Escritoras europeias exaltam Clarice Lispector, Machado de Assis e recepção brasileira na Flip


Mesa com Lisa Ginzburg e Ana Margarida de Carvalho teve problema de tradução e italiana terminou debate falando em português; Festa Literária Internacional de Paraty segue até domingo, 13

Por Julia Queiroz
Atualização:

A primeira mesa desta sexta-feira, 11, da 22ª Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) foi marcada pela exaltação da literatura brasileira e por reflexões sobre a construção do romance. A escritora italiana Lisa Ginzburg e a portuguesa Ana Margarida de Carvalho elogiaram nomes como Clarice Lispector, Jorge Amado, Machado de Assis e Guimarães Rosa.

A Flip 2024, que começou na quarta, 9, e segue até domingo, 13, pode ser acompanhada remotamente pelo canal do YouTube do evento. Veja aqui 9 mesas em destaque.

A relação de ambas com o Brasil é forte - Ginzburg, que é neta da escritora Natalia Ginzburg e filha do historiador Carlo Ginzburg, foi casada com um brasileiro, morou no País e tem dois livros que se passam aqui (ambos ainda sem edição nacional). Fora o idioma, Carvalho tem livros ambientados no século 19 que abordam a colonização e o tráfico negreiro ao Brasil e a outras colônias.

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A mediadora Adriana Ferreira Silva, a escritora italiana Lisa Ginzburg e a portuguesa Ana Margarida Carvalho na Flip 2024. Foto: Walter Craveiro/Flip 2024

A mesa teve início, aliás, com a italiana lendo, em português, uma trecho de seu novo romance, Uma Pluma Escondida (Nós). Mais à frente, uma situação inusitada: a escritora respondia às perguntas da mediadora Adriana Ferreira Silva em italiano, até que foi interrompida por um problema técnico na cabine de tradução simultânea. Ao ser avisada do imprevisto, declarou: “Posso sempre falar português”. E foi o que fez até o fim da conversa.

Em determinado momento, a escritora discutia a construção dos cenários de seus livros - que são quase personagens em seus romances - e refletiu sobre retornar ao Rio de Janeiro antes de vir à Paraty para a Flip. “Senti uma emoção como se fosse reencontrar um amor”, disse ela, afirmando que tem um relação passional com os lugares.

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Ginzburg disse que sua maior referência brasileira é Clarice Lispector. No ano passado, ela publicou uma biografia ilustrada da autora, destinada a adolescentes. “Quero escrever mais sobre ela”, disse. Também afirmou, sob aplausos, que é fã de Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa.

Mesa de Lisa Ginzburg e Ana Margarida de Carvalho na Flip 2024. Foto: Flip 2024/Divulgação

Carvalho, autora de O Gesto Que Fazemos Para Proteger a Cabeça (Dublinense), também falou da chegada ao País, e brincou: “Aqui, até os cachorros são amáveis conosco”. A escritora exaltou Jorge Amado e disse que muitos portugueses têm um carinho pelo Brasil e pela cultura brasileira - algo que, para ela, nem sempre é recíproco. Sobre Machado de Assis, disse que se admira pela construção de personagens como Capitu, de Dom Casmurro, cuja imagem é criada com apenas uma frase.

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A portuguesa afirmou que o período colonial ainda é um tema delicado nem Portugal, por conta do histórico de tráfico negreiro do país, e disse ter consciência de que escreve sobre personagens de uma época e vida diferentes da sua. É, afinal, uma portuguesa falando sobre escravidão. “Escrever é um exercício de alteridade. Tentamos que nos colocar na pele do outro”, disse.

A repórter viajou a convite do Instituto CCR

A primeira mesa desta sexta-feira, 11, da 22ª Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) foi marcada pela exaltação da literatura brasileira e por reflexões sobre a construção do romance. A escritora italiana Lisa Ginzburg e a portuguesa Ana Margarida de Carvalho elogiaram nomes como Clarice Lispector, Jorge Amado, Machado de Assis e Guimarães Rosa.

A Flip 2024, que começou na quarta, 9, e segue até domingo, 13, pode ser acompanhada remotamente pelo canal do YouTube do evento. Veja aqui 9 mesas em destaque.

A relação de ambas com o Brasil é forte - Ginzburg, que é neta da escritora Natalia Ginzburg e filha do historiador Carlo Ginzburg, foi casada com um brasileiro, morou no País e tem dois livros que se passam aqui (ambos ainda sem edição nacional). Fora o idioma, Carvalho tem livros ambientados no século 19 que abordam a colonização e o tráfico negreiro ao Brasil e a outras colônias.

A mediadora Adriana Ferreira Silva, a escritora italiana Lisa Ginzburg e a portuguesa Ana Margarida Carvalho na Flip 2024. Foto: Walter Craveiro/Flip 2024

A mesa teve início, aliás, com a italiana lendo, em português, uma trecho de seu novo romance, Uma Pluma Escondida (Nós). Mais à frente, uma situação inusitada: a escritora respondia às perguntas da mediadora Adriana Ferreira Silva em italiano, até que foi interrompida por um problema técnico na cabine de tradução simultânea. Ao ser avisada do imprevisto, declarou: “Posso sempre falar português”. E foi o que fez até o fim da conversa.

Em determinado momento, a escritora discutia a construção dos cenários de seus livros - que são quase personagens em seus romances - e refletiu sobre retornar ao Rio de Janeiro antes de vir à Paraty para a Flip. “Senti uma emoção como se fosse reencontrar um amor”, disse ela, afirmando que tem um relação passional com os lugares.

Ginzburg disse que sua maior referência brasileira é Clarice Lispector. No ano passado, ela publicou uma biografia ilustrada da autora, destinada a adolescentes. “Quero escrever mais sobre ela”, disse. Também afirmou, sob aplausos, que é fã de Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa.

Mesa de Lisa Ginzburg e Ana Margarida de Carvalho na Flip 2024. Foto: Flip 2024/Divulgação

Carvalho, autora de O Gesto Que Fazemos Para Proteger a Cabeça (Dublinense), também falou da chegada ao País, e brincou: “Aqui, até os cachorros são amáveis conosco”. A escritora exaltou Jorge Amado e disse que muitos portugueses têm um carinho pelo Brasil e pela cultura brasileira - algo que, para ela, nem sempre é recíproco. Sobre Machado de Assis, disse que se admira pela construção de personagens como Capitu, de Dom Casmurro, cuja imagem é criada com apenas uma frase.

A portuguesa afirmou que o período colonial ainda é um tema delicado nem Portugal, por conta do histórico de tráfico negreiro do país, e disse ter consciência de que escreve sobre personagens de uma época e vida diferentes da sua. É, afinal, uma portuguesa falando sobre escravidão. “Escrever é um exercício de alteridade. Tentamos que nos colocar na pele do outro”, disse.

A repórter viajou a convite do Instituto CCR

A primeira mesa desta sexta-feira, 11, da 22ª Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) foi marcada pela exaltação da literatura brasileira e por reflexões sobre a construção do romance. A escritora italiana Lisa Ginzburg e a portuguesa Ana Margarida de Carvalho elogiaram nomes como Clarice Lispector, Jorge Amado, Machado de Assis e Guimarães Rosa.

A Flip 2024, que começou na quarta, 9, e segue até domingo, 13, pode ser acompanhada remotamente pelo canal do YouTube do evento. Veja aqui 9 mesas em destaque.

A relação de ambas com o Brasil é forte - Ginzburg, que é neta da escritora Natalia Ginzburg e filha do historiador Carlo Ginzburg, foi casada com um brasileiro, morou no País e tem dois livros que se passam aqui (ambos ainda sem edição nacional). Fora o idioma, Carvalho tem livros ambientados no século 19 que abordam a colonização e o tráfico negreiro ao Brasil e a outras colônias.

A mediadora Adriana Ferreira Silva, a escritora italiana Lisa Ginzburg e a portuguesa Ana Margarida Carvalho na Flip 2024. Foto: Walter Craveiro/Flip 2024

A mesa teve início, aliás, com a italiana lendo, em português, uma trecho de seu novo romance, Uma Pluma Escondida (Nós). Mais à frente, uma situação inusitada: a escritora respondia às perguntas da mediadora Adriana Ferreira Silva em italiano, até que foi interrompida por um problema técnico na cabine de tradução simultânea. Ao ser avisada do imprevisto, declarou: “Posso sempre falar português”. E foi o que fez até o fim da conversa.

Em determinado momento, a escritora discutia a construção dos cenários de seus livros - que são quase personagens em seus romances - e refletiu sobre retornar ao Rio de Janeiro antes de vir à Paraty para a Flip. “Senti uma emoção como se fosse reencontrar um amor”, disse ela, afirmando que tem um relação passional com os lugares.

Ginzburg disse que sua maior referência brasileira é Clarice Lispector. No ano passado, ela publicou uma biografia ilustrada da autora, destinada a adolescentes. “Quero escrever mais sobre ela”, disse. Também afirmou, sob aplausos, que é fã de Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa.

Mesa de Lisa Ginzburg e Ana Margarida de Carvalho na Flip 2024. Foto: Flip 2024/Divulgação

Carvalho, autora de O Gesto Que Fazemos Para Proteger a Cabeça (Dublinense), também falou da chegada ao País, e brincou: “Aqui, até os cachorros são amáveis conosco”. A escritora exaltou Jorge Amado e disse que muitos portugueses têm um carinho pelo Brasil e pela cultura brasileira - algo que, para ela, nem sempre é recíproco. Sobre Machado de Assis, disse que se admira pela construção de personagens como Capitu, de Dom Casmurro, cuja imagem é criada com apenas uma frase.

A portuguesa afirmou que o período colonial ainda é um tema delicado nem Portugal, por conta do histórico de tráfico negreiro do país, e disse ter consciência de que escreve sobre personagens de uma época e vida diferentes da sua. É, afinal, uma portuguesa falando sobre escravidão. “Escrever é um exercício de alteridade. Tentamos que nos colocar na pele do outro”, disse.

A repórter viajou a convite do Instituto CCR

A primeira mesa desta sexta-feira, 11, da 22ª Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) foi marcada pela exaltação da literatura brasileira e por reflexões sobre a construção do romance. A escritora italiana Lisa Ginzburg e a portuguesa Ana Margarida de Carvalho elogiaram nomes como Clarice Lispector, Jorge Amado, Machado de Assis e Guimarães Rosa.

A Flip 2024, que começou na quarta, 9, e segue até domingo, 13, pode ser acompanhada remotamente pelo canal do YouTube do evento. Veja aqui 9 mesas em destaque.

A relação de ambas com o Brasil é forte - Ginzburg, que é neta da escritora Natalia Ginzburg e filha do historiador Carlo Ginzburg, foi casada com um brasileiro, morou no País e tem dois livros que se passam aqui (ambos ainda sem edição nacional). Fora o idioma, Carvalho tem livros ambientados no século 19 que abordam a colonização e o tráfico negreiro ao Brasil e a outras colônias.

A mediadora Adriana Ferreira Silva, a escritora italiana Lisa Ginzburg e a portuguesa Ana Margarida Carvalho na Flip 2024. Foto: Walter Craveiro/Flip 2024

A mesa teve início, aliás, com a italiana lendo, em português, uma trecho de seu novo romance, Uma Pluma Escondida (Nós). Mais à frente, uma situação inusitada: a escritora respondia às perguntas da mediadora Adriana Ferreira Silva em italiano, até que foi interrompida por um problema técnico na cabine de tradução simultânea. Ao ser avisada do imprevisto, declarou: “Posso sempre falar português”. E foi o que fez até o fim da conversa.

Em determinado momento, a escritora discutia a construção dos cenários de seus livros - que são quase personagens em seus romances - e refletiu sobre retornar ao Rio de Janeiro antes de vir à Paraty para a Flip. “Senti uma emoção como se fosse reencontrar um amor”, disse ela, afirmando que tem um relação passional com os lugares.

Ginzburg disse que sua maior referência brasileira é Clarice Lispector. No ano passado, ela publicou uma biografia ilustrada da autora, destinada a adolescentes. “Quero escrever mais sobre ela”, disse. Também afirmou, sob aplausos, que é fã de Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa.

Mesa de Lisa Ginzburg e Ana Margarida de Carvalho na Flip 2024. Foto: Flip 2024/Divulgação

Carvalho, autora de O Gesto Que Fazemos Para Proteger a Cabeça (Dublinense), também falou da chegada ao País, e brincou: “Aqui, até os cachorros são amáveis conosco”. A escritora exaltou Jorge Amado e disse que muitos portugueses têm um carinho pelo Brasil e pela cultura brasileira - algo que, para ela, nem sempre é recíproco. Sobre Machado de Assis, disse que se admira pela construção de personagens como Capitu, de Dom Casmurro, cuja imagem é criada com apenas uma frase.

A portuguesa afirmou que o período colonial ainda é um tema delicado nem Portugal, por conta do histórico de tráfico negreiro do país, e disse ter consciência de que escreve sobre personagens de uma época e vida diferentes da sua. É, afinal, uma portuguesa falando sobre escravidão. “Escrever é um exercício de alteridade. Tentamos que nos colocar na pele do outro”, disse.

A repórter viajou a convite do Instituto CCR

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