Palco, plateia e coxia

Caverna.club: Marcado para morrer


Faltam poucos dias para o fim inevitável e neste momento qualquer drama seria irrelevante, claro, não fosse real e necessário

Por João Wady Cury

O aviso foi dado há pouco mais de um ano, mas agora é que são elas. Faltam poucos dias para o fim inevitável e neste momento qualquer drama seria irrelevante, claro, não fosse real e necessário. 

Em menos de dois meses, a Apple vai tirar do ar um de seus serviços mais revolucionários criados até então, o iTunesU Foto: Reprodução/iTunes

Uma analogia: a sensação é a de um vivente passar de madrugada no corredor da morte, às escuras, com gritos lancinantes sendo ouvidos por todos os lados e, para piorar, o encanamento de esgoto acabou de estourar e inundou o ambiente você sabe bem do quê. Seus pés – sim, você está descalço – tentam manter seu corpo em equilíbrio, mas em vão. A certeza é a de que você irá se estabacar de forma indigna a qualquer momento. Diante disso, talvez a morte ganhe uma dimensão menor. Mas vamos ao que importa. Em menos de dois meses, a Apple vai tirar do ar um de seus serviços mais revolucionários criados até então, o iTunesU – e é esta mísera letra u que faz toda a diferença. Não se trata de qualquer coisa. O iTunesU é depositário de milhões de todos os tipos de cursos imagináveis das melhores universidades do mundo e também cursos livres. Desde que o serviço foi criado, em maio de 2007, atingiu nos primeiros cinco anos mais de um bilhão de downloads.  O iTunesU faz – e bem – há 14 anos o que as plataformas tiveram de criar agora para enfrentar a pandeca demoníaca nas salas de aulas. Cursos de universidades como Oxford, Yale, Stanford, Massachusetts Institute of Technology (MIT) podem ser compartilhados com colegas e amigos. É como alimenta almas inquietas e esfaimadas. Acessar tal traquitana é como se o tempo parasse. Para se ter uma ideia do tamanho da encrenca, ainda é possível acessar um curso com professores de história e ciências políticas de Stanford sobre as eleições norte-americanas de 2012 ou, dependendo do seu gosto, mergulhar na distribuição de elefantes no planeta para saber como foram parar lá e conhecer hábitos e costumes das manadas. Yale tem cursos de iniciação à filosofia e também psicologia. Prefiro o da professora Emma Smith, Approaching Shakespeare, sobre Will e suas peças. A dimensão do problema está na quantidade de queixas dos usuários na rede. Não estão felizes. Muito conteúdo pode ser perdido, ainda que a Apple tenha estimulado as universidades a migrar seus cursos para outro serviço, chamado Podcasts, ou mesmo para o YouTube e outras plataformas. Fato é que desmorona um serviço adotado por milhões de pessoas. É o preço que se paga pela falta de compreensão das empresas do que é o compromisso público com educação e informação. Esta é a última coluna depois de cinco anos. Parto para novas aventuras, sempre por meio de textos e imagens a serem construídas. Diversão não faltou, não faltará. A você que acompanha o tal périplo, obrigado e até mais. É JORNALISTA E ESCRITOR, AUTOR DO INFANTIL ‘ZIIIM’ E DE ‘ENQUANTO ELES CHORAM, EU VENDO LENÇOS’

O aviso foi dado há pouco mais de um ano, mas agora é que são elas. Faltam poucos dias para o fim inevitável e neste momento qualquer drama seria irrelevante, claro, não fosse real e necessário. 

Em menos de dois meses, a Apple vai tirar do ar um de seus serviços mais revolucionários criados até então, o iTunesU Foto: Reprodução/iTunes

Uma analogia: a sensação é a de um vivente passar de madrugada no corredor da morte, às escuras, com gritos lancinantes sendo ouvidos por todos os lados e, para piorar, o encanamento de esgoto acabou de estourar e inundou o ambiente você sabe bem do quê. Seus pés – sim, você está descalço – tentam manter seu corpo em equilíbrio, mas em vão. A certeza é a de que você irá se estabacar de forma indigna a qualquer momento. Diante disso, talvez a morte ganhe uma dimensão menor. Mas vamos ao que importa. Em menos de dois meses, a Apple vai tirar do ar um de seus serviços mais revolucionários criados até então, o iTunesU – e é esta mísera letra u que faz toda a diferença. Não se trata de qualquer coisa. O iTunesU é depositário de milhões de todos os tipos de cursos imagináveis das melhores universidades do mundo e também cursos livres. Desde que o serviço foi criado, em maio de 2007, atingiu nos primeiros cinco anos mais de um bilhão de downloads.  O iTunesU faz – e bem – há 14 anos o que as plataformas tiveram de criar agora para enfrentar a pandeca demoníaca nas salas de aulas. Cursos de universidades como Oxford, Yale, Stanford, Massachusetts Institute of Technology (MIT) podem ser compartilhados com colegas e amigos. É como alimenta almas inquietas e esfaimadas. Acessar tal traquitana é como se o tempo parasse. Para se ter uma ideia do tamanho da encrenca, ainda é possível acessar um curso com professores de história e ciências políticas de Stanford sobre as eleições norte-americanas de 2012 ou, dependendo do seu gosto, mergulhar na distribuição de elefantes no planeta para saber como foram parar lá e conhecer hábitos e costumes das manadas. Yale tem cursos de iniciação à filosofia e também psicologia. Prefiro o da professora Emma Smith, Approaching Shakespeare, sobre Will e suas peças. A dimensão do problema está na quantidade de queixas dos usuários na rede. Não estão felizes. Muito conteúdo pode ser perdido, ainda que a Apple tenha estimulado as universidades a migrar seus cursos para outro serviço, chamado Podcasts, ou mesmo para o YouTube e outras plataformas. Fato é que desmorona um serviço adotado por milhões de pessoas. É o preço que se paga pela falta de compreensão das empresas do que é o compromisso público com educação e informação. Esta é a última coluna depois de cinco anos. Parto para novas aventuras, sempre por meio de textos e imagens a serem construídas. Diversão não faltou, não faltará. A você que acompanha o tal périplo, obrigado e até mais. É JORNALISTA E ESCRITOR, AUTOR DO INFANTIL ‘ZIIIM’ E DE ‘ENQUANTO ELES CHORAM, EU VENDO LENÇOS’

O aviso foi dado há pouco mais de um ano, mas agora é que são elas. Faltam poucos dias para o fim inevitável e neste momento qualquer drama seria irrelevante, claro, não fosse real e necessário. 

Em menos de dois meses, a Apple vai tirar do ar um de seus serviços mais revolucionários criados até então, o iTunesU Foto: Reprodução/iTunes

Uma analogia: a sensação é a de um vivente passar de madrugada no corredor da morte, às escuras, com gritos lancinantes sendo ouvidos por todos os lados e, para piorar, o encanamento de esgoto acabou de estourar e inundou o ambiente você sabe bem do quê. Seus pés – sim, você está descalço – tentam manter seu corpo em equilíbrio, mas em vão. A certeza é a de que você irá se estabacar de forma indigna a qualquer momento. Diante disso, talvez a morte ganhe uma dimensão menor. Mas vamos ao que importa. Em menos de dois meses, a Apple vai tirar do ar um de seus serviços mais revolucionários criados até então, o iTunesU – e é esta mísera letra u que faz toda a diferença. Não se trata de qualquer coisa. O iTunesU é depositário de milhões de todos os tipos de cursos imagináveis das melhores universidades do mundo e também cursos livres. Desde que o serviço foi criado, em maio de 2007, atingiu nos primeiros cinco anos mais de um bilhão de downloads.  O iTunesU faz – e bem – há 14 anos o que as plataformas tiveram de criar agora para enfrentar a pandeca demoníaca nas salas de aulas. Cursos de universidades como Oxford, Yale, Stanford, Massachusetts Institute of Technology (MIT) podem ser compartilhados com colegas e amigos. É como alimenta almas inquietas e esfaimadas. Acessar tal traquitana é como se o tempo parasse. Para se ter uma ideia do tamanho da encrenca, ainda é possível acessar um curso com professores de história e ciências políticas de Stanford sobre as eleições norte-americanas de 2012 ou, dependendo do seu gosto, mergulhar na distribuição de elefantes no planeta para saber como foram parar lá e conhecer hábitos e costumes das manadas. Yale tem cursos de iniciação à filosofia e também psicologia. Prefiro o da professora Emma Smith, Approaching Shakespeare, sobre Will e suas peças. A dimensão do problema está na quantidade de queixas dos usuários na rede. Não estão felizes. Muito conteúdo pode ser perdido, ainda que a Apple tenha estimulado as universidades a migrar seus cursos para outro serviço, chamado Podcasts, ou mesmo para o YouTube e outras plataformas. Fato é que desmorona um serviço adotado por milhões de pessoas. É o preço que se paga pela falta de compreensão das empresas do que é o compromisso público com educação e informação. Esta é a última coluna depois de cinco anos. Parto para novas aventuras, sempre por meio de textos e imagens a serem construídas. Diversão não faltou, não faltará. A você que acompanha o tal périplo, obrigado e até mais. É JORNALISTA E ESCRITOR, AUTOR DO INFANTIL ‘ZIIIM’ E DE ‘ENQUANTO ELES CHORAM, EU VENDO LENÇOS’

O aviso foi dado há pouco mais de um ano, mas agora é que são elas. Faltam poucos dias para o fim inevitável e neste momento qualquer drama seria irrelevante, claro, não fosse real e necessário. 

Em menos de dois meses, a Apple vai tirar do ar um de seus serviços mais revolucionários criados até então, o iTunesU Foto: Reprodução/iTunes

Uma analogia: a sensação é a de um vivente passar de madrugada no corredor da morte, às escuras, com gritos lancinantes sendo ouvidos por todos os lados e, para piorar, o encanamento de esgoto acabou de estourar e inundou o ambiente você sabe bem do quê. Seus pés – sim, você está descalço – tentam manter seu corpo em equilíbrio, mas em vão. A certeza é a de que você irá se estabacar de forma indigna a qualquer momento. Diante disso, talvez a morte ganhe uma dimensão menor. Mas vamos ao que importa. Em menos de dois meses, a Apple vai tirar do ar um de seus serviços mais revolucionários criados até então, o iTunesU – e é esta mísera letra u que faz toda a diferença. Não se trata de qualquer coisa. O iTunesU é depositário de milhões de todos os tipos de cursos imagináveis das melhores universidades do mundo e também cursos livres. Desde que o serviço foi criado, em maio de 2007, atingiu nos primeiros cinco anos mais de um bilhão de downloads.  O iTunesU faz – e bem – há 14 anos o que as plataformas tiveram de criar agora para enfrentar a pandeca demoníaca nas salas de aulas. Cursos de universidades como Oxford, Yale, Stanford, Massachusetts Institute of Technology (MIT) podem ser compartilhados com colegas e amigos. É como alimenta almas inquietas e esfaimadas. Acessar tal traquitana é como se o tempo parasse. Para se ter uma ideia do tamanho da encrenca, ainda é possível acessar um curso com professores de história e ciências políticas de Stanford sobre as eleições norte-americanas de 2012 ou, dependendo do seu gosto, mergulhar na distribuição de elefantes no planeta para saber como foram parar lá e conhecer hábitos e costumes das manadas. Yale tem cursos de iniciação à filosofia e também psicologia. Prefiro o da professora Emma Smith, Approaching Shakespeare, sobre Will e suas peças. A dimensão do problema está na quantidade de queixas dos usuários na rede. Não estão felizes. Muito conteúdo pode ser perdido, ainda que a Apple tenha estimulado as universidades a migrar seus cursos para outro serviço, chamado Podcasts, ou mesmo para o YouTube e outras plataformas. Fato é que desmorona um serviço adotado por milhões de pessoas. É o preço que se paga pela falta de compreensão das empresas do que é o compromisso público com educação e informação. Esta é a última coluna depois de cinco anos. Parto para novas aventuras, sempre por meio de textos e imagens a serem construídas. Diversão não faltou, não faltará. A você que acompanha o tal périplo, obrigado e até mais. É JORNALISTA E ESCRITOR, AUTOR DO INFANTIL ‘ZIIIM’ E DE ‘ENQUANTO ELES CHORAM, EU VENDO LENÇOS’

Tudo Sobre

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.