Depois de uma série de oficinas na tentativa de libertar sua história de um passado nem tão distante, a atriz Camila dos Anjos conseguiu chegar onde queria. Ao palco, claro, mas agora como dramaturga. Neste seu primeiro texto, Quebra- Cabeça, busca resgatar a si mesma desde os tempo de atriz mirim, quando trabalhou em comerciais e, depois, possivelmente seus maiores sucessos, em Malhação e no seriado Sandy & Junior – onde interpretou a personagem Bebel. A carreira da peça inicia-se de 8 a 10 de novembro, no Itaú Cultural, na Paulista, e segue para a Oficina Cultural Oswald de Andrade, no Bom Retiro, onde será exibida de 13 de novembro a 10 de dezembro.
ME DÁ UM DINHEIRO AÍ
Dois teatros simbólicos da cidade estão passando o pires como forma de sobreviver aos tempos difíceis de pouca captação de verbas. O primeiro é o Teatro Oficina, de José Celso Martinez Correa, cuja pindaíba vem desde que, nos últimos anos, o patrocínio do grupo pela Petrobrás começou a minguar. O outro é o Cemitério de Automóveis, de Mário Bortolotto, um teatro realmente alternativo de São Paulo, onde se misturam apresentações de peças, lançamentos de livros e shows de rock. Ambos os teatros estão com vaquinha virtual no site Benfeitoria. A do Oficina tem a peculiaridade de, a cada real investido pelo público, o BNDES aportará mais dois reais. A página é www.benfeitoria.com/oficina Já o Cemitério de Automóveis precisa arrecadar R$ 20.000 para suportar os próximos meses – o endereço é o https://benfeitoria.com/cemiteriodeautomoveisapoio
COSTURA, Ó LEONILSON
Projeto acalentado há anos pelo ator Laerte Késsimos (foto acima), a peça Ser Leonilson chega em 14 de novembro ao teatro da USP, o TUSP, em Higienópolis, para temporada de um mês. Não é somente uma peça. Traz a reboque uma exposição, Como se desenha um coração?, e foi iniciada com uma performance pública, chamada O Porto. A peça, em si, escrita pelo dramaturgo e diretor Leonardo Moreira, é uma costura poética da vida do artista visual cearense José Leonilson Bezerra Dias, conhecido por Leonilson, à do próprio Késsimos. Ao longo da peça, o ator vai costurando enquanto fala. A direção é de Aura Cunha.
CORPO EM PAPEL
Ana Kfouri chega às prateleiras com Forças de um Corpo Vazado, pela editora 7Letras, livro que traz sua experiência com as artes do corpo por mais de 40 anos como atriz e diretora. Sua ênfase é na palavra, pois quem fala tem um corpo vazado – vazado porque atravessado pelo outro, pela alteridade, não um corpo fechado. Doutora em Artes pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Ana é diretora da Companhia Teatral do Movimento, trupe que criou em 1991.
3 perguntas para Roderick Himeros
Ator, trabalha no Oficina
1. O que é ser ator?
É experimentar metamorfoses no próprio corpo; ser um demiurgo, intérprete da vida em suas prismatizações.
2. Frase arrebatadora?
Mais do que nunca: “A alegria é a prova dos nove”, Oswald de Andrade.
3. Se não fosse ator?
Seria cientista experimental em laboratório de físico-químico orgânica, quem sabe dedicado aos enlaces entre o carbono e o enxofre.