Dia Nacional do Livro: 10 livros para ler ainda em 2020


O Dia Nacional do Livro é celebrado em 29 de outubro, data que marca o aniversário da Biblioteca Nacional

Por Maria Fernanda Rodrigues

O Dia Nacional do Livro é celebrado em 29 de outubro. A data foi escolhida porque marca o aniversário da Biblioteca Nacional. A data oficial de fundação da Biblioteca Nacional é 29 de outubro de 1810. O prédio em que ela funciona hoje, no centro do Rio, foi inaugurado exatamente um século depois.

Neste Dia Nacional do Livro, veja uma seleção de obras que, apesar da pandemia, puderam ser lançadas em 2020 ou frequentaram as listas de mais vendidos este ano. São livros que ajudam a distrair nesses dias estranhos e a se aprofundar nas principais questões que dominam o debate atualmente.

10 bons livros para ler em 2020 Foto: Reprodução Estadão
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10 livros para ler ainda em 2020

Todas as Cartas

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Todas as Cartas (864 págs.; R$ 119,90; R$ 59,90 o e-book) é o principal lançamento do ano em que se celebra o centenário de nascimento de Clarice Lispector (1920-1977). O vasto volume reúne correspondências escritas por Clarice Lispector ao longo de sua vida. Muito desse material já havia sido publicado, mas esta edição traz pelo menos 50 cartas inéditas. Há cartas para suas irmãs e para figuras centrais da literatura brasileira, como João Cabral de Melo Neto, Rubem Braga, Lêdo Ivo, Otto Lara Resende, Paulo Mendes Campos, Nélida Piñon, Lygia Fagundes Telles, Natércia Freire e Mário de Andrade. O lançamento originou de pesquisa da jornalista Larissa Vaz, que descobriu novas cartas. O livro conta com prefácio de Teresa Montero, uma de suas biógrafas. 

Morte no Nilo

Há 100 anos, Agatha Christie fazia sua estreia literária com O Misterioso Caso de Styles. Best-seller desde então, seus livros ganharam várias adaptações para o cinema e para a televisão ao longo dos anos e em 2020 ainda deve estrear Morte no Nilo, com Gal Gadot e Kenneth Branagh. Vale ler ou reler o livro (HarperCollins Brasil, 320 págs.; R$ 44,90), que acaba de ganhar uma nova edição em capa dura e com projeto gráfico renovado. A tranquilidade de um cruzeiro de luxo pelo Nilo chega ao fim quando o corpo de Linnet Doyle, uma bela e jovem milionária, é descoberto em sua cabine. Hercule Poirot está a bordo e logo descobre que cada passageiro é suspeito.

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Todos os Santos

Adriana Lisboa, em visita ao Brasil, agosto de 2019 Foto: Marcos Arcoverde/Estadão

Mais recente romance de Adriana Lisboa, finalista do Jabuti 2020, Todos os Santos (Alfaguara, 152 págs.; R$ 49,90; R$ 34,90 o e-book) apresenta Vanessa e André, que estão eternamente ligados por uma perda irreparável na infância. Num feriado à beira da piscina, o irmão mais novo de Vanessa, e melhor amigo de André, sofre um choque dentro d’água e morre antes que alguém possa ajudá-lo. Unidos pelo acidente, eles iniciam uma relação que logo ultrapassa a amizade. Agora, vivendo na Nova Zelândia como bióloga, Vanessa procura entender o que aconteceu com o irmão e sua família e refazer sua história de amor com André.

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Escritos da Casa Morta

Em 1849, Dostoiévski tinha 28 anos e seria fuzilado por sua participação no Círculo de Pietrachévski, um grupo de intelectuais críticos ao regime tsarista. Mas sua pena foi trocada por quatro anos de trabalhos forçados no presídio de Omsk, seguidos de mais quatro anos servindo como soldado raso em Semipalátinsk. O período passado na Sibéria foi extremamente marcante para o escritor e o a experiência resultou em Escritos da Casa Morta (Editora 34, 408 págs.; R$ 79), que já teve o título de Recordações da Casa dos Mortos, publicado entre 1860 e 1862. A obra foi traduzida do russo por Paulo Bezerra e chega às livrarias dia 6.

Água Por Todos os Lados

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Novo livro de Leonardo Padura, autor de O Homem Que Amava os Cachorros, Água Por Todos os Lados (Boitempo; 292 págs.; R$ 57; R$ 49 o e-book) apresenta ao leitor algumas das grandes paixões e inspirações de Padura, como a literatura, o beisebol, a cultura local e, de forma geral, sua terra natal. É de temas como esses, bem como seu processo criativo e o motivo de nunca ter deixado Cuba, que o escritor trata nos ensaios desta obra.

1984

'1984' em edição de luxo Foto: Daniel Teixeira/Estadão
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Para ler ou reler. Clássico de George Orwell publicado em 1949 e best-seller desde a eleição americana passada e da nova ascensão de regimes que flertam com o totalitarismo, 1984 (Companhia das Letras, 416 págs.; R$ 44,90 a edição brochura; 29,90 o e-book) segue na lista de mais vendidos e é tido como uma das obras mais influentes do século 20. A distopia futurista é uma reflexão ficcional sobre a essência nefasta de qualquer forma de poder totalitário. Winston vive aprisionado na engrenagem totalitária de uma sociedade dominada pelo Estado, onde tudo é feito coletivamente, mas cada qual vive sozinho. Ninguém escapa à vigilância do Grande Irmão, a mais famosa personificação literária de um poder cínico e cruel.

Ideias Para Adiar o Fim do Mundo

O pensador indígena Ailton Krenak tem se destacado nas listas de mais vendidos desde o ano passado com Ideias Para Adiar o Fim do Mundo (Companhia das Letras; 64 págs.; R$ 29,90; R$ 16,90 o e-book). Nascido na região do vale do rio Doce, o autor critica, aqui, a ideia de humanidade como algo separado da natureza - o que estaria na origem do desastre socioambiental de nossa era, o chamado Antropoceno. O livro é o resultado de duas conferências e uma entrevista realizadas em Portugal entre 2017 e 2019 e tem posfácio inédito de Eduardo Viveiros de Castro. Já leu esse? O seguinte é A Vida Não é Útil, com cinco textos adaptados de palestras, entrevistas e lives realizadas entre novembro de 2017 e junho de 2020.

Pequeno Manual Antirracista

A escritora e filósofa Djamila Ribeiro Foto: Iara Morselli/Estadão

Também frequentador das listas de mais vendidos, sobretudo depois do assassinato de Geroge Floyd por um policial branco, Pequeno Manual Antirracista (Companhia das Letras, 136 págs.; R$ 24,90; R$ 14,90) é uma introdução a uma discussão urgente. No livro, a ativista Djamila Ribeiro trata de temas como atualidade do racismo, negritude, branquitude, violência racial, cultura, desejos e afetos. São 11 breves capítulos nos quais ela apresenta caminhos de reflexão para aqueles que queiram aprofundar sua percepção sobre discriminações racistas estruturais e assumir a responsabilidade pela transformação do estado das coisas. Outra dica nessa linha é Não Basta Não Ser Racista: Sejamos Antirracistas (Faro, 192 págs.; R$ 39,90), da pesquisadora americana Robin Diangelo, que também estourou na esteira dos protestos após a morte de Floyd. 

 

A República das Milícias: Dos Esquadrões da Morte à Era Bolsonaro 

Mistura de reportagem com análise, A República Das Milícias (Todavia, 304 págs.; R$ 64,90; R$ 39 o e-book), livro do jornalista Bruno Paes Manso que acaba de ser publicado, costura a história de Fabrício Queiroz, Adriano da Nóbrega e Ronnie Lessa, protagonistas de uma forma violenta de gestão de território que tomou corpo nos últimos 20 anos e nomes frequentes no noticiário nacional, para ajudar a fazer um retrato das milícias no Brasil desde os esquadrões da morte. Eles são apresentados ao lado de policiais, traficantes, bicheiros, matadores, justiceiros, torturadores, deputados, vereadores, ativistas, militares, líderes comunitários, jornalistas e vítimas de uma cena criminal complexa neste livro escrito a partir do depoimento de protagonistas dessa batalha.

Uma terra prometida 

Obama vai lançar livro de memórias Foto: Doug Mills/The New York Times

Uma terra prometida (Companhia das Letras; 764 págs.; R$ 79,90; R$ 39,90 o e-book) é o primeiro volume (de três) do livro de memórias de Barack Obama. Sai só no dia 17 de novembro e é um dos lançamentos mais aguardados do mercado editorial internacional - por causa dele, o Booker Prize até adiou o anúncio de seu vencedor, que seria feito no mesmo dia. No livro, apresentado como pessoal e introspectivo, Obama narra sua história - desde quando era um jovem em busca de sua identidade até se tornar líder da maior democracia do mundo. Ele descreve sua formação política e os momentos marcantes do primeiro mandato de sua presidência. Ao refletir sobre o posto, ele faz uma análise singular e cuidadosa do alcance e das limitações do Poder Executivo.

O Dia Nacional do Livro é celebrado em 29 de outubro. A data foi escolhida porque marca o aniversário da Biblioteca Nacional. A data oficial de fundação da Biblioteca Nacional é 29 de outubro de 1810. O prédio em que ela funciona hoje, no centro do Rio, foi inaugurado exatamente um século depois.

Neste Dia Nacional do Livro, veja uma seleção de obras que, apesar da pandemia, puderam ser lançadas em 2020 ou frequentaram as listas de mais vendidos este ano. São livros que ajudam a distrair nesses dias estranhos e a se aprofundar nas principais questões que dominam o debate atualmente.

10 bons livros para ler em 2020 Foto: Reprodução Estadão

 

10 livros para ler ainda em 2020

Todas as Cartas

Todas as Cartas (864 págs.; R$ 119,90; R$ 59,90 o e-book) é o principal lançamento do ano em que se celebra o centenário de nascimento de Clarice Lispector (1920-1977). O vasto volume reúne correspondências escritas por Clarice Lispector ao longo de sua vida. Muito desse material já havia sido publicado, mas esta edição traz pelo menos 50 cartas inéditas. Há cartas para suas irmãs e para figuras centrais da literatura brasileira, como João Cabral de Melo Neto, Rubem Braga, Lêdo Ivo, Otto Lara Resende, Paulo Mendes Campos, Nélida Piñon, Lygia Fagundes Telles, Natércia Freire e Mário de Andrade. O lançamento originou de pesquisa da jornalista Larissa Vaz, que descobriu novas cartas. O livro conta com prefácio de Teresa Montero, uma de suas biógrafas. 

Morte no Nilo

Há 100 anos, Agatha Christie fazia sua estreia literária com O Misterioso Caso de Styles. Best-seller desde então, seus livros ganharam várias adaptações para o cinema e para a televisão ao longo dos anos e em 2020 ainda deve estrear Morte no Nilo, com Gal Gadot e Kenneth Branagh. Vale ler ou reler o livro (HarperCollins Brasil, 320 págs.; R$ 44,90), que acaba de ganhar uma nova edição em capa dura e com projeto gráfico renovado. A tranquilidade de um cruzeiro de luxo pelo Nilo chega ao fim quando o corpo de Linnet Doyle, uma bela e jovem milionária, é descoberto em sua cabine. Hercule Poirot está a bordo e logo descobre que cada passageiro é suspeito.

Todos os Santos

Adriana Lisboa, em visita ao Brasil, agosto de 2019 Foto: Marcos Arcoverde/Estadão

Mais recente romance de Adriana Lisboa, finalista do Jabuti 2020, Todos os Santos (Alfaguara, 152 págs.; R$ 49,90; R$ 34,90 o e-book) apresenta Vanessa e André, que estão eternamente ligados por uma perda irreparável na infância. Num feriado à beira da piscina, o irmão mais novo de Vanessa, e melhor amigo de André, sofre um choque dentro d’água e morre antes que alguém possa ajudá-lo. Unidos pelo acidente, eles iniciam uma relação que logo ultrapassa a amizade. Agora, vivendo na Nova Zelândia como bióloga, Vanessa procura entender o que aconteceu com o irmão e sua família e refazer sua história de amor com André.

Escritos da Casa Morta

Em 1849, Dostoiévski tinha 28 anos e seria fuzilado por sua participação no Círculo de Pietrachévski, um grupo de intelectuais críticos ao regime tsarista. Mas sua pena foi trocada por quatro anos de trabalhos forçados no presídio de Omsk, seguidos de mais quatro anos servindo como soldado raso em Semipalátinsk. O período passado na Sibéria foi extremamente marcante para o escritor e o a experiência resultou em Escritos da Casa Morta (Editora 34, 408 págs.; R$ 79), que já teve o título de Recordações da Casa dos Mortos, publicado entre 1860 e 1862. A obra foi traduzida do russo por Paulo Bezerra e chega às livrarias dia 6.

Água Por Todos os Lados

Novo livro de Leonardo Padura, autor de O Homem Que Amava os Cachorros, Água Por Todos os Lados (Boitempo; 292 págs.; R$ 57; R$ 49 o e-book) apresenta ao leitor algumas das grandes paixões e inspirações de Padura, como a literatura, o beisebol, a cultura local e, de forma geral, sua terra natal. É de temas como esses, bem como seu processo criativo e o motivo de nunca ter deixado Cuba, que o escritor trata nos ensaios desta obra.

1984

'1984' em edição de luxo Foto: Daniel Teixeira/Estadão

Para ler ou reler. Clássico de George Orwell publicado em 1949 e best-seller desde a eleição americana passada e da nova ascensão de regimes que flertam com o totalitarismo, 1984 (Companhia das Letras, 416 págs.; R$ 44,90 a edição brochura; 29,90 o e-book) segue na lista de mais vendidos e é tido como uma das obras mais influentes do século 20. A distopia futurista é uma reflexão ficcional sobre a essência nefasta de qualquer forma de poder totalitário. Winston vive aprisionado na engrenagem totalitária de uma sociedade dominada pelo Estado, onde tudo é feito coletivamente, mas cada qual vive sozinho. Ninguém escapa à vigilância do Grande Irmão, a mais famosa personificação literária de um poder cínico e cruel.

Ideias Para Adiar o Fim do Mundo

O pensador indígena Ailton Krenak tem se destacado nas listas de mais vendidos desde o ano passado com Ideias Para Adiar o Fim do Mundo (Companhia das Letras; 64 págs.; R$ 29,90; R$ 16,90 o e-book). Nascido na região do vale do rio Doce, o autor critica, aqui, a ideia de humanidade como algo separado da natureza - o que estaria na origem do desastre socioambiental de nossa era, o chamado Antropoceno. O livro é o resultado de duas conferências e uma entrevista realizadas em Portugal entre 2017 e 2019 e tem posfácio inédito de Eduardo Viveiros de Castro. Já leu esse? O seguinte é A Vida Não é Útil, com cinco textos adaptados de palestras, entrevistas e lives realizadas entre novembro de 2017 e junho de 2020.

Pequeno Manual Antirracista

A escritora e filósofa Djamila Ribeiro Foto: Iara Morselli/Estadão

Também frequentador das listas de mais vendidos, sobretudo depois do assassinato de Geroge Floyd por um policial branco, Pequeno Manual Antirracista (Companhia das Letras, 136 págs.; R$ 24,90; R$ 14,90) é uma introdução a uma discussão urgente. No livro, a ativista Djamila Ribeiro trata de temas como atualidade do racismo, negritude, branquitude, violência racial, cultura, desejos e afetos. São 11 breves capítulos nos quais ela apresenta caminhos de reflexão para aqueles que queiram aprofundar sua percepção sobre discriminações racistas estruturais e assumir a responsabilidade pela transformação do estado das coisas. Outra dica nessa linha é Não Basta Não Ser Racista: Sejamos Antirracistas (Faro, 192 págs.; R$ 39,90), da pesquisadora americana Robin Diangelo, que também estourou na esteira dos protestos após a morte de Floyd. 

 

A República das Milícias: Dos Esquadrões da Morte à Era Bolsonaro 

Mistura de reportagem com análise, A República Das Milícias (Todavia, 304 págs.; R$ 64,90; R$ 39 o e-book), livro do jornalista Bruno Paes Manso que acaba de ser publicado, costura a história de Fabrício Queiroz, Adriano da Nóbrega e Ronnie Lessa, protagonistas de uma forma violenta de gestão de território que tomou corpo nos últimos 20 anos e nomes frequentes no noticiário nacional, para ajudar a fazer um retrato das milícias no Brasil desde os esquadrões da morte. Eles são apresentados ao lado de policiais, traficantes, bicheiros, matadores, justiceiros, torturadores, deputados, vereadores, ativistas, militares, líderes comunitários, jornalistas e vítimas de uma cena criminal complexa neste livro escrito a partir do depoimento de protagonistas dessa batalha.

Uma terra prometida 

Obama vai lançar livro de memórias Foto: Doug Mills/The New York Times

Uma terra prometida (Companhia das Letras; 764 págs.; R$ 79,90; R$ 39,90 o e-book) é o primeiro volume (de três) do livro de memórias de Barack Obama. Sai só no dia 17 de novembro e é um dos lançamentos mais aguardados do mercado editorial internacional - por causa dele, o Booker Prize até adiou o anúncio de seu vencedor, que seria feito no mesmo dia. No livro, apresentado como pessoal e introspectivo, Obama narra sua história - desde quando era um jovem em busca de sua identidade até se tornar líder da maior democracia do mundo. Ele descreve sua formação política e os momentos marcantes do primeiro mandato de sua presidência. Ao refletir sobre o posto, ele faz uma análise singular e cuidadosa do alcance e das limitações do Poder Executivo.

O Dia Nacional do Livro é celebrado em 29 de outubro. A data foi escolhida porque marca o aniversário da Biblioteca Nacional. A data oficial de fundação da Biblioteca Nacional é 29 de outubro de 1810. O prédio em que ela funciona hoje, no centro do Rio, foi inaugurado exatamente um século depois.

Neste Dia Nacional do Livro, veja uma seleção de obras que, apesar da pandemia, puderam ser lançadas em 2020 ou frequentaram as listas de mais vendidos este ano. São livros que ajudam a distrair nesses dias estranhos e a se aprofundar nas principais questões que dominam o debate atualmente.

10 bons livros para ler em 2020 Foto: Reprodução Estadão

 

10 livros para ler ainda em 2020

Todas as Cartas

Todas as Cartas (864 págs.; R$ 119,90; R$ 59,90 o e-book) é o principal lançamento do ano em que se celebra o centenário de nascimento de Clarice Lispector (1920-1977). O vasto volume reúne correspondências escritas por Clarice Lispector ao longo de sua vida. Muito desse material já havia sido publicado, mas esta edição traz pelo menos 50 cartas inéditas. Há cartas para suas irmãs e para figuras centrais da literatura brasileira, como João Cabral de Melo Neto, Rubem Braga, Lêdo Ivo, Otto Lara Resende, Paulo Mendes Campos, Nélida Piñon, Lygia Fagundes Telles, Natércia Freire e Mário de Andrade. O lançamento originou de pesquisa da jornalista Larissa Vaz, que descobriu novas cartas. O livro conta com prefácio de Teresa Montero, uma de suas biógrafas. 

Morte no Nilo

Há 100 anos, Agatha Christie fazia sua estreia literária com O Misterioso Caso de Styles. Best-seller desde então, seus livros ganharam várias adaptações para o cinema e para a televisão ao longo dos anos e em 2020 ainda deve estrear Morte no Nilo, com Gal Gadot e Kenneth Branagh. Vale ler ou reler o livro (HarperCollins Brasil, 320 págs.; R$ 44,90), que acaba de ganhar uma nova edição em capa dura e com projeto gráfico renovado. A tranquilidade de um cruzeiro de luxo pelo Nilo chega ao fim quando o corpo de Linnet Doyle, uma bela e jovem milionária, é descoberto em sua cabine. Hercule Poirot está a bordo e logo descobre que cada passageiro é suspeito.

Todos os Santos

Adriana Lisboa, em visita ao Brasil, agosto de 2019 Foto: Marcos Arcoverde/Estadão

Mais recente romance de Adriana Lisboa, finalista do Jabuti 2020, Todos os Santos (Alfaguara, 152 págs.; R$ 49,90; R$ 34,90 o e-book) apresenta Vanessa e André, que estão eternamente ligados por uma perda irreparável na infância. Num feriado à beira da piscina, o irmão mais novo de Vanessa, e melhor amigo de André, sofre um choque dentro d’água e morre antes que alguém possa ajudá-lo. Unidos pelo acidente, eles iniciam uma relação que logo ultrapassa a amizade. Agora, vivendo na Nova Zelândia como bióloga, Vanessa procura entender o que aconteceu com o irmão e sua família e refazer sua história de amor com André.

Escritos da Casa Morta

Em 1849, Dostoiévski tinha 28 anos e seria fuzilado por sua participação no Círculo de Pietrachévski, um grupo de intelectuais críticos ao regime tsarista. Mas sua pena foi trocada por quatro anos de trabalhos forçados no presídio de Omsk, seguidos de mais quatro anos servindo como soldado raso em Semipalátinsk. O período passado na Sibéria foi extremamente marcante para o escritor e o a experiência resultou em Escritos da Casa Morta (Editora 34, 408 págs.; R$ 79), que já teve o título de Recordações da Casa dos Mortos, publicado entre 1860 e 1862. A obra foi traduzida do russo por Paulo Bezerra e chega às livrarias dia 6.

Água Por Todos os Lados

Novo livro de Leonardo Padura, autor de O Homem Que Amava os Cachorros, Água Por Todos os Lados (Boitempo; 292 págs.; R$ 57; R$ 49 o e-book) apresenta ao leitor algumas das grandes paixões e inspirações de Padura, como a literatura, o beisebol, a cultura local e, de forma geral, sua terra natal. É de temas como esses, bem como seu processo criativo e o motivo de nunca ter deixado Cuba, que o escritor trata nos ensaios desta obra.

1984

'1984' em edição de luxo Foto: Daniel Teixeira/Estadão

Para ler ou reler. Clássico de George Orwell publicado em 1949 e best-seller desde a eleição americana passada e da nova ascensão de regimes que flertam com o totalitarismo, 1984 (Companhia das Letras, 416 págs.; R$ 44,90 a edição brochura; 29,90 o e-book) segue na lista de mais vendidos e é tido como uma das obras mais influentes do século 20. A distopia futurista é uma reflexão ficcional sobre a essência nefasta de qualquer forma de poder totalitário. Winston vive aprisionado na engrenagem totalitária de uma sociedade dominada pelo Estado, onde tudo é feito coletivamente, mas cada qual vive sozinho. Ninguém escapa à vigilância do Grande Irmão, a mais famosa personificação literária de um poder cínico e cruel.

Ideias Para Adiar o Fim do Mundo

O pensador indígena Ailton Krenak tem se destacado nas listas de mais vendidos desde o ano passado com Ideias Para Adiar o Fim do Mundo (Companhia das Letras; 64 págs.; R$ 29,90; R$ 16,90 o e-book). Nascido na região do vale do rio Doce, o autor critica, aqui, a ideia de humanidade como algo separado da natureza - o que estaria na origem do desastre socioambiental de nossa era, o chamado Antropoceno. O livro é o resultado de duas conferências e uma entrevista realizadas em Portugal entre 2017 e 2019 e tem posfácio inédito de Eduardo Viveiros de Castro. Já leu esse? O seguinte é A Vida Não é Útil, com cinco textos adaptados de palestras, entrevistas e lives realizadas entre novembro de 2017 e junho de 2020.

Pequeno Manual Antirracista

A escritora e filósofa Djamila Ribeiro Foto: Iara Morselli/Estadão

Também frequentador das listas de mais vendidos, sobretudo depois do assassinato de Geroge Floyd por um policial branco, Pequeno Manual Antirracista (Companhia das Letras, 136 págs.; R$ 24,90; R$ 14,90) é uma introdução a uma discussão urgente. No livro, a ativista Djamila Ribeiro trata de temas como atualidade do racismo, negritude, branquitude, violência racial, cultura, desejos e afetos. São 11 breves capítulos nos quais ela apresenta caminhos de reflexão para aqueles que queiram aprofundar sua percepção sobre discriminações racistas estruturais e assumir a responsabilidade pela transformação do estado das coisas. Outra dica nessa linha é Não Basta Não Ser Racista: Sejamos Antirracistas (Faro, 192 págs.; R$ 39,90), da pesquisadora americana Robin Diangelo, que também estourou na esteira dos protestos após a morte de Floyd. 

 

A República das Milícias: Dos Esquadrões da Morte à Era Bolsonaro 

Mistura de reportagem com análise, A República Das Milícias (Todavia, 304 págs.; R$ 64,90; R$ 39 o e-book), livro do jornalista Bruno Paes Manso que acaba de ser publicado, costura a história de Fabrício Queiroz, Adriano da Nóbrega e Ronnie Lessa, protagonistas de uma forma violenta de gestão de território que tomou corpo nos últimos 20 anos e nomes frequentes no noticiário nacional, para ajudar a fazer um retrato das milícias no Brasil desde os esquadrões da morte. Eles são apresentados ao lado de policiais, traficantes, bicheiros, matadores, justiceiros, torturadores, deputados, vereadores, ativistas, militares, líderes comunitários, jornalistas e vítimas de uma cena criminal complexa neste livro escrito a partir do depoimento de protagonistas dessa batalha.

Uma terra prometida 

Obama vai lançar livro de memórias Foto: Doug Mills/The New York Times

Uma terra prometida (Companhia das Letras; 764 págs.; R$ 79,90; R$ 39,90 o e-book) é o primeiro volume (de três) do livro de memórias de Barack Obama. Sai só no dia 17 de novembro e é um dos lançamentos mais aguardados do mercado editorial internacional - por causa dele, o Booker Prize até adiou o anúncio de seu vencedor, que seria feito no mesmo dia. No livro, apresentado como pessoal e introspectivo, Obama narra sua história - desde quando era um jovem em busca de sua identidade até se tornar líder da maior democracia do mundo. Ele descreve sua formação política e os momentos marcantes do primeiro mandato de sua presidência. Ao refletir sobre o posto, ele faz uma análise singular e cuidadosa do alcance e das limitações do Poder Executivo.

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