O corpo da escritora Nélida Piñon começou a ser velado na manhã desta quinta-feira, 29, na sede da Academia Brasileira de Letras, a ABL, no Rio. O velório começou pontualmente às 10h e deve se prolongar até as 15h, quando será sepultado no Mausoléu da Academia, no Cemitério São João Batista, em Botafogo.
Junto com o corpo da autora, estavam as cinzas de Gravetinho, um pinscher de estimação de Nélida e que morreu aos 11 anos por causa de uma pneumonia, em 2017.
As cinzas do bichinho estavam guardadas no escritório da escritora e serão enterradas ao lado do corpo dela, no Mausoléu da Academia, no Cemitério São João Batista, em Botafogo. Será o primeiro cachorro a ter tamanha deferência.
Nélida morreu no sábado, 17, em Lisboa. Ela estava em viagem por Portugal - tinha passado antes pela Espanha - quando passou mal por problemas nas vias biliares. Cerca de 10 dias antes, a autora foi submetida a uma operação de emergência, teve um pós-operatório complicado, chegou a ficar na UTI, mas tinha sido transferida para o quarto.
O traslado do corpo durou 11 dias até a resolução de problemas burocráticos e chegou ao Rio de Janeiro na quarta, 28. No dia 2 de março, a ABL realizará a cerimônia Sessão da Saudade em homenagem à autora em seu salão principal.
Primeira mulher a presidir a ABL em 100 anos (1996-1997), ela era titular da cadeira 30 da instituição carioca e sucedeu o crítico literário Aurélio Buarque de Holanda (1910-1989).
Em seu testamento, Nélida determinou que os direitos autorais e o usufruto de seus quatro apartamentos no Rio sejam utilizado para o bem estar de suas duas cachorras, a pinscher Suzy, de 13 anos, e a chihuahua Pilara, de 3. Na linha de beneficiários legais, está Karla Vasconcelos, que foi acompanhante e responsável por Nélida nos últimos anos.