Contos festejam a escrita sem freios de Rita Lee


Em 'Dropz', ela reúne 61 histórias tão distintas como um pacote de balas: ora doce como mel, ora amargo como fel

Por Ubiratan Brasil

A imaginação de Rita Lee não tem limites, o que permite um bem-vindo arejamento à literatura brasileira. Em Dropz (Globo), que ela lança na tarde de terça-feira, dia 15, na Livraria Saraiva do Shopping Pátio Paulista, são 61 contos que primam pelo inusitado e que surpreendem o leitor. Basta dar uma espiada logo na primeira história, Baião de Dois. Trata-se de uma mulher de 70 anos que se apaixona por um jovem ator. Ela ostenta um corpinho nota 10 graças a vários procedimentos cirúrgicos e aparenta ser mais jovem. Mas ele, para provar que não pretende dar o golpe do baú, utiliza os mesmos procedimentos, mas para envelhecer. Os dois atingem um ponto em que o ator se parece mais idoso que a mulher e... Melhor parar por aqui, para evitar spoiler.

Rita. Capa traz autorretrato de 1997 Foto: Guilherme Samora

O conto seguinte, Hã?, traz uma menina que prevê o futuro ao pôr cabelo pela boca. Rita exibe uma escrita fácil, contagiante, a mesma que tornou sua Uma Autobiografia um sucesso de vendas. Sobre o livro, ela respondeu por e-mail às seguintes perguntas.Muitos de seus contos têm um tom de fábula. Qual seria, assim, a moral da história?

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Sempre gostei de fábulas, são leituras fáceis com começo, meio e um final inspirador, quase beirando o infantil, mas com uma mensagem subliminar para adulto nenhum botar defeito. Quando escrevia, às vezes, baixava em mim um santo La Fontaine e eu, inspirada, me deixava levar. A moral da minha história no momento é “pretendo viver para sempre, até agora estou indo bem”.

Octavio Paz dizia que o humor é a grande invenção do espírito moderno. Você acha que o humor pode provocar algum mal-entendido entre você e algum de seus leitores?

Quem me conhece sabe que meu humor às vezes pode ser meio ácido. Confesso que deixei de fora alguns contos em que extrapolei a barreira do politicamente correto e, sem querer, poderia ofender alguns. Achei melhor evitar as patrulhas dos indignados de plantão.

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Aliás, o humor torna mais fácil qualquer compreensão?

Envelhecer já é complicado - sem uma boa dose de humor e de sarcasmo imagino que possa ser um inferno.

Você busca o inusitado em pequenas coisas. Portanto, deve ser muito observadora. O que a inspira para escrever suas histórias?

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Eu me inspiro observando o mundo ao meu redor e também os paralelos, todos repletos de historinhas a serem psicografadas. Sento no computador e deixo fluírem sem saber como vão terminar, é uma surpresa até para mim.

Millôr Fernandes dizia ser um homem autoanalisado, não precisava fazer análise. Você também? Ou escrever a autobiografia foi a melhor terapia de todos os tempos?

Millôr tinha razão, escrever de próprio punho sobre minha vida foi a terapia definitiva, em que exorcizei meus dramas e ri das minhas trapalhadas.

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Esse é seu terceiro livro - como você explica essa nova forma de conquistar fãs, uma vez que ainda não se dispôs a mostrar novas músicas?

Séculos atrás, escrevi três livrinhos infantis sobre Dr. Alex, um ratinho defensor dos direitos dos animais. Anos atrás, fiz o Storinhas, uma compilação dos meus tuítes com ilustrações da Laerte. Pela Globo Livros, lancei a autobio, um sucesso que nunca imaginei pudesse acontecer, e agora o Dropz. Me percebo feliz na fase escritora. Se sobrar um tempo entre uma escrita e outra, para fazer um carinho nos meus fãs musicais, posso até gravar um disquinho com inéditas (risos).

Você é defensora dos animais e os bichinhos aparecem de forma muito simpática e até superior aos homens (o cão Boris, o gato Jasmim). Já pensou em escrever histórias apenas com animais? Seria algo como Revolução dos Bichos, do Orwell, ou não tão pesado?

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Você acaba de me dar uma ótima ideia! O universo dos bichos é um prato cheio para mim que, desde que me conheço por gente, vivo cercada deles. A única bandeira que empunho é a da luta pelo respeito ao reino animal.

Luis Fernando Verissimo escreve muito sobre a neta em suas crônicas. Você pensa em escrever algo sobre a relação com a sua, ou seja, sobre o aprendizado que essas crianças trazem?

Aliás, vou ser avó este ano novamente, quem sabe a vinda do meu neto me inspire a escrever a sequência das aventuras do dr. Alex? Para impressionar minha neta, que já está uma mocinha, só se eu virar uma youtuber. DROPZAutora: Rita LeeEditora: Globo (272 págs., R$ 44,90)Lançamento: Livraria Saraiva - Shopping Pátio Paulista. Rua Treze de Maio, 1.947. 17h, 3ª (15). 300 senhas serão entregues a partir das 9h do dia do evento

A imaginação de Rita Lee não tem limites, o que permite um bem-vindo arejamento à literatura brasileira. Em Dropz (Globo), que ela lança na tarde de terça-feira, dia 15, na Livraria Saraiva do Shopping Pátio Paulista, são 61 contos que primam pelo inusitado e que surpreendem o leitor. Basta dar uma espiada logo na primeira história, Baião de Dois. Trata-se de uma mulher de 70 anos que se apaixona por um jovem ator. Ela ostenta um corpinho nota 10 graças a vários procedimentos cirúrgicos e aparenta ser mais jovem. Mas ele, para provar que não pretende dar o golpe do baú, utiliza os mesmos procedimentos, mas para envelhecer. Os dois atingem um ponto em que o ator se parece mais idoso que a mulher e... Melhor parar por aqui, para evitar spoiler.

Rita. Capa traz autorretrato de 1997 Foto: Guilherme Samora

O conto seguinte, Hã?, traz uma menina que prevê o futuro ao pôr cabelo pela boca. Rita exibe uma escrita fácil, contagiante, a mesma que tornou sua Uma Autobiografia um sucesso de vendas. Sobre o livro, ela respondeu por e-mail às seguintes perguntas.Muitos de seus contos têm um tom de fábula. Qual seria, assim, a moral da história?

Sempre gostei de fábulas, são leituras fáceis com começo, meio e um final inspirador, quase beirando o infantil, mas com uma mensagem subliminar para adulto nenhum botar defeito. Quando escrevia, às vezes, baixava em mim um santo La Fontaine e eu, inspirada, me deixava levar. A moral da minha história no momento é “pretendo viver para sempre, até agora estou indo bem”.

Octavio Paz dizia que o humor é a grande invenção do espírito moderno. Você acha que o humor pode provocar algum mal-entendido entre você e algum de seus leitores?

Quem me conhece sabe que meu humor às vezes pode ser meio ácido. Confesso que deixei de fora alguns contos em que extrapolei a barreira do politicamente correto e, sem querer, poderia ofender alguns. Achei melhor evitar as patrulhas dos indignados de plantão.

Aliás, o humor torna mais fácil qualquer compreensão?

Envelhecer já é complicado - sem uma boa dose de humor e de sarcasmo imagino que possa ser um inferno.

Você busca o inusitado em pequenas coisas. Portanto, deve ser muito observadora. O que a inspira para escrever suas histórias?

Eu me inspiro observando o mundo ao meu redor e também os paralelos, todos repletos de historinhas a serem psicografadas. Sento no computador e deixo fluírem sem saber como vão terminar, é uma surpresa até para mim.

Millôr Fernandes dizia ser um homem autoanalisado, não precisava fazer análise. Você também? Ou escrever a autobiografia foi a melhor terapia de todos os tempos?

Millôr tinha razão, escrever de próprio punho sobre minha vida foi a terapia definitiva, em que exorcizei meus dramas e ri das minhas trapalhadas.

Esse é seu terceiro livro - como você explica essa nova forma de conquistar fãs, uma vez que ainda não se dispôs a mostrar novas músicas?

Séculos atrás, escrevi três livrinhos infantis sobre Dr. Alex, um ratinho defensor dos direitos dos animais. Anos atrás, fiz o Storinhas, uma compilação dos meus tuítes com ilustrações da Laerte. Pela Globo Livros, lancei a autobio, um sucesso que nunca imaginei pudesse acontecer, e agora o Dropz. Me percebo feliz na fase escritora. Se sobrar um tempo entre uma escrita e outra, para fazer um carinho nos meus fãs musicais, posso até gravar um disquinho com inéditas (risos).

Você é defensora dos animais e os bichinhos aparecem de forma muito simpática e até superior aos homens (o cão Boris, o gato Jasmim). Já pensou em escrever histórias apenas com animais? Seria algo como Revolução dos Bichos, do Orwell, ou não tão pesado?

Você acaba de me dar uma ótima ideia! O universo dos bichos é um prato cheio para mim que, desde que me conheço por gente, vivo cercada deles. A única bandeira que empunho é a da luta pelo respeito ao reino animal.

Luis Fernando Verissimo escreve muito sobre a neta em suas crônicas. Você pensa em escrever algo sobre a relação com a sua, ou seja, sobre o aprendizado que essas crianças trazem?

Aliás, vou ser avó este ano novamente, quem sabe a vinda do meu neto me inspire a escrever a sequência das aventuras do dr. Alex? Para impressionar minha neta, que já está uma mocinha, só se eu virar uma youtuber. DROPZAutora: Rita LeeEditora: Globo (272 págs., R$ 44,90)Lançamento: Livraria Saraiva - Shopping Pátio Paulista. Rua Treze de Maio, 1.947. 17h, 3ª (15). 300 senhas serão entregues a partir das 9h do dia do evento

A imaginação de Rita Lee não tem limites, o que permite um bem-vindo arejamento à literatura brasileira. Em Dropz (Globo), que ela lança na tarde de terça-feira, dia 15, na Livraria Saraiva do Shopping Pátio Paulista, são 61 contos que primam pelo inusitado e que surpreendem o leitor. Basta dar uma espiada logo na primeira história, Baião de Dois. Trata-se de uma mulher de 70 anos que se apaixona por um jovem ator. Ela ostenta um corpinho nota 10 graças a vários procedimentos cirúrgicos e aparenta ser mais jovem. Mas ele, para provar que não pretende dar o golpe do baú, utiliza os mesmos procedimentos, mas para envelhecer. Os dois atingem um ponto em que o ator se parece mais idoso que a mulher e... Melhor parar por aqui, para evitar spoiler.

Rita. Capa traz autorretrato de 1997 Foto: Guilherme Samora

O conto seguinte, Hã?, traz uma menina que prevê o futuro ao pôr cabelo pela boca. Rita exibe uma escrita fácil, contagiante, a mesma que tornou sua Uma Autobiografia um sucesso de vendas. Sobre o livro, ela respondeu por e-mail às seguintes perguntas.Muitos de seus contos têm um tom de fábula. Qual seria, assim, a moral da história?

Sempre gostei de fábulas, são leituras fáceis com começo, meio e um final inspirador, quase beirando o infantil, mas com uma mensagem subliminar para adulto nenhum botar defeito. Quando escrevia, às vezes, baixava em mim um santo La Fontaine e eu, inspirada, me deixava levar. A moral da minha história no momento é “pretendo viver para sempre, até agora estou indo bem”.

Octavio Paz dizia que o humor é a grande invenção do espírito moderno. Você acha que o humor pode provocar algum mal-entendido entre você e algum de seus leitores?

Quem me conhece sabe que meu humor às vezes pode ser meio ácido. Confesso que deixei de fora alguns contos em que extrapolei a barreira do politicamente correto e, sem querer, poderia ofender alguns. Achei melhor evitar as patrulhas dos indignados de plantão.

Aliás, o humor torna mais fácil qualquer compreensão?

Envelhecer já é complicado - sem uma boa dose de humor e de sarcasmo imagino que possa ser um inferno.

Você busca o inusitado em pequenas coisas. Portanto, deve ser muito observadora. O que a inspira para escrever suas histórias?

Eu me inspiro observando o mundo ao meu redor e também os paralelos, todos repletos de historinhas a serem psicografadas. Sento no computador e deixo fluírem sem saber como vão terminar, é uma surpresa até para mim.

Millôr Fernandes dizia ser um homem autoanalisado, não precisava fazer análise. Você também? Ou escrever a autobiografia foi a melhor terapia de todos os tempos?

Millôr tinha razão, escrever de próprio punho sobre minha vida foi a terapia definitiva, em que exorcizei meus dramas e ri das minhas trapalhadas.

Esse é seu terceiro livro - como você explica essa nova forma de conquistar fãs, uma vez que ainda não se dispôs a mostrar novas músicas?

Séculos atrás, escrevi três livrinhos infantis sobre Dr. Alex, um ratinho defensor dos direitos dos animais. Anos atrás, fiz o Storinhas, uma compilação dos meus tuítes com ilustrações da Laerte. Pela Globo Livros, lancei a autobio, um sucesso que nunca imaginei pudesse acontecer, e agora o Dropz. Me percebo feliz na fase escritora. Se sobrar um tempo entre uma escrita e outra, para fazer um carinho nos meus fãs musicais, posso até gravar um disquinho com inéditas (risos).

Você é defensora dos animais e os bichinhos aparecem de forma muito simpática e até superior aos homens (o cão Boris, o gato Jasmim). Já pensou em escrever histórias apenas com animais? Seria algo como Revolução dos Bichos, do Orwell, ou não tão pesado?

Você acaba de me dar uma ótima ideia! O universo dos bichos é um prato cheio para mim que, desde que me conheço por gente, vivo cercada deles. A única bandeira que empunho é a da luta pelo respeito ao reino animal.

Luis Fernando Verissimo escreve muito sobre a neta em suas crônicas. Você pensa em escrever algo sobre a relação com a sua, ou seja, sobre o aprendizado que essas crianças trazem?

Aliás, vou ser avó este ano novamente, quem sabe a vinda do meu neto me inspire a escrever a sequência das aventuras do dr. Alex? Para impressionar minha neta, que já está uma mocinha, só se eu virar uma youtuber. DROPZAutora: Rita LeeEditora: Globo (272 págs., R$ 44,90)Lançamento: Livraria Saraiva - Shopping Pátio Paulista. Rua Treze de Maio, 1.947. 17h, 3ª (15). 300 senhas serão entregues a partir das 9h do dia do evento

A imaginação de Rita Lee não tem limites, o que permite um bem-vindo arejamento à literatura brasileira. Em Dropz (Globo), que ela lança na tarde de terça-feira, dia 15, na Livraria Saraiva do Shopping Pátio Paulista, são 61 contos que primam pelo inusitado e que surpreendem o leitor. Basta dar uma espiada logo na primeira história, Baião de Dois. Trata-se de uma mulher de 70 anos que se apaixona por um jovem ator. Ela ostenta um corpinho nota 10 graças a vários procedimentos cirúrgicos e aparenta ser mais jovem. Mas ele, para provar que não pretende dar o golpe do baú, utiliza os mesmos procedimentos, mas para envelhecer. Os dois atingem um ponto em que o ator se parece mais idoso que a mulher e... Melhor parar por aqui, para evitar spoiler.

Rita. Capa traz autorretrato de 1997 Foto: Guilherme Samora

O conto seguinte, Hã?, traz uma menina que prevê o futuro ao pôr cabelo pela boca. Rita exibe uma escrita fácil, contagiante, a mesma que tornou sua Uma Autobiografia um sucesso de vendas. Sobre o livro, ela respondeu por e-mail às seguintes perguntas.Muitos de seus contos têm um tom de fábula. Qual seria, assim, a moral da história?

Sempre gostei de fábulas, são leituras fáceis com começo, meio e um final inspirador, quase beirando o infantil, mas com uma mensagem subliminar para adulto nenhum botar defeito. Quando escrevia, às vezes, baixava em mim um santo La Fontaine e eu, inspirada, me deixava levar. A moral da minha história no momento é “pretendo viver para sempre, até agora estou indo bem”.

Octavio Paz dizia que o humor é a grande invenção do espírito moderno. Você acha que o humor pode provocar algum mal-entendido entre você e algum de seus leitores?

Quem me conhece sabe que meu humor às vezes pode ser meio ácido. Confesso que deixei de fora alguns contos em que extrapolei a barreira do politicamente correto e, sem querer, poderia ofender alguns. Achei melhor evitar as patrulhas dos indignados de plantão.

Aliás, o humor torna mais fácil qualquer compreensão?

Envelhecer já é complicado - sem uma boa dose de humor e de sarcasmo imagino que possa ser um inferno.

Você busca o inusitado em pequenas coisas. Portanto, deve ser muito observadora. O que a inspira para escrever suas histórias?

Eu me inspiro observando o mundo ao meu redor e também os paralelos, todos repletos de historinhas a serem psicografadas. Sento no computador e deixo fluírem sem saber como vão terminar, é uma surpresa até para mim.

Millôr Fernandes dizia ser um homem autoanalisado, não precisava fazer análise. Você também? Ou escrever a autobiografia foi a melhor terapia de todos os tempos?

Millôr tinha razão, escrever de próprio punho sobre minha vida foi a terapia definitiva, em que exorcizei meus dramas e ri das minhas trapalhadas.

Esse é seu terceiro livro - como você explica essa nova forma de conquistar fãs, uma vez que ainda não se dispôs a mostrar novas músicas?

Séculos atrás, escrevi três livrinhos infantis sobre Dr. Alex, um ratinho defensor dos direitos dos animais. Anos atrás, fiz o Storinhas, uma compilação dos meus tuítes com ilustrações da Laerte. Pela Globo Livros, lancei a autobio, um sucesso que nunca imaginei pudesse acontecer, e agora o Dropz. Me percebo feliz na fase escritora. Se sobrar um tempo entre uma escrita e outra, para fazer um carinho nos meus fãs musicais, posso até gravar um disquinho com inéditas (risos).

Você é defensora dos animais e os bichinhos aparecem de forma muito simpática e até superior aos homens (o cão Boris, o gato Jasmim). Já pensou em escrever histórias apenas com animais? Seria algo como Revolução dos Bichos, do Orwell, ou não tão pesado?

Você acaba de me dar uma ótima ideia! O universo dos bichos é um prato cheio para mim que, desde que me conheço por gente, vivo cercada deles. A única bandeira que empunho é a da luta pelo respeito ao reino animal.

Luis Fernando Verissimo escreve muito sobre a neta em suas crônicas. Você pensa em escrever algo sobre a relação com a sua, ou seja, sobre o aprendizado que essas crianças trazem?

Aliás, vou ser avó este ano novamente, quem sabe a vinda do meu neto me inspire a escrever a sequência das aventuras do dr. Alex? Para impressionar minha neta, que já está uma mocinha, só se eu virar uma youtuber. DROPZAutora: Rita LeeEditora: Globo (272 págs., R$ 44,90)Lançamento: Livraria Saraiva - Shopping Pátio Paulista. Rua Treze de Maio, 1.947. 17h, 3ª (15). 300 senhas serão entregues a partir das 9h do dia do evento

A imaginação de Rita Lee não tem limites, o que permite um bem-vindo arejamento à literatura brasileira. Em Dropz (Globo), que ela lança na tarde de terça-feira, dia 15, na Livraria Saraiva do Shopping Pátio Paulista, são 61 contos que primam pelo inusitado e que surpreendem o leitor. Basta dar uma espiada logo na primeira história, Baião de Dois. Trata-se de uma mulher de 70 anos que se apaixona por um jovem ator. Ela ostenta um corpinho nota 10 graças a vários procedimentos cirúrgicos e aparenta ser mais jovem. Mas ele, para provar que não pretende dar o golpe do baú, utiliza os mesmos procedimentos, mas para envelhecer. Os dois atingem um ponto em que o ator se parece mais idoso que a mulher e... Melhor parar por aqui, para evitar spoiler.

Rita. Capa traz autorretrato de 1997 Foto: Guilherme Samora

O conto seguinte, Hã?, traz uma menina que prevê o futuro ao pôr cabelo pela boca. Rita exibe uma escrita fácil, contagiante, a mesma que tornou sua Uma Autobiografia um sucesso de vendas. Sobre o livro, ela respondeu por e-mail às seguintes perguntas.Muitos de seus contos têm um tom de fábula. Qual seria, assim, a moral da história?

Sempre gostei de fábulas, são leituras fáceis com começo, meio e um final inspirador, quase beirando o infantil, mas com uma mensagem subliminar para adulto nenhum botar defeito. Quando escrevia, às vezes, baixava em mim um santo La Fontaine e eu, inspirada, me deixava levar. A moral da minha história no momento é “pretendo viver para sempre, até agora estou indo bem”.

Octavio Paz dizia que o humor é a grande invenção do espírito moderno. Você acha que o humor pode provocar algum mal-entendido entre você e algum de seus leitores?

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Aliás, o humor torna mais fácil qualquer compreensão?

Envelhecer já é complicado - sem uma boa dose de humor e de sarcasmo imagino que possa ser um inferno.

Você busca o inusitado em pequenas coisas. Portanto, deve ser muito observadora. O que a inspira para escrever suas histórias?

Eu me inspiro observando o mundo ao meu redor e também os paralelos, todos repletos de historinhas a serem psicografadas. Sento no computador e deixo fluírem sem saber como vão terminar, é uma surpresa até para mim.

Millôr Fernandes dizia ser um homem autoanalisado, não precisava fazer análise. Você também? Ou escrever a autobiografia foi a melhor terapia de todos os tempos?

Millôr tinha razão, escrever de próprio punho sobre minha vida foi a terapia definitiva, em que exorcizei meus dramas e ri das minhas trapalhadas.

Esse é seu terceiro livro - como você explica essa nova forma de conquistar fãs, uma vez que ainda não se dispôs a mostrar novas músicas?

Séculos atrás, escrevi três livrinhos infantis sobre Dr. Alex, um ratinho defensor dos direitos dos animais. Anos atrás, fiz o Storinhas, uma compilação dos meus tuítes com ilustrações da Laerte. Pela Globo Livros, lancei a autobio, um sucesso que nunca imaginei pudesse acontecer, e agora o Dropz. Me percebo feliz na fase escritora. Se sobrar um tempo entre uma escrita e outra, para fazer um carinho nos meus fãs musicais, posso até gravar um disquinho com inéditas (risos).

Você é defensora dos animais e os bichinhos aparecem de forma muito simpática e até superior aos homens (o cão Boris, o gato Jasmim). Já pensou em escrever histórias apenas com animais? Seria algo como Revolução dos Bichos, do Orwell, ou não tão pesado?

Você acaba de me dar uma ótima ideia! O universo dos bichos é um prato cheio para mim que, desde que me conheço por gente, vivo cercada deles. A única bandeira que empunho é a da luta pelo respeito ao reino animal.

Luis Fernando Verissimo escreve muito sobre a neta em suas crônicas. Você pensa em escrever algo sobre a relação com a sua, ou seja, sobre o aprendizado que essas crianças trazem?

Aliás, vou ser avó este ano novamente, quem sabe a vinda do meu neto me inspire a escrever a sequência das aventuras do dr. Alex? Para impressionar minha neta, que já está uma mocinha, só se eu virar uma youtuber. DROPZAutora: Rita LeeEditora: Globo (272 págs., R$ 44,90)Lançamento: Livraria Saraiva - Shopping Pátio Paulista. Rua Treze de Maio, 1.947. 17h, 3ª (15). 300 senhas serão entregues a partir das 9h do dia do evento

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