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Opinião|Sala Cecília Meireles propõe cortes de 30% em cachês e cancela concertos


Apresentações teriam obra de Bartók e Stravinsky e estavam entre as principais da temporada anunciada pela antiga gestão; novo diretor alega questões ligadas à produção

Por João Luiz Sampaio

A nova direção da Sala Cecília Meireles, no Rio de Janeiro, propôs cortes nos cachês dos artistas convidados para a temporada de concerto anunciada no final do ano passado e cancelou a apresentação em junho na qual seriam apresentadas obras de Stravinsky e Bartók, um dos principais programas do ano.

A sala era dirigida até março deste ano pelo compositor João Guilherme Ripper, responsável pela formatação da programação e pela captação de recursos. Em seu lugar, assumiu Aldo Mussi. Nos bastidores, a substituição foi atribuída a questões políticas, uma vez que Mussi representa importante grupo político de Macaé, na Baixada Fluminense. Em entrevistas, o governo do Rio e o novo diretor negaram que tenha sido essa a razão da mudança.

Sala Cecília Meireles, no Rio de Janeiro (Divulgação)  
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Procurado pelo Estadão, Mussi afirmou na noite de ontem, 8, por e-mail, não haver cortes orçamentários e creditou o cancelamento dos concertos dos dias 2 e 3 de junho a questões de produção, dizendo, ainda, que as apresentações seriam reprogramadas.

Não é, porém, o que afirma o comunicado enviado aos artistas no dia 3 de maio, pela diretora executiva da sala, Barbara Lima. Em um e-mail, obtido pelo Estadão, ela fala em "questões orçamentárias" e de "readequação" para que a temporada seja cumprida.

"É importante salientar que essa readequação será feita em todas as produções que se façam necessárias. Sabemos que o processo de preparação para o concerto encontra-se já avançado e é de total interesse da nova direção que o espetáculo aconteça da melhor forma. Mas para isso, precisamos contar com a compreensão e o apoio de todos vocês, sendo necessário, para viabilizar a permanência dos 2 concertos, uma redução de 30% do cachê acordado com a gestão anterior", diz o e-mail.

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Os artistas questionaram a necessidade de corte nos cachês, assim como o cancelamento em cima da hora de um programa de enorme dificuldade, com Les Noces, de Stravinsky, e a Sonata para dois pianos e percussão, de Bartók, que já vinha sendo preparado desde o início do ano. Também pediram à sala que os compensasse pelo trabalho já realizado com ensaios e convites a outros artistas.

"É um desrespeito aos artistas. Todos nós nos comprometemos com o concerto, recusamos outros convites e vínhamos ensaiando há meses", diz a pianista Maria Teresa Madeira. "Esse foi um programa encomendado pela sala, nos dedicamos a ele a convite do teatro. E agora? E o coro, que vinha ensaiando há 20 dias contando com os cachês que seriam pagos lá na frente?", completa.

Funcionários ligados à Sala afirmam, em condição de anonimato, haver um movimento para redirecionar verbas para outros espetáculos não previstos anteriormente. Em abril, por exemplo, a sala programou o evento Rio do Rock.

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Em resposta, Mussi afirma que "a Sala Cecília Meirelles tem apresentado exitosamente a programação anunciada anteriormente, mesmo com a mudança de direção e sua prerrogativa de reprogramar sua temporada". "A Sala não programou nenhum evento de rock, mas sim a Funarj, que realizou uma reunião com este segmento. Foi cedido o Espaço Guiomar Novaes, a pedido."

A nova direção da Sala Cecília Meireles, no Rio de Janeiro, propôs cortes nos cachês dos artistas convidados para a temporada de concerto anunciada no final do ano passado e cancelou a apresentação em junho na qual seriam apresentadas obras de Stravinsky e Bartók, um dos principais programas do ano.

A sala era dirigida até março deste ano pelo compositor João Guilherme Ripper, responsável pela formatação da programação e pela captação de recursos. Em seu lugar, assumiu Aldo Mussi. Nos bastidores, a substituição foi atribuída a questões políticas, uma vez que Mussi representa importante grupo político de Macaé, na Baixada Fluminense. Em entrevistas, o governo do Rio e o novo diretor negaram que tenha sido essa a razão da mudança.

Sala Cecília Meireles, no Rio de Janeiro (Divulgação)  

Procurado pelo Estadão, Mussi afirmou na noite de ontem, 8, por e-mail, não haver cortes orçamentários e creditou o cancelamento dos concertos dos dias 2 e 3 de junho a questões de produção, dizendo, ainda, que as apresentações seriam reprogramadas.

Não é, porém, o que afirma o comunicado enviado aos artistas no dia 3 de maio, pela diretora executiva da sala, Barbara Lima. Em um e-mail, obtido pelo Estadão, ela fala em "questões orçamentárias" e de "readequação" para que a temporada seja cumprida.

"É importante salientar que essa readequação será feita em todas as produções que se façam necessárias. Sabemos que o processo de preparação para o concerto encontra-se já avançado e é de total interesse da nova direção que o espetáculo aconteça da melhor forma. Mas para isso, precisamos contar com a compreensão e o apoio de todos vocês, sendo necessário, para viabilizar a permanência dos 2 concertos, uma redução de 30% do cachê acordado com a gestão anterior", diz o e-mail.

Os artistas questionaram a necessidade de corte nos cachês, assim como o cancelamento em cima da hora de um programa de enorme dificuldade, com Les Noces, de Stravinsky, e a Sonata para dois pianos e percussão, de Bartók, que já vinha sendo preparado desde o início do ano. Também pediram à sala que os compensasse pelo trabalho já realizado com ensaios e convites a outros artistas.

"É um desrespeito aos artistas. Todos nós nos comprometemos com o concerto, recusamos outros convites e vínhamos ensaiando há meses", diz a pianista Maria Teresa Madeira. "Esse foi um programa encomendado pela sala, nos dedicamos a ele a convite do teatro. E agora? E o coro, que vinha ensaiando há 20 dias contando com os cachês que seriam pagos lá na frente?", completa.

Funcionários ligados à Sala afirmam, em condição de anonimato, haver um movimento para redirecionar verbas para outros espetáculos não previstos anteriormente. Em abril, por exemplo, a sala programou o evento Rio do Rock.

Em resposta, Mussi afirma que "a Sala Cecília Meirelles tem apresentado exitosamente a programação anunciada anteriormente, mesmo com a mudança de direção e sua prerrogativa de reprogramar sua temporada". "A Sala não programou nenhum evento de rock, mas sim a Funarj, que realizou uma reunião com este segmento. Foi cedido o Espaço Guiomar Novaes, a pedido."

A nova direção da Sala Cecília Meireles, no Rio de Janeiro, propôs cortes nos cachês dos artistas convidados para a temporada de concerto anunciada no final do ano passado e cancelou a apresentação em junho na qual seriam apresentadas obras de Stravinsky e Bartók, um dos principais programas do ano.

A sala era dirigida até março deste ano pelo compositor João Guilherme Ripper, responsável pela formatação da programação e pela captação de recursos. Em seu lugar, assumiu Aldo Mussi. Nos bastidores, a substituição foi atribuída a questões políticas, uma vez que Mussi representa importante grupo político de Macaé, na Baixada Fluminense. Em entrevistas, o governo do Rio e o novo diretor negaram que tenha sido essa a razão da mudança.

Sala Cecília Meireles, no Rio de Janeiro (Divulgação)  

Procurado pelo Estadão, Mussi afirmou na noite de ontem, 8, por e-mail, não haver cortes orçamentários e creditou o cancelamento dos concertos dos dias 2 e 3 de junho a questões de produção, dizendo, ainda, que as apresentações seriam reprogramadas.

Não é, porém, o que afirma o comunicado enviado aos artistas no dia 3 de maio, pela diretora executiva da sala, Barbara Lima. Em um e-mail, obtido pelo Estadão, ela fala em "questões orçamentárias" e de "readequação" para que a temporada seja cumprida.

"É importante salientar que essa readequação será feita em todas as produções que se façam necessárias. Sabemos que o processo de preparação para o concerto encontra-se já avançado e é de total interesse da nova direção que o espetáculo aconteça da melhor forma. Mas para isso, precisamos contar com a compreensão e o apoio de todos vocês, sendo necessário, para viabilizar a permanência dos 2 concertos, uma redução de 30% do cachê acordado com a gestão anterior", diz o e-mail.

Os artistas questionaram a necessidade de corte nos cachês, assim como o cancelamento em cima da hora de um programa de enorme dificuldade, com Les Noces, de Stravinsky, e a Sonata para dois pianos e percussão, de Bartók, que já vinha sendo preparado desde o início do ano. Também pediram à sala que os compensasse pelo trabalho já realizado com ensaios e convites a outros artistas.

"É um desrespeito aos artistas. Todos nós nos comprometemos com o concerto, recusamos outros convites e vínhamos ensaiando há meses", diz a pianista Maria Teresa Madeira. "Esse foi um programa encomendado pela sala, nos dedicamos a ele a convite do teatro. E agora? E o coro, que vinha ensaiando há 20 dias contando com os cachês que seriam pagos lá na frente?", completa.

Funcionários ligados à Sala afirmam, em condição de anonimato, haver um movimento para redirecionar verbas para outros espetáculos não previstos anteriormente. Em abril, por exemplo, a sala programou o evento Rio do Rock.

Em resposta, Mussi afirma que "a Sala Cecília Meirelles tem apresentado exitosamente a programação anunciada anteriormente, mesmo com a mudança de direção e sua prerrogativa de reprogramar sua temporada". "A Sala não programou nenhum evento de rock, mas sim a Funarj, que realizou uma reunião com este segmento. Foi cedido o Espaço Guiomar Novaes, a pedido."

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Opinião por João Luiz Sampaio

É editor do Estadão, crítico musical e autor de 'Ópera à Brasileira', 'Antônio Meneses: Arquitetura da Emoção' e 'Guiomar Novas do Brasil', entre outros livros

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