Livro resgata textos feitos por Boris Schnaiderman para o ‘Suplemento Literário'


Décio de Almeida Prado publicou o reencontro do autor com seu passado na Rússia e na Itália; Boris retomou em 'Caderno Italiano'

Por Marcelo Godoy

Era o fim de 1965, quando o diretor do Suplemento Literário do Estado, Décio de Almeida Prado, recebeu dois textos de seu colaborador Boris Schnaiderman. O professor de Língua e Literatura Russa contava seu reencontro com a memória. Voltara naquele ano pela primeira vez à União Soviética, que deixara em 1924. Depois, visitara os Apeninos, onde combatera na guerra. Em Florença, foi à Piazza della Signoria, que não era mais a da guerra. “Eu a vi deserta, sem estátuas, e de noite o vulto sombrio do Palazzo Vecchio destacava-se sinistro sobre a cidade às escuras”, dizia o texto.

Relatava que encontrou a cidade reconstruída. No cais do Arno, estavam “as pontes que o alemão dinamitou”. O amigo Décio publicou a primeira parte em 1º de janeiro de 1966 e Boris esperou pela segunda. “Em vão”. Procurou o diretor do Suplemento e ouviu elogios ao texto. Perguntou por que não o publicara. “Ele disse: ‘Por não gostei muito’.

General Mann. Navio que trouxe o destacamento de Boris, aportando na baía de Guanabara Foto: Reprodução
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Questionei se não havia remédio, e ele disse que o achou muito bom, mas não havia motivo para reproduzir aquela conversa toda sobre as inscrições italianas.” O texto recusado por Décio ocupa seis páginas do Caderno Italiano, nas quais ele descreve os contrastes entre as inscrições dos monumentos aos mortos em tantas guerras da Itália – da Grande Guerra de 1914 a 1918, à campanha da Abissínia, dos fascistas e republicanos mortos na Espanha e aos partigiani, que lutaram contra os nazi-fascistas.

Leia mais sobre 'Caderno Italiano'

Boris exibia o contraste entre as mortes e as inscrições. O mesmo que havia entre sua memória da relação da tropa brasileira com a população civil e a da italiana que lhe perguntou se estava ali para “rever as porcarias” que os soldados fizeram.

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Quarenta anos após a recusa de Décio, Boris acrescentou um terceiro capítulo para contar a parte mais dolorosa da viagem: o encontro com Montese, a cidade italiana que o artilheiro Boris bombardeou no fim da guerra. Somente ali o ex-combatente não conversou com ninguém. As marcas das bombas que despejara naquela gente ainda eram visíveis. E permanecem em sua memória.

Era o fim de 1965, quando o diretor do Suplemento Literário do Estado, Décio de Almeida Prado, recebeu dois textos de seu colaborador Boris Schnaiderman. O professor de Língua e Literatura Russa contava seu reencontro com a memória. Voltara naquele ano pela primeira vez à União Soviética, que deixara em 1924. Depois, visitara os Apeninos, onde combatera na guerra. Em Florença, foi à Piazza della Signoria, que não era mais a da guerra. “Eu a vi deserta, sem estátuas, e de noite o vulto sombrio do Palazzo Vecchio destacava-se sinistro sobre a cidade às escuras”, dizia o texto.

Relatava que encontrou a cidade reconstruída. No cais do Arno, estavam “as pontes que o alemão dinamitou”. O amigo Décio publicou a primeira parte em 1º de janeiro de 1966 e Boris esperou pela segunda. “Em vão”. Procurou o diretor do Suplemento e ouviu elogios ao texto. Perguntou por que não o publicara. “Ele disse: ‘Por não gostei muito’.

General Mann. Navio que trouxe o destacamento de Boris, aportando na baía de Guanabara Foto: Reprodução

Questionei se não havia remédio, e ele disse que o achou muito bom, mas não havia motivo para reproduzir aquela conversa toda sobre as inscrições italianas.” O texto recusado por Décio ocupa seis páginas do Caderno Italiano, nas quais ele descreve os contrastes entre as inscrições dos monumentos aos mortos em tantas guerras da Itália – da Grande Guerra de 1914 a 1918, à campanha da Abissínia, dos fascistas e republicanos mortos na Espanha e aos partigiani, que lutaram contra os nazi-fascistas.

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Boris exibia o contraste entre as mortes e as inscrições. O mesmo que havia entre sua memória da relação da tropa brasileira com a população civil e a da italiana que lhe perguntou se estava ali para “rever as porcarias” que os soldados fizeram.

Quarenta anos após a recusa de Décio, Boris acrescentou um terceiro capítulo para contar a parte mais dolorosa da viagem: o encontro com Montese, a cidade italiana que o artilheiro Boris bombardeou no fim da guerra. Somente ali o ex-combatente não conversou com ninguém. As marcas das bombas que despejara naquela gente ainda eram visíveis. E permanecem em sua memória.

Era o fim de 1965, quando o diretor do Suplemento Literário do Estado, Décio de Almeida Prado, recebeu dois textos de seu colaborador Boris Schnaiderman. O professor de Língua e Literatura Russa contava seu reencontro com a memória. Voltara naquele ano pela primeira vez à União Soviética, que deixara em 1924. Depois, visitara os Apeninos, onde combatera na guerra. Em Florença, foi à Piazza della Signoria, que não era mais a da guerra. “Eu a vi deserta, sem estátuas, e de noite o vulto sombrio do Palazzo Vecchio destacava-se sinistro sobre a cidade às escuras”, dizia o texto.

Relatava que encontrou a cidade reconstruída. No cais do Arno, estavam “as pontes que o alemão dinamitou”. O amigo Décio publicou a primeira parte em 1º de janeiro de 1966 e Boris esperou pela segunda. “Em vão”. Procurou o diretor do Suplemento e ouviu elogios ao texto. Perguntou por que não o publicara. “Ele disse: ‘Por não gostei muito’.

General Mann. Navio que trouxe o destacamento de Boris, aportando na baía de Guanabara Foto: Reprodução

Questionei se não havia remédio, e ele disse que o achou muito bom, mas não havia motivo para reproduzir aquela conversa toda sobre as inscrições italianas.” O texto recusado por Décio ocupa seis páginas do Caderno Italiano, nas quais ele descreve os contrastes entre as inscrições dos monumentos aos mortos em tantas guerras da Itália – da Grande Guerra de 1914 a 1918, à campanha da Abissínia, dos fascistas e republicanos mortos na Espanha e aos partigiani, que lutaram contra os nazi-fascistas.

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Boris exibia o contraste entre as mortes e as inscrições. O mesmo que havia entre sua memória da relação da tropa brasileira com a população civil e a da italiana que lhe perguntou se estava ali para “rever as porcarias” que os soldados fizeram.

Quarenta anos após a recusa de Décio, Boris acrescentou um terceiro capítulo para contar a parte mais dolorosa da viagem: o encontro com Montese, a cidade italiana que o artilheiro Boris bombardeou no fim da guerra. Somente ali o ex-combatente não conversou com ninguém. As marcas das bombas que despejara naquela gente ainda eram visíveis. E permanecem em sua memória.

Era o fim de 1965, quando o diretor do Suplemento Literário do Estado, Décio de Almeida Prado, recebeu dois textos de seu colaborador Boris Schnaiderman. O professor de Língua e Literatura Russa contava seu reencontro com a memória. Voltara naquele ano pela primeira vez à União Soviética, que deixara em 1924. Depois, visitara os Apeninos, onde combatera na guerra. Em Florença, foi à Piazza della Signoria, que não era mais a da guerra. “Eu a vi deserta, sem estátuas, e de noite o vulto sombrio do Palazzo Vecchio destacava-se sinistro sobre a cidade às escuras”, dizia o texto.

Relatava que encontrou a cidade reconstruída. No cais do Arno, estavam “as pontes que o alemão dinamitou”. O amigo Décio publicou a primeira parte em 1º de janeiro de 1966 e Boris esperou pela segunda. “Em vão”. Procurou o diretor do Suplemento e ouviu elogios ao texto. Perguntou por que não o publicara. “Ele disse: ‘Por não gostei muito’.

General Mann. Navio que trouxe o destacamento de Boris, aportando na baía de Guanabara Foto: Reprodução

Questionei se não havia remédio, e ele disse que o achou muito bom, mas não havia motivo para reproduzir aquela conversa toda sobre as inscrições italianas.” O texto recusado por Décio ocupa seis páginas do Caderno Italiano, nas quais ele descreve os contrastes entre as inscrições dos monumentos aos mortos em tantas guerras da Itália – da Grande Guerra de 1914 a 1918, à campanha da Abissínia, dos fascistas e republicanos mortos na Espanha e aos partigiani, que lutaram contra os nazi-fascistas.

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Boris exibia o contraste entre as mortes e as inscrições. O mesmo que havia entre sua memória da relação da tropa brasileira com a população civil e a da italiana que lhe perguntou se estava ali para “rever as porcarias” que os soldados fizeram.

Quarenta anos após a recusa de Décio, Boris acrescentou um terceiro capítulo para contar a parte mais dolorosa da viagem: o encontro com Montese, a cidade italiana que o artilheiro Boris bombardeou no fim da guerra. Somente ali o ex-combatente não conversou com ninguém. As marcas das bombas que despejara naquela gente ainda eram visíveis. E permanecem em sua memória.

Era o fim de 1965, quando o diretor do Suplemento Literário do Estado, Décio de Almeida Prado, recebeu dois textos de seu colaborador Boris Schnaiderman. O professor de Língua e Literatura Russa contava seu reencontro com a memória. Voltara naquele ano pela primeira vez à União Soviética, que deixara em 1924. Depois, visitara os Apeninos, onde combatera na guerra. Em Florença, foi à Piazza della Signoria, que não era mais a da guerra. “Eu a vi deserta, sem estátuas, e de noite o vulto sombrio do Palazzo Vecchio destacava-se sinistro sobre a cidade às escuras”, dizia o texto.

Relatava que encontrou a cidade reconstruída. No cais do Arno, estavam “as pontes que o alemão dinamitou”. O amigo Décio publicou a primeira parte em 1º de janeiro de 1966 e Boris esperou pela segunda. “Em vão”. Procurou o diretor do Suplemento e ouviu elogios ao texto. Perguntou por que não o publicara. “Ele disse: ‘Por não gostei muito’.

General Mann. Navio que trouxe o destacamento de Boris, aportando na baía de Guanabara Foto: Reprodução

Questionei se não havia remédio, e ele disse que o achou muito bom, mas não havia motivo para reproduzir aquela conversa toda sobre as inscrições italianas.” O texto recusado por Décio ocupa seis páginas do Caderno Italiano, nas quais ele descreve os contrastes entre as inscrições dos monumentos aos mortos em tantas guerras da Itália – da Grande Guerra de 1914 a 1918, à campanha da Abissínia, dos fascistas e republicanos mortos na Espanha e aos partigiani, que lutaram contra os nazi-fascistas.

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Boris exibia o contraste entre as mortes e as inscrições. O mesmo que havia entre sua memória da relação da tropa brasileira com a população civil e a da italiana que lhe perguntou se estava ali para “rever as porcarias” que os soldados fizeram.

Quarenta anos após a recusa de Décio, Boris acrescentou um terceiro capítulo para contar a parte mais dolorosa da viagem: o encontro com Montese, a cidade italiana que o artilheiro Boris bombardeou no fim da guerra. Somente ali o ex-combatente não conversou com ninguém. As marcas das bombas que despejara naquela gente ainda eram visíveis. E permanecem em sua memória.

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