Kitanda das Minas vira centro de capacitação para mulheres negras


Chef Priscila Novaes criou afro buffet após estudar e entender o papel da cultura e das raízes africanas na elaboração de pratos

Por Gilberto Amendola

A chef Priscila Novaes, 37 anos, contou que, quando criança, interessou-se pelo anúncio de um liquidificador e de uma batedeira de brinquedo. A propaganda dizia que era possível fazer comida de verdade com aquelas versões infantis de equipamentos de cozinha. “Pedi para a minha mãe. Ela não tinha dinheiro para comprar os dois, mas me deu o liquidificador. Com ele, fiz minhas primeiras comidinhas”, disse.

Priscila Novaes, 37 anos, criadora do Kitanda das Minas Foto: TIAGO QUEIROZ / ESTADÃO

Esse pode ter sido o ponto de partida para a carreira da criadora do afro buffet Kitanda das Minas, um restaurante focado na gastronomia de raízes africanas e tradicionais e, mais do que isso, um verdadeiro centro de capacitação de mulheres negras para o mercado de trabalho. “Eu tinha vergonha de ser cozinheira, tinha vergonha da minha atividade. Eu não tinha referência de mulheres negras na gastronomia. Até me enxergar como chef foi um longo caminho”, comentou.

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Como a própria Priscila avisou, esse foi um longo caminho. Moradora da Cohab Cidade Tiradentes, na zona leste de São Paulo, confessou que a juventude foi um período de poucas perspectivas de futuro. “Venho de uma família em que mulheres não se formavam, a maioria era empregada doméstica. Eu não tinha uma referência. Embora minha mãe pedisse muito para que eu estudasse”, disse. 

Como acontece com muitos jovens da periferia, a solução foi arrumar um trabalho como operadora de telemarketing. “Era uma atividade que não trazia nada. Era desrespeitada pela empresa e pelos clientes. No telemarketing, você fica no meio de muitos problemas, fica recebendo uma carga negativa o dia inteiro...”, lembrou.

Descontente com a vida no telemarketing, decidiu seguir o conselho de familiares e pessoas próximas. “Eu já cozinhava, gostava de fazer o almoço da família. Aí me incentivaram a tentar gerar renda fazendo comida”, disse. Foi então que Priscila pegou a verba rescisória da empresa e investiu na confecção de panfletos. “Era um papel sulfite mesmo. Eu saí de bicicleta distribuindo o papel pelo bairro, avisando que estava fazendo salgados, tortas e bolos para entrega.”

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IDAS E VINDAS. O começo foi promissor, mas logo Priscila percebeu que era necessário dar outro passo. Foi assim que ela também foi vender café da manhã na porta da estação de trem de Guaianases. Para isso, acordava antes das 4h da manhã e seguia, sozinha, até a estação, onde montava sua barraca. “Neste período, comecei a fazer um curso técnico de cozinha. As coisas foram ficando muito puxadas”, disse.

De novo, para não desistir do curso, Priscila voltou a trabalhar com telemarketing. Só que desta vez começou a ganhar mais dinheiro vendendo salgados e bolos para suas colegas de operadora. Desta forma, sentiu-se estimulada e começou também a vender para eventos e feiras.

Neste ponto da vida, Priscila engajou-se no coletivo Mulheres de Orì, composto por mulheres negras da Cidade Tiradentes. “Neste coletivo, entendi a conexão da gastronomia com as nossas origens culturais. Até então, a gastronomia era para mim uma fonte de renda, mas no coletivo comecei a enxergá-la como algo relacionado à minha identidade e cultura.”

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Quando começou a se aprofundar em pesquisas envolvendo a gastronomia e o papel da mulher negra neste universo, Priscila deixou de lado a visão de que era “a moça do lanche”, a “moça do bolo”. Ela começou a entender a importância das quitandeiras, das baianas do acarajé e das cozinheiras que atuam em casas de candomblé: “Percebi que era detentora de um legado, eu representava a continuidade do trabalho de muitas mulheres”.

FRUTOS. Em 2017, o aprofundamento desta pesquisa transformou-se em livro, 0 Ajeum – O Sabor das Deusas (a palavra “ajeum” vem do Iorubá e significa “comer junto”). Priscila foi a organizadora (além de ter escrito um dos textos) deste livro, que é uma coletânea de trabalhos de diversas pesquisadoras (mulheres negras) sobre temas como o papel socioeconômico das quitandeiras na sociedade colonial brasileira ou o registro do ofício das baianas do acarajé pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). 

O livro abriu muitas portas e levou Priscila para outros espaços – em que gastronomia e questões culturais e sociais se misturavam. Se por um lado participava de eventos gastronômicos, por outro, atuava, por exemplo, no atendimento às mulheres em situação de violência doméstica, em um Centro de Defesa da Mulher

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Antes da pandemia explodir, ela participou de um edital da Fundação Tide Setubal em apoio a empreendimentos com o perfil daquilo que Priscila já fazia. Foi neste contexto que ela criou o plano de negócio que iria desembocar no afro buffet da Kitanda das Minas. “Com esse incentivo, consegui oferecer minha comida em eventos corporativos maiores, de empresas como Facebook e Spotify. Os eventos e a estrutura do buffet também serviam como plataforma para inserir mulheres negras no mercado de trabalho.” 

ADAPTAÇÃO. Durante o período mais pesado da pandemia, o Kitanda das Minas transformou-se em um delivery. Primeiro, funcionava apenas para entregas na Cidade Tiradentes e regiões próximas. Depois, mudou-se para o bairro da Liberdade, onde conseguia atender a região central. “Mas, ali, o Kitanda sumia no meio de tanto yakissoba”, brincou. 

Em março do ano passado, a Kitanda se mudou para a região da Bela Vista, na Avenida Nove de Julho, mais especificamente para a Casa PretaHub, que, em parceria com o Instituto Feira Preta, ofereceu a estrutura do restaurante ao projeto.

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Assim, com passos cuidadosos e sem alarde, o Kitanda das Minas transferiu seu delivery para o novo endereço. Em agosto, Priscila começou a receber o público presencialmente em seu restaurante – com atendimento de terça a sábado, do meio-dia às 18h. No cardápio, pratos de origem africano e tradicionais da culinária brasileira, como acarajé, moqueca baiana, bobó de camarão, baião de dois, dadinho de tapioca e outros. 

Hoje, dentro do Kitanda, além das refeições, existem projetos sociais, como o Afro Chef, o programa de formação em técnicas culinárias e empreendedorismo para mulheres negras que pretendem ingressar neste mercado de trabalho. A primeira turma, com 20 mulheres, já está formada e atuando como freelancer em eventos do próprio Kitanda. “Hoje, o projeto é muito mais do que um restaurante. É um compromisso com minha origem e cultura”, disse.

A chef Priscila Novaes, 37 anos, contou que, quando criança, interessou-se pelo anúncio de um liquidificador e de uma batedeira de brinquedo. A propaganda dizia que era possível fazer comida de verdade com aquelas versões infantis de equipamentos de cozinha. “Pedi para a minha mãe. Ela não tinha dinheiro para comprar os dois, mas me deu o liquidificador. Com ele, fiz minhas primeiras comidinhas”, disse.

Priscila Novaes, 37 anos, criadora do Kitanda das Minas Foto: TIAGO QUEIROZ / ESTADÃO

Esse pode ter sido o ponto de partida para a carreira da criadora do afro buffet Kitanda das Minas, um restaurante focado na gastronomia de raízes africanas e tradicionais e, mais do que isso, um verdadeiro centro de capacitação de mulheres negras para o mercado de trabalho. “Eu tinha vergonha de ser cozinheira, tinha vergonha da minha atividade. Eu não tinha referência de mulheres negras na gastronomia. Até me enxergar como chef foi um longo caminho”, comentou.

Como a própria Priscila avisou, esse foi um longo caminho. Moradora da Cohab Cidade Tiradentes, na zona leste de São Paulo, confessou que a juventude foi um período de poucas perspectivas de futuro. “Venho de uma família em que mulheres não se formavam, a maioria era empregada doméstica. Eu não tinha uma referência. Embora minha mãe pedisse muito para que eu estudasse”, disse. 

Como acontece com muitos jovens da periferia, a solução foi arrumar um trabalho como operadora de telemarketing. “Era uma atividade que não trazia nada. Era desrespeitada pela empresa e pelos clientes. No telemarketing, você fica no meio de muitos problemas, fica recebendo uma carga negativa o dia inteiro...”, lembrou.

Descontente com a vida no telemarketing, decidiu seguir o conselho de familiares e pessoas próximas. “Eu já cozinhava, gostava de fazer o almoço da família. Aí me incentivaram a tentar gerar renda fazendo comida”, disse. Foi então que Priscila pegou a verba rescisória da empresa e investiu na confecção de panfletos. “Era um papel sulfite mesmo. Eu saí de bicicleta distribuindo o papel pelo bairro, avisando que estava fazendo salgados, tortas e bolos para entrega.”

IDAS E VINDAS. O começo foi promissor, mas logo Priscila percebeu que era necessário dar outro passo. Foi assim que ela também foi vender café da manhã na porta da estação de trem de Guaianases. Para isso, acordava antes das 4h da manhã e seguia, sozinha, até a estação, onde montava sua barraca. “Neste período, comecei a fazer um curso técnico de cozinha. As coisas foram ficando muito puxadas”, disse.

De novo, para não desistir do curso, Priscila voltou a trabalhar com telemarketing. Só que desta vez começou a ganhar mais dinheiro vendendo salgados e bolos para suas colegas de operadora. Desta forma, sentiu-se estimulada e começou também a vender para eventos e feiras.

Neste ponto da vida, Priscila engajou-se no coletivo Mulheres de Orì, composto por mulheres negras da Cidade Tiradentes. “Neste coletivo, entendi a conexão da gastronomia com as nossas origens culturais. Até então, a gastronomia era para mim uma fonte de renda, mas no coletivo comecei a enxergá-la como algo relacionado à minha identidade e cultura.”

Quando começou a se aprofundar em pesquisas envolvendo a gastronomia e o papel da mulher negra neste universo, Priscila deixou de lado a visão de que era “a moça do lanche”, a “moça do bolo”. Ela começou a entender a importância das quitandeiras, das baianas do acarajé e das cozinheiras que atuam em casas de candomblé: “Percebi que era detentora de um legado, eu representava a continuidade do trabalho de muitas mulheres”.

FRUTOS. Em 2017, o aprofundamento desta pesquisa transformou-se em livro, 0 Ajeum – O Sabor das Deusas (a palavra “ajeum” vem do Iorubá e significa “comer junto”). Priscila foi a organizadora (além de ter escrito um dos textos) deste livro, que é uma coletânea de trabalhos de diversas pesquisadoras (mulheres negras) sobre temas como o papel socioeconômico das quitandeiras na sociedade colonial brasileira ou o registro do ofício das baianas do acarajé pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). 

O livro abriu muitas portas e levou Priscila para outros espaços – em que gastronomia e questões culturais e sociais se misturavam. Se por um lado participava de eventos gastronômicos, por outro, atuava, por exemplo, no atendimento às mulheres em situação de violência doméstica, em um Centro de Defesa da Mulher

Antes da pandemia explodir, ela participou de um edital da Fundação Tide Setubal em apoio a empreendimentos com o perfil daquilo que Priscila já fazia. Foi neste contexto que ela criou o plano de negócio que iria desembocar no afro buffet da Kitanda das Minas. “Com esse incentivo, consegui oferecer minha comida em eventos corporativos maiores, de empresas como Facebook e Spotify. Os eventos e a estrutura do buffet também serviam como plataforma para inserir mulheres negras no mercado de trabalho.” 

ADAPTAÇÃO. Durante o período mais pesado da pandemia, o Kitanda das Minas transformou-se em um delivery. Primeiro, funcionava apenas para entregas na Cidade Tiradentes e regiões próximas. Depois, mudou-se para o bairro da Liberdade, onde conseguia atender a região central. “Mas, ali, o Kitanda sumia no meio de tanto yakissoba”, brincou. 

Em março do ano passado, a Kitanda se mudou para a região da Bela Vista, na Avenida Nove de Julho, mais especificamente para a Casa PretaHub, que, em parceria com o Instituto Feira Preta, ofereceu a estrutura do restaurante ao projeto.

Assim, com passos cuidadosos e sem alarde, o Kitanda das Minas transferiu seu delivery para o novo endereço. Em agosto, Priscila começou a receber o público presencialmente em seu restaurante – com atendimento de terça a sábado, do meio-dia às 18h. No cardápio, pratos de origem africano e tradicionais da culinária brasileira, como acarajé, moqueca baiana, bobó de camarão, baião de dois, dadinho de tapioca e outros. 

Hoje, dentro do Kitanda, além das refeições, existem projetos sociais, como o Afro Chef, o programa de formação em técnicas culinárias e empreendedorismo para mulheres negras que pretendem ingressar neste mercado de trabalho. A primeira turma, com 20 mulheres, já está formada e atuando como freelancer em eventos do próprio Kitanda. “Hoje, o projeto é muito mais do que um restaurante. É um compromisso com minha origem e cultura”, disse.

A chef Priscila Novaes, 37 anos, contou que, quando criança, interessou-se pelo anúncio de um liquidificador e de uma batedeira de brinquedo. A propaganda dizia que era possível fazer comida de verdade com aquelas versões infantis de equipamentos de cozinha. “Pedi para a minha mãe. Ela não tinha dinheiro para comprar os dois, mas me deu o liquidificador. Com ele, fiz minhas primeiras comidinhas”, disse.

Priscila Novaes, 37 anos, criadora do Kitanda das Minas Foto: TIAGO QUEIROZ / ESTADÃO

Esse pode ter sido o ponto de partida para a carreira da criadora do afro buffet Kitanda das Minas, um restaurante focado na gastronomia de raízes africanas e tradicionais e, mais do que isso, um verdadeiro centro de capacitação de mulheres negras para o mercado de trabalho. “Eu tinha vergonha de ser cozinheira, tinha vergonha da minha atividade. Eu não tinha referência de mulheres negras na gastronomia. Até me enxergar como chef foi um longo caminho”, comentou.

Como a própria Priscila avisou, esse foi um longo caminho. Moradora da Cohab Cidade Tiradentes, na zona leste de São Paulo, confessou que a juventude foi um período de poucas perspectivas de futuro. “Venho de uma família em que mulheres não se formavam, a maioria era empregada doméstica. Eu não tinha uma referência. Embora minha mãe pedisse muito para que eu estudasse”, disse. 

Como acontece com muitos jovens da periferia, a solução foi arrumar um trabalho como operadora de telemarketing. “Era uma atividade que não trazia nada. Era desrespeitada pela empresa e pelos clientes. No telemarketing, você fica no meio de muitos problemas, fica recebendo uma carga negativa o dia inteiro...”, lembrou.

Descontente com a vida no telemarketing, decidiu seguir o conselho de familiares e pessoas próximas. “Eu já cozinhava, gostava de fazer o almoço da família. Aí me incentivaram a tentar gerar renda fazendo comida”, disse. Foi então que Priscila pegou a verba rescisória da empresa e investiu na confecção de panfletos. “Era um papel sulfite mesmo. Eu saí de bicicleta distribuindo o papel pelo bairro, avisando que estava fazendo salgados, tortas e bolos para entrega.”

IDAS E VINDAS. O começo foi promissor, mas logo Priscila percebeu que era necessário dar outro passo. Foi assim que ela também foi vender café da manhã na porta da estação de trem de Guaianases. Para isso, acordava antes das 4h da manhã e seguia, sozinha, até a estação, onde montava sua barraca. “Neste período, comecei a fazer um curso técnico de cozinha. As coisas foram ficando muito puxadas”, disse.

De novo, para não desistir do curso, Priscila voltou a trabalhar com telemarketing. Só que desta vez começou a ganhar mais dinheiro vendendo salgados e bolos para suas colegas de operadora. Desta forma, sentiu-se estimulada e começou também a vender para eventos e feiras.

Neste ponto da vida, Priscila engajou-se no coletivo Mulheres de Orì, composto por mulheres negras da Cidade Tiradentes. “Neste coletivo, entendi a conexão da gastronomia com as nossas origens culturais. Até então, a gastronomia era para mim uma fonte de renda, mas no coletivo comecei a enxergá-la como algo relacionado à minha identidade e cultura.”

Quando começou a se aprofundar em pesquisas envolvendo a gastronomia e o papel da mulher negra neste universo, Priscila deixou de lado a visão de que era “a moça do lanche”, a “moça do bolo”. Ela começou a entender a importância das quitandeiras, das baianas do acarajé e das cozinheiras que atuam em casas de candomblé: “Percebi que era detentora de um legado, eu representava a continuidade do trabalho de muitas mulheres”.

FRUTOS. Em 2017, o aprofundamento desta pesquisa transformou-se em livro, 0 Ajeum – O Sabor das Deusas (a palavra “ajeum” vem do Iorubá e significa “comer junto”). Priscila foi a organizadora (além de ter escrito um dos textos) deste livro, que é uma coletânea de trabalhos de diversas pesquisadoras (mulheres negras) sobre temas como o papel socioeconômico das quitandeiras na sociedade colonial brasileira ou o registro do ofício das baianas do acarajé pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). 

O livro abriu muitas portas e levou Priscila para outros espaços – em que gastronomia e questões culturais e sociais se misturavam. Se por um lado participava de eventos gastronômicos, por outro, atuava, por exemplo, no atendimento às mulheres em situação de violência doméstica, em um Centro de Defesa da Mulher

Antes da pandemia explodir, ela participou de um edital da Fundação Tide Setubal em apoio a empreendimentos com o perfil daquilo que Priscila já fazia. Foi neste contexto que ela criou o plano de negócio que iria desembocar no afro buffet da Kitanda das Minas. “Com esse incentivo, consegui oferecer minha comida em eventos corporativos maiores, de empresas como Facebook e Spotify. Os eventos e a estrutura do buffet também serviam como plataforma para inserir mulheres negras no mercado de trabalho.” 

ADAPTAÇÃO. Durante o período mais pesado da pandemia, o Kitanda das Minas transformou-se em um delivery. Primeiro, funcionava apenas para entregas na Cidade Tiradentes e regiões próximas. Depois, mudou-se para o bairro da Liberdade, onde conseguia atender a região central. “Mas, ali, o Kitanda sumia no meio de tanto yakissoba”, brincou. 

Em março do ano passado, a Kitanda se mudou para a região da Bela Vista, na Avenida Nove de Julho, mais especificamente para a Casa PretaHub, que, em parceria com o Instituto Feira Preta, ofereceu a estrutura do restaurante ao projeto.

Assim, com passos cuidadosos e sem alarde, o Kitanda das Minas transferiu seu delivery para o novo endereço. Em agosto, Priscila começou a receber o público presencialmente em seu restaurante – com atendimento de terça a sábado, do meio-dia às 18h. No cardápio, pratos de origem africano e tradicionais da culinária brasileira, como acarajé, moqueca baiana, bobó de camarão, baião de dois, dadinho de tapioca e outros. 

Hoje, dentro do Kitanda, além das refeições, existem projetos sociais, como o Afro Chef, o programa de formação em técnicas culinárias e empreendedorismo para mulheres negras que pretendem ingressar neste mercado de trabalho. A primeira turma, com 20 mulheres, já está formada e atuando como freelancer em eventos do próprio Kitanda. “Hoje, o projeto é muito mais do que um restaurante. É um compromisso com minha origem e cultura”, disse.

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