Lázaro Ramos, à vontade de papel de escritor, tem um recado ao jovem leitor: ‘Você não é invisível’


O ator lança, na Flip, seu primeiro livro para adolescentes - e fala sobre ética, comunicação, identidade e autoestima

Por Maria Fernanda Rodrigues
Atualização:

Lázaro Ramos descobriu tarde a literatura. Criança e adolescente, ele achava que ler era “quase uma punição” e uma “perda de tempo”. A descoberta veio durante sua formação como ator. Primeiro, os livros de teatro. Depois, tudo. “Hoje, a leitura é uma companhia, um refúgio. Tenho livros em todos os lugares e leio vários ao mesmo tempo, de todos os gêneros. É uma confusão mental”, brinca o ator em entrevista ao Estadão por videoconferência.

Sua relação com os livros, no entanto, vai além e, desde o lançamento de Na Minha Pele, em 2017, que logo se transformou em um best-seller e deve ganhar uma sequência no ano que vem, ele se sente cada vez mais à vontade no papel de escritor. “É na escrita que exerço mais a minha liberdade. Não tem cliente, prazo ou obrigação. É uma alegria poder sentar e escrever”, comenta – revelando que tem muitas anotações soltas, um livro erótico, uma ficção inacabada e outros escritos.

“Se eu for generoso comigo, digo que meu processo de escrita é livre. Se for severo, caótico. Então você escolhe o adjetivo”, diz. Caótico ou não, o processo tem sido importante para Lázaro Ramos – terapêutico, até, ele diz. Por exemplo: Você Não É Invisível, livro que ele lança na próxima semana, na Festa Literária Internacional de Paraty (veja os destaques da Flip 2022 abaixo), foi sua companhia durante a pandemia. Quando todo mundo em casa já estava dormindo, ele escrevia.

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Esta ainda não é a ficção que ele sonha em escrever, mas está feliz com o resultado e acha que esta novela juvenil pode ajudar os adolescentes que costumam se fechar nessa fase, achando que suas dúvidas e angústias são apenas suas.

O livro conta a história de dois irmãos, Carlos e Sofia, isolados por causa da pandemia e por dificuldades de comunicação. Eles vivem com o pai, que precisa sair para trabalhar enquanto a covid-19 se espalha. A mãe está fora. O menino se expressa por meio de áudios, que ele grava para ele mesmo, em lives e nas redes sociais. A menina, mais nova, escreve. Há um narrador discreto, que costura a história. E cartas, ilustrações e playlists em QR code.

Lázaro Ramos faz sua estreia na literatura juvenil Foto: Pedro Napolinário
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“O estilo é fragmentado, mas a mensagem é atemporal: é preciso olhar para o outro, conhecer o outro, ver quem está ao seu redor e saber quem é a sua base e te dá força”, explica o autor. O livro toca em questões como autoestima, identidade e ética – e, aborda, sobretudo, a importância de nos comunicarmos. “Palavras são poderosas”, escreve a mãe numa de suas cartas que trazem notícias de outros mundos e de nossas origens.

“Eu queria muito falar sobre escolhas éticas e sobre o aprendizado que temos de ter de que não precisamos ficar sozinhos nos nossos sobressaltos. Quero muito dizer que ninguém é invisível e que às vezes a melhor comunicação não vai ser um emoji, mas, sim, um bate-papo na frente de um pote de sorvete.”

Enquanto escrevia, Lázaro mostrava o texto para os filhos de um amigo. Um teste mais ou menos como ele faz quando vai lançar um livro para crianças - neste caso, ele manda uma cópia sem seu nome para uma escola pública e outra particular e também para um grupo de teatro para testar forma e conteúdo.

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Você Não é Invisível é dedicado a Conceição Evaristo. “Ela é nossa referência maior, não? É o lugar que a gente sonha em chegar, a pessoa que escreveu as ficções a que eu tive acesso, onde eu me enxergava e me percebia dentro do tema da negritude e para além do tema da negritude”, explica. Carlos e Sofia são negros. “Mas minha tentativa foi de ir além, de trazer outras características de todo e qualquer ser humano, outros dilemas, outros temas.”

Lázaro, que acaba de filmar Ó, Pai Ó 2, deixa um recado para os meninos e meninas nesta véspera do Dia da Consciência Negra: “Negro, branco, você não é invisível. Está no título”.

'Você Não é Invisível', de Lázaro Ramos, conta com ilustrações e dicas de playlists em QR Code Foto: Editora Objetiva
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Pai de duas crianças curiosas que apareceram no vídeo durante a entrevista, a quem já dedicou algumas de suas obras infantis, Lázaro Ramos não pensa muito no futuro, ou na ideia de que o Brasil será um país justo para mais pessoas. “Eu desisti de esperar pelo futuro. Acredito muito no que fazemos hoje. Na articulação hoje. Na ação imediata quando percebemos algum problema, na maneira que articulamos a coletividade”, comenta.

E segue: “Eu não estou esperando o Brasil do futuro não. A única coisa que está mais próxima de mim é o que eu faço hoje. Se for ficar esperando o futuro, vou viver em eterna angústia. Preciso aprender, e me estimulo todo dia, a fazer hoje. E a celebrar as pequenas alegrias de cada dia que vamos vencendo. É difícil, é desafiador, mas a alternativa que eu escolhi foi essa: mudar hoje”.

Você Não é Invisível

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Autor: Lázaro Ramos

Editora: Objetiva (112 págs.; R$ 49,90; R$ 29,90 o e-book)

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Flip 2022 começa na quarta, 23, e homenageia Maria Firmina dos Reis

Depois de duas edições online por causa da pandemia, a Festa Literária Internacional de Paraty retoma os encontros presenciais na quarta, 23. Uma das presenças mais aguardadas é a da francesa Annie Ernaux, vencedora este ano do Nobel de Literatura. Ela conversa com Veronica Stigger no sábado, às 15h.

Na abertura, quarta à noite, a Flip presta homenagem a Maria Firmina dos Reis (1822-1917), autora de Úrsula (1859), romance que inaugura, no Brasil, uma literatura abolicionista. Haverá uma conversa seguida de apresentação do Slam das Minas.

Entre os autores desta 20.ª Flip, que termina no domingo, estão ainda Saidiya Hartman, Nastassja Martin, Camila Sosa Villada, Ladee Hubbard e Benjamín Labatut, e os brasileiros Davi Kopenawa, Cida Pedrosa, Ricardo Aleixo, Geovani Martins, Amara Moira, Ricardo Lísias, Cidinha da Silva e Tamara Klink.

Lázaro Ramos, o autor mais vendido da Flip 2017, divide o palco no sábado à noite com Alice Neto e Midra, em mesa que pretende apresentar novas vozes. Ainda há ingressos para a maioria das mesas.

Lázaro Ramos descobriu tarde a literatura. Criança e adolescente, ele achava que ler era “quase uma punição” e uma “perda de tempo”. A descoberta veio durante sua formação como ator. Primeiro, os livros de teatro. Depois, tudo. “Hoje, a leitura é uma companhia, um refúgio. Tenho livros em todos os lugares e leio vários ao mesmo tempo, de todos os gêneros. É uma confusão mental”, brinca o ator em entrevista ao Estadão por videoconferência.

Sua relação com os livros, no entanto, vai além e, desde o lançamento de Na Minha Pele, em 2017, que logo se transformou em um best-seller e deve ganhar uma sequência no ano que vem, ele se sente cada vez mais à vontade no papel de escritor. “É na escrita que exerço mais a minha liberdade. Não tem cliente, prazo ou obrigação. É uma alegria poder sentar e escrever”, comenta – revelando que tem muitas anotações soltas, um livro erótico, uma ficção inacabada e outros escritos.

“Se eu for generoso comigo, digo que meu processo de escrita é livre. Se for severo, caótico. Então você escolhe o adjetivo”, diz. Caótico ou não, o processo tem sido importante para Lázaro Ramos – terapêutico, até, ele diz. Por exemplo: Você Não É Invisível, livro que ele lança na próxima semana, na Festa Literária Internacional de Paraty (veja os destaques da Flip 2022 abaixo), foi sua companhia durante a pandemia. Quando todo mundo em casa já estava dormindo, ele escrevia.

Esta ainda não é a ficção que ele sonha em escrever, mas está feliz com o resultado e acha que esta novela juvenil pode ajudar os adolescentes que costumam se fechar nessa fase, achando que suas dúvidas e angústias são apenas suas.

O livro conta a história de dois irmãos, Carlos e Sofia, isolados por causa da pandemia e por dificuldades de comunicação. Eles vivem com o pai, que precisa sair para trabalhar enquanto a covid-19 se espalha. A mãe está fora. O menino se expressa por meio de áudios, que ele grava para ele mesmo, em lives e nas redes sociais. A menina, mais nova, escreve. Há um narrador discreto, que costura a história. E cartas, ilustrações e playlists em QR code.

Lázaro Ramos faz sua estreia na literatura juvenil Foto: Pedro Napolinário

“O estilo é fragmentado, mas a mensagem é atemporal: é preciso olhar para o outro, conhecer o outro, ver quem está ao seu redor e saber quem é a sua base e te dá força”, explica o autor. O livro toca em questões como autoestima, identidade e ética – e, aborda, sobretudo, a importância de nos comunicarmos. “Palavras são poderosas”, escreve a mãe numa de suas cartas que trazem notícias de outros mundos e de nossas origens.

“Eu queria muito falar sobre escolhas éticas e sobre o aprendizado que temos de ter de que não precisamos ficar sozinhos nos nossos sobressaltos. Quero muito dizer que ninguém é invisível e que às vezes a melhor comunicação não vai ser um emoji, mas, sim, um bate-papo na frente de um pote de sorvete.”

Enquanto escrevia, Lázaro mostrava o texto para os filhos de um amigo. Um teste mais ou menos como ele faz quando vai lançar um livro para crianças - neste caso, ele manda uma cópia sem seu nome para uma escola pública e outra particular e também para um grupo de teatro para testar forma e conteúdo.

Você Não é Invisível é dedicado a Conceição Evaristo. “Ela é nossa referência maior, não? É o lugar que a gente sonha em chegar, a pessoa que escreveu as ficções a que eu tive acesso, onde eu me enxergava e me percebia dentro do tema da negritude e para além do tema da negritude”, explica. Carlos e Sofia são negros. “Mas minha tentativa foi de ir além, de trazer outras características de todo e qualquer ser humano, outros dilemas, outros temas.”

Lázaro, que acaba de filmar Ó, Pai Ó 2, deixa um recado para os meninos e meninas nesta véspera do Dia da Consciência Negra: “Negro, branco, você não é invisível. Está no título”.

'Você Não é Invisível', de Lázaro Ramos, conta com ilustrações e dicas de playlists em QR Code Foto: Editora Objetiva

Pai de duas crianças curiosas que apareceram no vídeo durante a entrevista, a quem já dedicou algumas de suas obras infantis, Lázaro Ramos não pensa muito no futuro, ou na ideia de que o Brasil será um país justo para mais pessoas. “Eu desisti de esperar pelo futuro. Acredito muito no que fazemos hoje. Na articulação hoje. Na ação imediata quando percebemos algum problema, na maneira que articulamos a coletividade”, comenta.

E segue: “Eu não estou esperando o Brasil do futuro não. A única coisa que está mais próxima de mim é o que eu faço hoje. Se for ficar esperando o futuro, vou viver em eterna angústia. Preciso aprender, e me estimulo todo dia, a fazer hoje. E a celebrar as pequenas alegrias de cada dia que vamos vencendo. É difícil, é desafiador, mas a alternativa que eu escolhi foi essa: mudar hoje”.

Você Não é Invisível

Autor: Lázaro Ramos

Editora: Objetiva (112 págs.; R$ 49,90; R$ 29,90 o e-book)

Flip 2022 começa na quarta, 23, e homenageia Maria Firmina dos Reis

Depois de duas edições online por causa da pandemia, a Festa Literária Internacional de Paraty retoma os encontros presenciais na quarta, 23. Uma das presenças mais aguardadas é a da francesa Annie Ernaux, vencedora este ano do Nobel de Literatura. Ela conversa com Veronica Stigger no sábado, às 15h.

Na abertura, quarta à noite, a Flip presta homenagem a Maria Firmina dos Reis (1822-1917), autora de Úrsula (1859), romance que inaugura, no Brasil, uma literatura abolicionista. Haverá uma conversa seguida de apresentação do Slam das Minas.

Entre os autores desta 20.ª Flip, que termina no domingo, estão ainda Saidiya Hartman, Nastassja Martin, Camila Sosa Villada, Ladee Hubbard e Benjamín Labatut, e os brasileiros Davi Kopenawa, Cida Pedrosa, Ricardo Aleixo, Geovani Martins, Amara Moira, Ricardo Lísias, Cidinha da Silva e Tamara Klink.

Lázaro Ramos, o autor mais vendido da Flip 2017, divide o palco no sábado à noite com Alice Neto e Midra, em mesa que pretende apresentar novas vozes. Ainda há ingressos para a maioria das mesas.

Lázaro Ramos descobriu tarde a literatura. Criança e adolescente, ele achava que ler era “quase uma punição” e uma “perda de tempo”. A descoberta veio durante sua formação como ator. Primeiro, os livros de teatro. Depois, tudo. “Hoje, a leitura é uma companhia, um refúgio. Tenho livros em todos os lugares e leio vários ao mesmo tempo, de todos os gêneros. É uma confusão mental”, brinca o ator em entrevista ao Estadão por videoconferência.

Sua relação com os livros, no entanto, vai além e, desde o lançamento de Na Minha Pele, em 2017, que logo se transformou em um best-seller e deve ganhar uma sequência no ano que vem, ele se sente cada vez mais à vontade no papel de escritor. “É na escrita que exerço mais a minha liberdade. Não tem cliente, prazo ou obrigação. É uma alegria poder sentar e escrever”, comenta – revelando que tem muitas anotações soltas, um livro erótico, uma ficção inacabada e outros escritos.

“Se eu for generoso comigo, digo que meu processo de escrita é livre. Se for severo, caótico. Então você escolhe o adjetivo”, diz. Caótico ou não, o processo tem sido importante para Lázaro Ramos – terapêutico, até, ele diz. Por exemplo: Você Não É Invisível, livro que ele lança na próxima semana, na Festa Literária Internacional de Paraty (veja os destaques da Flip 2022 abaixo), foi sua companhia durante a pandemia. Quando todo mundo em casa já estava dormindo, ele escrevia.

Esta ainda não é a ficção que ele sonha em escrever, mas está feliz com o resultado e acha que esta novela juvenil pode ajudar os adolescentes que costumam se fechar nessa fase, achando que suas dúvidas e angústias são apenas suas.

O livro conta a história de dois irmãos, Carlos e Sofia, isolados por causa da pandemia e por dificuldades de comunicação. Eles vivem com o pai, que precisa sair para trabalhar enquanto a covid-19 se espalha. A mãe está fora. O menino se expressa por meio de áudios, que ele grava para ele mesmo, em lives e nas redes sociais. A menina, mais nova, escreve. Há um narrador discreto, que costura a história. E cartas, ilustrações e playlists em QR code.

Lázaro Ramos faz sua estreia na literatura juvenil Foto: Pedro Napolinário

“O estilo é fragmentado, mas a mensagem é atemporal: é preciso olhar para o outro, conhecer o outro, ver quem está ao seu redor e saber quem é a sua base e te dá força”, explica o autor. O livro toca em questões como autoestima, identidade e ética – e, aborda, sobretudo, a importância de nos comunicarmos. “Palavras são poderosas”, escreve a mãe numa de suas cartas que trazem notícias de outros mundos e de nossas origens.

“Eu queria muito falar sobre escolhas éticas e sobre o aprendizado que temos de ter de que não precisamos ficar sozinhos nos nossos sobressaltos. Quero muito dizer que ninguém é invisível e que às vezes a melhor comunicação não vai ser um emoji, mas, sim, um bate-papo na frente de um pote de sorvete.”

Enquanto escrevia, Lázaro mostrava o texto para os filhos de um amigo. Um teste mais ou menos como ele faz quando vai lançar um livro para crianças - neste caso, ele manda uma cópia sem seu nome para uma escola pública e outra particular e também para um grupo de teatro para testar forma e conteúdo.

Você Não é Invisível é dedicado a Conceição Evaristo. “Ela é nossa referência maior, não? É o lugar que a gente sonha em chegar, a pessoa que escreveu as ficções a que eu tive acesso, onde eu me enxergava e me percebia dentro do tema da negritude e para além do tema da negritude”, explica. Carlos e Sofia são negros. “Mas minha tentativa foi de ir além, de trazer outras características de todo e qualquer ser humano, outros dilemas, outros temas.”

Lázaro, que acaba de filmar Ó, Pai Ó 2, deixa um recado para os meninos e meninas nesta véspera do Dia da Consciência Negra: “Negro, branco, você não é invisível. Está no título”.

'Você Não é Invisível', de Lázaro Ramos, conta com ilustrações e dicas de playlists em QR Code Foto: Editora Objetiva

Pai de duas crianças curiosas que apareceram no vídeo durante a entrevista, a quem já dedicou algumas de suas obras infantis, Lázaro Ramos não pensa muito no futuro, ou na ideia de que o Brasil será um país justo para mais pessoas. “Eu desisti de esperar pelo futuro. Acredito muito no que fazemos hoje. Na articulação hoje. Na ação imediata quando percebemos algum problema, na maneira que articulamos a coletividade”, comenta.

E segue: “Eu não estou esperando o Brasil do futuro não. A única coisa que está mais próxima de mim é o que eu faço hoje. Se for ficar esperando o futuro, vou viver em eterna angústia. Preciso aprender, e me estimulo todo dia, a fazer hoje. E a celebrar as pequenas alegrias de cada dia que vamos vencendo. É difícil, é desafiador, mas a alternativa que eu escolhi foi essa: mudar hoje”.

Você Não é Invisível

Autor: Lázaro Ramos

Editora: Objetiva (112 págs.; R$ 49,90; R$ 29,90 o e-book)

Flip 2022 começa na quarta, 23, e homenageia Maria Firmina dos Reis

Depois de duas edições online por causa da pandemia, a Festa Literária Internacional de Paraty retoma os encontros presenciais na quarta, 23. Uma das presenças mais aguardadas é a da francesa Annie Ernaux, vencedora este ano do Nobel de Literatura. Ela conversa com Veronica Stigger no sábado, às 15h.

Na abertura, quarta à noite, a Flip presta homenagem a Maria Firmina dos Reis (1822-1917), autora de Úrsula (1859), romance que inaugura, no Brasil, uma literatura abolicionista. Haverá uma conversa seguida de apresentação do Slam das Minas.

Entre os autores desta 20.ª Flip, que termina no domingo, estão ainda Saidiya Hartman, Nastassja Martin, Camila Sosa Villada, Ladee Hubbard e Benjamín Labatut, e os brasileiros Davi Kopenawa, Cida Pedrosa, Ricardo Aleixo, Geovani Martins, Amara Moira, Ricardo Lísias, Cidinha da Silva e Tamara Klink.

Lázaro Ramos, o autor mais vendido da Flip 2017, divide o palco no sábado à noite com Alice Neto e Midra, em mesa que pretende apresentar novas vozes. Ainda há ingressos para a maioria das mesas.

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