Palco, plateia e coxia

O tempo é uma ficção


Ian McKellen: de Shakeaspeare a Chekhov

Por João Wady Cury

É bem possível que ele tenha arrastado seu corpo esbelto de 1,80m para o palco a partir de uma força inevitável: aquele personagem que nunca saiu de suas entranhas, nem de seus sonhos. E agora, que tal?, volta a atuar como o príncipe da Dinamarca aos 82 anos. Pode ser também que ele tenha decidido encarar o jovem Hamlet por tê-lo feito a primeira vez há exatos 50 anos em um tour por diversos teatros do Reino Unido e da Europa, depois em Londres, no velho Cambridge Theatre. Favas contadas. Um personagem como Hamlet é uma moléstia, que deixa o corpo do vivente em estado de dar dó, tísico que só. Ian McKellen sabe disso.

O ator Ian McKellen no metrô de Moscou Foto: Maxim Zmeyev/Reuters

WILL PRA DAR E VENDER

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Não existem acasos. Ainda mais para quem já protagonizou Ricardo II, Macbeth, Coriolano, Ricardo III e Rei Lear, além de ter sido Iago, em Otelo. Sim, o bom e velho Will Shakespeare é com ele mesmo, que há décadas também leva pelo mundo o seu espetáculo solo Acting Shakespeare, com Ian McKellen, mostrando como se deve atuar em peças do bardo (youtu.be/w6eztyfrWo8).

O prazer de falar em público é com ele mesmo. Não perde uma chance. Assim como uma de suas apresentações para um público restrito para explicar a forma de atuar em Macbeth, quando ainda integrava a Royal Shakespeare Company (youtu.be/zGbZCgHQ9m8). Hoje dão o nome de master class, ó vida inglória. Ou ainda em uma entrevista sobre a nova montagem de Hamlet, que traz a reboque uma raridade: um trecho com o rapazola McKellen na primeira vez em que encarou o doidivanas, príncipe da Dinamarca, em 1971 (bbc.in/3eicWhM). Ouro puro.

Ainda há energia naquele corpinho para outras ousadias que, diga-se, o fez conhecido das novas gerações de cinéfilos ao atuar em duas produções que levaram a diversos filmes, X-Men e Senhor dos Anéis. Na pele de Magneto e Gandalf arranca uivos da galera quando está em público. Em X-Men teve a companhia de seu parceiro artístico Patrick Stewart (Professor Charles Xavier) e depois, juntos, partiram para uma montagem de Esperando Godot.

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E AINDA POR CIMA ISSO

Mas como a vida não é bolinho, não há o que se temer. Ian McKellen e o elenco de 13 atrizes e atores de Hamlet estão desde o fim de junho no Royal Windsor, onde ficam até 25 de setembro. Em seguida, para provar que só faz teatro quem tem amor incondicional, o elenco estreia nova montagem na semana seguinte, O Jardim das Cerejeiras, de Chekhov. Nesta, McKellen será Firs Nikolayevitch, o velho criado de 87 anos que, já batendo pino, vive em algum lugar no passado de uma Rússia que não existe mais. Algo como uma pandemia que varreu tudo pela frente, pelos lados e por trás, e é preciso encarar o real da vida. Lide com isso.

É bem possível que ele tenha arrastado seu corpo esbelto de 1,80m para o palco a partir de uma força inevitável: aquele personagem que nunca saiu de suas entranhas, nem de seus sonhos. E agora, que tal?, volta a atuar como o príncipe da Dinamarca aos 82 anos. Pode ser também que ele tenha decidido encarar o jovem Hamlet por tê-lo feito a primeira vez há exatos 50 anos em um tour por diversos teatros do Reino Unido e da Europa, depois em Londres, no velho Cambridge Theatre. Favas contadas. Um personagem como Hamlet é uma moléstia, que deixa o corpo do vivente em estado de dar dó, tísico que só. Ian McKellen sabe disso.

O ator Ian McKellen no metrô de Moscou Foto: Maxim Zmeyev/Reuters

WILL PRA DAR E VENDER

Não existem acasos. Ainda mais para quem já protagonizou Ricardo II, Macbeth, Coriolano, Ricardo III e Rei Lear, além de ter sido Iago, em Otelo. Sim, o bom e velho Will Shakespeare é com ele mesmo, que há décadas também leva pelo mundo o seu espetáculo solo Acting Shakespeare, com Ian McKellen, mostrando como se deve atuar em peças do bardo (youtu.be/w6eztyfrWo8).

O prazer de falar em público é com ele mesmo. Não perde uma chance. Assim como uma de suas apresentações para um público restrito para explicar a forma de atuar em Macbeth, quando ainda integrava a Royal Shakespeare Company (youtu.be/zGbZCgHQ9m8). Hoje dão o nome de master class, ó vida inglória. Ou ainda em uma entrevista sobre a nova montagem de Hamlet, que traz a reboque uma raridade: um trecho com o rapazola McKellen na primeira vez em que encarou o doidivanas, príncipe da Dinamarca, em 1971 (bbc.in/3eicWhM). Ouro puro.

Ainda há energia naquele corpinho para outras ousadias que, diga-se, o fez conhecido das novas gerações de cinéfilos ao atuar em duas produções que levaram a diversos filmes, X-Men e Senhor dos Anéis. Na pele de Magneto e Gandalf arranca uivos da galera quando está em público. Em X-Men teve a companhia de seu parceiro artístico Patrick Stewart (Professor Charles Xavier) e depois, juntos, partiram para uma montagem de Esperando Godot.

E AINDA POR CIMA ISSO

Mas como a vida não é bolinho, não há o que se temer. Ian McKellen e o elenco de 13 atrizes e atores de Hamlet estão desde o fim de junho no Royal Windsor, onde ficam até 25 de setembro. Em seguida, para provar que só faz teatro quem tem amor incondicional, o elenco estreia nova montagem na semana seguinte, O Jardim das Cerejeiras, de Chekhov. Nesta, McKellen será Firs Nikolayevitch, o velho criado de 87 anos que, já batendo pino, vive em algum lugar no passado de uma Rússia que não existe mais. Algo como uma pandemia que varreu tudo pela frente, pelos lados e por trás, e é preciso encarar o real da vida. Lide com isso.

É bem possível que ele tenha arrastado seu corpo esbelto de 1,80m para o palco a partir de uma força inevitável: aquele personagem que nunca saiu de suas entranhas, nem de seus sonhos. E agora, que tal?, volta a atuar como o príncipe da Dinamarca aos 82 anos. Pode ser também que ele tenha decidido encarar o jovem Hamlet por tê-lo feito a primeira vez há exatos 50 anos em um tour por diversos teatros do Reino Unido e da Europa, depois em Londres, no velho Cambridge Theatre. Favas contadas. Um personagem como Hamlet é uma moléstia, que deixa o corpo do vivente em estado de dar dó, tísico que só. Ian McKellen sabe disso.

O ator Ian McKellen no metrô de Moscou Foto: Maxim Zmeyev/Reuters

WILL PRA DAR E VENDER

Não existem acasos. Ainda mais para quem já protagonizou Ricardo II, Macbeth, Coriolano, Ricardo III e Rei Lear, além de ter sido Iago, em Otelo. Sim, o bom e velho Will Shakespeare é com ele mesmo, que há décadas também leva pelo mundo o seu espetáculo solo Acting Shakespeare, com Ian McKellen, mostrando como se deve atuar em peças do bardo (youtu.be/w6eztyfrWo8).

O prazer de falar em público é com ele mesmo. Não perde uma chance. Assim como uma de suas apresentações para um público restrito para explicar a forma de atuar em Macbeth, quando ainda integrava a Royal Shakespeare Company (youtu.be/zGbZCgHQ9m8). Hoje dão o nome de master class, ó vida inglória. Ou ainda em uma entrevista sobre a nova montagem de Hamlet, que traz a reboque uma raridade: um trecho com o rapazola McKellen na primeira vez em que encarou o doidivanas, príncipe da Dinamarca, em 1971 (bbc.in/3eicWhM). Ouro puro.

Ainda há energia naquele corpinho para outras ousadias que, diga-se, o fez conhecido das novas gerações de cinéfilos ao atuar em duas produções que levaram a diversos filmes, X-Men e Senhor dos Anéis. Na pele de Magneto e Gandalf arranca uivos da galera quando está em público. Em X-Men teve a companhia de seu parceiro artístico Patrick Stewart (Professor Charles Xavier) e depois, juntos, partiram para uma montagem de Esperando Godot.

E AINDA POR CIMA ISSO

Mas como a vida não é bolinho, não há o que se temer. Ian McKellen e o elenco de 13 atrizes e atores de Hamlet estão desde o fim de junho no Royal Windsor, onde ficam até 25 de setembro. Em seguida, para provar que só faz teatro quem tem amor incondicional, o elenco estreia nova montagem na semana seguinte, O Jardim das Cerejeiras, de Chekhov. Nesta, McKellen será Firs Nikolayevitch, o velho criado de 87 anos que, já batendo pino, vive em algum lugar no passado de uma Rússia que não existe mais. Algo como uma pandemia que varreu tudo pela frente, pelos lados e por trás, e é preciso encarar o real da vida. Lide com isso.

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