Antonio Candido se mostrava decepcionado com os rumos recentes do Brasil


Intelectual que deixou uma marca indelével no pensamento crítico brasileiro se manteve lúcido até os últimos momentos

Por Guilherme Sobota

Humanista convicto, Antonio Candido se mostrava decepcionado com os rumos do Brasil nos últimos meses. "Ele estava muito contrariado por ver o grande projeto da sua geração ser derrubado", disse ao Estado Laura Escorel, neta do intelectual. Laura morava com Candido há quatro anos, no bairro dos Jardins, em São Paulo. 

"Ele via as notícias na Globo News e ficava assustado, mas com a internet eu mostrava para ele o contraponto", comentou. Uma das filhas do crítico literário, a historiadora Marina de Mello e Souza, também falou sobre a surpresa que tomou Candido diante dos últimos acontecimentos. "No momento em que estamos, ele é um símbolo de um mundo que acabou. Ele era muito otimista, tinha uma generosidade e uma coerência que são únicas. Ele sempre acreditou que os valores do humanismo podiam ser resgatados."

Antonio Candido. Crítico literário morreu por conta de uma hérnia de hiato nesta sexta-feira, 12 Foto: WILTON JUNIOR/Estadão
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Laura, que é designer e produtora, está organizando o acervo fotográfico de Candido, a pedido da família. Ainda não há uma instituição comprometida com as mais de 3 mil imagens que ela já compilou.

O ensaísta foi internado no Hospital Albert Einstein no último sábado, 6, e logo antes disso mantinha-se completamente lúcido e independente, segundo a neta. Suas tarefas constituíam em ir ao banco e ao correio e receber em casa, semanalmente, pesquisadores de várias áreas do conhecimento e diferentes parte do mundo, que lhe contatavam em busca da lucidez de pensamento que foi marca da sua trajetória intelectual. 

Seu último esforço à máquina foi, segundo Laura, trabalhar nas notas da palestra que proferiu sobre Oswald de Andrade na Flip de 2011. O trabalho deve ser publicado em breve. Candido seguia lendo seus autores amados e também escrevia diários - são mais de oitenta.

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O deputado Ivan Valente (Psol-SP) também lembrou a relevância do pensamento político e cultural de Candido. "Ele era um formador de gerações. Ajudou a fundar o PT num momento em que essa era a alternativa mais generosa em contraponto ao autoritarismo. Lutou contra o Estado Novo, contra a ditadura militar. O pensamento crítico dele vai marcar a história do nosso país."

O velório de Antonio Candido reuniu intelectuais, amigos e a família na tarde desta sexta-feira, 12, no Hospital Albert Einstein, zona sul de São Paulo. O corpo será cremado neste sábado, 13, em uma cerimônia reservada - a pedido de Candido, as cinzas serão misturadas às de sua mulher, Gilda Mello e Souza (morta em 2005), o grande amor de sua vida.

Humanista convicto, Antonio Candido se mostrava decepcionado com os rumos do Brasil nos últimos meses. "Ele estava muito contrariado por ver o grande projeto da sua geração ser derrubado", disse ao Estado Laura Escorel, neta do intelectual. Laura morava com Candido há quatro anos, no bairro dos Jardins, em São Paulo. 

"Ele via as notícias na Globo News e ficava assustado, mas com a internet eu mostrava para ele o contraponto", comentou. Uma das filhas do crítico literário, a historiadora Marina de Mello e Souza, também falou sobre a surpresa que tomou Candido diante dos últimos acontecimentos. "No momento em que estamos, ele é um símbolo de um mundo que acabou. Ele era muito otimista, tinha uma generosidade e uma coerência que são únicas. Ele sempre acreditou que os valores do humanismo podiam ser resgatados."

Antonio Candido. Crítico literário morreu por conta de uma hérnia de hiato nesta sexta-feira, 12 Foto: WILTON JUNIOR/Estadão

Laura, que é designer e produtora, está organizando o acervo fotográfico de Candido, a pedido da família. Ainda não há uma instituição comprometida com as mais de 3 mil imagens que ela já compilou.

O ensaísta foi internado no Hospital Albert Einstein no último sábado, 6, e logo antes disso mantinha-se completamente lúcido e independente, segundo a neta. Suas tarefas constituíam em ir ao banco e ao correio e receber em casa, semanalmente, pesquisadores de várias áreas do conhecimento e diferentes parte do mundo, que lhe contatavam em busca da lucidez de pensamento que foi marca da sua trajetória intelectual. 

Seu último esforço à máquina foi, segundo Laura, trabalhar nas notas da palestra que proferiu sobre Oswald de Andrade na Flip de 2011. O trabalho deve ser publicado em breve. Candido seguia lendo seus autores amados e também escrevia diários - são mais de oitenta.

O deputado Ivan Valente (Psol-SP) também lembrou a relevância do pensamento político e cultural de Candido. "Ele era um formador de gerações. Ajudou a fundar o PT num momento em que essa era a alternativa mais generosa em contraponto ao autoritarismo. Lutou contra o Estado Novo, contra a ditadura militar. O pensamento crítico dele vai marcar a história do nosso país."

O velório de Antonio Candido reuniu intelectuais, amigos e a família na tarde desta sexta-feira, 12, no Hospital Albert Einstein, zona sul de São Paulo. O corpo será cremado neste sábado, 13, em uma cerimônia reservada - a pedido de Candido, as cinzas serão misturadas às de sua mulher, Gilda Mello e Souza (morta em 2005), o grande amor de sua vida.

Humanista convicto, Antonio Candido se mostrava decepcionado com os rumos do Brasil nos últimos meses. "Ele estava muito contrariado por ver o grande projeto da sua geração ser derrubado", disse ao Estado Laura Escorel, neta do intelectual. Laura morava com Candido há quatro anos, no bairro dos Jardins, em São Paulo. 

"Ele via as notícias na Globo News e ficava assustado, mas com a internet eu mostrava para ele o contraponto", comentou. Uma das filhas do crítico literário, a historiadora Marina de Mello e Souza, também falou sobre a surpresa que tomou Candido diante dos últimos acontecimentos. "No momento em que estamos, ele é um símbolo de um mundo que acabou. Ele era muito otimista, tinha uma generosidade e uma coerência que são únicas. Ele sempre acreditou que os valores do humanismo podiam ser resgatados."

Antonio Candido. Crítico literário morreu por conta de uma hérnia de hiato nesta sexta-feira, 12 Foto: WILTON JUNIOR/Estadão

Laura, que é designer e produtora, está organizando o acervo fotográfico de Candido, a pedido da família. Ainda não há uma instituição comprometida com as mais de 3 mil imagens que ela já compilou.

O ensaísta foi internado no Hospital Albert Einstein no último sábado, 6, e logo antes disso mantinha-se completamente lúcido e independente, segundo a neta. Suas tarefas constituíam em ir ao banco e ao correio e receber em casa, semanalmente, pesquisadores de várias áreas do conhecimento e diferentes parte do mundo, que lhe contatavam em busca da lucidez de pensamento que foi marca da sua trajetória intelectual. 

Seu último esforço à máquina foi, segundo Laura, trabalhar nas notas da palestra que proferiu sobre Oswald de Andrade na Flip de 2011. O trabalho deve ser publicado em breve. Candido seguia lendo seus autores amados e também escrevia diários - são mais de oitenta.

O deputado Ivan Valente (Psol-SP) também lembrou a relevância do pensamento político e cultural de Candido. "Ele era um formador de gerações. Ajudou a fundar o PT num momento em que essa era a alternativa mais generosa em contraponto ao autoritarismo. Lutou contra o Estado Novo, contra a ditadura militar. O pensamento crítico dele vai marcar a história do nosso país."

O velório de Antonio Candido reuniu intelectuais, amigos e a família na tarde desta sexta-feira, 12, no Hospital Albert Einstein, zona sul de São Paulo. O corpo será cremado neste sábado, 13, em uma cerimônia reservada - a pedido de Candido, as cinzas serão misturadas às de sua mulher, Gilda Mello e Souza (morta em 2005), o grande amor de sua vida.

Humanista convicto, Antonio Candido se mostrava decepcionado com os rumos do Brasil nos últimos meses. "Ele estava muito contrariado por ver o grande projeto da sua geração ser derrubado", disse ao Estado Laura Escorel, neta do intelectual. Laura morava com Candido há quatro anos, no bairro dos Jardins, em São Paulo. 

"Ele via as notícias na Globo News e ficava assustado, mas com a internet eu mostrava para ele o contraponto", comentou. Uma das filhas do crítico literário, a historiadora Marina de Mello e Souza, também falou sobre a surpresa que tomou Candido diante dos últimos acontecimentos. "No momento em que estamos, ele é um símbolo de um mundo que acabou. Ele era muito otimista, tinha uma generosidade e uma coerência que são únicas. Ele sempre acreditou que os valores do humanismo podiam ser resgatados."

Antonio Candido. Crítico literário morreu por conta de uma hérnia de hiato nesta sexta-feira, 12 Foto: WILTON JUNIOR/Estadão

Laura, que é designer e produtora, está organizando o acervo fotográfico de Candido, a pedido da família. Ainda não há uma instituição comprometida com as mais de 3 mil imagens que ela já compilou.

O ensaísta foi internado no Hospital Albert Einstein no último sábado, 6, e logo antes disso mantinha-se completamente lúcido e independente, segundo a neta. Suas tarefas constituíam em ir ao banco e ao correio e receber em casa, semanalmente, pesquisadores de várias áreas do conhecimento e diferentes parte do mundo, que lhe contatavam em busca da lucidez de pensamento que foi marca da sua trajetória intelectual. 

Seu último esforço à máquina foi, segundo Laura, trabalhar nas notas da palestra que proferiu sobre Oswald de Andrade na Flip de 2011. O trabalho deve ser publicado em breve. Candido seguia lendo seus autores amados e também escrevia diários - são mais de oitenta.

O deputado Ivan Valente (Psol-SP) também lembrou a relevância do pensamento político e cultural de Candido. "Ele era um formador de gerações. Ajudou a fundar o PT num momento em que essa era a alternativa mais generosa em contraponto ao autoritarismo. Lutou contra o Estado Novo, contra a ditadura militar. O pensamento crítico dele vai marcar a história do nosso país."

O velório de Antonio Candido reuniu intelectuais, amigos e a família na tarde desta sexta-feira, 12, no Hospital Albert Einstein, zona sul de São Paulo. O corpo será cremado neste sábado, 13, em uma cerimônia reservada - a pedido de Candido, as cinzas serão misturadas às de sua mulher, Gilda Mello e Souza (morta em 2005), o grande amor de sua vida.

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