Fernando Sabino: 5 livros fundamentais para ler e reler no centenário do autor - e o que vem por aí


‘O Encontro Marcado’ ganha edição comemorativa e editora prevê ainda HQ e livro com cartas trocadas com Clarice Lispector; conheça as melhores obras e veja as novidades

Por Maria Fernanda Rodrigues
Atualização:

Fernando Sabino, um dos grandes nomes da literatura e da crônica brasileira, nasceu no dia 12 de outubro de 1923, em Belo Horizonte. Ao longo de sua trajetória como jornalista e escritor, ele criou obras inesquecíveis, como O Encontro Marcado, seu livro mais celebrado, e O Menino no Espelho, uma volta à sua infância.

Morto no dia 11 de outubro de 2004, na véspera de seu aniversário de 81 anos, em decorrência de complicações de um câncer de fígado, ele deixou seu epitáfio: “Aqui jaz Fernando Sabino, nasceu homem, morreu menino.”

Sabino foi amigo próximo de Otto Lara Resende, Paulo Mendes Campos e Helio Pellegrino - dele, de infância. Juntos, eles formavam o chamado grupo dos quatro mineiros. E conviveu outros escritores e artistas como Rubem Braga, Vinicius de Moraes, Carlos Lacerda, Di Cavalcanti, Moacyr Werneck de Castro, Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade e muitos outros.

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Escritor que trocou o direito pelo jornalismo e Minas pelo Rio de Janeiro, Fernando Sabino estreou na literatura em 1941 com uma reunião de seus primeiros contos no livro Os Grilos não Cantam Mais (1941). A fama veio em 1956, com a publicação do romance O Encontro Marcado.

Fernando Sabino nasceu no dia 12 de outubro de 1923 e morreu no dia 11 de outubro de 2004 Foto: Fernando Sabino/Acervo Pessoal/Editora Record

“Seu livro me espantou”. Assim começa a carta que Clarice Lispector mandou para o amigo e correspondente de longa data no dia 8 de janeiro de 1957. Ela estava em Washington.

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“Comecei lendo suas frases cortantes, que você por assim dizer não comenta e que parece ter a intenção de não dizer nada mais do que dizem, comecei sem saber aonde elas iam dar. Perguntei-me de início aonde você pretendia levar o leitor e se levar. O que me espantou é que - não sei em que momento nem como - me vi inesperadamente dentro do livro, entendendo o que você queria, experimentando tudo”, contiuna. A carta segue - e pode ser lida no livro que reúne toda a correspondência da autora, publicado pelo Rocco, na edição especial de O Encontro Marcado, que a Record está lançando no centenário do escritor, e num outro livro previsto para o ano que vem.

Encontro Marcado, de Fernando Sabino, de 1956, ganha nova edição no centenário de nascimento do escritor mineiro Foto: Reprodução/Record

Lançamentos futuros

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A reedição de O Encontro Marcado é apenas um dos projetos editoriais da Record envolvendo a obra de Sabino.

Em 2024, ela prevê o lançamento de uma nova edição de Cartas Perto do Coração - Correspondência com Clarice Lispector, de 2001, com novidades: fotos, fac símiles e conteúdos inéditos.

Ela lança, ainda, de uma versão em quadrinhos de O Grande Mentecapto, por Caco Galhardo. O romance, de 1979, vencedor do Prêmio Jabuti, parte de sua experiência como aspirante no Quartel de Cavalaria de Juiz de Fora.

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Biblioteca essencial de Fernando Sabino

No dia do centenário de nascimento do escritor mineiro, conheça alguns dos livros mais importantes de sua bibliografia.

A obra de Fernando Sabino é publicada pela Editora Record Foto: Montagem com capas/Estadão
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O Encontro Marcado

Romance com traços autobiográficos, narrado quase que apenas em diálogos e espelho de toda uma geração, O Encontro Marcado, de 1956, foi sucesso de crítica e de público e explora as reflexões e as experiências de um jovem em busca de si e da razão de sua vida. Boemia, dramas e equívocos perpassam a história do personagem, um escritor, às voltas com conflitos que lhe causavam frustração e sufocavam sua vocação. A nova edição, em capa dura e novo projeto gráfico, inclui textos inéditos de Michel Laub e de Adauto Leva, escritor e dono da Livraria Cabeceira, além da carta de Clarice.

  • Record (336 páginas; R$ 109,90; edição comemorativa; R$ 59,90 o tradicional)
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O Menino no Espelho

Com humor, fantasia e traquinagem, resultando em um pouco de nostalgia, Fernando Sabino leva seus jovens leitores a um passeio pela infância do pequeno Fernando. Publicado em 1980 e com mais de 100 edições até agora, O Menino no Espelho é um dos livros mais celebrados de Sabino. Nele, o autor mostra as aventuras do garoto que ensina uma galinha a conversar, aprende a voar com os pássaros, fica invisível, visita o Sítio do Picapau Amarelo, brinca - e se conhece e reconhece diante do espelho. “Coloco a mão direita espalmada sobre o espelho. Como era de esperar, ele ao mesmo tempo vem com a sua mão esquerda, encostando-a na minha. Sorrio para ele e ele para mim. Quando volto a olhá-lo no rosto, vejo assombrado que ele continua a sorrir. Como, se agora estou absolutamente sério? Um calafrio me corre pela espinha, arrepiando a pele: há alguém vivo dentro do espelho!”, ele escreve.

  • Record (176 págs.; R$ 59,90; R$ 17,90 o e-book; com ilustrações de Carlos Scliar)

O Grande Mentecapto

De 1979, O Grande Mentecapto é centrado na história de Geraldo Viramundo, um mineiro bem-intencionado, que faz o bem e acredita nas pessoas, mas que acaba sendo usado por elas. Suas aventuras e as reviravoltas de sua vida o levam do seminário ao hospício e ao exército - e a cidades como Ouro Preto, Barbacena, Juiz de Fora, Uberaba, Cataguases, Belo Horizonte e outras. A obra, que remete à experiência de Sabino ao longo de três meses como aspirante no Quartel de Cavalaria de Juiz de Fora, ganhou o Prêmio Jabuti

  • Record (256 págs.; R$ 54,90; R$ 37,90 o e-book)

O Homem Nu

Um dos livros mais conhecidos do escritor, O Homem Nu, de 1960, traz 40 contos e crônicas. O texto que dá título à obra serviu de roteiro para dois filmes - um de Hugo Carvana com Claudio Marzo e outro com o ator Paulo José. São histórias que acompanham desde um delegado às voltas com um crime de morte em que não há nem assassinos nem assassinados até um homem que foi reduzido à metade de si - narradas sempre com inteligência, precisão e humor.

  • Record (208 págs; R$ 59,90)

No Fim dá Certo

Coletânea com 50 crônicas e histórias sobre tudo - dos Natais perdidos da infância aos ensinamentos do pai, passando por encontros com amigos, anedotas com escritores, o choque de gerações, a nostalgia do passado, assovios, etc. Pinçados aqui e ali, alguns trechos de No Fim Dá Certo nos dizem muito hoje. Leia mais sobre o livro.

  • Record (240 págs.; 49,90; R$ 34,90 o e-book)

Fernando Sabino, um dos grandes nomes da literatura e da crônica brasileira, nasceu no dia 12 de outubro de 1923, em Belo Horizonte. Ao longo de sua trajetória como jornalista e escritor, ele criou obras inesquecíveis, como O Encontro Marcado, seu livro mais celebrado, e O Menino no Espelho, uma volta à sua infância.

Morto no dia 11 de outubro de 2004, na véspera de seu aniversário de 81 anos, em decorrência de complicações de um câncer de fígado, ele deixou seu epitáfio: “Aqui jaz Fernando Sabino, nasceu homem, morreu menino.”

Sabino foi amigo próximo de Otto Lara Resende, Paulo Mendes Campos e Helio Pellegrino - dele, de infância. Juntos, eles formavam o chamado grupo dos quatro mineiros. E conviveu outros escritores e artistas como Rubem Braga, Vinicius de Moraes, Carlos Lacerda, Di Cavalcanti, Moacyr Werneck de Castro, Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade e muitos outros.

Escritor que trocou o direito pelo jornalismo e Minas pelo Rio de Janeiro, Fernando Sabino estreou na literatura em 1941 com uma reunião de seus primeiros contos no livro Os Grilos não Cantam Mais (1941). A fama veio em 1956, com a publicação do romance O Encontro Marcado.

Fernando Sabino nasceu no dia 12 de outubro de 1923 e morreu no dia 11 de outubro de 2004 Foto: Fernando Sabino/Acervo Pessoal/Editora Record

“Seu livro me espantou”. Assim começa a carta que Clarice Lispector mandou para o amigo e correspondente de longa data no dia 8 de janeiro de 1957. Ela estava em Washington.

“Comecei lendo suas frases cortantes, que você por assim dizer não comenta e que parece ter a intenção de não dizer nada mais do que dizem, comecei sem saber aonde elas iam dar. Perguntei-me de início aonde você pretendia levar o leitor e se levar. O que me espantou é que - não sei em que momento nem como - me vi inesperadamente dentro do livro, entendendo o que você queria, experimentando tudo”, contiuna. A carta segue - e pode ser lida no livro que reúne toda a correspondência da autora, publicado pelo Rocco, na edição especial de O Encontro Marcado, que a Record está lançando no centenário do escritor, e num outro livro previsto para o ano que vem.

Encontro Marcado, de Fernando Sabino, de 1956, ganha nova edição no centenário de nascimento do escritor mineiro Foto: Reprodução/Record

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A reedição de O Encontro Marcado é apenas um dos projetos editoriais da Record envolvendo a obra de Sabino.

Em 2024, ela prevê o lançamento de uma nova edição de Cartas Perto do Coração - Correspondência com Clarice Lispector, de 2001, com novidades: fotos, fac símiles e conteúdos inéditos.

Ela lança, ainda, de uma versão em quadrinhos de O Grande Mentecapto, por Caco Galhardo. O romance, de 1979, vencedor do Prêmio Jabuti, parte de sua experiência como aspirante no Quartel de Cavalaria de Juiz de Fora.

Biblioteca essencial de Fernando Sabino

No dia do centenário de nascimento do escritor mineiro, conheça alguns dos livros mais importantes de sua bibliografia.

A obra de Fernando Sabino é publicada pela Editora Record Foto: Montagem com capas/Estadão

O Encontro Marcado

Romance com traços autobiográficos, narrado quase que apenas em diálogos e espelho de toda uma geração, O Encontro Marcado, de 1956, foi sucesso de crítica e de público e explora as reflexões e as experiências de um jovem em busca de si e da razão de sua vida. Boemia, dramas e equívocos perpassam a história do personagem, um escritor, às voltas com conflitos que lhe causavam frustração e sufocavam sua vocação. A nova edição, em capa dura e novo projeto gráfico, inclui textos inéditos de Michel Laub e de Adauto Leva, escritor e dono da Livraria Cabeceira, além da carta de Clarice.

  • Record (336 páginas; R$ 109,90; edição comemorativa; R$ 59,90 o tradicional)

O Menino no Espelho

Com humor, fantasia e traquinagem, resultando em um pouco de nostalgia, Fernando Sabino leva seus jovens leitores a um passeio pela infância do pequeno Fernando. Publicado em 1980 e com mais de 100 edições até agora, O Menino no Espelho é um dos livros mais celebrados de Sabino. Nele, o autor mostra as aventuras do garoto que ensina uma galinha a conversar, aprende a voar com os pássaros, fica invisível, visita o Sítio do Picapau Amarelo, brinca - e se conhece e reconhece diante do espelho. “Coloco a mão direita espalmada sobre o espelho. Como era de esperar, ele ao mesmo tempo vem com a sua mão esquerda, encostando-a na minha. Sorrio para ele e ele para mim. Quando volto a olhá-lo no rosto, vejo assombrado que ele continua a sorrir. Como, se agora estou absolutamente sério? Um calafrio me corre pela espinha, arrepiando a pele: há alguém vivo dentro do espelho!”, ele escreve.

  • Record (176 págs.; R$ 59,90; R$ 17,90 o e-book; com ilustrações de Carlos Scliar)

O Grande Mentecapto

De 1979, O Grande Mentecapto é centrado na história de Geraldo Viramundo, um mineiro bem-intencionado, que faz o bem e acredita nas pessoas, mas que acaba sendo usado por elas. Suas aventuras e as reviravoltas de sua vida o levam do seminário ao hospício e ao exército - e a cidades como Ouro Preto, Barbacena, Juiz de Fora, Uberaba, Cataguases, Belo Horizonte e outras. A obra, que remete à experiência de Sabino ao longo de três meses como aspirante no Quartel de Cavalaria de Juiz de Fora, ganhou o Prêmio Jabuti

  • Record (256 págs.; R$ 54,90; R$ 37,90 o e-book)

O Homem Nu

Um dos livros mais conhecidos do escritor, O Homem Nu, de 1960, traz 40 contos e crônicas. O texto que dá título à obra serviu de roteiro para dois filmes - um de Hugo Carvana com Claudio Marzo e outro com o ator Paulo José. São histórias que acompanham desde um delegado às voltas com um crime de morte em que não há nem assassinos nem assassinados até um homem que foi reduzido à metade de si - narradas sempre com inteligência, precisão e humor.

  • Record (208 págs; R$ 59,90)

No Fim dá Certo

Coletânea com 50 crônicas e histórias sobre tudo - dos Natais perdidos da infância aos ensinamentos do pai, passando por encontros com amigos, anedotas com escritores, o choque de gerações, a nostalgia do passado, assovios, etc. Pinçados aqui e ali, alguns trechos de No Fim Dá Certo nos dizem muito hoje. Leia mais sobre o livro.

  • Record (240 págs.; 49,90; R$ 34,90 o e-book)

Fernando Sabino, um dos grandes nomes da literatura e da crônica brasileira, nasceu no dia 12 de outubro de 1923, em Belo Horizonte. Ao longo de sua trajetória como jornalista e escritor, ele criou obras inesquecíveis, como O Encontro Marcado, seu livro mais celebrado, e O Menino no Espelho, uma volta à sua infância.

Morto no dia 11 de outubro de 2004, na véspera de seu aniversário de 81 anos, em decorrência de complicações de um câncer de fígado, ele deixou seu epitáfio: “Aqui jaz Fernando Sabino, nasceu homem, morreu menino.”

Sabino foi amigo próximo de Otto Lara Resende, Paulo Mendes Campos e Helio Pellegrino - dele, de infância. Juntos, eles formavam o chamado grupo dos quatro mineiros. E conviveu outros escritores e artistas como Rubem Braga, Vinicius de Moraes, Carlos Lacerda, Di Cavalcanti, Moacyr Werneck de Castro, Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade e muitos outros.

Escritor que trocou o direito pelo jornalismo e Minas pelo Rio de Janeiro, Fernando Sabino estreou na literatura em 1941 com uma reunião de seus primeiros contos no livro Os Grilos não Cantam Mais (1941). A fama veio em 1956, com a publicação do romance O Encontro Marcado.

Fernando Sabino nasceu no dia 12 de outubro de 1923 e morreu no dia 11 de outubro de 2004 Foto: Fernando Sabino/Acervo Pessoal/Editora Record

“Seu livro me espantou”. Assim começa a carta que Clarice Lispector mandou para o amigo e correspondente de longa data no dia 8 de janeiro de 1957. Ela estava em Washington.

“Comecei lendo suas frases cortantes, que você por assim dizer não comenta e que parece ter a intenção de não dizer nada mais do que dizem, comecei sem saber aonde elas iam dar. Perguntei-me de início aonde você pretendia levar o leitor e se levar. O que me espantou é que - não sei em que momento nem como - me vi inesperadamente dentro do livro, entendendo o que você queria, experimentando tudo”, contiuna. A carta segue - e pode ser lida no livro que reúne toda a correspondência da autora, publicado pelo Rocco, na edição especial de O Encontro Marcado, que a Record está lançando no centenário do escritor, e num outro livro previsto para o ano que vem.

Encontro Marcado, de Fernando Sabino, de 1956, ganha nova edição no centenário de nascimento do escritor mineiro Foto: Reprodução/Record

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A reedição de O Encontro Marcado é apenas um dos projetos editoriais da Record envolvendo a obra de Sabino.

Em 2024, ela prevê o lançamento de uma nova edição de Cartas Perto do Coração - Correspondência com Clarice Lispector, de 2001, com novidades: fotos, fac símiles e conteúdos inéditos.

Ela lança, ainda, de uma versão em quadrinhos de O Grande Mentecapto, por Caco Galhardo. O romance, de 1979, vencedor do Prêmio Jabuti, parte de sua experiência como aspirante no Quartel de Cavalaria de Juiz de Fora.

Biblioteca essencial de Fernando Sabino

No dia do centenário de nascimento do escritor mineiro, conheça alguns dos livros mais importantes de sua bibliografia.

A obra de Fernando Sabino é publicada pela Editora Record Foto: Montagem com capas/Estadão

O Encontro Marcado

Romance com traços autobiográficos, narrado quase que apenas em diálogos e espelho de toda uma geração, O Encontro Marcado, de 1956, foi sucesso de crítica e de público e explora as reflexões e as experiências de um jovem em busca de si e da razão de sua vida. Boemia, dramas e equívocos perpassam a história do personagem, um escritor, às voltas com conflitos que lhe causavam frustração e sufocavam sua vocação. A nova edição, em capa dura e novo projeto gráfico, inclui textos inéditos de Michel Laub e de Adauto Leva, escritor e dono da Livraria Cabeceira, além da carta de Clarice.

  • Record (336 páginas; R$ 109,90; edição comemorativa; R$ 59,90 o tradicional)

O Menino no Espelho

Com humor, fantasia e traquinagem, resultando em um pouco de nostalgia, Fernando Sabino leva seus jovens leitores a um passeio pela infância do pequeno Fernando. Publicado em 1980 e com mais de 100 edições até agora, O Menino no Espelho é um dos livros mais celebrados de Sabino. Nele, o autor mostra as aventuras do garoto que ensina uma galinha a conversar, aprende a voar com os pássaros, fica invisível, visita o Sítio do Picapau Amarelo, brinca - e se conhece e reconhece diante do espelho. “Coloco a mão direita espalmada sobre o espelho. Como era de esperar, ele ao mesmo tempo vem com a sua mão esquerda, encostando-a na minha. Sorrio para ele e ele para mim. Quando volto a olhá-lo no rosto, vejo assombrado que ele continua a sorrir. Como, se agora estou absolutamente sério? Um calafrio me corre pela espinha, arrepiando a pele: há alguém vivo dentro do espelho!”, ele escreve.

  • Record (176 págs.; R$ 59,90; R$ 17,90 o e-book; com ilustrações de Carlos Scliar)

O Grande Mentecapto

De 1979, O Grande Mentecapto é centrado na história de Geraldo Viramundo, um mineiro bem-intencionado, que faz o bem e acredita nas pessoas, mas que acaba sendo usado por elas. Suas aventuras e as reviravoltas de sua vida o levam do seminário ao hospício e ao exército - e a cidades como Ouro Preto, Barbacena, Juiz de Fora, Uberaba, Cataguases, Belo Horizonte e outras. A obra, que remete à experiência de Sabino ao longo de três meses como aspirante no Quartel de Cavalaria de Juiz de Fora, ganhou o Prêmio Jabuti

  • Record (256 págs.; R$ 54,90; R$ 37,90 o e-book)

O Homem Nu

Um dos livros mais conhecidos do escritor, O Homem Nu, de 1960, traz 40 contos e crônicas. O texto que dá título à obra serviu de roteiro para dois filmes - um de Hugo Carvana com Claudio Marzo e outro com o ator Paulo José. São histórias que acompanham desde um delegado às voltas com um crime de morte em que não há nem assassinos nem assassinados até um homem que foi reduzido à metade de si - narradas sempre com inteligência, precisão e humor.

  • Record (208 págs; R$ 59,90)

No Fim dá Certo

Coletânea com 50 crônicas e histórias sobre tudo - dos Natais perdidos da infância aos ensinamentos do pai, passando por encontros com amigos, anedotas com escritores, o choque de gerações, a nostalgia do passado, assovios, etc. Pinçados aqui e ali, alguns trechos de No Fim Dá Certo nos dizem muito hoje. Leia mais sobre o livro.

  • Record (240 págs.; 49,90; R$ 34,90 o e-book)

Fernando Sabino, um dos grandes nomes da literatura e da crônica brasileira, nasceu no dia 12 de outubro de 1923, em Belo Horizonte. Ao longo de sua trajetória como jornalista e escritor, ele criou obras inesquecíveis, como O Encontro Marcado, seu livro mais celebrado, e O Menino no Espelho, uma volta à sua infância.

Morto no dia 11 de outubro de 2004, na véspera de seu aniversário de 81 anos, em decorrência de complicações de um câncer de fígado, ele deixou seu epitáfio: “Aqui jaz Fernando Sabino, nasceu homem, morreu menino.”

Sabino foi amigo próximo de Otto Lara Resende, Paulo Mendes Campos e Helio Pellegrino - dele, de infância. Juntos, eles formavam o chamado grupo dos quatro mineiros. E conviveu outros escritores e artistas como Rubem Braga, Vinicius de Moraes, Carlos Lacerda, Di Cavalcanti, Moacyr Werneck de Castro, Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade e muitos outros.

Escritor que trocou o direito pelo jornalismo e Minas pelo Rio de Janeiro, Fernando Sabino estreou na literatura em 1941 com uma reunião de seus primeiros contos no livro Os Grilos não Cantam Mais (1941). A fama veio em 1956, com a publicação do romance O Encontro Marcado.

Fernando Sabino nasceu no dia 12 de outubro de 1923 e morreu no dia 11 de outubro de 2004 Foto: Fernando Sabino/Acervo Pessoal/Editora Record

“Seu livro me espantou”. Assim começa a carta que Clarice Lispector mandou para o amigo e correspondente de longa data no dia 8 de janeiro de 1957. Ela estava em Washington.

“Comecei lendo suas frases cortantes, que você por assim dizer não comenta e que parece ter a intenção de não dizer nada mais do que dizem, comecei sem saber aonde elas iam dar. Perguntei-me de início aonde você pretendia levar o leitor e se levar. O que me espantou é que - não sei em que momento nem como - me vi inesperadamente dentro do livro, entendendo o que você queria, experimentando tudo”, contiuna. A carta segue - e pode ser lida no livro que reúne toda a correspondência da autora, publicado pelo Rocco, na edição especial de O Encontro Marcado, que a Record está lançando no centenário do escritor, e num outro livro previsto para o ano que vem.

Encontro Marcado, de Fernando Sabino, de 1956, ganha nova edição no centenário de nascimento do escritor mineiro Foto: Reprodução/Record

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A reedição de O Encontro Marcado é apenas um dos projetos editoriais da Record envolvendo a obra de Sabino.

Em 2024, ela prevê o lançamento de uma nova edição de Cartas Perto do Coração - Correspondência com Clarice Lispector, de 2001, com novidades: fotos, fac símiles e conteúdos inéditos.

Ela lança, ainda, de uma versão em quadrinhos de O Grande Mentecapto, por Caco Galhardo. O romance, de 1979, vencedor do Prêmio Jabuti, parte de sua experiência como aspirante no Quartel de Cavalaria de Juiz de Fora.

Biblioteca essencial de Fernando Sabino

No dia do centenário de nascimento do escritor mineiro, conheça alguns dos livros mais importantes de sua bibliografia.

A obra de Fernando Sabino é publicada pela Editora Record Foto: Montagem com capas/Estadão

O Encontro Marcado

Romance com traços autobiográficos, narrado quase que apenas em diálogos e espelho de toda uma geração, O Encontro Marcado, de 1956, foi sucesso de crítica e de público e explora as reflexões e as experiências de um jovem em busca de si e da razão de sua vida. Boemia, dramas e equívocos perpassam a história do personagem, um escritor, às voltas com conflitos que lhe causavam frustração e sufocavam sua vocação. A nova edição, em capa dura e novo projeto gráfico, inclui textos inéditos de Michel Laub e de Adauto Leva, escritor e dono da Livraria Cabeceira, além da carta de Clarice.

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Com humor, fantasia e traquinagem, resultando em um pouco de nostalgia, Fernando Sabino leva seus jovens leitores a um passeio pela infância do pequeno Fernando. Publicado em 1980 e com mais de 100 edições até agora, O Menino no Espelho é um dos livros mais celebrados de Sabino. Nele, o autor mostra as aventuras do garoto que ensina uma galinha a conversar, aprende a voar com os pássaros, fica invisível, visita o Sítio do Picapau Amarelo, brinca - e se conhece e reconhece diante do espelho. “Coloco a mão direita espalmada sobre o espelho. Como era de esperar, ele ao mesmo tempo vem com a sua mão esquerda, encostando-a na minha. Sorrio para ele e ele para mim. Quando volto a olhá-lo no rosto, vejo assombrado que ele continua a sorrir. Como, se agora estou absolutamente sério? Um calafrio me corre pela espinha, arrepiando a pele: há alguém vivo dentro do espelho!”, ele escreve.

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De 1979, O Grande Mentecapto é centrado na história de Geraldo Viramundo, um mineiro bem-intencionado, que faz o bem e acredita nas pessoas, mas que acaba sendo usado por elas. Suas aventuras e as reviravoltas de sua vida o levam do seminário ao hospício e ao exército - e a cidades como Ouro Preto, Barbacena, Juiz de Fora, Uberaba, Cataguases, Belo Horizonte e outras. A obra, que remete à experiência de Sabino ao longo de três meses como aspirante no Quartel de Cavalaria de Juiz de Fora, ganhou o Prêmio Jabuti

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Um dos livros mais conhecidos do escritor, O Homem Nu, de 1960, traz 40 contos e crônicas. O texto que dá título à obra serviu de roteiro para dois filmes - um de Hugo Carvana com Claudio Marzo e outro com o ator Paulo José. São histórias que acompanham desde um delegado às voltas com um crime de morte em que não há nem assassinos nem assassinados até um homem que foi reduzido à metade de si - narradas sempre com inteligência, precisão e humor.

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Coletânea com 50 crônicas e histórias sobre tudo - dos Natais perdidos da infância aos ensinamentos do pai, passando por encontros com amigos, anedotas com escritores, o choque de gerações, a nostalgia do passado, assovios, etc. Pinçados aqui e ali, alguns trechos de No Fim Dá Certo nos dizem muito hoje. Leia mais sobre o livro.

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