Ken Follett volta ao fim da Idade das Trevas para escrever prequel de 'Os Pilares da Terra'


'O Crepúsculo e a Aurora', com lançamento internacional nesta terça, 15, conta uma história de luta por justiça

Por Maria Fernanda Rodrigues

Ken Follett tem um grande tema em sua obra, não importa o tempo que ele está retratando ou os fatos históricos em que se baseia: a luta de pessoas comuns por algum tipo de liberdade. “Isso significa que os conflitos vividos pelos personagens não são meramente egoístas, mas têm um propósito nobre”, disse o escritor britânico de 71 anos nesta terça, 15, durante a apresentação de seu novo livro, O Crepúsculo e a Aurora (Arqueiro), que chega agora às livrarias de todo o mundo.

O tema aqui é a luta por justiça, algo ainda mais difícil em se tratando da Idade das Trevas, de onde o autor parte para contar esta história que antecede os acontecimentos de Os Pilares da Terra, seu maior sucesso editorial – desde o lançamento, em 1989, ele vendeu 27 milhões de cópias. O autor soma 170 milhões de cópias vendidas de seus 36 títulos, em 80 países e 33 idiomas. 

Difícil, ele explica, porque lá não existia ainda o estado de direito. “Toda a decisão tinha a ver com quem você conhecia, com quem você se relacionava. E isso tem ressonância hoje porque a supremacia da lei sobre o governo tem sido contestada. Algo que todos nós pensamos que tinha sido resolvido anos atrás e agora vemos governantes de todo o mundo questionando o estado de direito. Isso não é respeito pelo primeiro-ministro do Reino Unido, pela Polônia nem por Donald Trump nos Estados Unidos.” 

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Novo livro de Ken Follett é um prequel do best-seller'Os Pilares da Terra' Foto: Marcio Fernandes/Estadão

Mas foi uma coincidência que a questão aparecesse na ficção e na realidade. “Meus livros não têm uma mensagem, mas é interessante a frequência com que um drama histórico desse tipo tenha repercussões no presente”, comentou. 

O Crepúsculo e a Aurora tem início no ano de 997, um momento em que a Inglaterra começa a tomar um novo rumo depois de meio século de progresso quase nulo. A história se passa então entre o fim da Idade das Trevas e o começo da Idade Média, que representou o renascimento da Europa como civilização. O cenário é a Inglaterra sob disputa de três grupos – os anglo-saxões, os vikings e os normandos. 

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Mergulhar nesse período foi um dos motivos que fizeram o autor dedicar três anos de sua vida. O outro foi tentar imaginar como Kingsbridge, sua cidade fictícia, era antes de se tornar cenário de três de seus livros – a cidade que construía sua catedral em Os Pilares da Terra, a que agonizava com a peste negra em Mundo Sem Fim e a que se via em meio a uma guerra religiosa em Coluna de Fogo

“Em histórias como essa sobre progresso há sempre conflitos – entre as pessoas que querem o progresso e aquelas que não querem, por exemplo, um mercado, uma ponte ou uma catedral e que preferem as coisas do jeito que elas sempre foram nos velhos tempos. Um conflito que continua hoje, em todo país civilizado, como acontecia na Idade das Trevas ou 200 anos atrás.”

O livro narra três histórias que se entrelaçam. Um dos protagonistas é Edgar, um jovem construtor de barcos que está prestes a se casar com a mulher que ama, mas que descobre que seu futuro será diferente do que sonhou – sua terra é destruída pelos vikings e ele precisa se mudar. A outra é Ragna, uma princesa normanda rebelde que se apaixona por um nobre fanfarrão saxão. Há também Aldred, um monge idealista que quer transformar sua abadia em um centro de estudos. No meio do caminho dos três, surge um bispo ambicioso, Wynstan.

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Em sua tentativa de contar em detalhes essa história de 700 páginas e o modo de vida de seus personagens, Follett esbarrou justamente na falta de detalhes. Há pouca informação sobre esse período, ele diz, já que as pessoas não escreviam muito e as construções, de madeira, não sobreviveram.

“Sempre que posso, uso a informação autêntica, mas, quando não é possível uso a imaginação. Em um romance histórico é permitido inventar”, explica o autor que tem um time de consultores para, como ele diz, “não passar vergonha” caso escorregue em alguma informação. Um exemplo. Ele conta que tentou muito descobrir como era a roupa íntima das pessoas que viveram aquele período, mas ninguém sabe. “Então inventei um pouco, e isso também é divertido.”

Outro tema que surge em O Crepúsculo e a Aurora, e que dialoga sem querer com os tempos atuais, é a escravidão e seus efeitos. “Esse é um aspecto muito importante da sociedade anglo-saxônica: 10% da população era escravizada. Isso é enorme e subestimado por historiadores neste país. E onde há escravidão, há brutalidade. Um dos personagens do livro diz que possuir uma pessoa mostra o que o ser humano tem de pior.” Follett ressalta que quis ser fiel à história e também retratar dramas relacionados a essa questão. Ele completa: “Naquela época, a escravidão era legítima. Tragicamente, ainda temos escravidão na Inglaterra. É uma coisa vergonhosa, que ocorre também no Leste Europeu, e é muito difícil lidar com isso. Enfim, este é um tema importante do momento, e não era tanto quando eu escrevi o livro.”

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Foram três anos dedicados a esta obra – um para pesquisar e planejar, outro para escrever e ouvir seus leitores e consultores próximos e o terceiro para reescrever. Nesse período fez campanha contra o Brexit e acompanhou o crescimento da intolerância e do nacionalismo em diversos países. Ken Follett, um autor que dedicou sua vida à história e à ficção, que escreveu agora sobre a transição da Idade das Trevas para a Idade da Luz, disse que espera que tudo o que estamos testemunhando hoje, algo um tanto distópico, seja apenas um pequeno recuo na história, e não um caminho no sentido oposto: da luz para as trevas. 

“O que acontece na história, e percebo isso sempre que estou estudando história e escrever romances situados no passado, é que o tipo de movimento sobre o qual eu escrevo sempre é precedido por dois passos para a frente e um para trás. “Fazemos progresso mesmo que às vezes a gente ande para trás. Agora, com tudo o que estamos vendo – o populismo, o terrível aumento do racismo no mundo todo, os ataques às leis e à democracia – o que realmente espero é que isso seja apenas um recuo, um daqueles fenômenos de retrocesso como foi, no final dos maravilhosos anos 1960, eleger Richard Nixon presidente.” O que o autor deseja, afinal, é que seus netos possam dizer que a metade do século 20 e o início do 21 foram períodos de progresso interrompidos por pequenos contratempos. 

O CREPÚSCULO E A AURORA Autor: Ken Follett Trad.: Fernanda Abreu Editora: Arqueiro (704 págs.; R$ 69,90; R$ 39,99 o e-book)

Ken Follett tem um grande tema em sua obra, não importa o tempo que ele está retratando ou os fatos históricos em que se baseia: a luta de pessoas comuns por algum tipo de liberdade. “Isso significa que os conflitos vividos pelos personagens não são meramente egoístas, mas têm um propósito nobre”, disse o escritor britânico de 71 anos nesta terça, 15, durante a apresentação de seu novo livro, O Crepúsculo e a Aurora (Arqueiro), que chega agora às livrarias de todo o mundo.

O tema aqui é a luta por justiça, algo ainda mais difícil em se tratando da Idade das Trevas, de onde o autor parte para contar esta história que antecede os acontecimentos de Os Pilares da Terra, seu maior sucesso editorial – desde o lançamento, em 1989, ele vendeu 27 milhões de cópias. O autor soma 170 milhões de cópias vendidas de seus 36 títulos, em 80 países e 33 idiomas. 

Difícil, ele explica, porque lá não existia ainda o estado de direito. “Toda a decisão tinha a ver com quem você conhecia, com quem você se relacionava. E isso tem ressonância hoje porque a supremacia da lei sobre o governo tem sido contestada. Algo que todos nós pensamos que tinha sido resolvido anos atrás e agora vemos governantes de todo o mundo questionando o estado de direito. Isso não é respeito pelo primeiro-ministro do Reino Unido, pela Polônia nem por Donald Trump nos Estados Unidos.” 

Novo livro de Ken Follett é um prequel do best-seller'Os Pilares da Terra' Foto: Marcio Fernandes/Estadão

Mas foi uma coincidência que a questão aparecesse na ficção e na realidade. “Meus livros não têm uma mensagem, mas é interessante a frequência com que um drama histórico desse tipo tenha repercussões no presente”, comentou. 

O Crepúsculo e a Aurora tem início no ano de 997, um momento em que a Inglaterra começa a tomar um novo rumo depois de meio século de progresso quase nulo. A história se passa então entre o fim da Idade das Trevas e o começo da Idade Média, que representou o renascimento da Europa como civilização. O cenário é a Inglaterra sob disputa de três grupos – os anglo-saxões, os vikings e os normandos. 

Mergulhar nesse período foi um dos motivos que fizeram o autor dedicar três anos de sua vida. O outro foi tentar imaginar como Kingsbridge, sua cidade fictícia, era antes de se tornar cenário de três de seus livros – a cidade que construía sua catedral em Os Pilares da Terra, a que agonizava com a peste negra em Mundo Sem Fim e a que se via em meio a uma guerra religiosa em Coluna de Fogo

“Em histórias como essa sobre progresso há sempre conflitos – entre as pessoas que querem o progresso e aquelas que não querem, por exemplo, um mercado, uma ponte ou uma catedral e que preferem as coisas do jeito que elas sempre foram nos velhos tempos. Um conflito que continua hoje, em todo país civilizado, como acontecia na Idade das Trevas ou 200 anos atrás.”

O livro narra três histórias que se entrelaçam. Um dos protagonistas é Edgar, um jovem construtor de barcos que está prestes a se casar com a mulher que ama, mas que descobre que seu futuro será diferente do que sonhou – sua terra é destruída pelos vikings e ele precisa se mudar. A outra é Ragna, uma princesa normanda rebelde que se apaixona por um nobre fanfarrão saxão. Há também Aldred, um monge idealista que quer transformar sua abadia em um centro de estudos. No meio do caminho dos três, surge um bispo ambicioso, Wynstan.

Em sua tentativa de contar em detalhes essa história de 700 páginas e o modo de vida de seus personagens, Follett esbarrou justamente na falta de detalhes. Há pouca informação sobre esse período, ele diz, já que as pessoas não escreviam muito e as construções, de madeira, não sobreviveram.

“Sempre que posso, uso a informação autêntica, mas, quando não é possível uso a imaginação. Em um romance histórico é permitido inventar”, explica o autor que tem um time de consultores para, como ele diz, “não passar vergonha” caso escorregue em alguma informação. Um exemplo. Ele conta que tentou muito descobrir como era a roupa íntima das pessoas que viveram aquele período, mas ninguém sabe. “Então inventei um pouco, e isso também é divertido.”

Outro tema que surge em O Crepúsculo e a Aurora, e que dialoga sem querer com os tempos atuais, é a escravidão e seus efeitos. “Esse é um aspecto muito importante da sociedade anglo-saxônica: 10% da população era escravizada. Isso é enorme e subestimado por historiadores neste país. E onde há escravidão, há brutalidade. Um dos personagens do livro diz que possuir uma pessoa mostra o que o ser humano tem de pior.” Follett ressalta que quis ser fiel à história e também retratar dramas relacionados a essa questão. Ele completa: “Naquela época, a escravidão era legítima. Tragicamente, ainda temos escravidão na Inglaterra. É uma coisa vergonhosa, que ocorre também no Leste Europeu, e é muito difícil lidar com isso. Enfim, este é um tema importante do momento, e não era tanto quando eu escrevi o livro.”

Foram três anos dedicados a esta obra – um para pesquisar e planejar, outro para escrever e ouvir seus leitores e consultores próximos e o terceiro para reescrever. Nesse período fez campanha contra o Brexit e acompanhou o crescimento da intolerância e do nacionalismo em diversos países. Ken Follett, um autor que dedicou sua vida à história e à ficção, que escreveu agora sobre a transição da Idade das Trevas para a Idade da Luz, disse que espera que tudo o que estamos testemunhando hoje, algo um tanto distópico, seja apenas um pequeno recuo na história, e não um caminho no sentido oposto: da luz para as trevas. 

“O que acontece na história, e percebo isso sempre que estou estudando história e escrever romances situados no passado, é que o tipo de movimento sobre o qual eu escrevo sempre é precedido por dois passos para a frente e um para trás. “Fazemos progresso mesmo que às vezes a gente ande para trás. Agora, com tudo o que estamos vendo – o populismo, o terrível aumento do racismo no mundo todo, os ataques às leis e à democracia – o que realmente espero é que isso seja apenas um recuo, um daqueles fenômenos de retrocesso como foi, no final dos maravilhosos anos 1960, eleger Richard Nixon presidente.” O que o autor deseja, afinal, é que seus netos possam dizer que a metade do século 20 e o início do 21 foram períodos de progresso interrompidos por pequenos contratempos. 

O CREPÚSCULO E A AURORA Autor: Ken Follett Trad.: Fernanda Abreu Editora: Arqueiro (704 págs.; R$ 69,90; R$ 39,99 o e-book)

Ken Follett tem um grande tema em sua obra, não importa o tempo que ele está retratando ou os fatos históricos em que se baseia: a luta de pessoas comuns por algum tipo de liberdade. “Isso significa que os conflitos vividos pelos personagens não são meramente egoístas, mas têm um propósito nobre”, disse o escritor britânico de 71 anos nesta terça, 15, durante a apresentação de seu novo livro, O Crepúsculo e a Aurora (Arqueiro), que chega agora às livrarias de todo o mundo.

O tema aqui é a luta por justiça, algo ainda mais difícil em se tratando da Idade das Trevas, de onde o autor parte para contar esta história que antecede os acontecimentos de Os Pilares da Terra, seu maior sucesso editorial – desde o lançamento, em 1989, ele vendeu 27 milhões de cópias. O autor soma 170 milhões de cópias vendidas de seus 36 títulos, em 80 países e 33 idiomas. 

Difícil, ele explica, porque lá não existia ainda o estado de direito. “Toda a decisão tinha a ver com quem você conhecia, com quem você se relacionava. E isso tem ressonância hoje porque a supremacia da lei sobre o governo tem sido contestada. Algo que todos nós pensamos que tinha sido resolvido anos atrás e agora vemos governantes de todo o mundo questionando o estado de direito. Isso não é respeito pelo primeiro-ministro do Reino Unido, pela Polônia nem por Donald Trump nos Estados Unidos.” 

Novo livro de Ken Follett é um prequel do best-seller'Os Pilares da Terra' Foto: Marcio Fernandes/Estadão

Mas foi uma coincidência que a questão aparecesse na ficção e na realidade. “Meus livros não têm uma mensagem, mas é interessante a frequência com que um drama histórico desse tipo tenha repercussões no presente”, comentou. 

O Crepúsculo e a Aurora tem início no ano de 997, um momento em que a Inglaterra começa a tomar um novo rumo depois de meio século de progresso quase nulo. A história se passa então entre o fim da Idade das Trevas e o começo da Idade Média, que representou o renascimento da Europa como civilização. O cenário é a Inglaterra sob disputa de três grupos – os anglo-saxões, os vikings e os normandos. 

Mergulhar nesse período foi um dos motivos que fizeram o autor dedicar três anos de sua vida. O outro foi tentar imaginar como Kingsbridge, sua cidade fictícia, era antes de se tornar cenário de três de seus livros – a cidade que construía sua catedral em Os Pilares da Terra, a que agonizava com a peste negra em Mundo Sem Fim e a que se via em meio a uma guerra religiosa em Coluna de Fogo

“Em histórias como essa sobre progresso há sempre conflitos – entre as pessoas que querem o progresso e aquelas que não querem, por exemplo, um mercado, uma ponte ou uma catedral e que preferem as coisas do jeito que elas sempre foram nos velhos tempos. Um conflito que continua hoje, em todo país civilizado, como acontecia na Idade das Trevas ou 200 anos atrás.”

O livro narra três histórias que se entrelaçam. Um dos protagonistas é Edgar, um jovem construtor de barcos que está prestes a se casar com a mulher que ama, mas que descobre que seu futuro será diferente do que sonhou – sua terra é destruída pelos vikings e ele precisa se mudar. A outra é Ragna, uma princesa normanda rebelde que se apaixona por um nobre fanfarrão saxão. Há também Aldred, um monge idealista que quer transformar sua abadia em um centro de estudos. No meio do caminho dos três, surge um bispo ambicioso, Wynstan.

Em sua tentativa de contar em detalhes essa história de 700 páginas e o modo de vida de seus personagens, Follett esbarrou justamente na falta de detalhes. Há pouca informação sobre esse período, ele diz, já que as pessoas não escreviam muito e as construções, de madeira, não sobreviveram.

“Sempre que posso, uso a informação autêntica, mas, quando não é possível uso a imaginação. Em um romance histórico é permitido inventar”, explica o autor que tem um time de consultores para, como ele diz, “não passar vergonha” caso escorregue em alguma informação. Um exemplo. Ele conta que tentou muito descobrir como era a roupa íntima das pessoas que viveram aquele período, mas ninguém sabe. “Então inventei um pouco, e isso também é divertido.”

Outro tema que surge em O Crepúsculo e a Aurora, e que dialoga sem querer com os tempos atuais, é a escravidão e seus efeitos. “Esse é um aspecto muito importante da sociedade anglo-saxônica: 10% da população era escravizada. Isso é enorme e subestimado por historiadores neste país. E onde há escravidão, há brutalidade. Um dos personagens do livro diz que possuir uma pessoa mostra o que o ser humano tem de pior.” Follett ressalta que quis ser fiel à história e também retratar dramas relacionados a essa questão. Ele completa: “Naquela época, a escravidão era legítima. Tragicamente, ainda temos escravidão na Inglaterra. É uma coisa vergonhosa, que ocorre também no Leste Europeu, e é muito difícil lidar com isso. Enfim, este é um tema importante do momento, e não era tanto quando eu escrevi o livro.”

Foram três anos dedicados a esta obra – um para pesquisar e planejar, outro para escrever e ouvir seus leitores e consultores próximos e o terceiro para reescrever. Nesse período fez campanha contra o Brexit e acompanhou o crescimento da intolerância e do nacionalismo em diversos países. Ken Follett, um autor que dedicou sua vida à história e à ficção, que escreveu agora sobre a transição da Idade das Trevas para a Idade da Luz, disse que espera que tudo o que estamos testemunhando hoje, algo um tanto distópico, seja apenas um pequeno recuo na história, e não um caminho no sentido oposto: da luz para as trevas. 

“O que acontece na história, e percebo isso sempre que estou estudando história e escrever romances situados no passado, é que o tipo de movimento sobre o qual eu escrevo sempre é precedido por dois passos para a frente e um para trás. “Fazemos progresso mesmo que às vezes a gente ande para trás. Agora, com tudo o que estamos vendo – o populismo, o terrível aumento do racismo no mundo todo, os ataques às leis e à democracia – o que realmente espero é que isso seja apenas um recuo, um daqueles fenômenos de retrocesso como foi, no final dos maravilhosos anos 1960, eleger Richard Nixon presidente.” O que o autor deseja, afinal, é que seus netos possam dizer que a metade do século 20 e o início do 21 foram períodos de progresso interrompidos por pequenos contratempos. 

O CREPÚSCULO E A AURORA Autor: Ken Follett Trad.: Fernanda Abreu Editora: Arqueiro (704 págs.; R$ 69,90; R$ 39,99 o e-book)

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