Kenzaburo Oe usou a arte para reparar a dor humana


Prêmio Nobel de literatura de 1994 foi um pacifista e deu voz a sobreviventes da bomba de Hiroshima

Por Matheus Lopes Quirino

O escritor japonês Kenzaburo Oe foi um democrata adepto do pacifismo. Uma das maiores vozes de seu país, consequência da internacionalização de sua literatura, Oe recebeu no ano de 1994 a honraria máxima da Academia Sueca, o Prêmio Nobel. Formado em literatura pela Universidade de Tokyo, Oe logo tomou gosto pelas aulas de literatura francesa, discutindo sobre cânones como François Rabelais, Guy de Maupassant e Honoré de Balzac, entre outros.

Nas palavras da comissão do Nobel de 94, o autor exerceu seu ofício “com grande força poética, um mundo imaginário onde vida e mito se condensam para formar um retrato desconcertante da frágil situação humana”.

Kenzaburo Oe, Nobel de literatura de 1994, durante protesto contra as armas nucleares  Foto: Kimimasa Mayama/EFE
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No que concerne à fragilidade, Oe soube transpor para o papel angústias das mais diversas naturezas. Como o nascimento do primeiro filho, com deficiência, que inspirou o romance Uma Questão Pessoal (1964), publicado quando Hikari Oe tinha um ano de idade.

No livro, Kenzaburo Oe conta o drama de um jovem professor inglês, cuja vida muda de maneira repentina quando nasce seu primeiro filho com uma deformidade na cabeça. O protagonista passa por uma série de provações e reflete sobre o que significam a paternidade e o casamento – e, no centro, a relação com a criança que, segundo a medicina, está fadada a vegetar.

Na vida real, Oe enfrentava uma situação parecida quando, em 1965, teve uma surpresa. Durante uma viagem a Hiroshima para recolher depoimentos de sobreviventes da catástrofe nuclear – que virou o compêndio Notas de Hiroshima, de 1965 –, Oe percebeu quando seu bebê reagiu timidamente ao canto de um pássaro da região. Foi o início da esperança.

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O que restou do hospital Shima depois da bomba de Hiroshima  Foto: José Paulo Lacerda/Estadão

Em paralelo aos trabalhos, o escritor gravou fitas com o canto de pássaros e usou esse material para estimular o filho que, progressivamente, conseguiu identificar algumas espécies de aves. Conforme Hikari crescia, Oe percebia que, apesar da situação neurológica delicada do filho, ele possuía um ouvido apurado. Aos 11 anos, Hikari começou a praticar piano.

A situação ficou amplamente conhecida e marcou a trajetória literária de Oe, sublinhada por questões pessoais, mas também políticas – na última década, ele foi um ferrenho crítico das políticas nucleares.

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Junto a Yasunari Kawabata e Kazuo Ishiguro, que receberam os prêmios Nobel em 1968 e 2017, respectivamente, Kenzaburo Oe se destacou ao falar sobre a sociedade japonesa e como os governantes autoritários prejudicam a livre expressão do povo.

Crítico dos governos de seu país desde a era do imperador Hirohito, Oe denunciou a truculência do Exército japonês na Batalha de Okinawa, em 1945, quando oficiais foram responsáveis por um suicídio coletivo que ocorreu na época.

Em 2005, ele foi levado aos tribunais por policiais que o acusavam de difamação por um ensaio publicado nos anos 1970. Não só venceu, como provou o triunfo da literatura ante a covardia.

O escritor japonês Kenzaburo Oe foi um democrata adepto do pacifismo. Uma das maiores vozes de seu país, consequência da internacionalização de sua literatura, Oe recebeu no ano de 1994 a honraria máxima da Academia Sueca, o Prêmio Nobel. Formado em literatura pela Universidade de Tokyo, Oe logo tomou gosto pelas aulas de literatura francesa, discutindo sobre cânones como François Rabelais, Guy de Maupassant e Honoré de Balzac, entre outros.

Nas palavras da comissão do Nobel de 94, o autor exerceu seu ofício “com grande força poética, um mundo imaginário onde vida e mito se condensam para formar um retrato desconcertante da frágil situação humana”.

Kenzaburo Oe, Nobel de literatura de 1994, durante protesto contra as armas nucleares  Foto: Kimimasa Mayama/EFE

No que concerne à fragilidade, Oe soube transpor para o papel angústias das mais diversas naturezas. Como o nascimento do primeiro filho, com deficiência, que inspirou o romance Uma Questão Pessoal (1964), publicado quando Hikari Oe tinha um ano de idade.

No livro, Kenzaburo Oe conta o drama de um jovem professor inglês, cuja vida muda de maneira repentina quando nasce seu primeiro filho com uma deformidade na cabeça. O protagonista passa por uma série de provações e reflete sobre o que significam a paternidade e o casamento – e, no centro, a relação com a criança que, segundo a medicina, está fadada a vegetar.

Na vida real, Oe enfrentava uma situação parecida quando, em 1965, teve uma surpresa. Durante uma viagem a Hiroshima para recolher depoimentos de sobreviventes da catástrofe nuclear – que virou o compêndio Notas de Hiroshima, de 1965 –, Oe percebeu quando seu bebê reagiu timidamente ao canto de um pássaro da região. Foi o início da esperança.

O que restou do hospital Shima depois da bomba de Hiroshima  Foto: José Paulo Lacerda/Estadão

Em paralelo aos trabalhos, o escritor gravou fitas com o canto de pássaros e usou esse material para estimular o filho que, progressivamente, conseguiu identificar algumas espécies de aves. Conforme Hikari crescia, Oe percebia que, apesar da situação neurológica delicada do filho, ele possuía um ouvido apurado. Aos 11 anos, Hikari começou a praticar piano.

A situação ficou amplamente conhecida e marcou a trajetória literária de Oe, sublinhada por questões pessoais, mas também políticas – na última década, ele foi um ferrenho crítico das políticas nucleares.

Junto a Yasunari Kawabata e Kazuo Ishiguro, que receberam os prêmios Nobel em 1968 e 2017, respectivamente, Kenzaburo Oe se destacou ao falar sobre a sociedade japonesa e como os governantes autoritários prejudicam a livre expressão do povo.

Crítico dos governos de seu país desde a era do imperador Hirohito, Oe denunciou a truculência do Exército japonês na Batalha de Okinawa, em 1945, quando oficiais foram responsáveis por um suicídio coletivo que ocorreu na época.

Em 2005, ele foi levado aos tribunais por policiais que o acusavam de difamação por um ensaio publicado nos anos 1970. Não só venceu, como provou o triunfo da literatura ante a covardia.

O escritor japonês Kenzaburo Oe foi um democrata adepto do pacifismo. Uma das maiores vozes de seu país, consequência da internacionalização de sua literatura, Oe recebeu no ano de 1994 a honraria máxima da Academia Sueca, o Prêmio Nobel. Formado em literatura pela Universidade de Tokyo, Oe logo tomou gosto pelas aulas de literatura francesa, discutindo sobre cânones como François Rabelais, Guy de Maupassant e Honoré de Balzac, entre outros.

Nas palavras da comissão do Nobel de 94, o autor exerceu seu ofício “com grande força poética, um mundo imaginário onde vida e mito se condensam para formar um retrato desconcertante da frágil situação humana”.

Kenzaburo Oe, Nobel de literatura de 1994, durante protesto contra as armas nucleares  Foto: Kimimasa Mayama/EFE

No que concerne à fragilidade, Oe soube transpor para o papel angústias das mais diversas naturezas. Como o nascimento do primeiro filho, com deficiência, que inspirou o romance Uma Questão Pessoal (1964), publicado quando Hikari Oe tinha um ano de idade.

No livro, Kenzaburo Oe conta o drama de um jovem professor inglês, cuja vida muda de maneira repentina quando nasce seu primeiro filho com uma deformidade na cabeça. O protagonista passa por uma série de provações e reflete sobre o que significam a paternidade e o casamento – e, no centro, a relação com a criança que, segundo a medicina, está fadada a vegetar.

Na vida real, Oe enfrentava uma situação parecida quando, em 1965, teve uma surpresa. Durante uma viagem a Hiroshima para recolher depoimentos de sobreviventes da catástrofe nuclear – que virou o compêndio Notas de Hiroshima, de 1965 –, Oe percebeu quando seu bebê reagiu timidamente ao canto de um pássaro da região. Foi o início da esperança.

O que restou do hospital Shima depois da bomba de Hiroshima  Foto: José Paulo Lacerda/Estadão

Em paralelo aos trabalhos, o escritor gravou fitas com o canto de pássaros e usou esse material para estimular o filho que, progressivamente, conseguiu identificar algumas espécies de aves. Conforme Hikari crescia, Oe percebia que, apesar da situação neurológica delicada do filho, ele possuía um ouvido apurado. Aos 11 anos, Hikari começou a praticar piano.

A situação ficou amplamente conhecida e marcou a trajetória literária de Oe, sublinhada por questões pessoais, mas também políticas – na última década, ele foi um ferrenho crítico das políticas nucleares.

Junto a Yasunari Kawabata e Kazuo Ishiguro, que receberam os prêmios Nobel em 1968 e 2017, respectivamente, Kenzaburo Oe se destacou ao falar sobre a sociedade japonesa e como os governantes autoritários prejudicam a livre expressão do povo.

Crítico dos governos de seu país desde a era do imperador Hirohito, Oe denunciou a truculência do Exército japonês na Batalha de Okinawa, em 1945, quando oficiais foram responsáveis por um suicídio coletivo que ocorreu na época.

Em 2005, ele foi levado aos tribunais por policiais que o acusavam de difamação por um ensaio publicado nos anos 1970. Não só venceu, como provou o triunfo da literatura ante a covardia.

O escritor japonês Kenzaburo Oe foi um democrata adepto do pacifismo. Uma das maiores vozes de seu país, consequência da internacionalização de sua literatura, Oe recebeu no ano de 1994 a honraria máxima da Academia Sueca, o Prêmio Nobel. Formado em literatura pela Universidade de Tokyo, Oe logo tomou gosto pelas aulas de literatura francesa, discutindo sobre cânones como François Rabelais, Guy de Maupassant e Honoré de Balzac, entre outros.

Nas palavras da comissão do Nobel de 94, o autor exerceu seu ofício “com grande força poética, um mundo imaginário onde vida e mito se condensam para formar um retrato desconcertante da frágil situação humana”.

Kenzaburo Oe, Nobel de literatura de 1994, durante protesto contra as armas nucleares  Foto: Kimimasa Mayama/EFE

No que concerne à fragilidade, Oe soube transpor para o papel angústias das mais diversas naturezas. Como o nascimento do primeiro filho, com deficiência, que inspirou o romance Uma Questão Pessoal (1964), publicado quando Hikari Oe tinha um ano de idade.

No livro, Kenzaburo Oe conta o drama de um jovem professor inglês, cuja vida muda de maneira repentina quando nasce seu primeiro filho com uma deformidade na cabeça. O protagonista passa por uma série de provações e reflete sobre o que significam a paternidade e o casamento – e, no centro, a relação com a criança que, segundo a medicina, está fadada a vegetar.

Na vida real, Oe enfrentava uma situação parecida quando, em 1965, teve uma surpresa. Durante uma viagem a Hiroshima para recolher depoimentos de sobreviventes da catástrofe nuclear – que virou o compêndio Notas de Hiroshima, de 1965 –, Oe percebeu quando seu bebê reagiu timidamente ao canto de um pássaro da região. Foi o início da esperança.

O que restou do hospital Shima depois da bomba de Hiroshima  Foto: José Paulo Lacerda/Estadão

Em paralelo aos trabalhos, o escritor gravou fitas com o canto de pássaros e usou esse material para estimular o filho que, progressivamente, conseguiu identificar algumas espécies de aves. Conforme Hikari crescia, Oe percebia que, apesar da situação neurológica delicada do filho, ele possuía um ouvido apurado. Aos 11 anos, Hikari começou a praticar piano.

A situação ficou amplamente conhecida e marcou a trajetória literária de Oe, sublinhada por questões pessoais, mas também políticas – na última década, ele foi um ferrenho crítico das políticas nucleares.

Junto a Yasunari Kawabata e Kazuo Ishiguro, que receberam os prêmios Nobel em 1968 e 2017, respectivamente, Kenzaburo Oe se destacou ao falar sobre a sociedade japonesa e como os governantes autoritários prejudicam a livre expressão do povo.

Crítico dos governos de seu país desde a era do imperador Hirohito, Oe denunciou a truculência do Exército japonês na Batalha de Okinawa, em 1945, quando oficiais foram responsáveis por um suicídio coletivo que ocorreu na época.

Em 2005, ele foi levado aos tribunais por policiais que o acusavam de difamação por um ensaio publicado nos anos 1970. Não só venceu, como provou o triunfo da literatura ante a covardia.

O escritor japonês Kenzaburo Oe foi um democrata adepto do pacifismo. Uma das maiores vozes de seu país, consequência da internacionalização de sua literatura, Oe recebeu no ano de 1994 a honraria máxima da Academia Sueca, o Prêmio Nobel. Formado em literatura pela Universidade de Tokyo, Oe logo tomou gosto pelas aulas de literatura francesa, discutindo sobre cânones como François Rabelais, Guy de Maupassant e Honoré de Balzac, entre outros.

Nas palavras da comissão do Nobel de 94, o autor exerceu seu ofício “com grande força poética, um mundo imaginário onde vida e mito se condensam para formar um retrato desconcertante da frágil situação humana”.

Kenzaburo Oe, Nobel de literatura de 1994, durante protesto contra as armas nucleares  Foto: Kimimasa Mayama/EFE

No que concerne à fragilidade, Oe soube transpor para o papel angústias das mais diversas naturezas. Como o nascimento do primeiro filho, com deficiência, que inspirou o romance Uma Questão Pessoal (1964), publicado quando Hikari Oe tinha um ano de idade.

No livro, Kenzaburo Oe conta o drama de um jovem professor inglês, cuja vida muda de maneira repentina quando nasce seu primeiro filho com uma deformidade na cabeça. O protagonista passa por uma série de provações e reflete sobre o que significam a paternidade e o casamento – e, no centro, a relação com a criança que, segundo a medicina, está fadada a vegetar.

Na vida real, Oe enfrentava uma situação parecida quando, em 1965, teve uma surpresa. Durante uma viagem a Hiroshima para recolher depoimentos de sobreviventes da catástrofe nuclear – que virou o compêndio Notas de Hiroshima, de 1965 –, Oe percebeu quando seu bebê reagiu timidamente ao canto de um pássaro da região. Foi o início da esperança.

O que restou do hospital Shima depois da bomba de Hiroshima  Foto: José Paulo Lacerda/Estadão

Em paralelo aos trabalhos, o escritor gravou fitas com o canto de pássaros e usou esse material para estimular o filho que, progressivamente, conseguiu identificar algumas espécies de aves. Conforme Hikari crescia, Oe percebia que, apesar da situação neurológica delicada do filho, ele possuía um ouvido apurado. Aos 11 anos, Hikari começou a praticar piano.

A situação ficou amplamente conhecida e marcou a trajetória literária de Oe, sublinhada por questões pessoais, mas também políticas – na última década, ele foi um ferrenho crítico das políticas nucleares.

Junto a Yasunari Kawabata e Kazuo Ishiguro, que receberam os prêmios Nobel em 1968 e 2017, respectivamente, Kenzaburo Oe se destacou ao falar sobre a sociedade japonesa e como os governantes autoritários prejudicam a livre expressão do povo.

Crítico dos governos de seu país desde a era do imperador Hirohito, Oe denunciou a truculência do Exército japonês na Batalha de Okinawa, em 1945, quando oficiais foram responsáveis por um suicídio coletivo que ocorreu na época.

Em 2005, ele foi levado aos tribunais por policiais que o acusavam de difamação por um ensaio publicado nos anos 1970. Não só venceu, como provou o triunfo da literatura ante a covardia.

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