Luiz Antonio Simas abre a Flip 2024 com tributo a João do Rio: ‘Seus textos ainda são atuais’


Historiador fez palestra repleta de referências à cultura afrodescendente em homenagem ao escritor homenageado na 22ª edição do evento

Por Ubiratan Brasil
Atualização:

PARATY - Em uma palestra repleta de referências à cultura afrodescendente, o historiador Luiz Antonio Simas abriu a 22ª edição da Festa Literária Internacional de Paraty, a Flip, na noite desta quarta-feira, 9, costurando a trajetória de João do Rio, o escritor homenageado, com a sociedade brasileira atual.

Simas lembrou que João do Rio (1881-1921) viveu em um momento de grande transição da então capital federal, o Rio de Janeiro - e foi testemunha dessa mudança. “Foi uma época pós abolição da escravidão (1888) e pós proclamação da República (1889), momento em que a elite buscava um projeto de embranquecimento racial, com a sociedade e a geografia do Rio se inspirando em Paris”, disse.

Isso se traduzia na vinda de imigrantes europeus para “limpar” a cor da pele branca da população e, no campo simbólico no apagamento de qualquer vestígio de culturas não-brancas.

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O historiador Luiz Antonio Simas, na abertura da Flip 2024 Foto: Walter Craveiro/Divulgação

Por causa disso, segundo o historiador, João do Rio vivia entre o fascínio e o terror, entre o assombro e a atração. “Ele conseguiu transformar esse terror em um exercício de investigação jornalística ao retratar a encruzilhada que marcava a vida social do Rio.”

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Simas lembra que João do Rio passou, então, a frequentar terreiros de umbanda e a ir em becos onde chineses negociavam ópio. “Também foi pioneiro a visitar presídios femininos e a contar histórias de vida a partir das tatuagens de homens aprisionados. Algo que continua atual, com os mesmos dilemas do Brasil aflorando.”

Seu sucesso alcançava tanto a elite como as camadas mais populares. Era um homem querido, como comprovaram imagens raras, projetadas antes da palestra de Simas, do velório e enterro de João do Rio, em 1921. “Cerca de um quarto da população do Rio foi ao seu enterro, mostrando que era um homem popular”, disse o historiador.

Com olhar por vezes preconceituoso, ao menos para os dias atuais, João do Rio registrava a morte de uma cidade para descobrir outra que nascia. “É isso que torna seus textos ainda atuais: o Brasil foi pensado como um projeto bem sucedido de exclusão, o que torna ainda comuns os ataques a corpos não-brancos.”

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Em seus textos, o jornalista percebia as pessoas como sujeitos das próprias vidas, o que poderia, atualmente, a incentivar uma conversa consensual a respeito da construção de identidades. “Com João do Rio, temos a chance de pensar o Brasil de 2024″, disse.

PARATY - Em uma palestra repleta de referências à cultura afrodescendente, o historiador Luiz Antonio Simas abriu a 22ª edição da Festa Literária Internacional de Paraty, a Flip, na noite desta quarta-feira, 9, costurando a trajetória de João do Rio, o escritor homenageado, com a sociedade brasileira atual.

Simas lembrou que João do Rio (1881-1921) viveu em um momento de grande transição da então capital federal, o Rio de Janeiro - e foi testemunha dessa mudança. “Foi uma época pós abolição da escravidão (1888) e pós proclamação da República (1889), momento em que a elite buscava um projeto de embranquecimento racial, com a sociedade e a geografia do Rio se inspirando em Paris”, disse.

Isso se traduzia na vinda de imigrantes europeus para “limpar” a cor da pele branca da população e, no campo simbólico no apagamento de qualquer vestígio de culturas não-brancas.

O historiador Luiz Antonio Simas, na abertura da Flip 2024 Foto: Walter Craveiro/Divulgação

Por causa disso, segundo o historiador, João do Rio vivia entre o fascínio e o terror, entre o assombro e a atração. “Ele conseguiu transformar esse terror em um exercício de investigação jornalística ao retratar a encruzilhada que marcava a vida social do Rio.”

Simas lembra que João do Rio passou, então, a frequentar terreiros de umbanda e a ir em becos onde chineses negociavam ópio. “Também foi pioneiro a visitar presídios femininos e a contar histórias de vida a partir das tatuagens de homens aprisionados. Algo que continua atual, com os mesmos dilemas do Brasil aflorando.”

Seu sucesso alcançava tanto a elite como as camadas mais populares. Era um homem querido, como comprovaram imagens raras, projetadas antes da palestra de Simas, do velório e enterro de João do Rio, em 1921. “Cerca de um quarto da população do Rio foi ao seu enterro, mostrando que era um homem popular”, disse o historiador.

Com olhar por vezes preconceituoso, ao menos para os dias atuais, João do Rio registrava a morte de uma cidade para descobrir outra que nascia. “É isso que torna seus textos ainda atuais: o Brasil foi pensado como um projeto bem sucedido de exclusão, o que torna ainda comuns os ataques a corpos não-brancos.”

Em seus textos, o jornalista percebia as pessoas como sujeitos das próprias vidas, o que poderia, atualmente, a incentivar uma conversa consensual a respeito da construção de identidades. “Com João do Rio, temos a chance de pensar o Brasil de 2024″, disse.

PARATY - Em uma palestra repleta de referências à cultura afrodescendente, o historiador Luiz Antonio Simas abriu a 22ª edição da Festa Literária Internacional de Paraty, a Flip, na noite desta quarta-feira, 9, costurando a trajetória de João do Rio, o escritor homenageado, com a sociedade brasileira atual.

Simas lembrou que João do Rio (1881-1921) viveu em um momento de grande transição da então capital federal, o Rio de Janeiro - e foi testemunha dessa mudança. “Foi uma época pós abolição da escravidão (1888) e pós proclamação da República (1889), momento em que a elite buscava um projeto de embranquecimento racial, com a sociedade e a geografia do Rio se inspirando em Paris”, disse.

Isso se traduzia na vinda de imigrantes europeus para “limpar” a cor da pele branca da população e, no campo simbólico no apagamento de qualquer vestígio de culturas não-brancas.

O historiador Luiz Antonio Simas, na abertura da Flip 2024 Foto: Walter Craveiro/Divulgação

Por causa disso, segundo o historiador, João do Rio vivia entre o fascínio e o terror, entre o assombro e a atração. “Ele conseguiu transformar esse terror em um exercício de investigação jornalística ao retratar a encruzilhada que marcava a vida social do Rio.”

Simas lembra que João do Rio passou, então, a frequentar terreiros de umbanda e a ir em becos onde chineses negociavam ópio. “Também foi pioneiro a visitar presídios femininos e a contar histórias de vida a partir das tatuagens de homens aprisionados. Algo que continua atual, com os mesmos dilemas do Brasil aflorando.”

Seu sucesso alcançava tanto a elite como as camadas mais populares. Era um homem querido, como comprovaram imagens raras, projetadas antes da palestra de Simas, do velório e enterro de João do Rio, em 1921. “Cerca de um quarto da população do Rio foi ao seu enterro, mostrando que era um homem popular”, disse o historiador.

Com olhar por vezes preconceituoso, ao menos para os dias atuais, João do Rio registrava a morte de uma cidade para descobrir outra que nascia. “É isso que torna seus textos ainda atuais: o Brasil foi pensado como um projeto bem sucedido de exclusão, o que torna ainda comuns os ataques a corpos não-brancos.”

Em seus textos, o jornalista percebia as pessoas como sujeitos das próprias vidas, o que poderia, atualmente, a incentivar uma conversa consensual a respeito da construção de identidades. “Com João do Rio, temos a chance de pensar o Brasil de 2024″, disse.

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