'Estadão' inicia série de lives com escritores sobre dicas de escrita


Marcelino Freire, Carol Bensimon e Celso Alves falam, no Instagram, sobre como pôr aquela ideia no papel, ou na tela do computador; editoras também têm programação sobre literatura para a quarentena

Por Guilherme Sobota

Com as medidas de isolamento social recomendadas pelas autoridades de saúde no mundo todo, as lives de Instagram e em outras plataformas sociais passaram a ser uma das principais fontes de entretenimento e informação para quem pode ficar em casa. Pensando nisso, o Estadão passa a exibir nesta semana, começando nesta quarta-feira, 25, às 15h, uma conversa ao vivo com escritores e professores de escrita criativa para dar dicas aos leitores e espectadores sobre processos de escrita. Quem sabe não chegou a hora de colocar aquela ideia no papel – ou na tela do computador?

A ideia é compartilhar a live do Estadão Cultura (@estadaocultura no Instagram) com os convidados e trocar ideias sobre esse assunto, indicar leituras e até mesmo ler trechos de alguns trabalhos. Mas o foco será sempre tentar passar algum conhecimento prático para o leitor/espectador das lives.

continua após a publicidade

Os convidados dessa primeira leva de conversas são: Marcelino Freire (25/3), Carol Bensimon (26/3) e Celso Alves (27/3).

Carol Bensimon, autora de, entre outros, O Clube dos Jardineiros de Fumaça Foto: Renato Parada/Companhia das Letras

Por definição uma atividade solitária, a escrita pode ser um trabalho de fôlego numa situação de quarentena. Um dos principais nomes da literatura brasileira contemporânea, conhecido por livros como Contos Negreiros, Marcelino Freire também ministra oficinas de escrita criativa há anos, de onde já saíram nomes como os de Carol Rodrigues, Sheyla Smanioto e Aline Bei, todas com obras premiadas.

continua após a publicidade

“Tem muita gente que, faz tempo, guarda em casa aquela ideia, não sabe como terminar um livro, como fechar um original, como desbloquear um conto que encalacrou...”, diz o escritor. “Na nossa conversa vou falar como ler poesia pode nos ajudar, como organizar melhor os textos, fazer uma faxina básica naquelas narrativas guardadas ou largadas no desktop, como encontrar seu repertório e linguagem”, adianta. 

Ele dá um aviso, bem-humorado: “Na verdade, o papo servirá para formar mais leitores do que escritores. Tem gente que quer escrever, mas não quer ler. Tem gente que quer publicar, não quer escrever. Vamos trocar juntos esses parafusos e ideias. Isso ajuda a não nos sentirmos tão sós mesmo quando estamos, de fato, sozinhos”.

Vencedora do Prêmio Jabuti na categoria romance em 2018, por O Clube dos Jardineiros de Fumaça, a escritora Carol Bensimon vai compartilhar com os leitores do Estado, na quinta-feira, 26, algumas questões específicas da criação de um romance – “como é escrever algo tão extenso, que tipo de planejamento se pode fazer, etc.”, explica. Criadora do curso online As Engrenagens do Romance, Carol é mestre em escrita criativa pela PUC-RS e já teve livros traduzidos nos EUA (onde vive), Espanha, Itália e Argentina.

continua após a publicidade

“É possível aprender a ser escritor, como se aprende a fazer cinema ou artes visuais”, diz. “O que não quer dizer que todas as pessoas que cursarem uma faculdade de cinema vão sair cineastas, ou que artistas visuais precisem de um diploma. Os cursos de criação literária servem, sobretudo, para que o aluno desenvolva um olhar mais técnico e se torne mais consciente de seu próprio processo de escrita.” Ela também destaca a oportunidade rara de discutir literatura nesses espaços.

Sobre a escrita de um romance em si, ela explica que não existe uma fórmula, e que cada autor costuma encontrar o seu próprio caminho. “Mas o fato é que a maioria dos escritores que escreve narrativas longas faz algum tipo de planejamento. Uns sabem a história do começo ao fim, e detalhadamente, outros têm uma ideia geral da trajetória do protagonista, uns anotam diálogos em caderninhos, outros fazem fichas das personagens, mapas, pesquisam fatos históricos. Normalmente, há disciplina e organização envolvidas. Escrever um romance é mais ou menos como construir uma casa, e envolve uma série de decisões: como vou organizar os cômodos, a casa terá um piso ou dois, que tipo de janelas quero colocar, etc.”, exemplifica.

Jovem escritor paranaense radicado em Curitiba, Celso Alves também é mestre em escrita criativa pela PUC-RS, e um de seus projetos é ministrar oficinas de escrita de cartas de amor: esse é o assunto da live programada para a sexta-feira, 27 – sempre às 15h. O intuito do papo é trocar ideias sobre a estética e a comunicação envolvidas num texto como esse. “Concordo com o Saramago sobre todos serem escritores e a diferença ser que uns escrevem, outros não”, diz o autor. “A intimidade com a palavra e a técnica são coisas que se pega, se aprende. O essencial é a vida, suas trocas e experiências.”

continua após a publicidade

AGENDA DAS LIVES COM DICAS DE ESCRITA CRIATIVA

  • Marcelino Freire, dicas de escrita em geral (quarta-feira, 25/3, 15h)
  • Carol Bensimon, dicas para escrever um romance (quinta-feira, 26/3, 15h)
  • Celso Alves, dicas para escrever cartas de amor (sexta-feira, 27/3, 15h)

(Após a exibição, os vídeos ficam disponíveis no Instagram @estadaocultura)

continua após a publicidade

Editoras também planejam lives sobre literatura para a quarentena

Editoras também estão com uma programação de lives – transmissões ao vivo nas redes sociais – sobre literatura, livros e escrita.

Nesta quarta-feira, 25, às 10h, a Record (@editorarecord) recebe Luiz Antonio Simas, para falar sobre “o que a rua diz sobre a cidade e o Brasil”, e às 20h, a escritora Carina Rissi conversa com os leitores da editora.

continua após a publicidade

Antes, às 19h, a Companhia das Letras sedia virtualmente, no @companhiadasletras, um bate-papo com a antropóloga Lilia M. Schwarcz sobre o romance distópico 1984, de George Orwell. 

Na quinta, 26, a jornalista Thaís Oyama fala no mesmo espaço, às 20h, sobre o livro Tormenta, que traz informações de bastidores sobre o primeiro ano do governo Bolsonaro.

Também na quinta, na Nova Fronteira (@novafronteira), o escritor Rodrigo França (autor de O Pequeno Príncipe Preto) fala sobre o livro e outros assuntos, às 16h.

Na sexta, 27, a editora Malê (@editoramale) conversa com a autora de O Crime do Cais do Valongo, Eliana Alves Cruz, às 16h.

Com as medidas de isolamento social recomendadas pelas autoridades de saúde no mundo todo, as lives de Instagram e em outras plataformas sociais passaram a ser uma das principais fontes de entretenimento e informação para quem pode ficar em casa. Pensando nisso, o Estadão passa a exibir nesta semana, começando nesta quarta-feira, 25, às 15h, uma conversa ao vivo com escritores e professores de escrita criativa para dar dicas aos leitores e espectadores sobre processos de escrita. Quem sabe não chegou a hora de colocar aquela ideia no papel – ou na tela do computador?

A ideia é compartilhar a live do Estadão Cultura (@estadaocultura no Instagram) com os convidados e trocar ideias sobre esse assunto, indicar leituras e até mesmo ler trechos de alguns trabalhos. Mas o foco será sempre tentar passar algum conhecimento prático para o leitor/espectador das lives.

Os convidados dessa primeira leva de conversas são: Marcelino Freire (25/3), Carol Bensimon (26/3) e Celso Alves (27/3).

Carol Bensimon, autora de, entre outros, O Clube dos Jardineiros de Fumaça Foto: Renato Parada/Companhia das Letras

Por definição uma atividade solitária, a escrita pode ser um trabalho de fôlego numa situação de quarentena. Um dos principais nomes da literatura brasileira contemporânea, conhecido por livros como Contos Negreiros, Marcelino Freire também ministra oficinas de escrita criativa há anos, de onde já saíram nomes como os de Carol Rodrigues, Sheyla Smanioto e Aline Bei, todas com obras premiadas.

“Tem muita gente que, faz tempo, guarda em casa aquela ideia, não sabe como terminar um livro, como fechar um original, como desbloquear um conto que encalacrou...”, diz o escritor. “Na nossa conversa vou falar como ler poesia pode nos ajudar, como organizar melhor os textos, fazer uma faxina básica naquelas narrativas guardadas ou largadas no desktop, como encontrar seu repertório e linguagem”, adianta. 

Ele dá um aviso, bem-humorado: “Na verdade, o papo servirá para formar mais leitores do que escritores. Tem gente que quer escrever, mas não quer ler. Tem gente que quer publicar, não quer escrever. Vamos trocar juntos esses parafusos e ideias. Isso ajuda a não nos sentirmos tão sós mesmo quando estamos, de fato, sozinhos”.

Vencedora do Prêmio Jabuti na categoria romance em 2018, por O Clube dos Jardineiros de Fumaça, a escritora Carol Bensimon vai compartilhar com os leitores do Estado, na quinta-feira, 26, algumas questões específicas da criação de um romance – “como é escrever algo tão extenso, que tipo de planejamento se pode fazer, etc.”, explica. Criadora do curso online As Engrenagens do Romance, Carol é mestre em escrita criativa pela PUC-RS e já teve livros traduzidos nos EUA (onde vive), Espanha, Itália e Argentina.

“É possível aprender a ser escritor, como se aprende a fazer cinema ou artes visuais”, diz. “O que não quer dizer que todas as pessoas que cursarem uma faculdade de cinema vão sair cineastas, ou que artistas visuais precisem de um diploma. Os cursos de criação literária servem, sobretudo, para que o aluno desenvolva um olhar mais técnico e se torne mais consciente de seu próprio processo de escrita.” Ela também destaca a oportunidade rara de discutir literatura nesses espaços.

Sobre a escrita de um romance em si, ela explica que não existe uma fórmula, e que cada autor costuma encontrar o seu próprio caminho. “Mas o fato é que a maioria dos escritores que escreve narrativas longas faz algum tipo de planejamento. Uns sabem a história do começo ao fim, e detalhadamente, outros têm uma ideia geral da trajetória do protagonista, uns anotam diálogos em caderninhos, outros fazem fichas das personagens, mapas, pesquisam fatos históricos. Normalmente, há disciplina e organização envolvidas. Escrever um romance é mais ou menos como construir uma casa, e envolve uma série de decisões: como vou organizar os cômodos, a casa terá um piso ou dois, que tipo de janelas quero colocar, etc.”, exemplifica.

Jovem escritor paranaense radicado em Curitiba, Celso Alves também é mestre em escrita criativa pela PUC-RS, e um de seus projetos é ministrar oficinas de escrita de cartas de amor: esse é o assunto da live programada para a sexta-feira, 27 – sempre às 15h. O intuito do papo é trocar ideias sobre a estética e a comunicação envolvidas num texto como esse. “Concordo com o Saramago sobre todos serem escritores e a diferença ser que uns escrevem, outros não”, diz o autor. “A intimidade com a palavra e a técnica são coisas que se pega, se aprende. O essencial é a vida, suas trocas e experiências.”

AGENDA DAS LIVES COM DICAS DE ESCRITA CRIATIVA

  • Marcelino Freire, dicas de escrita em geral (quarta-feira, 25/3, 15h)
  • Carol Bensimon, dicas para escrever um romance (quinta-feira, 26/3, 15h)
  • Celso Alves, dicas para escrever cartas de amor (sexta-feira, 27/3, 15h)

(Após a exibição, os vídeos ficam disponíveis no Instagram @estadaocultura)

Editoras também planejam lives sobre literatura para a quarentena

Editoras também estão com uma programação de lives – transmissões ao vivo nas redes sociais – sobre literatura, livros e escrita.

Nesta quarta-feira, 25, às 10h, a Record (@editorarecord) recebe Luiz Antonio Simas, para falar sobre “o que a rua diz sobre a cidade e o Brasil”, e às 20h, a escritora Carina Rissi conversa com os leitores da editora.

Antes, às 19h, a Companhia das Letras sedia virtualmente, no @companhiadasletras, um bate-papo com a antropóloga Lilia M. Schwarcz sobre o romance distópico 1984, de George Orwell. 

Na quinta, 26, a jornalista Thaís Oyama fala no mesmo espaço, às 20h, sobre o livro Tormenta, que traz informações de bastidores sobre o primeiro ano do governo Bolsonaro.

Também na quinta, na Nova Fronteira (@novafronteira), o escritor Rodrigo França (autor de O Pequeno Príncipe Preto) fala sobre o livro e outros assuntos, às 16h.

Na sexta, 27, a editora Malê (@editoramale) conversa com a autora de O Crime do Cais do Valongo, Eliana Alves Cruz, às 16h.

Com as medidas de isolamento social recomendadas pelas autoridades de saúde no mundo todo, as lives de Instagram e em outras plataformas sociais passaram a ser uma das principais fontes de entretenimento e informação para quem pode ficar em casa. Pensando nisso, o Estadão passa a exibir nesta semana, começando nesta quarta-feira, 25, às 15h, uma conversa ao vivo com escritores e professores de escrita criativa para dar dicas aos leitores e espectadores sobre processos de escrita. Quem sabe não chegou a hora de colocar aquela ideia no papel – ou na tela do computador?

A ideia é compartilhar a live do Estadão Cultura (@estadaocultura no Instagram) com os convidados e trocar ideias sobre esse assunto, indicar leituras e até mesmo ler trechos de alguns trabalhos. Mas o foco será sempre tentar passar algum conhecimento prático para o leitor/espectador das lives.

Os convidados dessa primeira leva de conversas são: Marcelino Freire (25/3), Carol Bensimon (26/3) e Celso Alves (27/3).

Carol Bensimon, autora de, entre outros, O Clube dos Jardineiros de Fumaça Foto: Renato Parada/Companhia das Letras

Por definição uma atividade solitária, a escrita pode ser um trabalho de fôlego numa situação de quarentena. Um dos principais nomes da literatura brasileira contemporânea, conhecido por livros como Contos Negreiros, Marcelino Freire também ministra oficinas de escrita criativa há anos, de onde já saíram nomes como os de Carol Rodrigues, Sheyla Smanioto e Aline Bei, todas com obras premiadas.

“Tem muita gente que, faz tempo, guarda em casa aquela ideia, não sabe como terminar um livro, como fechar um original, como desbloquear um conto que encalacrou...”, diz o escritor. “Na nossa conversa vou falar como ler poesia pode nos ajudar, como organizar melhor os textos, fazer uma faxina básica naquelas narrativas guardadas ou largadas no desktop, como encontrar seu repertório e linguagem”, adianta. 

Ele dá um aviso, bem-humorado: “Na verdade, o papo servirá para formar mais leitores do que escritores. Tem gente que quer escrever, mas não quer ler. Tem gente que quer publicar, não quer escrever. Vamos trocar juntos esses parafusos e ideias. Isso ajuda a não nos sentirmos tão sós mesmo quando estamos, de fato, sozinhos”.

Vencedora do Prêmio Jabuti na categoria romance em 2018, por O Clube dos Jardineiros de Fumaça, a escritora Carol Bensimon vai compartilhar com os leitores do Estado, na quinta-feira, 26, algumas questões específicas da criação de um romance – “como é escrever algo tão extenso, que tipo de planejamento se pode fazer, etc.”, explica. Criadora do curso online As Engrenagens do Romance, Carol é mestre em escrita criativa pela PUC-RS e já teve livros traduzidos nos EUA (onde vive), Espanha, Itália e Argentina.

“É possível aprender a ser escritor, como se aprende a fazer cinema ou artes visuais”, diz. “O que não quer dizer que todas as pessoas que cursarem uma faculdade de cinema vão sair cineastas, ou que artistas visuais precisem de um diploma. Os cursos de criação literária servem, sobretudo, para que o aluno desenvolva um olhar mais técnico e se torne mais consciente de seu próprio processo de escrita.” Ela também destaca a oportunidade rara de discutir literatura nesses espaços.

Sobre a escrita de um romance em si, ela explica que não existe uma fórmula, e que cada autor costuma encontrar o seu próprio caminho. “Mas o fato é que a maioria dos escritores que escreve narrativas longas faz algum tipo de planejamento. Uns sabem a história do começo ao fim, e detalhadamente, outros têm uma ideia geral da trajetória do protagonista, uns anotam diálogos em caderninhos, outros fazem fichas das personagens, mapas, pesquisam fatos históricos. Normalmente, há disciplina e organização envolvidas. Escrever um romance é mais ou menos como construir uma casa, e envolve uma série de decisões: como vou organizar os cômodos, a casa terá um piso ou dois, que tipo de janelas quero colocar, etc.”, exemplifica.

Jovem escritor paranaense radicado em Curitiba, Celso Alves também é mestre em escrita criativa pela PUC-RS, e um de seus projetos é ministrar oficinas de escrita de cartas de amor: esse é o assunto da live programada para a sexta-feira, 27 – sempre às 15h. O intuito do papo é trocar ideias sobre a estética e a comunicação envolvidas num texto como esse. “Concordo com o Saramago sobre todos serem escritores e a diferença ser que uns escrevem, outros não”, diz o autor. “A intimidade com a palavra e a técnica são coisas que se pega, se aprende. O essencial é a vida, suas trocas e experiências.”

AGENDA DAS LIVES COM DICAS DE ESCRITA CRIATIVA

  • Marcelino Freire, dicas de escrita em geral (quarta-feira, 25/3, 15h)
  • Carol Bensimon, dicas para escrever um romance (quinta-feira, 26/3, 15h)
  • Celso Alves, dicas para escrever cartas de amor (sexta-feira, 27/3, 15h)

(Após a exibição, os vídeos ficam disponíveis no Instagram @estadaocultura)

Editoras também planejam lives sobre literatura para a quarentena

Editoras também estão com uma programação de lives – transmissões ao vivo nas redes sociais – sobre literatura, livros e escrita.

Nesta quarta-feira, 25, às 10h, a Record (@editorarecord) recebe Luiz Antonio Simas, para falar sobre “o que a rua diz sobre a cidade e o Brasil”, e às 20h, a escritora Carina Rissi conversa com os leitores da editora.

Antes, às 19h, a Companhia das Letras sedia virtualmente, no @companhiadasletras, um bate-papo com a antropóloga Lilia M. Schwarcz sobre o romance distópico 1984, de George Orwell. 

Na quinta, 26, a jornalista Thaís Oyama fala no mesmo espaço, às 20h, sobre o livro Tormenta, que traz informações de bastidores sobre o primeiro ano do governo Bolsonaro.

Também na quinta, na Nova Fronteira (@novafronteira), o escritor Rodrigo França (autor de O Pequeno Príncipe Preto) fala sobre o livro e outros assuntos, às 16h.

Na sexta, 27, a editora Malê (@editoramale) conversa com a autora de O Crime do Cais do Valongo, Eliana Alves Cruz, às 16h.

Com as medidas de isolamento social recomendadas pelas autoridades de saúde no mundo todo, as lives de Instagram e em outras plataformas sociais passaram a ser uma das principais fontes de entretenimento e informação para quem pode ficar em casa. Pensando nisso, o Estadão passa a exibir nesta semana, começando nesta quarta-feira, 25, às 15h, uma conversa ao vivo com escritores e professores de escrita criativa para dar dicas aos leitores e espectadores sobre processos de escrita. Quem sabe não chegou a hora de colocar aquela ideia no papel – ou na tela do computador?

A ideia é compartilhar a live do Estadão Cultura (@estadaocultura no Instagram) com os convidados e trocar ideias sobre esse assunto, indicar leituras e até mesmo ler trechos de alguns trabalhos. Mas o foco será sempre tentar passar algum conhecimento prático para o leitor/espectador das lives.

Os convidados dessa primeira leva de conversas são: Marcelino Freire (25/3), Carol Bensimon (26/3) e Celso Alves (27/3).

Carol Bensimon, autora de, entre outros, O Clube dos Jardineiros de Fumaça Foto: Renato Parada/Companhia das Letras

Por definição uma atividade solitária, a escrita pode ser um trabalho de fôlego numa situação de quarentena. Um dos principais nomes da literatura brasileira contemporânea, conhecido por livros como Contos Negreiros, Marcelino Freire também ministra oficinas de escrita criativa há anos, de onde já saíram nomes como os de Carol Rodrigues, Sheyla Smanioto e Aline Bei, todas com obras premiadas.

“Tem muita gente que, faz tempo, guarda em casa aquela ideia, não sabe como terminar um livro, como fechar um original, como desbloquear um conto que encalacrou...”, diz o escritor. “Na nossa conversa vou falar como ler poesia pode nos ajudar, como organizar melhor os textos, fazer uma faxina básica naquelas narrativas guardadas ou largadas no desktop, como encontrar seu repertório e linguagem”, adianta. 

Ele dá um aviso, bem-humorado: “Na verdade, o papo servirá para formar mais leitores do que escritores. Tem gente que quer escrever, mas não quer ler. Tem gente que quer publicar, não quer escrever. Vamos trocar juntos esses parafusos e ideias. Isso ajuda a não nos sentirmos tão sós mesmo quando estamos, de fato, sozinhos”.

Vencedora do Prêmio Jabuti na categoria romance em 2018, por O Clube dos Jardineiros de Fumaça, a escritora Carol Bensimon vai compartilhar com os leitores do Estado, na quinta-feira, 26, algumas questões específicas da criação de um romance – “como é escrever algo tão extenso, que tipo de planejamento se pode fazer, etc.”, explica. Criadora do curso online As Engrenagens do Romance, Carol é mestre em escrita criativa pela PUC-RS e já teve livros traduzidos nos EUA (onde vive), Espanha, Itália e Argentina.

“É possível aprender a ser escritor, como se aprende a fazer cinema ou artes visuais”, diz. “O que não quer dizer que todas as pessoas que cursarem uma faculdade de cinema vão sair cineastas, ou que artistas visuais precisem de um diploma. Os cursos de criação literária servem, sobretudo, para que o aluno desenvolva um olhar mais técnico e se torne mais consciente de seu próprio processo de escrita.” Ela também destaca a oportunidade rara de discutir literatura nesses espaços.

Sobre a escrita de um romance em si, ela explica que não existe uma fórmula, e que cada autor costuma encontrar o seu próprio caminho. “Mas o fato é que a maioria dos escritores que escreve narrativas longas faz algum tipo de planejamento. Uns sabem a história do começo ao fim, e detalhadamente, outros têm uma ideia geral da trajetória do protagonista, uns anotam diálogos em caderninhos, outros fazem fichas das personagens, mapas, pesquisam fatos históricos. Normalmente, há disciplina e organização envolvidas. Escrever um romance é mais ou menos como construir uma casa, e envolve uma série de decisões: como vou organizar os cômodos, a casa terá um piso ou dois, que tipo de janelas quero colocar, etc.”, exemplifica.

Jovem escritor paranaense radicado em Curitiba, Celso Alves também é mestre em escrita criativa pela PUC-RS, e um de seus projetos é ministrar oficinas de escrita de cartas de amor: esse é o assunto da live programada para a sexta-feira, 27 – sempre às 15h. O intuito do papo é trocar ideias sobre a estética e a comunicação envolvidas num texto como esse. “Concordo com o Saramago sobre todos serem escritores e a diferença ser que uns escrevem, outros não”, diz o autor. “A intimidade com a palavra e a técnica são coisas que se pega, se aprende. O essencial é a vida, suas trocas e experiências.”

AGENDA DAS LIVES COM DICAS DE ESCRITA CRIATIVA

  • Marcelino Freire, dicas de escrita em geral (quarta-feira, 25/3, 15h)
  • Carol Bensimon, dicas para escrever um romance (quinta-feira, 26/3, 15h)
  • Celso Alves, dicas para escrever cartas de amor (sexta-feira, 27/3, 15h)

(Após a exibição, os vídeos ficam disponíveis no Instagram @estadaocultura)

Editoras também planejam lives sobre literatura para a quarentena

Editoras também estão com uma programação de lives – transmissões ao vivo nas redes sociais – sobre literatura, livros e escrita.

Nesta quarta-feira, 25, às 10h, a Record (@editorarecord) recebe Luiz Antonio Simas, para falar sobre “o que a rua diz sobre a cidade e o Brasil”, e às 20h, a escritora Carina Rissi conversa com os leitores da editora.

Antes, às 19h, a Companhia das Letras sedia virtualmente, no @companhiadasletras, um bate-papo com a antropóloga Lilia M. Schwarcz sobre o romance distópico 1984, de George Orwell. 

Na quinta, 26, a jornalista Thaís Oyama fala no mesmo espaço, às 20h, sobre o livro Tormenta, que traz informações de bastidores sobre o primeiro ano do governo Bolsonaro.

Também na quinta, na Nova Fronteira (@novafronteira), o escritor Rodrigo França (autor de O Pequeno Príncipe Preto) fala sobre o livro e outros assuntos, às 16h.

Na sexta, 27, a editora Malê (@editoramale) conversa com a autora de O Crime do Cais do Valongo, Eliana Alves Cruz, às 16h.

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.