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Professora Diva Guimarães vira estrela em Paraty após vídeo viral


Paranaense causou comoção ao falar de sua luta contra o racismo e ganhou status de estrela nas ruas da cidade

Por Guilherme Sobota

PARATY - A sensação da Flip no fim de semana não foi nem um convidado da programação principal, nem uma escritora da extensa agenda paralela. Foi, sim, a professora aposentada Diva Guimarães, de 77 anos. Paranaense, Diva contou uma parte de sua história e emocionou o público em uma mesa com Lázaro Ramos, e o vídeo com o relato viralizou nas redes sociais - no sábado já eram mais de 12 milhões de visualizações, segundo a produção da Festa.

Em um encontro com Conceição Evaristo neste sábado, 29, Diva estava muito feliz com a repercussão. "Não nos coloquem nem como vítimas, nem como miseráveis", pediu. "Agora já consegui o que queria", disse - também se referindo à sua presença em Paraty. Nas ruas da cidade, pessoas a paravam para conversar e tirar fotos.

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reference

Durante o encontro, uma editora da Objetiva, que publicou o livro de Lázaro Ramos, pediu o contato da professora para "conversar sobre o livro". Ela respondeu bem humorada: "iiih...".

Entre diversos outros assuntos, Diva falou sobre esportes, sua especialidade. "Não me entendam mal, o Pelé foi o maior atleta desse planeta, eu canso de ver tape dos lances dele, mas como brasileiro que poderia ter feito tanto pela luta contra o racismo... (faz sinal de desaprovação)"

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As duas também conversaram, claro, sobre literatura, e uma paixão em comum, a obra de José Mauro de Vasconcelos. "Ele foi negligenciado pela academia porque caiu no gosto, algumas coisas acontecem assim no Brasil", comentou Conceição. "Ele vai muito além de Meu Pé de Laranja Lima", concordou Diva, que diz também ser fã da obra de Jorge Amado.

Professora, aposentada desde a década de 1990, Diva apontou a presença de Conceição e de Lázaro Ramos na programação principal da Flip como um dos motivos da sua vinda à cidade nesta edição, sua primeira. Ela também brincou sobre os comentários que fez, no dia anterior, sobre Curitiba, cidade onde vive. "Não sei se quando voltar não vou ter que depor...", riu.

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Diva é neta de escravos, e contou que, com inspiração da mãe, conseguiu superar diversos obstáculos relacionados ao racismo, estudar e virar professora. Foram 40 anos de magistério entre a alfabetização de crianças e a educação física.

"Aos 6 anos, eu amadureci", disse Diva na mesa de sexta-feira, 28. "As freiras do meu colégio contavam a seguinte história: Deus criou um rio e mandou todos tomarem banho. As pessoas que são brancas (que eram trabalhadoras, inteligentes) chegaram nesse rio, tomaram banho e ficaram brancos. Nós chegamos no final, quando todos tinham tomado banho, e o rio só tinha lama. Nós só conseguíamos tocar as mãos e os pés no rio. E era por isso que só tínhamos as palmas das mãos e as solas dos pés claras. Era isso que ela contava para os brancos para dizer que nós éramos preguiçosos." Muito emocionada, ela foi aplaudida de pé pela plateia.

"Sou uma sobrevivente pela educação", concluiu. Lázaro Ramos chorou durante todo o discurso. "A senhora quer matar a gente", brincou.

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Os destaques da Flip 2017, que homenageia Lima Barreto

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PARATY - A sensação da Flip no fim de semana não foi nem um convidado da programação principal, nem uma escritora da extensa agenda paralela. Foi, sim, a professora aposentada Diva Guimarães, de 77 anos. Paranaense, Diva contou uma parte de sua história e emocionou o público em uma mesa com Lázaro Ramos, e o vídeo com o relato viralizou nas redes sociais - no sábado já eram mais de 12 milhões de visualizações, segundo a produção da Festa.

Em um encontro com Conceição Evaristo neste sábado, 29, Diva estava muito feliz com a repercussão. "Não nos coloquem nem como vítimas, nem como miseráveis", pediu. "Agora já consegui o que queria", disse - também se referindo à sua presença em Paraty. Nas ruas da cidade, pessoas a paravam para conversar e tirar fotos.

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Durante o encontro, uma editora da Objetiva, que publicou o livro de Lázaro Ramos, pediu o contato da professora para "conversar sobre o livro". Ela respondeu bem humorada: "iiih...".

Entre diversos outros assuntos, Diva falou sobre esportes, sua especialidade. "Não me entendam mal, o Pelé foi o maior atleta desse planeta, eu canso de ver tape dos lances dele, mas como brasileiro que poderia ter feito tanto pela luta contra o racismo... (faz sinal de desaprovação)"

As duas também conversaram, claro, sobre literatura, e uma paixão em comum, a obra de José Mauro de Vasconcelos. "Ele foi negligenciado pela academia porque caiu no gosto, algumas coisas acontecem assim no Brasil", comentou Conceição. "Ele vai muito além de Meu Pé de Laranja Lima", concordou Diva, que diz também ser fã da obra de Jorge Amado.

Professora, aposentada desde a década de 1990, Diva apontou a presença de Conceição e de Lázaro Ramos na programação principal da Flip como um dos motivos da sua vinda à cidade nesta edição, sua primeira. Ela também brincou sobre os comentários que fez, no dia anterior, sobre Curitiba, cidade onde vive. "Não sei se quando voltar não vou ter que depor...", riu.

Diva é neta de escravos, e contou que, com inspiração da mãe, conseguiu superar diversos obstáculos relacionados ao racismo, estudar e virar professora. Foram 40 anos de magistério entre a alfabetização de crianças e a educação física.

"Aos 6 anos, eu amadureci", disse Diva na mesa de sexta-feira, 28. "As freiras do meu colégio contavam a seguinte história: Deus criou um rio e mandou todos tomarem banho. As pessoas que são brancas (que eram trabalhadoras, inteligentes) chegaram nesse rio, tomaram banho e ficaram brancos. Nós chegamos no final, quando todos tinham tomado banho, e o rio só tinha lama. Nós só conseguíamos tocar as mãos e os pés no rio. E era por isso que só tínhamos as palmas das mãos e as solas dos pés claras. Era isso que ela contava para os brancos para dizer que nós éramos preguiçosos." Muito emocionada, ela foi aplaudida de pé pela plateia.

"Sou uma sobrevivente pela educação", concluiu. Lázaro Ramos chorou durante todo o discurso. "A senhora quer matar a gente", brincou.

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PARATY - A sensação da Flip no fim de semana não foi nem um convidado da programação principal, nem uma escritora da extensa agenda paralela. Foi, sim, a professora aposentada Diva Guimarães, de 77 anos. Paranaense, Diva contou uma parte de sua história e emocionou o público em uma mesa com Lázaro Ramos, e o vídeo com o relato viralizou nas redes sociais - no sábado já eram mais de 12 milhões de visualizações, segundo a produção da Festa.

Em um encontro com Conceição Evaristo neste sábado, 29, Diva estava muito feliz com a repercussão. "Não nos coloquem nem como vítimas, nem como miseráveis", pediu. "Agora já consegui o que queria", disse - também se referindo à sua presença em Paraty. Nas ruas da cidade, pessoas a paravam para conversar e tirar fotos.

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Durante o encontro, uma editora da Objetiva, que publicou o livro de Lázaro Ramos, pediu o contato da professora para "conversar sobre o livro". Ela respondeu bem humorada: "iiih...".

Entre diversos outros assuntos, Diva falou sobre esportes, sua especialidade. "Não me entendam mal, o Pelé foi o maior atleta desse planeta, eu canso de ver tape dos lances dele, mas como brasileiro que poderia ter feito tanto pela luta contra o racismo... (faz sinal de desaprovação)"

As duas também conversaram, claro, sobre literatura, e uma paixão em comum, a obra de José Mauro de Vasconcelos. "Ele foi negligenciado pela academia porque caiu no gosto, algumas coisas acontecem assim no Brasil", comentou Conceição. "Ele vai muito além de Meu Pé de Laranja Lima", concordou Diva, que diz também ser fã da obra de Jorge Amado.

Professora, aposentada desde a década de 1990, Diva apontou a presença de Conceição e de Lázaro Ramos na programação principal da Flip como um dos motivos da sua vinda à cidade nesta edição, sua primeira. Ela também brincou sobre os comentários que fez, no dia anterior, sobre Curitiba, cidade onde vive. "Não sei se quando voltar não vou ter que depor...", riu.

Diva é neta de escravos, e contou que, com inspiração da mãe, conseguiu superar diversos obstáculos relacionados ao racismo, estudar e virar professora. Foram 40 anos de magistério entre a alfabetização de crianças e a educação física.

"Aos 6 anos, eu amadureci", disse Diva na mesa de sexta-feira, 28. "As freiras do meu colégio contavam a seguinte história: Deus criou um rio e mandou todos tomarem banho. As pessoas que são brancas (que eram trabalhadoras, inteligentes) chegaram nesse rio, tomaram banho e ficaram brancos. Nós chegamos no final, quando todos tinham tomado banho, e o rio só tinha lama. Nós só conseguíamos tocar as mãos e os pés no rio. E era por isso que só tínhamos as palmas das mãos e as solas dos pés claras. Era isso que ela contava para os brancos para dizer que nós éramos preguiçosos." Muito emocionada, ela foi aplaudida de pé pela plateia.

"Sou uma sobrevivente pela educação", concluiu. Lázaro Ramos chorou durante todo o discurso. "A senhora quer matar a gente", brincou.

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