Depois de mais de 30 anos dedicados à poesia, o mineiro Edimilson de Almeida Pereira, que é também professor de literatura na Universidade Federal de Minas Gerais, lançou em dezembro do ano passado seu primeiro romance, O Ausente, pela Relicário. Dias depois, publicou mais dois: Um Corpo à Deriva, pela Macondo, e Front, pela Nós. O de estreia está na final do Oceanos. O terceiro acaba de vencer o Prêmio São Paulo de Literatura como o melhor romance do ano.
Promovido pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, o prêmio elege, também, o melhor romance de estreia. A gaúcha radicada em São Paulo Morgana Kretzmann ganhou com Ao Pó, publicado pela Patuá. Edmilson e Morgana ganham R$ 200 mil cada um.
Nesta 14.ª edição, concorreram 281 romances lançados no País em 2020 – na edição anterior, foram 200 obras. Integraram o júri Eduardo Cesar Maia, Flávio Carneiro, Iris Amâncio, Juliana de Albuquerque, Ketty Valencio, Leo Lama, Luciana Araujo Marques, Paula Fábrio, Paulo Lins e Tom Farias.
Os livros vencedores do Prêmio São Paulo 2021
Front (Nós, 128 págs.; R$ 46) narra a trajetória de um homem que se constitui a partir dos escombros de uma cidade hostil e monta, peça a peça, o mosaico da sua subjetividade com os estilhaços de uma vivência de violência, abandono e desigualdade. Ao Pó (Patuá, R$ 40) resgata a história de Sofia, que na infância foi vítima de abuso sexual pelo tio.