Cultura, comportamento, noite e gente em São Paulo

“Uma bienal só faz sentido se tiver um impacto duradouro na sociedade”, diz Bonaventure Ndikung


Curador fala sobre a 36ª Bienal de São Paulo que vai acontecer entre 6 de setembro de 2025 e 11 de janeiro de 2026

Por Gilberto Amendola

A Fundação Bienal de São Paulo divulgou nesta quinta-feira, dia 24, detalhes sobre da 36ª Bienal de São Paulo, que acontecerá a partir de setembro de 2025 no Pavilhão Ciccillo Matarazzo. Intitulada “Nem todo viandante anda estradas –Da humanidade como prática”, a edição será conduzida pelo curador geral Bonaventure Soh Bejeng Ndikung . A próxima edição vem acompanhada, ainda, de uma mudança histórica na organização do evento, que tradicionalmente é realizado de setembro a dezembro. Desta vez, a mostra se estenderá por quatro semanas adicionais, sendo apresentada gratuitamente ao público entre 6 de setembro de 2025 e 11 de janeiro de 2026. A seguir: duas perguntas para Bonaventure Soh Bejeng Ndikung.

Bonaventure Soh Bejeng Ndikung Foto: João Medeiros

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Como decifrar o título da próxima Bienal: “Nem todo viandante anda estradas – Da humanidade como prática”?

O título foi emprestado de um poema de Conceição Evaristo chamado ‘Da calma e do silêncio’. Eu estava estudando algumas poesias da Evaristo na época em que fui convidado a propor algo para a Bienal. Queria ler essa frase ‘nem todo viandante anda estradas’ como um convite para questionar todas as estradas nas quais não podemos caminhar, todos os becos sem saída em que nos encontramos, todas as estradas violentas nas quais fomos forçados a entrar e que seguimos de forma quase kamikaze. E, para mim, a humanidade é uma dessas estradas! Apenas olhando para o mundo hoje, com todos os conflitos e dores, todo o desespero e fracassos é necessário perguntar: “O que há de errado com a humanidade, pelo amor de Deus?”. A proposta para a Bienal vem de um lugar de não aceitação do desespero. Vem de um espaço de confiança de que nós, como humanos, não só podemos, mas devemos fazer melhor. Estamos interessados em fazer uma Bienal que sirva como um portal para esses mundos submersos em que apenas o silêncio da poesia penetra.

Na sua opinião, qual a importância da Bienal para a cena artística no País?

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Toda bienal é uma grande oportunidade para se envolver com a cena artística local, mas também é uma chance de criar um encontro entre a chamada cena artística local e uma cena internacional. Para mim, uma bienal só faz sentido se tiver um impacto duradouro na sociedade. Essa é uma das razões pelas quais é importante ter a Casa do Povo como uma das nossas instituições colaboradoras em São Paulo, sobretudo pelo teatro histórico que lá existe. Há muitas outras coisas que estamos planejando fazer com artistas locais, educadores, curadores, instituições, estudantes e muito mais.

A Fundação Bienal de São Paulo divulgou nesta quinta-feira, dia 24, detalhes sobre da 36ª Bienal de São Paulo, que acontecerá a partir de setembro de 2025 no Pavilhão Ciccillo Matarazzo. Intitulada “Nem todo viandante anda estradas –Da humanidade como prática”, a edição será conduzida pelo curador geral Bonaventure Soh Bejeng Ndikung . A próxima edição vem acompanhada, ainda, de uma mudança histórica na organização do evento, que tradicionalmente é realizado de setembro a dezembro. Desta vez, a mostra se estenderá por quatro semanas adicionais, sendo apresentada gratuitamente ao público entre 6 de setembro de 2025 e 11 de janeiro de 2026. A seguir: duas perguntas para Bonaventure Soh Bejeng Ndikung.

Bonaventure Soh Bejeng Ndikung Foto: João Medeiros

Como decifrar o título da próxima Bienal: “Nem todo viandante anda estradas – Da humanidade como prática”?

O título foi emprestado de um poema de Conceição Evaristo chamado ‘Da calma e do silêncio’. Eu estava estudando algumas poesias da Evaristo na época em que fui convidado a propor algo para a Bienal. Queria ler essa frase ‘nem todo viandante anda estradas’ como um convite para questionar todas as estradas nas quais não podemos caminhar, todos os becos sem saída em que nos encontramos, todas as estradas violentas nas quais fomos forçados a entrar e que seguimos de forma quase kamikaze. E, para mim, a humanidade é uma dessas estradas! Apenas olhando para o mundo hoje, com todos os conflitos e dores, todo o desespero e fracassos é necessário perguntar: “O que há de errado com a humanidade, pelo amor de Deus?”. A proposta para a Bienal vem de um lugar de não aceitação do desespero. Vem de um espaço de confiança de que nós, como humanos, não só podemos, mas devemos fazer melhor. Estamos interessados em fazer uma Bienal que sirva como um portal para esses mundos submersos em que apenas o silêncio da poesia penetra.

Na sua opinião, qual a importância da Bienal para a cena artística no País?

Toda bienal é uma grande oportunidade para se envolver com a cena artística local, mas também é uma chance de criar um encontro entre a chamada cena artística local e uma cena internacional. Para mim, uma bienal só faz sentido se tiver um impacto duradouro na sociedade. Essa é uma das razões pelas quais é importante ter a Casa do Povo como uma das nossas instituições colaboradoras em São Paulo, sobretudo pelo teatro histórico que lá existe. Há muitas outras coisas que estamos planejando fazer com artistas locais, educadores, curadores, instituições, estudantes e muito mais.

A Fundação Bienal de São Paulo divulgou nesta quinta-feira, dia 24, detalhes sobre da 36ª Bienal de São Paulo, que acontecerá a partir de setembro de 2025 no Pavilhão Ciccillo Matarazzo. Intitulada “Nem todo viandante anda estradas –Da humanidade como prática”, a edição será conduzida pelo curador geral Bonaventure Soh Bejeng Ndikung . A próxima edição vem acompanhada, ainda, de uma mudança histórica na organização do evento, que tradicionalmente é realizado de setembro a dezembro. Desta vez, a mostra se estenderá por quatro semanas adicionais, sendo apresentada gratuitamente ao público entre 6 de setembro de 2025 e 11 de janeiro de 2026. A seguir: duas perguntas para Bonaventure Soh Bejeng Ndikung.

Bonaventure Soh Bejeng Ndikung Foto: João Medeiros

Como decifrar o título da próxima Bienal: “Nem todo viandante anda estradas – Da humanidade como prática”?

O título foi emprestado de um poema de Conceição Evaristo chamado ‘Da calma e do silêncio’. Eu estava estudando algumas poesias da Evaristo na época em que fui convidado a propor algo para a Bienal. Queria ler essa frase ‘nem todo viandante anda estradas’ como um convite para questionar todas as estradas nas quais não podemos caminhar, todos os becos sem saída em que nos encontramos, todas as estradas violentas nas quais fomos forçados a entrar e que seguimos de forma quase kamikaze. E, para mim, a humanidade é uma dessas estradas! Apenas olhando para o mundo hoje, com todos os conflitos e dores, todo o desespero e fracassos é necessário perguntar: “O que há de errado com a humanidade, pelo amor de Deus?”. A proposta para a Bienal vem de um lugar de não aceitação do desespero. Vem de um espaço de confiança de que nós, como humanos, não só podemos, mas devemos fazer melhor. Estamos interessados em fazer uma Bienal que sirva como um portal para esses mundos submersos em que apenas o silêncio da poesia penetra.

Na sua opinião, qual a importância da Bienal para a cena artística no País?

Toda bienal é uma grande oportunidade para se envolver com a cena artística local, mas também é uma chance de criar um encontro entre a chamada cena artística local e uma cena internacional. Para mim, uma bienal só faz sentido se tiver um impacto duradouro na sociedade. Essa é uma das razões pelas quais é importante ter a Casa do Povo como uma das nossas instituições colaboradoras em São Paulo, sobretudo pelo teatro histórico que lá existe. Há muitas outras coisas que estamos planejando fazer com artistas locais, educadores, curadores, instituições, estudantes e muito mais.

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