Flip 2024 começa com editoras independentes isoladas e reclamação; entenda


Editores alegam que mudanças na organização da Praça Aberta prejudicarão o fluxo de pessoas e as vendas; Flip diz que projeto ‘foi elaborado para que todos pudessem realizar suas atividades da melhor maneira possível’

Por Julia Queiroz

PARATY - A 22ª Festa Literária Internacional de Paraty começou nesta quarta, 9, em clima de descontentamento por parte das editoras independentes que participam do evento. Expositores relataram ao Estadão que uma mudança feita pela organização na área dedicada a essas editoras, num espaço que o evento denominou de Praça Aberta e que fica no Areal do Pontal, vai prejudicar o fluxo de visitantes e, portanto, as vendas.

A Flip se espalha pelo Centro Histórico de Paraty. Esta Praça Aberta fica do outro lado do rio. Até o ano passado, bastava sair da Tenda dos Autores ou do Telão e atravessar uma pequena ponte para chegar a ela. O visitante encontrava algumas barracas de artesanato e comida e logo estava diante das bancadas das editoras independentes.

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Neste ano, o caminho é mais longo. Primeiro porque os editores foram posicionados no final deste espaço. Ou seja, são os últimos da fila - depois do Auditório do Pontal, uma exposição, uma feira de economia criativa, expositores de artesanato e das barracas de comida. Esse é o motivo da reclamação deles.

Além disso, a própria tenda principal, onde ocorrem as mesas da programação oficial, também mudou de lugar. Embora ainda esteja situada na Praça da Matriz, ela está um pouco mais para dentro do Centro Histórico - e mais longe do Areal do Pontal. São cerca de 400 metros de distância.

Visão da ponte que leva do Centro Histórico de Paraty à Praça Aberta da Flip 2024. Na esquerda, está o Auditório do Pontal. As editoras independente estão localizadas no final do Areal do Pontal, à direita na imagem. Foto: Julia Queiroz/Estadão
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“Nós viramos a última coisa desse corredor, depois inclusive dos artesanatos, das roupas e das comidas. Ou seja, o livro foi despriorizado”, argumenta Chris Fuscaldo, fundadora da Garota Books FM, especializada em livros de história da música.

Conforme apurado pelo Estadão, a organização da Flip apresentou aos editores um mapa prévio diferente do que foi implementado no evento. Fuscaldo diz que se surpreendeu na noite de terça, 8, quando chegou a Paraty e foi conferir o espaço da Praça Aberta. “Fiquei tentando entender por que haviam feito essa troca e entendi na hora que perderíamos o fluxo de gente que tivemos nos anos anteriores. As editoras independentes ficavam do lado da saída da ponte, então todo mundo passava por elas para chegar no auditório, no café, na Flipei”, diz.

A Flipei, a Festa Literária Pirata, organizada também por editoras independentes - em um barco em suas primeiras edições - não foi à Flip este ano.

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João Varella, da editora Lote 42, afirma que a mudança deve prejudicar as vendas das editores menores, em especial por conta do investimento que precisa ser feito para a participação na festa. O valor cobrado pelo espaço varia de R$ 1,5 mil a R$ 3 mil. A Lote 42 e a Garota FM Books investiram em dois estandes cada uma, e ressaltam os gastos com logística, transporte, hospedagem e etc.

“O meu investimento foi de R$ 12 mil. Ano passado, vendi cerca de R$ 6 mil e saí no zero a zero, mas feliz. Fizemos nosso marketing e tudo mais. Esse ano, temos mais títulos, a expectativa era alta, mas agora já não sei mais”, afirma Fuscaldo. Varella completa: “R$ 12 mil para uma editora pequena é muito dinheiro. Para nós, é muita coisa. É decepcionante chegar com essa expectativa de acrescentar à Flip, mas ver que a coisa pode não acontecer.”

Estandes de editoras independentes na Flip 2024. Foto: Julia Queiroz/Estadão
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Os editores entraram em contato com a produção da Flip e uma das produtoras do evento chegou a conversar com alguns dos expositores pessoalmente. A organização pediu que uma reclamação formal fosse feita por e-mail. “Faltou transparência. Talvez não tivéssemos investido tanto, ou até não teríamos vindo se soubéssemos que seria assim”, diz Varella.

Ao Estadão, a Flip disse, por meio de nota, que “o projeto arquitetônico e urbanístico da Praça Aberta deste ano foi elaborado para que todos os atores que ocupam esse espaço da Flip pudessem realizar suas atividades da melhor maneira possível” (leia abaixo na íntegra).

A Flip foi aberta oficialmente na noite desta quarta, 9, com uma mesa sobre João do Rio, o autor homenageado desta edição. A programação oficial terá 20 mesas e autores como Édouard Louis, Léonora Miano, Carla Madeira e Jeferson Tenório. Outras editoras independentes participam com casas coletivas e em outros espaços.

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Para quem quer acompanhar de casa, os debates da programação oficial serão transmitidos no canal oficial do YouTube do evento.

Nota da Flip

Criada em 2018 como uma ampliação simbólica da Praça da Matriz no Areal do Pontal, a Praça Aberta é um espaço de fortalecimento do diálogo entre escritores, artistas, moradores e visitantes. O projeto arquitetônico e urbanístico da Praça Aberta deste ano foi elaborado para que todos os atores que ocupam esse espaço da Flip pudessem realizar suas atividades da melhor maneira possível. O diálogo com múltiplos atores sempre foi fundamental na construção da Flip. Há mais de 20 anos, a Flip produz arquiteturas de temporalidade intermediária, fruto de pesquisa e interpretação daquilo que emerge a cada ano.

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A repórter viajou a convite do Instituto CCR

PARATY - A 22ª Festa Literária Internacional de Paraty começou nesta quarta, 9, em clima de descontentamento por parte das editoras independentes que participam do evento. Expositores relataram ao Estadão que uma mudança feita pela organização na área dedicada a essas editoras, num espaço que o evento denominou de Praça Aberta e que fica no Areal do Pontal, vai prejudicar o fluxo de visitantes e, portanto, as vendas.

A Flip se espalha pelo Centro Histórico de Paraty. Esta Praça Aberta fica do outro lado do rio. Até o ano passado, bastava sair da Tenda dos Autores ou do Telão e atravessar uma pequena ponte para chegar a ela. O visitante encontrava algumas barracas de artesanato e comida e logo estava diante das bancadas das editoras independentes.

Neste ano, o caminho é mais longo. Primeiro porque os editores foram posicionados no final deste espaço. Ou seja, são os últimos da fila - depois do Auditório do Pontal, uma exposição, uma feira de economia criativa, expositores de artesanato e das barracas de comida. Esse é o motivo da reclamação deles.

Além disso, a própria tenda principal, onde ocorrem as mesas da programação oficial, também mudou de lugar. Embora ainda esteja situada na Praça da Matriz, ela está um pouco mais para dentro do Centro Histórico - e mais longe do Areal do Pontal. São cerca de 400 metros de distância.

Visão da ponte que leva do Centro Histórico de Paraty à Praça Aberta da Flip 2024. Na esquerda, está o Auditório do Pontal. As editoras independente estão localizadas no final do Areal do Pontal, à direita na imagem. Foto: Julia Queiroz/Estadão

“Nós viramos a última coisa desse corredor, depois inclusive dos artesanatos, das roupas e das comidas. Ou seja, o livro foi despriorizado”, argumenta Chris Fuscaldo, fundadora da Garota Books FM, especializada em livros de história da música.

Conforme apurado pelo Estadão, a organização da Flip apresentou aos editores um mapa prévio diferente do que foi implementado no evento. Fuscaldo diz que se surpreendeu na noite de terça, 8, quando chegou a Paraty e foi conferir o espaço da Praça Aberta. “Fiquei tentando entender por que haviam feito essa troca e entendi na hora que perderíamos o fluxo de gente que tivemos nos anos anteriores. As editoras independentes ficavam do lado da saída da ponte, então todo mundo passava por elas para chegar no auditório, no café, na Flipei”, diz.

A Flipei, a Festa Literária Pirata, organizada também por editoras independentes - em um barco em suas primeiras edições - não foi à Flip este ano.

João Varella, da editora Lote 42, afirma que a mudança deve prejudicar as vendas das editores menores, em especial por conta do investimento que precisa ser feito para a participação na festa. O valor cobrado pelo espaço varia de R$ 1,5 mil a R$ 3 mil. A Lote 42 e a Garota FM Books investiram em dois estandes cada uma, e ressaltam os gastos com logística, transporte, hospedagem e etc.

“O meu investimento foi de R$ 12 mil. Ano passado, vendi cerca de R$ 6 mil e saí no zero a zero, mas feliz. Fizemos nosso marketing e tudo mais. Esse ano, temos mais títulos, a expectativa era alta, mas agora já não sei mais”, afirma Fuscaldo. Varella completa: “R$ 12 mil para uma editora pequena é muito dinheiro. Para nós, é muita coisa. É decepcionante chegar com essa expectativa de acrescentar à Flip, mas ver que a coisa pode não acontecer.”

Estandes de editoras independentes na Flip 2024. Foto: Julia Queiroz/Estadão

Os editores entraram em contato com a produção da Flip e uma das produtoras do evento chegou a conversar com alguns dos expositores pessoalmente. A organização pediu que uma reclamação formal fosse feita por e-mail. “Faltou transparência. Talvez não tivéssemos investido tanto, ou até não teríamos vindo se soubéssemos que seria assim”, diz Varella.

Ao Estadão, a Flip disse, por meio de nota, que “o projeto arquitetônico e urbanístico da Praça Aberta deste ano foi elaborado para que todos os atores que ocupam esse espaço da Flip pudessem realizar suas atividades da melhor maneira possível” (leia abaixo na íntegra).

A Flip foi aberta oficialmente na noite desta quarta, 9, com uma mesa sobre João do Rio, o autor homenageado desta edição. A programação oficial terá 20 mesas e autores como Édouard Louis, Léonora Miano, Carla Madeira e Jeferson Tenório. Outras editoras independentes participam com casas coletivas e em outros espaços.

Para quem quer acompanhar de casa, os debates da programação oficial serão transmitidos no canal oficial do YouTube do evento.

Nota da Flip

Criada em 2018 como uma ampliação simbólica da Praça da Matriz no Areal do Pontal, a Praça Aberta é um espaço de fortalecimento do diálogo entre escritores, artistas, moradores e visitantes. O projeto arquitetônico e urbanístico da Praça Aberta deste ano foi elaborado para que todos os atores que ocupam esse espaço da Flip pudessem realizar suas atividades da melhor maneira possível. O diálogo com múltiplos atores sempre foi fundamental na construção da Flip. Há mais de 20 anos, a Flip produz arquiteturas de temporalidade intermediária, fruto de pesquisa e interpretação daquilo que emerge a cada ano.

A repórter viajou a convite do Instituto CCR

PARATY - A 22ª Festa Literária Internacional de Paraty começou nesta quarta, 9, em clima de descontentamento por parte das editoras independentes que participam do evento. Expositores relataram ao Estadão que uma mudança feita pela organização na área dedicada a essas editoras, num espaço que o evento denominou de Praça Aberta e que fica no Areal do Pontal, vai prejudicar o fluxo de visitantes e, portanto, as vendas.

A Flip se espalha pelo Centro Histórico de Paraty. Esta Praça Aberta fica do outro lado do rio. Até o ano passado, bastava sair da Tenda dos Autores ou do Telão e atravessar uma pequena ponte para chegar a ela. O visitante encontrava algumas barracas de artesanato e comida e logo estava diante das bancadas das editoras independentes.

Neste ano, o caminho é mais longo. Primeiro porque os editores foram posicionados no final deste espaço. Ou seja, são os últimos da fila - depois do Auditório do Pontal, uma exposição, uma feira de economia criativa, expositores de artesanato e das barracas de comida. Esse é o motivo da reclamação deles.

Além disso, a própria tenda principal, onde ocorrem as mesas da programação oficial, também mudou de lugar. Embora ainda esteja situada na Praça da Matriz, ela está um pouco mais para dentro do Centro Histórico - e mais longe do Areal do Pontal. São cerca de 400 metros de distância.

Visão da ponte que leva do Centro Histórico de Paraty à Praça Aberta da Flip 2024. Na esquerda, está o Auditório do Pontal. As editoras independente estão localizadas no final do Areal do Pontal, à direita na imagem. Foto: Julia Queiroz/Estadão

“Nós viramos a última coisa desse corredor, depois inclusive dos artesanatos, das roupas e das comidas. Ou seja, o livro foi despriorizado”, argumenta Chris Fuscaldo, fundadora da Garota Books FM, especializada em livros de história da música.

Conforme apurado pelo Estadão, a organização da Flip apresentou aos editores um mapa prévio diferente do que foi implementado no evento. Fuscaldo diz que se surpreendeu na noite de terça, 8, quando chegou a Paraty e foi conferir o espaço da Praça Aberta. “Fiquei tentando entender por que haviam feito essa troca e entendi na hora que perderíamos o fluxo de gente que tivemos nos anos anteriores. As editoras independentes ficavam do lado da saída da ponte, então todo mundo passava por elas para chegar no auditório, no café, na Flipei”, diz.

A Flipei, a Festa Literária Pirata, organizada também por editoras independentes - em um barco em suas primeiras edições - não foi à Flip este ano.

João Varella, da editora Lote 42, afirma que a mudança deve prejudicar as vendas das editores menores, em especial por conta do investimento que precisa ser feito para a participação na festa. O valor cobrado pelo espaço varia de R$ 1,5 mil a R$ 3 mil. A Lote 42 e a Garota FM Books investiram em dois estandes cada uma, e ressaltam os gastos com logística, transporte, hospedagem e etc.

“O meu investimento foi de R$ 12 mil. Ano passado, vendi cerca de R$ 6 mil e saí no zero a zero, mas feliz. Fizemos nosso marketing e tudo mais. Esse ano, temos mais títulos, a expectativa era alta, mas agora já não sei mais”, afirma Fuscaldo. Varella completa: “R$ 12 mil para uma editora pequena é muito dinheiro. Para nós, é muita coisa. É decepcionante chegar com essa expectativa de acrescentar à Flip, mas ver que a coisa pode não acontecer.”

Estandes de editoras independentes na Flip 2024. Foto: Julia Queiroz/Estadão

Os editores entraram em contato com a produção da Flip e uma das produtoras do evento chegou a conversar com alguns dos expositores pessoalmente. A organização pediu que uma reclamação formal fosse feita por e-mail. “Faltou transparência. Talvez não tivéssemos investido tanto, ou até não teríamos vindo se soubéssemos que seria assim”, diz Varella.

Ao Estadão, a Flip disse, por meio de nota, que “o projeto arquitetônico e urbanístico da Praça Aberta deste ano foi elaborado para que todos os atores que ocupam esse espaço da Flip pudessem realizar suas atividades da melhor maneira possível” (leia abaixo na íntegra).

A Flip foi aberta oficialmente na noite desta quarta, 9, com uma mesa sobre João do Rio, o autor homenageado desta edição. A programação oficial terá 20 mesas e autores como Édouard Louis, Léonora Miano, Carla Madeira e Jeferson Tenório. Outras editoras independentes participam com casas coletivas e em outros espaços.

Para quem quer acompanhar de casa, os debates da programação oficial serão transmitidos no canal oficial do YouTube do evento.

Nota da Flip

Criada em 2018 como uma ampliação simbólica da Praça da Matriz no Areal do Pontal, a Praça Aberta é um espaço de fortalecimento do diálogo entre escritores, artistas, moradores e visitantes. O projeto arquitetônico e urbanístico da Praça Aberta deste ano foi elaborado para que todos os atores que ocupam esse espaço da Flip pudessem realizar suas atividades da melhor maneira possível. O diálogo com múltiplos atores sempre foi fundamental na construção da Flip. Há mais de 20 anos, a Flip produz arquiteturas de temporalidade intermediária, fruto de pesquisa e interpretação daquilo que emerge a cada ano.

A repórter viajou a convite do Instituto CCR

PARATY - A 22ª Festa Literária Internacional de Paraty começou nesta quarta, 9, em clima de descontentamento por parte das editoras independentes que participam do evento. Expositores relataram ao Estadão que uma mudança feita pela organização na área dedicada a essas editoras, num espaço que o evento denominou de Praça Aberta e que fica no Areal do Pontal, vai prejudicar o fluxo de visitantes e, portanto, as vendas.

A Flip se espalha pelo Centro Histórico de Paraty. Esta Praça Aberta fica do outro lado do rio. Até o ano passado, bastava sair da Tenda dos Autores ou do Telão e atravessar uma pequena ponte para chegar a ela. O visitante encontrava algumas barracas de artesanato e comida e logo estava diante das bancadas das editoras independentes.

Neste ano, o caminho é mais longo. Primeiro porque os editores foram posicionados no final deste espaço. Ou seja, são os últimos da fila - depois do Auditório do Pontal, uma exposição, uma feira de economia criativa, expositores de artesanato e das barracas de comida. Esse é o motivo da reclamação deles.

Além disso, a própria tenda principal, onde ocorrem as mesas da programação oficial, também mudou de lugar. Embora ainda esteja situada na Praça da Matriz, ela está um pouco mais para dentro do Centro Histórico - e mais longe do Areal do Pontal. São cerca de 400 metros de distância.

Visão da ponte que leva do Centro Histórico de Paraty à Praça Aberta da Flip 2024. Na esquerda, está o Auditório do Pontal. As editoras independente estão localizadas no final do Areal do Pontal, à direita na imagem. Foto: Julia Queiroz/Estadão

“Nós viramos a última coisa desse corredor, depois inclusive dos artesanatos, das roupas e das comidas. Ou seja, o livro foi despriorizado”, argumenta Chris Fuscaldo, fundadora da Garota Books FM, especializada em livros de história da música.

Conforme apurado pelo Estadão, a organização da Flip apresentou aos editores um mapa prévio diferente do que foi implementado no evento. Fuscaldo diz que se surpreendeu na noite de terça, 8, quando chegou a Paraty e foi conferir o espaço da Praça Aberta. “Fiquei tentando entender por que haviam feito essa troca e entendi na hora que perderíamos o fluxo de gente que tivemos nos anos anteriores. As editoras independentes ficavam do lado da saída da ponte, então todo mundo passava por elas para chegar no auditório, no café, na Flipei”, diz.

A Flipei, a Festa Literária Pirata, organizada também por editoras independentes - em um barco em suas primeiras edições - não foi à Flip este ano.

João Varella, da editora Lote 42, afirma que a mudança deve prejudicar as vendas das editores menores, em especial por conta do investimento que precisa ser feito para a participação na festa. O valor cobrado pelo espaço varia de R$ 1,5 mil a R$ 3 mil. A Lote 42 e a Garota FM Books investiram em dois estandes cada uma, e ressaltam os gastos com logística, transporte, hospedagem e etc.

“O meu investimento foi de R$ 12 mil. Ano passado, vendi cerca de R$ 6 mil e saí no zero a zero, mas feliz. Fizemos nosso marketing e tudo mais. Esse ano, temos mais títulos, a expectativa era alta, mas agora já não sei mais”, afirma Fuscaldo. Varella completa: “R$ 12 mil para uma editora pequena é muito dinheiro. Para nós, é muita coisa. É decepcionante chegar com essa expectativa de acrescentar à Flip, mas ver que a coisa pode não acontecer.”

Estandes de editoras independentes na Flip 2024. Foto: Julia Queiroz/Estadão

Os editores entraram em contato com a produção da Flip e uma das produtoras do evento chegou a conversar com alguns dos expositores pessoalmente. A organização pediu que uma reclamação formal fosse feita por e-mail. “Faltou transparência. Talvez não tivéssemos investido tanto, ou até não teríamos vindo se soubéssemos que seria assim”, diz Varella.

Ao Estadão, a Flip disse, por meio de nota, que “o projeto arquitetônico e urbanístico da Praça Aberta deste ano foi elaborado para que todos os atores que ocupam esse espaço da Flip pudessem realizar suas atividades da melhor maneira possível” (leia abaixo na íntegra).

A Flip foi aberta oficialmente na noite desta quarta, 9, com uma mesa sobre João do Rio, o autor homenageado desta edição. A programação oficial terá 20 mesas e autores como Édouard Louis, Léonora Miano, Carla Madeira e Jeferson Tenório. Outras editoras independentes participam com casas coletivas e em outros espaços.

Para quem quer acompanhar de casa, os debates da programação oficial serão transmitidos no canal oficial do YouTube do evento.

Nota da Flip

Criada em 2018 como uma ampliação simbólica da Praça da Matriz no Areal do Pontal, a Praça Aberta é um espaço de fortalecimento do diálogo entre escritores, artistas, moradores e visitantes. O projeto arquitetônico e urbanístico da Praça Aberta deste ano foi elaborado para que todos os atores que ocupam esse espaço da Flip pudessem realizar suas atividades da melhor maneira possível. O diálogo com múltiplos atores sempre foi fundamental na construção da Flip. Há mais de 20 anos, a Flip produz arquiteturas de temporalidade intermediária, fruto de pesquisa e interpretação daquilo que emerge a cada ano.

A repórter viajou a convite do Instituto CCR

PARATY - A 22ª Festa Literária Internacional de Paraty começou nesta quarta, 9, em clima de descontentamento por parte das editoras independentes que participam do evento. Expositores relataram ao Estadão que uma mudança feita pela organização na área dedicada a essas editoras, num espaço que o evento denominou de Praça Aberta e que fica no Areal do Pontal, vai prejudicar o fluxo de visitantes e, portanto, as vendas.

A Flip se espalha pelo Centro Histórico de Paraty. Esta Praça Aberta fica do outro lado do rio. Até o ano passado, bastava sair da Tenda dos Autores ou do Telão e atravessar uma pequena ponte para chegar a ela. O visitante encontrava algumas barracas de artesanato e comida e logo estava diante das bancadas das editoras independentes.

Neste ano, o caminho é mais longo. Primeiro porque os editores foram posicionados no final deste espaço. Ou seja, são os últimos da fila - depois do Auditório do Pontal, uma exposição, uma feira de economia criativa, expositores de artesanato e das barracas de comida. Esse é o motivo da reclamação deles.

Além disso, a própria tenda principal, onde ocorrem as mesas da programação oficial, também mudou de lugar. Embora ainda esteja situada na Praça da Matriz, ela está um pouco mais para dentro do Centro Histórico - e mais longe do Areal do Pontal. São cerca de 400 metros de distância.

Visão da ponte que leva do Centro Histórico de Paraty à Praça Aberta da Flip 2024. Na esquerda, está o Auditório do Pontal. As editoras independente estão localizadas no final do Areal do Pontal, à direita na imagem. Foto: Julia Queiroz/Estadão

“Nós viramos a última coisa desse corredor, depois inclusive dos artesanatos, das roupas e das comidas. Ou seja, o livro foi despriorizado”, argumenta Chris Fuscaldo, fundadora da Garota Books FM, especializada em livros de história da música.

Conforme apurado pelo Estadão, a organização da Flip apresentou aos editores um mapa prévio diferente do que foi implementado no evento. Fuscaldo diz que se surpreendeu na noite de terça, 8, quando chegou a Paraty e foi conferir o espaço da Praça Aberta. “Fiquei tentando entender por que haviam feito essa troca e entendi na hora que perderíamos o fluxo de gente que tivemos nos anos anteriores. As editoras independentes ficavam do lado da saída da ponte, então todo mundo passava por elas para chegar no auditório, no café, na Flipei”, diz.

A Flipei, a Festa Literária Pirata, organizada também por editoras independentes - em um barco em suas primeiras edições - não foi à Flip este ano.

João Varella, da editora Lote 42, afirma que a mudança deve prejudicar as vendas das editores menores, em especial por conta do investimento que precisa ser feito para a participação na festa. O valor cobrado pelo espaço varia de R$ 1,5 mil a R$ 3 mil. A Lote 42 e a Garota FM Books investiram em dois estandes cada uma, e ressaltam os gastos com logística, transporte, hospedagem e etc.

“O meu investimento foi de R$ 12 mil. Ano passado, vendi cerca de R$ 6 mil e saí no zero a zero, mas feliz. Fizemos nosso marketing e tudo mais. Esse ano, temos mais títulos, a expectativa era alta, mas agora já não sei mais”, afirma Fuscaldo. Varella completa: “R$ 12 mil para uma editora pequena é muito dinheiro. Para nós, é muita coisa. É decepcionante chegar com essa expectativa de acrescentar à Flip, mas ver que a coisa pode não acontecer.”

Estandes de editoras independentes na Flip 2024. Foto: Julia Queiroz/Estadão

Os editores entraram em contato com a produção da Flip e uma das produtoras do evento chegou a conversar com alguns dos expositores pessoalmente. A organização pediu que uma reclamação formal fosse feita por e-mail. “Faltou transparência. Talvez não tivéssemos investido tanto, ou até não teríamos vindo se soubéssemos que seria assim”, diz Varella.

Ao Estadão, a Flip disse, por meio de nota, que “o projeto arquitetônico e urbanístico da Praça Aberta deste ano foi elaborado para que todos os atores que ocupam esse espaço da Flip pudessem realizar suas atividades da melhor maneira possível” (leia abaixo na íntegra).

A Flip foi aberta oficialmente na noite desta quarta, 9, com uma mesa sobre João do Rio, o autor homenageado desta edição. A programação oficial terá 20 mesas e autores como Édouard Louis, Léonora Miano, Carla Madeira e Jeferson Tenório. Outras editoras independentes participam com casas coletivas e em outros espaços.

Para quem quer acompanhar de casa, os debates da programação oficial serão transmitidos no canal oficial do YouTube do evento.

Nota da Flip

Criada em 2018 como uma ampliação simbólica da Praça da Matriz no Areal do Pontal, a Praça Aberta é um espaço de fortalecimento do diálogo entre escritores, artistas, moradores e visitantes. O projeto arquitetônico e urbanístico da Praça Aberta deste ano foi elaborado para que todos os atores que ocupam esse espaço da Flip pudessem realizar suas atividades da melhor maneira possível. O diálogo com múltiplos atores sempre foi fundamental na construção da Flip. Há mais de 20 anos, a Flip produz arquiteturas de temporalidade intermediária, fruto de pesquisa e interpretação daquilo que emerge a cada ano.

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