Flip 2018: Jovens da periferia de SP se encontram com Djamila Ribeiro


A autora de 'O Que é o Lugar da Fala?' é uma inspiração para os meninos e meninas do coletivo Encrespados e da Biblioteca Caminhos da Leitura, de Parelheiros, que procuram, na Flip, histórias parecidas com as suas - contadas, também, por Geovani Martins e Conceição Evaristo

Por Maria Fernanda Rodrigues

PARATY - Quando Bruno Souza veio à Festa Literária Internacional de Paraty, em 2014, ele não ficou à vontade. “Eu percebi que esse não era um espaço meu – por eu não estar dentro do universo literário, por ser um evento caro e também porque era caro consumir literatura”, contou. Ele tinha 19 anos, estava começando a trocar os gibis por outros livros e estava descobrindo a Biblioteca Comunitária Caminhos da Leitura, que funciona num cemitério, na casa do coveiro, em Parelheiros. Hoje, esse estudante do segundo ano de pedagogia volta à Flip 2018. Seguro. 

Tietagem. Amanda, Djamila e Bruno: exemplo. Foto: Maria Fernanda Rodrigues/Estadão Foto:

“Com o tempo e com as leituras que fomos fazendo dos livros e de outras histórias, fui percebendo que estar aqui é começar a dizer que esse espaço também é nosso”, disse ao Estado na quarta-feira, 25, enquanto a organização fazia os últimos acertos para a abertura da 16.ª edição da festa. Bruninho, 22, não estava sozinho. Ao seu lado estavam Amanda da Silva Pereira, 18 anos, colega de faculdade e do coletivo Encrespados, e outros seis jovens do mesmo grupo que defende a equidade de gênero e a identidade étnica e leva programação de cultura negra para as escolas.

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Chegar aqui não foi fácil. Usaram parte do dinheiro de um prêmio que receberam para pagar o aluguel de uma casa distante 40 minutos a pé do Centro Histórico. A Fundação Tide Setubal garantiu alguns ingressos, que eles dividiram entre si, e uma ajuda total de R$ 800 para a alimentação. Estão muito animados, sabem a programação na ponta da língua. Querem ver muita coisa, encontrar os escritores que estão lendo, mas, sobretudo, reforça Bruno, “querem encontrar mais narrativas que tenham a ver com as nossas histórias, com a realidade das periferias do Brasil”.

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E estão ansiosos para ver e ouvir quem? Djamila Ribeiro, Geovani Martins e Conceição Evaristo, respondem sem titubear. “Djamila é uma ativista negra, que fala do feminismo e das nossas dores, da dor da mulher negra, e ela é uma pessoa que representa muito para mim”, conta Amanda, que começou a ler apenas recentemente, motivada por Bruninho. “Como estou muito recente nesse movimento de literatura, espero adquirir conhecimento, me ressignificar e expandir o meu olhar”, completa, sobre a expectativa para a festa que segue até domingo.

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Na tarde desta quinta-feira, 26, a convite do Estado, os dois se sentaram para conversar um pouquinho com a autora de O Que é Lugar de Fala? (Letramento) e Quem Tem Medo do Feminismo Negro? (Companhia das Letras). “Você é uma grande inspiração. É muito lindo te acompanhar nos lugares aonde vai. É uma oportunidade de romper com as histórias únicas que nos disseram. Você trilhando essa trajetória, levando outras e outros, está ensinando para a gente o que fazer”, disse Bruno, só sorrisos, a Djamila. Amanda estava trêmula, não conseguia falar, escondeu o rosto emocionada. 

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+++ Flip chega à 16.ª edição abrindo espaço para editoras menores e casas colaborativas

“Calma, somos amigas”, brincou a escritora, segurando sua mão. Para ajudar a relaxar, perguntou à dupla sobre a faculdade e contou um pouco sobre sua trajetória e sobre a luta. Bruno pediu dicas de livros e contou que, no dia anterior, quando o grupo estava caminhando de volta para casa, eles se perguntaram qual seria a Flip dos sonhos de cada um, já dando sua resposta antes de perguntar qual seria a de Djamila: a que homenageasse Carolina Maria de Jesus. A escritora e ativista disse que concordava, e acrescentou: no seu sonho, haveria uma diversidade concreta. 

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“Esse momento é muito mágico”, disse Bruninho. “Ouvimos de você o que temos vontade de falar. É muito bonito ver o seu respeito pelos mais jovens e pelos que vieram antes. Estar com você aqui é perceber que é difícil, é árduo, mas estamos subindo alguns degraus.” Ela completa: “E é perceber que temos história”.

Ela comentou sobre o ativismo dos meninos. “Tão jovens e já têm a consciência de levar essas questões para outros espaços. Isso muda a vida. Mudou a minha, a de vocês.”

“É muita potência”, disse Amanda, aliviada e feliz, na frente da casa da Companhia das Letras, depois de se despedir de Djamila. “Parece que estimula a gente a querer mais, a querer saber mais.” Bruno emendou: “E a estar mais junto. Isso tudo nos dá a certeza de que esse lugar é nosso e que a gente merece estar aqui”.

PARATY - Quando Bruno Souza veio à Festa Literária Internacional de Paraty, em 2014, ele não ficou à vontade. “Eu percebi que esse não era um espaço meu – por eu não estar dentro do universo literário, por ser um evento caro e também porque era caro consumir literatura”, contou. Ele tinha 19 anos, estava começando a trocar os gibis por outros livros e estava descobrindo a Biblioteca Comunitária Caminhos da Leitura, que funciona num cemitério, na casa do coveiro, em Parelheiros. Hoje, esse estudante do segundo ano de pedagogia volta à Flip 2018. Seguro. 

Tietagem. Amanda, Djamila e Bruno: exemplo. Foto: Maria Fernanda Rodrigues/Estadão Foto:

“Com o tempo e com as leituras que fomos fazendo dos livros e de outras histórias, fui percebendo que estar aqui é começar a dizer que esse espaço também é nosso”, disse ao Estado na quarta-feira, 25, enquanto a organização fazia os últimos acertos para a abertura da 16.ª edição da festa. Bruninho, 22, não estava sozinho. Ao seu lado estavam Amanda da Silva Pereira, 18 anos, colega de faculdade e do coletivo Encrespados, e outros seis jovens do mesmo grupo que defende a equidade de gênero e a identidade étnica e leva programação de cultura negra para as escolas.

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Ela comentou sobre o ativismo dos meninos. “Tão jovens e já têm a consciência de levar essas questões para outros espaços. Isso muda a vida. Mudou a minha, a de vocês.”

“É muita potência”, disse Amanda, aliviada e feliz, na frente da casa da Companhia das Letras, depois de se despedir de Djamila. “Parece que estimula a gente a querer mais, a querer saber mais.” Bruno emendou: “E a estar mais junto. Isso tudo nos dá a certeza de que esse lugar é nosso e que a gente merece estar aqui”.

PARATY - Quando Bruno Souza veio à Festa Literária Internacional de Paraty, em 2014, ele não ficou à vontade. “Eu percebi que esse não era um espaço meu – por eu não estar dentro do universo literário, por ser um evento caro e também porque era caro consumir literatura”, contou. Ele tinha 19 anos, estava começando a trocar os gibis por outros livros e estava descobrindo a Biblioteca Comunitária Caminhos da Leitura, que funciona num cemitério, na casa do coveiro, em Parelheiros. Hoje, esse estudante do segundo ano de pedagogia volta à Flip 2018. Seguro. 

Tietagem. Amanda, Djamila e Bruno: exemplo. Foto: Maria Fernanda Rodrigues/Estadão Foto:

“Com o tempo e com as leituras que fomos fazendo dos livros e de outras histórias, fui percebendo que estar aqui é começar a dizer que esse espaço também é nosso”, disse ao Estado na quarta-feira, 25, enquanto a organização fazia os últimos acertos para a abertura da 16.ª edição da festa. Bruninho, 22, não estava sozinho. Ao seu lado estavam Amanda da Silva Pereira, 18 anos, colega de faculdade e do coletivo Encrespados, e outros seis jovens do mesmo grupo que defende a equidade de gênero e a identidade étnica e leva programação de cultura negra para as escolas.

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Chegar aqui não foi fácil. Usaram parte do dinheiro de um prêmio que receberam para pagar o aluguel de uma casa distante 40 minutos a pé do Centro Histórico. A Fundação Tide Setubal garantiu alguns ingressos, que eles dividiram entre si, e uma ajuda total de R$ 800 para a alimentação. Estão muito animados, sabem a programação na ponta da língua. Querem ver muita coisa, encontrar os escritores que estão lendo, mas, sobretudo, reforça Bruno, “querem encontrar mais narrativas que tenham a ver com as nossas histórias, com a realidade das periferias do Brasil”.

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Na tarde desta quinta-feira, 26, a convite do Estado, os dois se sentaram para conversar um pouquinho com a autora de O Que é Lugar de Fala? (Letramento) e Quem Tem Medo do Feminismo Negro? (Companhia das Letras). “Você é uma grande inspiração. É muito lindo te acompanhar nos lugares aonde vai. É uma oportunidade de romper com as histórias únicas que nos disseram. Você trilhando essa trajetória, levando outras e outros, está ensinando para a gente o que fazer”, disse Bruno, só sorrisos, a Djamila. Amanda estava trêmula, não conseguia falar, escondeu o rosto emocionada. 

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“Calma, somos amigas”, brincou a escritora, segurando sua mão. Para ajudar a relaxar, perguntou à dupla sobre a faculdade e contou um pouco sobre sua trajetória e sobre a luta. Bruno pediu dicas de livros e contou que, no dia anterior, quando o grupo estava caminhando de volta para casa, eles se perguntaram qual seria a Flip dos sonhos de cada um, já dando sua resposta antes de perguntar qual seria a de Djamila: a que homenageasse Carolina Maria de Jesus. A escritora e ativista disse que concordava, e acrescentou: no seu sonho, haveria uma diversidade concreta. 

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“Esse momento é muito mágico”, disse Bruninho. “Ouvimos de você o que temos vontade de falar. É muito bonito ver o seu respeito pelos mais jovens e pelos que vieram antes. Estar com você aqui é perceber que é difícil, é árduo, mas estamos subindo alguns degraus.” Ela completa: “E é perceber que temos história”.

Ela comentou sobre o ativismo dos meninos. “Tão jovens e já têm a consciência de levar essas questões para outros espaços. Isso muda a vida. Mudou a minha, a de vocês.”

“É muita potência”, disse Amanda, aliviada e feliz, na frente da casa da Companhia das Letras, depois de se despedir de Djamila. “Parece que estimula a gente a querer mais, a querer saber mais.” Bruno emendou: “E a estar mais junto. Isso tudo nos dá a certeza de que esse lugar é nosso e que a gente merece estar aqui”.

PARATY - Quando Bruno Souza veio à Festa Literária Internacional de Paraty, em 2014, ele não ficou à vontade. “Eu percebi que esse não era um espaço meu – por eu não estar dentro do universo literário, por ser um evento caro e também porque era caro consumir literatura”, contou. Ele tinha 19 anos, estava começando a trocar os gibis por outros livros e estava descobrindo a Biblioteca Comunitária Caminhos da Leitura, que funciona num cemitério, na casa do coveiro, em Parelheiros. Hoje, esse estudante do segundo ano de pedagogia volta à Flip 2018. Seguro. 

Tietagem. Amanda, Djamila e Bruno: exemplo. Foto: Maria Fernanda Rodrigues/Estadão Foto:

“Com o tempo e com as leituras que fomos fazendo dos livros e de outras histórias, fui percebendo que estar aqui é começar a dizer que esse espaço também é nosso”, disse ao Estado na quarta-feira, 25, enquanto a organização fazia os últimos acertos para a abertura da 16.ª edição da festa. Bruninho, 22, não estava sozinho. Ao seu lado estavam Amanda da Silva Pereira, 18 anos, colega de faculdade e do coletivo Encrespados, e outros seis jovens do mesmo grupo que defende a equidade de gênero e a identidade étnica e leva programação de cultura negra para as escolas.

+++ Flip 2018: Wagner Schwartz, de 'La Bête', reflete sobre arte e política em Paraty

Chegar aqui não foi fácil. Usaram parte do dinheiro de um prêmio que receberam para pagar o aluguel de uma casa distante 40 minutos a pé do Centro Histórico. A Fundação Tide Setubal garantiu alguns ingressos, que eles dividiram entre si, e uma ajuda total de R$ 800 para a alimentação. Estão muito animados, sabem a programação na ponta da língua. Querem ver muita coisa, encontrar os escritores que estão lendo, mas, sobretudo, reforça Bruno, “querem encontrar mais narrativas que tenham a ver com as nossas histórias, com a realidade das periferias do Brasil”.

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E estão ansiosos para ver e ouvir quem? Djamila Ribeiro, Geovani Martins e Conceição Evaristo, respondem sem titubear. “Djamila é uma ativista negra, que fala do feminismo e das nossas dores, da dor da mulher negra, e ela é uma pessoa que representa muito para mim”, conta Amanda, que começou a ler apenas recentemente, motivada por Bruninho. “Como estou muito recente nesse movimento de literatura, espero adquirir conhecimento, me ressignificar e expandir o meu olhar”, completa, sobre a expectativa para a festa que segue até domingo.

+++ Fernanda Montenegro e Jocy de Oliveira homenageiam Hilda Hilst na abertura da Flip

Na tarde desta quinta-feira, 26, a convite do Estado, os dois se sentaram para conversar um pouquinho com a autora de O Que é Lugar de Fala? (Letramento) e Quem Tem Medo do Feminismo Negro? (Companhia das Letras). “Você é uma grande inspiração. É muito lindo te acompanhar nos lugares aonde vai. É uma oportunidade de romper com as histórias únicas que nos disseram. Você trilhando essa trajetória, levando outras e outros, está ensinando para a gente o que fazer”, disse Bruno, só sorrisos, a Djamila. Amanda estava trêmula, não conseguia falar, escondeu o rosto emocionada. 

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“Calma, somos amigas”, brincou a escritora, segurando sua mão. Para ajudar a relaxar, perguntou à dupla sobre a faculdade e contou um pouco sobre sua trajetória e sobre a luta. Bruno pediu dicas de livros e contou que, no dia anterior, quando o grupo estava caminhando de volta para casa, eles se perguntaram qual seria a Flip dos sonhos de cada um, já dando sua resposta antes de perguntar qual seria a de Djamila: a que homenageasse Carolina Maria de Jesus. A escritora e ativista disse que concordava, e acrescentou: no seu sonho, haveria uma diversidade concreta. 

+++ Homenagem na Flip 2018 intensifica a presença de Hilda Hilst nas livrarias

“Esse momento é muito mágico”, disse Bruninho. “Ouvimos de você o que temos vontade de falar. É muito bonito ver o seu respeito pelos mais jovens e pelos que vieram antes. Estar com você aqui é perceber que é difícil, é árduo, mas estamos subindo alguns degraus.” Ela completa: “E é perceber que temos história”.

Ela comentou sobre o ativismo dos meninos. “Tão jovens e já têm a consciência de levar essas questões para outros espaços. Isso muda a vida. Mudou a minha, a de vocês.”

“É muita potência”, disse Amanda, aliviada e feliz, na frente da casa da Companhia das Letras, depois de se despedir de Djamila. “Parece que estimula a gente a querer mais, a querer saber mais.” Bruno emendou: “E a estar mais junto. Isso tudo nos dá a certeza de que esse lugar é nosso e que a gente merece estar aqui”.

PARATY - Quando Bruno Souza veio à Festa Literária Internacional de Paraty, em 2014, ele não ficou à vontade. “Eu percebi que esse não era um espaço meu – por eu não estar dentro do universo literário, por ser um evento caro e também porque era caro consumir literatura”, contou. Ele tinha 19 anos, estava começando a trocar os gibis por outros livros e estava descobrindo a Biblioteca Comunitária Caminhos da Leitura, que funciona num cemitério, na casa do coveiro, em Parelheiros. Hoje, esse estudante do segundo ano de pedagogia volta à Flip 2018. Seguro. 

Tietagem. Amanda, Djamila e Bruno: exemplo. Foto: Maria Fernanda Rodrigues/Estadão Foto:

“Com o tempo e com as leituras que fomos fazendo dos livros e de outras histórias, fui percebendo que estar aqui é começar a dizer que esse espaço também é nosso”, disse ao Estado na quarta-feira, 25, enquanto a organização fazia os últimos acertos para a abertura da 16.ª edição da festa. Bruninho, 22, não estava sozinho. Ao seu lado estavam Amanda da Silva Pereira, 18 anos, colega de faculdade e do coletivo Encrespados, e outros seis jovens do mesmo grupo que defende a equidade de gênero e a identidade étnica e leva programação de cultura negra para as escolas.

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Chegar aqui não foi fácil. Usaram parte do dinheiro de um prêmio que receberam para pagar o aluguel de uma casa distante 40 minutos a pé do Centro Histórico. A Fundação Tide Setubal garantiu alguns ingressos, que eles dividiram entre si, e uma ajuda total de R$ 800 para a alimentação. Estão muito animados, sabem a programação na ponta da língua. Querem ver muita coisa, encontrar os escritores que estão lendo, mas, sobretudo, reforça Bruno, “querem encontrar mais narrativas que tenham a ver com as nossas histórias, com a realidade das periferias do Brasil”.

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E estão ansiosos para ver e ouvir quem? Djamila Ribeiro, Geovani Martins e Conceição Evaristo, respondem sem titubear. “Djamila é uma ativista negra, que fala do feminismo e das nossas dores, da dor da mulher negra, e ela é uma pessoa que representa muito para mim”, conta Amanda, que começou a ler apenas recentemente, motivada por Bruninho. “Como estou muito recente nesse movimento de literatura, espero adquirir conhecimento, me ressignificar e expandir o meu olhar”, completa, sobre a expectativa para a festa que segue até domingo.

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Na tarde desta quinta-feira, 26, a convite do Estado, os dois se sentaram para conversar um pouquinho com a autora de O Que é Lugar de Fala? (Letramento) e Quem Tem Medo do Feminismo Negro? (Companhia das Letras). “Você é uma grande inspiração. É muito lindo te acompanhar nos lugares aonde vai. É uma oportunidade de romper com as histórias únicas que nos disseram. Você trilhando essa trajetória, levando outras e outros, está ensinando para a gente o que fazer”, disse Bruno, só sorrisos, a Djamila. Amanda estava trêmula, não conseguia falar, escondeu o rosto emocionada. 

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“Calma, somos amigas”, brincou a escritora, segurando sua mão. Para ajudar a relaxar, perguntou à dupla sobre a faculdade e contou um pouco sobre sua trajetória e sobre a luta. Bruno pediu dicas de livros e contou que, no dia anterior, quando o grupo estava caminhando de volta para casa, eles se perguntaram qual seria a Flip dos sonhos de cada um, já dando sua resposta antes de perguntar qual seria a de Djamila: a que homenageasse Carolina Maria de Jesus. A escritora e ativista disse que concordava, e acrescentou: no seu sonho, haveria uma diversidade concreta. 

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“Esse momento é muito mágico”, disse Bruninho. “Ouvimos de você o que temos vontade de falar. É muito bonito ver o seu respeito pelos mais jovens e pelos que vieram antes. Estar com você aqui é perceber que é difícil, é árduo, mas estamos subindo alguns degraus.” Ela completa: “E é perceber que temos história”.

Ela comentou sobre o ativismo dos meninos. “Tão jovens e já têm a consciência de levar essas questões para outros espaços. Isso muda a vida. Mudou a minha, a de vocês.”

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