sobre isso de uma forma despretensiosa, e a ideia foi amadurecendo até se tornar um projeto oficial no meio do ano passado. Sinto que fazemos parte de um grupo de artistas no Rio que se acompanha, torce e gosta muito dos trabalhos um dos outros, então esse tipo de diálogo faz muito sentido para mim”, diz Ana.
Apesar de algumas semelhanças de vida e da amizade entre elas, o trabalho das duas é distinto e é nessa ideia em que a exposição está baseada. “As singularidades de suas obras sublinham precisamente o desconhecido que resiste à presunção de familiaridade que hoje as ronda”, explica a curadora.
É a primeira vez que as artistas expõem no Brasil após o ingresso de Almeida no programa em Yale, e da expo de Tadáskía no MoMA, e as duas vivem momentos aquecidos de suas trajetórias. O primeiro livro de Tadáskía ave preta mística mystical black bird foi adquirido pelo MoMA, seu segundo livro lua coelho negra moon black rabbit foi para a Pinacoteca de São Paulo e um outro trabalho foi comprado pelo Guggenheim de Nova York. “A exibição no MoMA foi um marco para mim. Tenho recebido a repercussão na imprensa brasileira, e senti uma forte abertura nos Estados Unidos, onde meu trabalho ganhou outro patamar para meu reconhecimento internacional”, diz Tadáskía.
Ana está imersa em aprendizado no mestrado em uma das mais prestigiosas universidades do Estados Unidos. “O programa é bem focado na prática de ateliê e é bastante intenso. A Escola de Arte de Yale tem uma tradição de estimular a experimentação, e a maioria das pessoas que entra no programa sai com mudanças muito significativas na produção”.