Coluna quinzenal do escritor Ignácio de Loyola Brandão com crônicas e memórias

Opinião|Helena Wiechmann viveu, e como! teve amigos, maridos, amantes e celebrou cada segundo


Como vimos esta noite, e as outras que virão, ergueremos brindes saudando Helena Wiechmann

Por Ignácio de Loyola Brandão

Chegava gente. Lena e Brito, garçons, iam colocando mesa junto a outras mesas, até que uma extensão inteira da parede do Vianna se viu tomada. Bebíamos, ríamos e lembrávamo-nos de Helena, e dizíamos que aquela era a única forma correta de homenagear a mulher, conhecida como uma das “avós da razão”. Mulher que muito viveu, namorou, teve amigos, maridos, amantes, e celebrou cada segundo. Passados os 90, continuou a viver caleidoscopicamente.

Aquela noite do Vianna não se acabou. Continuará enquanto o bar existir e estivermos vivos, seguindo os preceitos de Helena. “Viver total”, como definiu Ygor Kassab, jovem autor fascinado por idosos que celebram a vida em toda a sua extensão. Helena e seu grupo foram felizes, riram da vida e de todos, rindo das regras, convenções, clichês e lugares-comuns. Aquela noite se repetirá, indefinidamente, como definiu Inimá Simões, mesa cativa no Vianna, autor de belo livro sobre as salas de cinema de São Paulo.

As avós da razão, cabeças livres “quebrando a cristaleira”, porque assim o fizeram a vida inteira, recusando serem “velhas” mergulhadas na solidão, solitárias, conformadas em suas casas de forma insensata, porque assim a sociedade exigia. Sociedade? Leiam maridos, irmãos, filhos, netos e amigos. Sempre riram quando eram chamadas de insensatas. Assim, vinho, cerveja, chope, margaritas e uísque foram as maneiras corretas de homenagear Helena, que partiu aos 94 anos. Ali estiveram as amigas de uma vida, sorridentes, gritando doidamente, doidivanas, todas “avós da razão”, repelindo a palavra idoso, dizendo-se “velhas mesmo”. “Odiamos esses chavões.”

continua após a publicidade

Igor Kassab, apaixonado por essas avós e bisavós, reunidas em um ato ecumênico, estava lá, afinal, escreveu um libelo criando a expressão “Avós da Razão”. Como vimos esta noite, e as outras que virão, ergueremos brindes saudando Helena Wiechmann. Helena, que foi casada com o cenógrafo Carmélio Cruz, da Vera Cruz e do TBC. Foi amiga de uma vida de “top names” do cinema e do teatro, casou-se de novo, teve filhos, netos, sofreu as agruras de ser mulher livre, independente, vivendo como queria viver.

Viveu até os 94 anos, “invisível”, como todo idoso, achando que o melhor da vida é ser sozinha, independente, cheia de vida, tendo coisinhas para dar. “A sociedade não dá a mínima para nós”, dizia Helena. “Assim vivi, vivemos, como quisemos, e bem, cheias de amados e examados em torno. Sós, sem estarmos sós.” •

Helena Wiechmann muito viveu, namorou, teve amigos, maridos e amantes e celebrou cada segundo.

continua após a publicidade
Helena Wiechmann ao centro da foto. À esquerda, Gilda Bandeira de Mello, , e à direita, Sonia Bonetti Foto: Vik Photo Atelier

Chegava gente. Lena e Brito, garçons, iam colocando mesa junto a outras mesas, até que uma extensão inteira da parede do Vianna se viu tomada. Bebíamos, ríamos e lembrávamo-nos de Helena, e dizíamos que aquela era a única forma correta de homenagear a mulher, conhecida como uma das “avós da razão”. Mulher que muito viveu, namorou, teve amigos, maridos, amantes, e celebrou cada segundo. Passados os 90, continuou a viver caleidoscopicamente.

Aquela noite do Vianna não se acabou. Continuará enquanto o bar existir e estivermos vivos, seguindo os preceitos de Helena. “Viver total”, como definiu Ygor Kassab, jovem autor fascinado por idosos que celebram a vida em toda a sua extensão. Helena e seu grupo foram felizes, riram da vida e de todos, rindo das regras, convenções, clichês e lugares-comuns. Aquela noite se repetirá, indefinidamente, como definiu Inimá Simões, mesa cativa no Vianna, autor de belo livro sobre as salas de cinema de São Paulo.

As avós da razão, cabeças livres “quebrando a cristaleira”, porque assim o fizeram a vida inteira, recusando serem “velhas” mergulhadas na solidão, solitárias, conformadas em suas casas de forma insensata, porque assim a sociedade exigia. Sociedade? Leiam maridos, irmãos, filhos, netos e amigos. Sempre riram quando eram chamadas de insensatas. Assim, vinho, cerveja, chope, margaritas e uísque foram as maneiras corretas de homenagear Helena, que partiu aos 94 anos. Ali estiveram as amigas de uma vida, sorridentes, gritando doidamente, doidivanas, todas “avós da razão”, repelindo a palavra idoso, dizendo-se “velhas mesmo”. “Odiamos esses chavões.”

Igor Kassab, apaixonado por essas avós e bisavós, reunidas em um ato ecumênico, estava lá, afinal, escreveu um libelo criando a expressão “Avós da Razão”. Como vimos esta noite, e as outras que virão, ergueremos brindes saudando Helena Wiechmann. Helena, que foi casada com o cenógrafo Carmélio Cruz, da Vera Cruz e do TBC. Foi amiga de uma vida de “top names” do cinema e do teatro, casou-se de novo, teve filhos, netos, sofreu as agruras de ser mulher livre, independente, vivendo como queria viver.

Viveu até os 94 anos, “invisível”, como todo idoso, achando que o melhor da vida é ser sozinha, independente, cheia de vida, tendo coisinhas para dar. “A sociedade não dá a mínima para nós”, dizia Helena. “Assim vivi, vivemos, como quisemos, e bem, cheias de amados e examados em torno. Sós, sem estarmos sós.” •

Helena Wiechmann muito viveu, namorou, teve amigos, maridos e amantes e celebrou cada segundo.

Helena Wiechmann ao centro da foto. À esquerda, Gilda Bandeira de Mello, , e à direita, Sonia Bonetti Foto: Vik Photo Atelier

Chegava gente. Lena e Brito, garçons, iam colocando mesa junto a outras mesas, até que uma extensão inteira da parede do Vianna se viu tomada. Bebíamos, ríamos e lembrávamo-nos de Helena, e dizíamos que aquela era a única forma correta de homenagear a mulher, conhecida como uma das “avós da razão”. Mulher que muito viveu, namorou, teve amigos, maridos, amantes, e celebrou cada segundo. Passados os 90, continuou a viver caleidoscopicamente.

Aquela noite do Vianna não se acabou. Continuará enquanto o bar existir e estivermos vivos, seguindo os preceitos de Helena. “Viver total”, como definiu Ygor Kassab, jovem autor fascinado por idosos que celebram a vida em toda a sua extensão. Helena e seu grupo foram felizes, riram da vida e de todos, rindo das regras, convenções, clichês e lugares-comuns. Aquela noite se repetirá, indefinidamente, como definiu Inimá Simões, mesa cativa no Vianna, autor de belo livro sobre as salas de cinema de São Paulo.

As avós da razão, cabeças livres “quebrando a cristaleira”, porque assim o fizeram a vida inteira, recusando serem “velhas” mergulhadas na solidão, solitárias, conformadas em suas casas de forma insensata, porque assim a sociedade exigia. Sociedade? Leiam maridos, irmãos, filhos, netos e amigos. Sempre riram quando eram chamadas de insensatas. Assim, vinho, cerveja, chope, margaritas e uísque foram as maneiras corretas de homenagear Helena, que partiu aos 94 anos. Ali estiveram as amigas de uma vida, sorridentes, gritando doidamente, doidivanas, todas “avós da razão”, repelindo a palavra idoso, dizendo-se “velhas mesmo”. “Odiamos esses chavões.”

Igor Kassab, apaixonado por essas avós e bisavós, reunidas em um ato ecumênico, estava lá, afinal, escreveu um libelo criando a expressão “Avós da Razão”. Como vimos esta noite, e as outras que virão, ergueremos brindes saudando Helena Wiechmann. Helena, que foi casada com o cenógrafo Carmélio Cruz, da Vera Cruz e do TBC. Foi amiga de uma vida de “top names” do cinema e do teatro, casou-se de novo, teve filhos, netos, sofreu as agruras de ser mulher livre, independente, vivendo como queria viver.

Viveu até os 94 anos, “invisível”, como todo idoso, achando que o melhor da vida é ser sozinha, independente, cheia de vida, tendo coisinhas para dar. “A sociedade não dá a mínima para nós”, dizia Helena. “Assim vivi, vivemos, como quisemos, e bem, cheias de amados e examados em torno. Sós, sem estarmos sós.” •

Helena Wiechmann muito viveu, namorou, teve amigos, maridos e amantes e celebrou cada segundo.

Helena Wiechmann ao centro da foto. À esquerda, Gilda Bandeira de Mello, , e à direita, Sonia Bonetti Foto: Vik Photo Atelier

Chegava gente. Lena e Brito, garçons, iam colocando mesa junto a outras mesas, até que uma extensão inteira da parede do Vianna se viu tomada. Bebíamos, ríamos e lembrávamo-nos de Helena, e dizíamos que aquela era a única forma correta de homenagear a mulher, conhecida como uma das “avós da razão”. Mulher que muito viveu, namorou, teve amigos, maridos, amantes, e celebrou cada segundo. Passados os 90, continuou a viver caleidoscopicamente.

Aquela noite do Vianna não se acabou. Continuará enquanto o bar existir e estivermos vivos, seguindo os preceitos de Helena. “Viver total”, como definiu Ygor Kassab, jovem autor fascinado por idosos que celebram a vida em toda a sua extensão. Helena e seu grupo foram felizes, riram da vida e de todos, rindo das regras, convenções, clichês e lugares-comuns. Aquela noite se repetirá, indefinidamente, como definiu Inimá Simões, mesa cativa no Vianna, autor de belo livro sobre as salas de cinema de São Paulo.

As avós da razão, cabeças livres “quebrando a cristaleira”, porque assim o fizeram a vida inteira, recusando serem “velhas” mergulhadas na solidão, solitárias, conformadas em suas casas de forma insensata, porque assim a sociedade exigia. Sociedade? Leiam maridos, irmãos, filhos, netos e amigos. Sempre riram quando eram chamadas de insensatas. Assim, vinho, cerveja, chope, margaritas e uísque foram as maneiras corretas de homenagear Helena, que partiu aos 94 anos. Ali estiveram as amigas de uma vida, sorridentes, gritando doidamente, doidivanas, todas “avós da razão”, repelindo a palavra idoso, dizendo-se “velhas mesmo”. “Odiamos esses chavões.”

Igor Kassab, apaixonado por essas avós e bisavós, reunidas em um ato ecumênico, estava lá, afinal, escreveu um libelo criando a expressão “Avós da Razão”. Como vimos esta noite, e as outras que virão, ergueremos brindes saudando Helena Wiechmann. Helena, que foi casada com o cenógrafo Carmélio Cruz, da Vera Cruz e do TBC. Foi amiga de uma vida de “top names” do cinema e do teatro, casou-se de novo, teve filhos, netos, sofreu as agruras de ser mulher livre, independente, vivendo como queria viver.

Viveu até os 94 anos, “invisível”, como todo idoso, achando que o melhor da vida é ser sozinha, independente, cheia de vida, tendo coisinhas para dar. “A sociedade não dá a mínima para nós”, dizia Helena. “Assim vivi, vivemos, como quisemos, e bem, cheias de amados e examados em torno. Sós, sem estarmos sós.” •

Helena Wiechmann muito viveu, namorou, teve amigos, maridos e amantes e celebrou cada segundo.

Helena Wiechmann ao centro da foto. À esquerda, Gilda Bandeira de Mello, , e à direita, Sonia Bonetti Foto: Vik Photo Atelier
Opinião por Ignácio de Loyola Brandão

É escritor, membro da Academia Brasileira de Letras e autor de 'Zero' e 'Não Verás País Nenhum'

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.