‘Estado da Arte’ reestreia no ‘Estadão’ com análise do livro ‘A História dos Judeus’; conheça


A ideia é ser uma ponte entre o ambiente acadêmico e o debate público. Portal volta com resenha de segundo volume da obra de Simon Schama, podcast sobre Wittgenstein e ensaio sobre Maria Quitéria, a primeira mulher a lutar no exército brasileiro

Por Julia Queiroz

“Especialização sem universalização é cegueira. Universalização sem especialização é futilidade”. É esta frase do acadêmico alemão Ernst Robert Curtius que norteia o trabalho dos organizadores do Estado da Arte, revista digital sobre cultura e arte que faz sua reestreia hospedada no site do Estadão.

“É um projeto multimídia de cultura, de ensaio literário, de crítica cultural e filosófica, que abre espaço para novos ensaístas, mas também para especialistas consagrados, em formatos variados”, explica Eduardo Wolf, fundador do projeto ao lado de Marcelo Consentino. Nesta retomada, Wolf assume o posto de conselheiro e colaborador, enquanto Consentino atua como editor executivo. A jornalista e pesquisadora Júlia Corrêa da Rocha é a nova editora-chefe.

Com a previsão de publicação de dois a três textos por semana, eles divulgarão resenhas e ensaios, além de entrevistas com intelectuais sobre assuntos variados dentro da cultura. Sempre com o objetivo de traçar uma ponte entre o ambiente acadêmico e o debate público. Além disso, quinzenalmente, vai ao ar o podcast Estado da Arte: O Cânone em Pauta, comandado por Consentino com a participação de especialistas em diversos temas.

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Júlia Corrêa e Marcelo Consentino, editores do Estado da Arte, plataforma hospedada no 'Estadão'. Foto: Daniel Teixeira/Estadão

Foi o podcast, aliás, que deu início a tudo. Lançado por Consentino de maneira independente em 2016, ele foi inspirado pelo programa In Our Time, da rádio britânica BBC Radio 4, que realiza entrevistas com especialistas acadêmicos orientados e dispostos a falar para um público não especializado. Naquele período, o podcast foi aliado à ideia de Wolf de criar um blog, com vários colaboradores, focado em divulgação acadêmica.

“Sempre buscamos criar esse vínculo com o Estadão em função da história do Suplemento Literário do jornal que foi, por muito tempo, dirigido e editado pelo Antonio Candido, o maior crítico brasileiro”, explica Wolf. O que se buscava no Suplemento Literário, nas palavras de Candido, em uma entrevista concedida em 2006 ao Caderno 2, era “uma espécie de equilíbrio entre o movimento vivo da literatura e das artes e a tonalidade mais estável dos estudos universitários”.

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Neste sentido, Júlia diz que a intenção é se aprofundar nos temas e nas produções sem, necessariamente, serem pautados pelo noticiário diário: “O mais importante para nós é reforçar esse vínculo com essa tradição dos suplementos e dos ensaios, pensando muito em um vínculo mais estreito com a obra que está sendo analisada. Falar de arte, de literatura e de filosofia envolve temas políticos, mas queremos focar cada vez mais nessas disciplinas de uma forma mais próxima, deixando os ruídos e as polêmicas de lado”.

Para os organizadores, é importante destacar que a plataforma é gratuita e de livre acesso. “Um dos nossos objetivos é chegar a um público qualificado e formador de opinião, alguém que tem mais apetite intelectual ou mais interesse em se aprofundar em uma questão”, diz Consentino. “Um advogado curioso ou médico intelectualizado - essas pessoas, nos seus respectivos nichos, são formadores de opinião. Estou falando em profissões, mas poderia falar em diversos segmento sociais.”

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Wolf, que é professor de Filosofia Antiga da Universidade de Brasília (UnB), comenta que alunos e professores já contaram que usaram textos, ensaios e traduções do Estado da Arte como referência para artigos, monografia e projetos de conclusão de curso. ‘Nós nunca vamos escrever coisas que não têm pé nem cabeça - é sempre junto com a realidade. Mas a ideia é sempre pensar para além desse imediato”, diz.

A reestreia do site acontece com uma resenha do mais recente livro de Simon Schama, acadêmico, escritor britânico e professor da Universidade de Columbia, dos Estados Unidos. Ele lançou neste ano no Brasil o livro A História dos Judeus, vol. 2 (Companhia das Letras), que conta a trajetória do povo judeu entre 1492 e 1900 - o primeiro volume, de 2015, fala de 1000 a.C. a 1492 d.C.

“É uma reflexão extraordinária de uma pessoa altamente avalizada, que escreveu um segundo volume de quase mil páginas para tentar contar essa história, dar uma unidade a ela, mostrar sua diversidade, sua complexidade, jogar suas múltiplas luzes”, diz Wolf, que assina a resenha.

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Também já está no ar o ensaio Maria Quitéria x Dom Pedro I: o díptico da Independência do Brasil, escrito por Isabelle Anchieta, socióloga e autora do livro Revolucionárias: Joana D’Arc e Maria Quitéria (Planeta) e da trilogia Imagens da Mulher no Ocidente Moderno (Edusp).

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Podcast e todas as expressões artísticas

Um novo episódio do podcast O Cânone em Pauta também já está no ar e discute a obra do filósofo Ludwig Wittgenstein, com Luiz Henrique Lopes dos Santos (professor de filosofia da USP e tradutor do livro Tractatus Logico-Philosophicus), Marcelo Carvalho (professor de filosofia da Unifesp e coautor de Fenomenologia, análise e gramática: comentário às observações filosóficas de Wittgenstein) e Tiago Tranjan (professor de filosofia da Unifesp e tradutor das Investigações Filosóficas).

Gravação de podcast ainda inédito com Marcelo Consentino, Aldo Dinucci (tela), Renata Cazarini de Freitas e Eduardo Wolf Foto: Daniel Teixeira/Estadão
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Outros destaques serão textos de Aurora Bernardini, professora titular do Departamento de Letras Orientais-FFLCH, da Universidade de São Paulo, que será colaboradora do Estado da Arte, e a estreia do Ideia de Brasil, projeto do historiador Felipe Pimentel que pretende recontar a história da Nova República a partir de diversos caminhos, como arte, política, economia e cultura. Além dos organizadores, Jeffis Carvalho assume a editora de cinema e Flávio Lago, a de música.

“O nosso apetite sempre foi por fazer essa ponte entre a produção de conhecimento - sobretudo nas universidades e no mercado editorial, entre quem está produzindo livros e pesquisas - e o grande público”, finaliza Consentino.

“Especialização sem universalização é cegueira. Universalização sem especialização é futilidade”. É esta frase do acadêmico alemão Ernst Robert Curtius que norteia o trabalho dos organizadores do Estado da Arte, revista digital sobre cultura e arte que faz sua reestreia hospedada no site do Estadão.

“É um projeto multimídia de cultura, de ensaio literário, de crítica cultural e filosófica, que abre espaço para novos ensaístas, mas também para especialistas consagrados, em formatos variados”, explica Eduardo Wolf, fundador do projeto ao lado de Marcelo Consentino. Nesta retomada, Wolf assume o posto de conselheiro e colaborador, enquanto Consentino atua como editor executivo. A jornalista e pesquisadora Júlia Corrêa da Rocha é a nova editora-chefe.

Com a previsão de publicação de dois a três textos por semana, eles divulgarão resenhas e ensaios, além de entrevistas com intelectuais sobre assuntos variados dentro da cultura. Sempre com o objetivo de traçar uma ponte entre o ambiente acadêmico e o debate público. Além disso, quinzenalmente, vai ao ar o podcast Estado da Arte: O Cânone em Pauta, comandado por Consentino com a participação de especialistas em diversos temas.

Júlia Corrêa e Marcelo Consentino, editores do Estado da Arte, plataforma hospedada no 'Estadão'. Foto: Daniel Teixeira/Estadão

Foi o podcast, aliás, que deu início a tudo. Lançado por Consentino de maneira independente em 2016, ele foi inspirado pelo programa In Our Time, da rádio britânica BBC Radio 4, que realiza entrevistas com especialistas acadêmicos orientados e dispostos a falar para um público não especializado. Naquele período, o podcast foi aliado à ideia de Wolf de criar um blog, com vários colaboradores, focado em divulgação acadêmica.

“Sempre buscamos criar esse vínculo com o Estadão em função da história do Suplemento Literário do jornal que foi, por muito tempo, dirigido e editado pelo Antonio Candido, o maior crítico brasileiro”, explica Wolf. O que se buscava no Suplemento Literário, nas palavras de Candido, em uma entrevista concedida em 2006 ao Caderno 2, era “uma espécie de equilíbrio entre o movimento vivo da literatura e das artes e a tonalidade mais estável dos estudos universitários”.

Neste sentido, Júlia diz que a intenção é se aprofundar nos temas e nas produções sem, necessariamente, serem pautados pelo noticiário diário: “O mais importante para nós é reforçar esse vínculo com essa tradição dos suplementos e dos ensaios, pensando muito em um vínculo mais estreito com a obra que está sendo analisada. Falar de arte, de literatura e de filosofia envolve temas políticos, mas queremos focar cada vez mais nessas disciplinas de uma forma mais próxima, deixando os ruídos e as polêmicas de lado”.

Para os organizadores, é importante destacar que a plataforma é gratuita e de livre acesso. “Um dos nossos objetivos é chegar a um público qualificado e formador de opinião, alguém que tem mais apetite intelectual ou mais interesse em se aprofundar em uma questão”, diz Consentino. “Um advogado curioso ou médico intelectualizado - essas pessoas, nos seus respectivos nichos, são formadores de opinião. Estou falando em profissões, mas poderia falar em diversos segmento sociais.”

Wolf, que é professor de Filosofia Antiga da Universidade de Brasília (UnB), comenta que alunos e professores já contaram que usaram textos, ensaios e traduções do Estado da Arte como referência para artigos, monografia e projetos de conclusão de curso. ‘Nós nunca vamos escrever coisas que não têm pé nem cabeça - é sempre junto com a realidade. Mas a ideia é sempre pensar para além desse imediato”, diz.

A reestreia do site acontece com uma resenha do mais recente livro de Simon Schama, acadêmico, escritor britânico e professor da Universidade de Columbia, dos Estados Unidos. Ele lançou neste ano no Brasil o livro A História dos Judeus, vol. 2 (Companhia das Letras), que conta a trajetória do povo judeu entre 1492 e 1900 - o primeiro volume, de 2015, fala de 1000 a.C. a 1492 d.C.

“É uma reflexão extraordinária de uma pessoa altamente avalizada, que escreveu um segundo volume de quase mil páginas para tentar contar essa história, dar uma unidade a ela, mostrar sua diversidade, sua complexidade, jogar suas múltiplas luzes”, diz Wolf, que assina a resenha.

Também já está no ar o ensaio Maria Quitéria x Dom Pedro I: o díptico da Independência do Brasil, escrito por Isabelle Anchieta, socióloga e autora do livro Revolucionárias: Joana D’Arc e Maria Quitéria (Planeta) e da trilogia Imagens da Mulher no Ocidente Moderno (Edusp).

Podcast e todas as expressões artísticas

Um novo episódio do podcast O Cânone em Pauta também já está no ar e discute a obra do filósofo Ludwig Wittgenstein, com Luiz Henrique Lopes dos Santos (professor de filosofia da USP e tradutor do livro Tractatus Logico-Philosophicus), Marcelo Carvalho (professor de filosofia da Unifesp e coautor de Fenomenologia, análise e gramática: comentário às observações filosóficas de Wittgenstein) e Tiago Tranjan (professor de filosofia da Unifesp e tradutor das Investigações Filosóficas).

Gravação de podcast ainda inédito com Marcelo Consentino, Aldo Dinucci (tela), Renata Cazarini de Freitas e Eduardo Wolf Foto: Daniel Teixeira/Estadão

Outros destaques serão textos de Aurora Bernardini, professora titular do Departamento de Letras Orientais-FFLCH, da Universidade de São Paulo, que será colaboradora do Estado da Arte, e a estreia do Ideia de Brasil, projeto do historiador Felipe Pimentel que pretende recontar a história da Nova República a partir de diversos caminhos, como arte, política, economia e cultura. Além dos organizadores, Jeffis Carvalho assume a editora de cinema e Flávio Lago, a de música.

“O nosso apetite sempre foi por fazer essa ponte entre a produção de conhecimento - sobretudo nas universidades e no mercado editorial, entre quem está produzindo livros e pesquisas - e o grande público”, finaliza Consentino.

“Especialização sem universalização é cegueira. Universalização sem especialização é futilidade”. É esta frase do acadêmico alemão Ernst Robert Curtius que norteia o trabalho dos organizadores do Estado da Arte, revista digital sobre cultura e arte que faz sua reestreia hospedada no site do Estadão.

“É um projeto multimídia de cultura, de ensaio literário, de crítica cultural e filosófica, que abre espaço para novos ensaístas, mas também para especialistas consagrados, em formatos variados”, explica Eduardo Wolf, fundador do projeto ao lado de Marcelo Consentino. Nesta retomada, Wolf assume o posto de conselheiro e colaborador, enquanto Consentino atua como editor executivo. A jornalista e pesquisadora Júlia Corrêa da Rocha é a nova editora-chefe.

Com a previsão de publicação de dois a três textos por semana, eles divulgarão resenhas e ensaios, além de entrevistas com intelectuais sobre assuntos variados dentro da cultura. Sempre com o objetivo de traçar uma ponte entre o ambiente acadêmico e o debate público. Além disso, quinzenalmente, vai ao ar o podcast Estado da Arte: O Cânone em Pauta, comandado por Consentino com a participação de especialistas em diversos temas.

Júlia Corrêa e Marcelo Consentino, editores do Estado da Arte, plataforma hospedada no 'Estadão'. Foto: Daniel Teixeira/Estadão

Foi o podcast, aliás, que deu início a tudo. Lançado por Consentino de maneira independente em 2016, ele foi inspirado pelo programa In Our Time, da rádio britânica BBC Radio 4, que realiza entrevistas com especialistas acadêmicos orientados e dispostos a falar para um público não especializado. Naquele período, o podcast foi aliado à ideia de Wolf de criar um blog, com vários colaboradores, focado em divulgação acadêmica.

“Sempre buscamos criar esse vínculo com o Estadão em função da história do Suplemento Literário do jornal que foi, por muito tempo, dirigido e editado pelo Antonio Candido, o maior crítico brasileiro”, explica Wolf. O que se buscava no Suplemento Literário, nas palavras de Candido, em uma entrevista concedida em 2006 ao Caderno 2, era “uma espécie de equilíbrio entre o movimento vivo da literatura e das artes e a tonalidade mais estável dos estudos universitários”.

Neste sentido, Júlia diz que a intenção é se aprofundar nos temas e nas produções sem, necessariamente, serem pautados pelo noticiário diário: “O mais importante para nós é reforçar esse vínculo com essa tradição dos suplementos e dos ensaios, pensando muito em um vínculo mais estreito com a obra que está sendo analisada. Falar de arte, de literatura e de filosofia envolve temas políticos, mas queremos focar cada vez mais nessas disciplinas de uma forma mais próxima, deixando os ruídos e as polêmicas de lado”.

Para os organizadores, é importante destacar que a plataforma é gratuita e de livre acesso. “Um dos nossos objetivos é chegar a um público qualificado e formador de opinião, alguém que tem mais apetite intelectual ou mais interesse em se aprofundar em uma questão”, diz Consentino. “Um advogado curioso ou médico intelectualizado - essas pessoas, nos seus respectivos nichos, são formadores de opinião. Estou falando em profissões, mas poderia falar em diversos segmento sociais.”

Wolf, que é professor de Filosofia Antiga da Universidade de Brasília (UnB), comenta que alunos e professores já contaram que usaram textos, ensaios e traduções do Estado da Arte como referência para artigos, monografia e projetos de conclusão de curso. ‘Nós nunca vamos escrever coisas que não têm pé nem cabeça - é sempre junto com a realidade. Mas a ideia é sempre pensar para além desse imediato”, diz.

A reestreia do site acontece com uma resenha do mais recente livro de Simon Schama, acadêmico, escritor britânico e professor da Universidade de Columbia, dos Estados Unidos. Ele lançou neste ano no Brasil o livro A História dos Judeus, vol. 2 (Companhia das Letras), que conta a trajetória do povo judeu entre 1492 e 1900 - o primeiro volume, de 2015, fala de 1000 a.C. a 1492 d.C.

“É uma reflexão extraordinária de uma pessoa altamente avalizada, que escreveu um segundo volume de quase mil páginas para tentar contar essa história, dar uma unidade a ela, mostrar sua diversidade, sua complexidade, jogar suas múltiplas luzes”, diz Wolf, que assina a resenha.

Também já está no ar o ensaio Maria Quitéria x Dom Pedro I: o díptico da Independência do Brasil, escrito por Isabelle Anchieta, socióloga e autora do livro Revolucionárias: Joana D’Arc e Maria Quitéria (Planeta) e da trilogia Imagens da Mulher no Ocidente Moderno (Edusp).

Podcast e todas as expressões artísticas

Um novo episódio do podcast O Cânone em Pauta também já está no ar e discute a obra do filósofo Ludwig Wittgenstein, com Luiz Henrique Lopes dos Santos (professor de filosofia da USP e tradutor do livro Tractatus Logico-Philosophicus), Marcelo Carvalho (professor de filosofia da Unifesp e coautor de Fenomenologia, análise e gramática: comentário às observações filosóficas de Wittgenstein) e Tiago Tranjan (professor de filosofia da Unifesp e tradutor das Investigações Filosóficas).

Gravação de podcast ainda inédito com Marcelo Consentino, Aldo Dinucci (tela), Renata Cazarini de Freitas e Eduardo Wolf Foto: Daniel Teixeira/Estadão

Outros destaques serão textos de Aurora Bernardini, professora titular do Departamento de Letras Orientais-FFLCH, da Universidade de São Paulo, que será colaboradora do Estado da Arte, e a estreia do Ideia de Brasil, projeto do historiador Felipe Pimentel que pretende recontar a história da Nova República a partir de diversos caminhos, como arte, política, economia e cultura. Além dos organizadores, Jeffis Carvalho assume a editora de cinema e Flávio Lago, a de música.

“O nosso apetite sempre foi por fazer essa ponte entre a produção de conhecimento - sobretudo nas universidades e no mercado editorial, entre quem está produzindo livros e pesquisas - e o grande público”, finaliza Consentino.

“Especialização sem universalização é cegueira. Universalização sem especialização é futilidade”. É esta frase do acadêmico alemão Ernst Robert Curtius que norteia o trabalho dos organizadores do Estado da Arte, revista digital sobre cultura e arte que faz sua reestreia hospedada no site do Estadão.

“É um projeto multimídia de cultura, de ensaio literário, de crítica cultural e filosófica, que abre espaço para novos ensaístas, mas também para especialistas consagrados, em formatos variados”, explica Eduardo Wolf, fundador do projeto ao lado de Marcelo Consentino. Nesta retomada, Wolf assume o posto de conselheiro e colaborador, enquanto Consentino atua como editor executivo. A jornalista e pesquisadora Júlia Corrêa da Rocha é a nova editora-chefe.

Com a previsão de publicação de dois a três textos por semana, eles divulgarão resenhas e ensaios, além de entrevistas com intelectuais sobre assuntos variados dentro da cultura. Sempre com o objetivo de traçar uma ponte entre o ambiente acadêmico e o debate público. Além disso, quinzenalmente, vai ao ar o podcast Estado da Arte: O Cânone em Pauta, comandado por Consentino com a participação de especialistas em diversos temas.

Júlia Corrêa e Marcelo Consentino, editores do Estado da Arte, plataforma hospedada no 'Estadão'. Foto: Daniel Teixeira/Estadão

Foi o podcast, aliás, que deu início a tudo. Lançado por Consentino de maneira independente em 2016, ele foi inspirado pelo programa In Our Time, da rádio britânica BBC Radio 4, que realiza entrevistas com especialistas acadêmicos orientados e dispostos a falar para um público não especializado. Naquele período, o podcast foi aliado à ideia de Wolf de criar um blog, com vários colaboradores, focado em divulgação acadêmica.

“Sempre buscamos criar esse vínculo com o Estadão em função da história do Suplemento Literário do jornal que foi, por muito tempo, dirigido e editado pelo Antonio Candido, o maior crítico brasileiro”, explica Wolf. O que se buscava no Suplemento Literário, nas palavras de Candido, em uma entrevista concedida em 2006 ao Caderno 2, era “uma espécie de equilíbrio entre o movimento vivo da literatura e das artes e a tonalidade mais estável dos estudos universitários”.

Neste sentido, Júlia diz que a intenção é se aprofundar nos temas e nas produções sem, necessariamente, serem pautados pelo noticiário diário: “O mais importante para nós é reforçar esse vínculo com essa tradição dos suplementos e dos ensaios, pensando muito em um vínculo mais estreito com a obra que está sendo analisada. Falar de arte, de literatura e de filosofia envolve temas políticos, mas queremos focar cada vez mais nessas disciplinas de uma forma mais próxima, deixando os ruídos e as polêmicas de lado”.

Para os organizadores, é importante destacar que a plataforma é gratuita e de livre acesso. “Um dos nossos objetivos é chegar a um público qualificado e formador de opinião, alguém que tem mais apetite intelectual ou mais interesse em se aprofundar em uma questão”, diz Consentino. “Um advogado curioso ou médico intelectualizado - essas pessoas, nos seus respectivos nichos, são formadores de opinião. Estou falando em profissões, mas poderia falar em diversos segmento sociais.”

Wolf, que é professor de Filosofia Antiga da Universidade de Brasília (UnB), comenta que alunos e professores já contaram que usaram textos, ensaios e traduções do Estado da Arte como referência para artigos, monografia e projetos de conclusão de curso. ‘Nós nunca vamos escrever coisas que não têm pé nem cabeça - é sempre junto com a realidade. Mas a ideia é sempre pensar para além desse imediato”, diz.

A reestreia do site acontece com uma resenha do mais recente livro de Simon Schama, acadêmico, escritor britânico e professor da Universidade de Columbia, dos Estados Unidos. Ele lançou neste ano no Brasil o livro A História dos Judeus, vol. 2 (Companhia das Letras), que conta a trajetória do povo judeu entre 1492 e 1900 - o primeiro volume, de 2015, fala de 1000 a.C. a 1492 d.C.

“É uma reflexão extraordinária de uma pessoa altamente avalizada, que escreveu um segundo volume de quase mil páginas para tentar contar essa história, dar uma unidade a ela, mostrar sua diversidade, sua complexidade, jogar suas múltiplas luzes”, diz Wolf, que assina a resenha.

Também já está no ar o ensaio Maria Quitéria x Dom Pedro I: o díptico da Independência do Brasil, escrito por Isabelle Anchieta, socióloga e autora do livro Revolucionárias: Joana D’Arc e Maria Quitéria (Planeta) e da trilogia Imagens da Mulher no Ocidente Moderno (Edusp).

Podcast e todas as expressões artísticas

Um novo episódio do podcast O Cânone em Pauta também já está no ar e discute a obra do filósofo Ludwig Wittgenstein, com Luiz Henrique Lopes dos Santos (professor de filosofia da USP e tradutor do livro Tractatus Logico-Philosophicus), Marcelo Carvalho (professor de filosofia da Unifesp e coautor de Fenomenologia, análise e gramática: comentário às observações filosóficas de Wittgenstein) e Tiago Tranjan (professor de filosofia da Unifesp e tradutor das Investigações Filosóficas).

Gravação de podcast ainda inédito com Marcelo Consentino, Aldo Dinucci (tela), Renata Cazarini de Freitas e Eduardo Wolf Foto: Daniel Teixeira/Estadão

Outros destaques serão textos de Aurora Bernardini, professora titular do Departamento de Letras Orientais-FFLCH, da Universidade de São Paulo, que será colaboradora do Estado da Arte, e a estreia do Ideia de Brasil, projeto do historiador Felipe Pimentel que pretende recontar a história da Nova República a partir de diversos caminhos, como arte, política, economia e cultura. Além dos organizadores, Jeffis Carvalho assume a editora de cinema e Flávio Lago, a de música.

“O nosso apetite sempre foi por fazer essa ponte entre a produção de conhecimento - sobretudo nas universidades e no mercado editorial, entre quem está produzindo livros e pesquisas - e o grande público”, finaliza Consentino.

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