A Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo instaurou um procedimento legal interno para apurar como surgiu a informação de que a seção Bibliografia e Documentação da Biblioteca Monteiro Lobato seria extinta.
No dia 16 de julho, durante uma reunião com os funcionários da biblioteca, a diretora Marta Nosé Ferreira disse que havia sido “avisada” pela coordenadora do Sistema Municipal de Bibliotecas de que a tal seção seria extinta no dia 2 de agosto e que, com isso, os dois funcionários seriam remanejados para outra biblioteca ou deveriam se aposentar. Isso está registrado em ata a que o Estadão teve acesso.
O assunto ganhou grande repercussão, mobilizou pesquisadores, editores, educadores e frequentadores, e a secretaria chegou a dizer, em nota, que se tratava de fake news. No comunicado desta quarta, ela reafirma que a seção não será fechada e classificou o acervo que ela abriga como “importantíssimo”. Além de material histórico de Monteiro Lobato, está ali toda a história das bibliotecas infantis do Brasil e o acervo de Lenira Camargo Fracarolli, que idealizou e dirigiu a Biblioteca Monteiro Lobato, entre outros tipos de livros e documentos, frequentemente acessados por pesquisadores.
Além disso, o comunicado afirma que "não houve absolutamente nenhuma sinalização do gabinete da Secretaria Municipal de Cultura para que a Seção de Bibliografia e Documentação seja extinta ou tenha seus trabalhos interrompidos".
A nota segue. “A Secretaria Municipal de Cultura já instaurou um procedimento legal interno para apurar os fatos e esclarecer como surgiu a informação falsa sobre qualquer tipo de desmonte ou negligência com o importantíssimo acervo da Biblioteca Monteiro Lobato. Reforçamos: não haverá fechamento ou esvaziamento da Seção ou de qualquer outra área da Biblioteca”, diz a nota.
Ainda segundo o comunicado, postado em uma rede social da Secretaria Municipal da Cultura, “o Gabinete da Secretaria também encaminhou uma determinação para a Coordenação do Sistema Municipal de Bibliotecas explicitar a realidade e cessar qualquer discussão sobre esse fato, inexistente, sobre a Biblioteca Infantojuvenil Monteiro Lobato até a apuração completa da situação”.
Fechada no último ano por causa da pandemia do coronavírus, a Biblioteca Monteiro Lobato, criada em 1936 e que funciona na Rua General Jardim, 485, será reaberta ao público na segunda-feira, 23, quando haverá a inauguração de uma sala de leitura dedicada à primeira infância.
Antes, nesta quinta, 19, às 10h, está prevista uma audiência pública na Comissão Permanente de Constituição, Justiça e Legislação Participativa da Câmara para "discutir a desativação da seção de Bibliografia e Documentos da Biblioteca Monteiro Lobato".