Um guia das novas livrarias do centro de São Paulo para conhecer a pé


Selecionamos 12 livrarias - 8 delas inauguradas nos últimos dois anos; conheça suas características e veja como chegar

Por Maria Fernanda Rodrigues
Atualização:

Escolhas pessoais levaram novos empreendedores do mundo do livro a fincar raízes no centro de São Paulo. E, individualmente e de forma independente, eles estão ajudando a mudar a cara das livrarias da região – e da própria região.

A Livraria Eiffel, por exemplo, abriu as portas há 10 dias na Praça da República, onde antes funcionava uma loja de cuecas. Duas bancas de jornal abandonadas se transformaram em espaços para venda de obras de artistas e editoras independentes. Na Galeria Metrópole, que já foi símbolo do luxo e depois da decadência, convivem nada menos do que três livrarias.

Assim, por um misto de coincidência e vontade de ocupar o centro para fazer algo novo numa região que sempre viveu de altos e baixos, por onde circulam e vivem milhares de pessoas de todas as classes sociais, essas livrarias estão se tornando um novo destino de paulistanos e turistas.

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A Megafauna fica no térreo do Edifício Copan Foto: Werther Santana/Estadão

O Estadão selecionou 12 livrarias para conhecer a pé, num passeio também pela arquitetura e gastronomia do centro. Detalhe: 8 delas foram inauguradas de 2020 para cá.

“As livrarias estiveram presentes no centro por muito tempo, mas esse movimento de ‘shoppingcenterização’ de São Paulo, de isolamento das pessoas, foi um pouco minando o centro, que entrou em decadência. Vemos hoje um movimento contrário”, comenta Fernanda Diamant, uma das idealizadoras da Megafauna, inaugurada em pleno 2020 pandêmico, no térreo do Copan, um dos prédios assinados por Niemeyer na cidade. Ela está feliz com os resultados, e diz que a parceria com a chef Bel Coelho, que pilota o Cuia Café, é um dos vários fatores do sucesso.

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“Passada a pandemia e com novas perspectivas para o País, vemos de novo essa turbina de energia e de criatividade no centro”, ela diz ainda – e explica que não entende as livrarias vizinhas como concorrentes.

O Cuia está dentro da Megafauna. Do lado, fica o Bar da Dona Onça. A 400 metros dali, está a Eiffel, a mais nova livraria de São Paulo, especializada em livros de arquitetura, inaugurada também em prédio de Niemeyer e distante poucos passos da Casa do Porco e do Z Deli. Ou seja, dependendo do horário da visita e do bolso, dá para fazer um programa casado.

Da Megafauna até a Galeria Metrópole, outro reduto literário da região, são 230 metros. Ali ficam a Tapera Taperá (2016), misto de biblioteca, livraria e espaço de debate; a HG Publicações (2022), antiga Banca Higienópolis, com uma curadoria focada na autoria preta, indígena, LGBT+ e independente; e o Sebo IP Livros Usados, Raros e Esgotados (2022) – sem poeira ou mofo e, às vezes, com livros novos.

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Na Galeria Metrópole, o sebo IP vende livros raros, usados e esgotados - e, às vezes, novos também Foto: Fabio Furtado

Iuri Pereira, de 49 anos, professor de literatura no Colégio Equipe e na Escola Vera Cruz e com experiência em venda e edição de livros, abriu o IP ali em julho deste ano estimulado por amigos que trabalham na Metrópole. “A galeria é linda e foi projetada para ser comercial. Com o tempo, decaiu e foi reocupada por escritórios. Isso criou uma característica muito singular, elegante e moderna, porque a vitrine funciona como uma parede de vidro que amplia o espaço da galeria para dentro dos escritórios, que hoje convivem com as lojas”, comenta Iuri.

Sua ideia é que o sebo se mantenha pequeno - com até 4 mil títulos - e com atendimento presencial (muitos sebos, hoje, são apenas online). “A experiência tem sido boa porque tenho recebido pessoas que conhecem e valorizam livros. Vou precisar de mais tempo e divulgação para ser lembrado como um endereço do circuito de livros usados do Centro e para isso penso em fazer lançamentos de livro e outros encontros aqui”, finaliza.

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Um mês antes de Iuri inaugurar sua loja, chegou por ali, mas no 1º andar da Galeria Metrópole, a HG Publicações. Trata-se de uma ampliação do projeto da Banca Higienópolis, que funcionou durante dois anos e fechou para renascer neste novo endereço e com a possibilidade de realizar eventos - algo que a banca não comportava. Os planos são ainda mais ambiciosos, e a HG deve começar a publicar seus próprios livros já no início de 2023. “Nós não nos consideramos uma livraria-livraria, e sim como um espaço de curadoria de livros, revistas e outras mídias impressas - com foco sempre na autoria preta, indígena, LGBTQIA e independente”, diz Thom Levisky, produtor cultural e sócio de Juliana Borges no projeto.

Caminhando na direção do Minhocão, está a Gato Sem Rabo (2021), exclusiva para livros escritos por mulheres, lotada nos finais de semana e que também vira um passeio casado se o leitor quiser fazer uma parada (de preferência com reserva) no Cora, no terraço do prédio que ficou abandonado por muitos anos.

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Mais dois minutos andando, na direção da Praça Rotary, e chegamos à Banca Curva, de publicações independentes. Ali, o público encontra a produção de 100 parceiros, entre pequenas editoras, artistas e designers. São centenas de livros, gravuras, prints e dezenas de objetos criativos.

O projeto é do artista Rodrigo Motta que, em 2017, saiu de um trabalho CLT e queria ter um espaço próprio para expor e vender. Ele vivia em Ermelino Matarazzo, na zona leste, e começou a pensar no centro porque sua namorada trabalhava e vivia por ali e porque pensava que teria mais chance. “Os aluguéis de lojas eram caros, e encontrei esta banca próxima ao trabalho de minha companheira. Foi o acaso, a ideia não era para ser banca, mas como sempre fui um assíduo frequentador de bancas em meu bairro na periferia de São Paulo, pois não existiam livrarias por lá, abracei a oportunidade”, conta Rodrigo, que inaugurou a Banca Curva em 2018 e, no ano passado, inaugurou seu e-commerce.

“A banca faz 5 anos em março de 2023. Vejo de forma positiva, mesmo com a pandemia, os números de clientes, seguidores e vendas que consegui manter nesse período. E também vejo de forma positiva a abertura de livrarias próximas, com seus nichos e curadorias”, finaliza - lamentando também que até hoje seu antigo bairro não tenha nenhuma livraria.

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Se estiver fazendo o passeio com criança, vale uma passada na Biblioteca Infantojuvenil Monteiro Lobato, bem ao lado da Banca Curva.

Livrarias ajudam na revalorização do centro

Seguindo na direção da Consolação, a 350 metros da Banca Curva, a 850 metros da Eiffel e a 1,1 km da Galeria Metrópole, está a Martins Fontes da Dr. Vila Nova - que não é exatamente nova, mas que não poderia ficar fora de um roteiro pelas livrarias da região. É a primeira loja da rede em São Paulo - a maior e mais conhecida é a da Avenida Paulista. Inaugurada em 1985, ela tem 252 m², conta, no local, com cerca de 25 mil títulos e fica bem ao lado do Sesc Consolação, onde é possível encontrar os livros publicados pelas Edições Sesc.

Para Alexandre Martins Fontes, que é ainda diretor da editora WMF Martins Fontes e vice-presidente da Associação Nacional de Livrarias (ANL), “o surgimento de novas livrarias nas ruas de nossas cidades deve ser sempre comemorado”. Ele continua: “Como cidadão, como livreiro e como editor do extraordinário livro Morte e Vida de Grandes Cidades, de Jane Jacobs, eu não poderia ficar mais feliz com a revalorização do centro de São Paulo e com a abertura dessas novas e lindas livrarias”.

Próximas paradas, seguindo o caminho da Vila Buarque e Santa Cecília: Ponta de Lança (2021), Pulsa (2022), Banca Tatuí (2014) e Yerba (2021).

A Pulsa, a novata entre essas últimas livrarias, ia ser uma loja itinerante com uma base. Mas a dona do sex shop que funcionava dentro do Das Bar indicou Caroline Fernandes e Fer Krajuska ao bar e elas assumiram o espaço em abril deste ano. “Aqui, as pessoas encontram um acervo de autorias e/ou narrativas LGBTQIA+. No acervo, temos 70% dos livros feitos por pessoas não brancas, e uma atenção especial às escritas da Região Norte”, comenta Carol, que, com a saída, agora, da sócia, toca a pequena livraria que acompanha o horário do bar - à noite.

“Trabalhar com livros, em qualquer ponta da produção que seja, é um grande desafio. Vender livros, mais ainda - especialmente no cenário econômico em que estamos. É uma luta diária”, ela diz. Mas também há vitórias. “Recentemente, falamos com um casal de idosos que compraram o livro Perigosas Sapatas para a filha e perguntaram se seria um bom presente. É algo pequeno, mas que para uma comunidade marginalizada significa demais. E, poder fazer parte disso, é muito gratificante.”

A Pulsa leva uma seleção de seu catálogo para bares e feiras, e, no bar, além de vender livros, ela realiza eventos literários e saraus. Autoras como Cidinha da Silva e Monique Malcher já passaram por lá.

A Ponta de Lança fica na Vila Buarque Foto: Tiago Queiroz/Estadão

A Ponta de Lança era originalmente um sebo online que virou livraria de rua no ano passado. Há, ali, clubes de leitura, lançamentos, estante de doação e mesinhas na calçada, para um café, um vinho ou uma cerveja. E para um dedidinho de cachaça, oferecido por Bruno Eliezer aos clientes.

A Banca Tatuí é um endereço tradicional da cena de publicações independentes. Nela, são encontrados livros, quadrinhos, zines e revistas. É um projeto dos donos da editora Lote 42, João Varella e Cecilia Arbolave (e, na época, também Thiago Blumenthal) que, em 2014, transformando uma banca abandonada em uma livraria independente anteciparam uma tendência. A banca se tornou ponto de encontro entre leitores e entre leitores e obras.

“Quando abrimos, parecia loucura total: uma banca, só de publicações independentes, em uma esquina considerada perigosa no centro de São Paulo. Como Cecilia e eu moramos perto, sempre acreditamos que era possível. Hoje nossa percepção é que não só é importante um espaço como a Banca Tatuí como é necessário oferecer cultura no coração da megalópole. Faz bem para todo mundo. E quanto mais iniciativas similares, melhor”, diz João Varella.

Conheça 12 livrarias do centro de São Paulo

Livraria Megafauna

A Megafauna aposta na curadoria e na realização de eventos na livraria Foto: Werther Santana/Estadão

Inaugurada em plena pandemia, em novembro de 2020, a Livraria Megafauna, com 200 m², fica no térreo do Edifício Copan, um dos mais conhecidos prédios de Oscar Niemeyer. É livraria, mas a proposta é que ela seja mais do que um local para venda - um espaço para reflexão e criação de conteúdo. Há eventos ali, e também a realização de encontros com escritores e escritoras. A curadoria e a gestão compartilhada por profissionais com diferentes experiências no mercado editorial são as apostas da Megafauna. O Cuia Café e Restaurante, da chef Bel Coelho, completa o projeto. Do lado, também no térreo do Copan, tem o Bar da Dona Onça.

Livraria Megafauna: Av. Ipiranga, 200 - loja 53. Funciona de 3ª a sábado, das 10h às 21h, e domingo, das 10h às 18h. www.livrariamegafauna.com.br/

Livraria Eiffel

A Livraria Eiffel foi inaugurada em 8 de dezembro Foto: Werther Santana/Estadão

A Eiffel, livraria especializada em livros de arquitetura, urbanismo, paisagismo e design, é o mais novo endereço literário do centro. Ela foi inaugurada no dia 8 de dezembro, no térreo do Edifício Eiffel - de 1956, ele é um dos conhecidos projetos assinados por Oscar Niemeyer e Claudio Lemos em São Paulo. São 70 m², divididos em dois andares, e a livraria vende ainda sacolas, canecas e outros produtos da marca, além de oferecer um cafezinho coado aos visitantes. No quarteirão da Eiffel, ficam ainda o restaurante a Casa do Porco, a lanchonete Z Deli e o Cineclube Cortina, novo espaço da região com cinema (as poltronas são espreguiçadeiras) e bar - e onde podem ser feitos shows e festas também. Alguns metros adiante, tem ainda o Tokyo, bar com karaokê.

Livraria Eiffel: Praça da República, 183. Funciona de 3ª a domingo, das 11h às 19h Instagram @livraria_eiffel

Tapera Taperá

De 2016, a Tapera Taperá é a mais antiga entre as novas livrarias da Galeria Metrópole Foto: Felipe Rau/Estadão

Um dos marcos da arquitetura modernista de São Paulo, a Galeria Metrópole, um projeto de Gian Carlo Gasperini e Salvador Candia, remonta à década de 1960, quando viveu seu auge - com luxuosos comércios e bares e um cinema para mais de mil pessoas. Em meados dos anos 1970, veio a decadência e, mais recentemente, a redescoberta e revitalização do espaço, que abriga hoje lojas, escritórios, estúdios, cafés e nada menos do que três livrarias. A Taperá Taperá é uma delas - a primeira, inaugurada em 2016. É livraria (com bazar, inclusive), biblioteca e espaço cultural. Ou, como ela se apresenta, “um experimento político-cultural”. Há lançamentos ali, cursos e outros eventos. A galeria, que fica na São Luís com a Praça Dom José Gaspar, fica pertinho da Biblioteca Mário de Andrade, dona de um importante acervo bibliográfico e que costuma ter uma rica programação cultural. No meio do caminho entre uma e outra, na praça, está a Banca Macunaíma, de livros usados.

Galeria Metrópole: Av. São Luís, 187 - 2º andar, loja 29. Funciona de 2ª a sábado, das 10h às 18h. www.taperatapera.com.br

IP Livros Usados, Raros e Esgotados

O sebo IP foi inaugurado em julho de 2022, na Galeria Metrópole Foto: Fabio Furtado

Novo projeto de Iuri Pereira, professor de literatura no Colégio Equipe e na Escola Vera Cruz e que já atuou como livreiro e editor (na Hedra), o sebo IP Livros Usados, Raros e Esgotados abriu as portas em julho de 2022, na Galeria Metrópole. O acervo, atualmente, é de cerca de dois mil títulos, mas a ideia é chegar a 4 mil volumes. Há obras nas áreas de literatura, ciências humanas, artes plásticas, arquitetura, fotografia, cinema e uma seção de livros raros (como Rimas de Torquato Tasso, de 1619, e A Divina Comédia em quatro volumes, de 1808), primeiras edições, obras autografadas, catálogos de exposições e impressões especiais.

Galeria Metrópole: Avenida São Luís, 187- 2º andar, loja 18. Funciona de 2ª a sábado, das das 14h30 às 18h30. Instagram @ip.livrosusados

HG Publicações

A HG Publicações é a antiga Banca Higienópolis Foto: HG Publicações

A HG Publicações, também na Galeria Metrópole, é uma evolução da Banca Higienópolis, que funcionou entre 2020 e 2022 na esquina da Av. Higienópolis com a Martim Francisco. Desde junho ocupando uma das lojas do prédio histórico (e presente em eventos itinerantes), ela apresenta, segundo informa, uma curadoria de livros antirracistas, anticapitalistas, feministas, indígenas, além de publicações de literatura, arquitetura e design, fotografia e moda. Há eventos no local, uma pequena geladeira com algumas opções de bebida e um café.

Galeria Metrópole: Galeria Metrópole: Av. São Luís, 187 - 1º andar, loja 19. Funciona de 2ª a sábado, das 10h às 18h. Instagram: @hgpublicacoes

Livraria Gato Sem Rabo

A Livraria Gato Sem Rabo vende apenas livros escritos por mulheres Foto: Tiago Queiroz/Estadão

A Livraria Gato Sem Rabo é a primeira e única de São Paulo exclusiva para venda de livros escritos por mulheres e os cruzamentos que essa definição abrange, conforme a proprietária Johanna Stein disse ao Estadão, na primeira matéria sobre o projeto (leia aqui). Inaugurada em maio de 2021, com obras de diversos gêneros, para adultos e crianças, ela é ponto de parada e de encontro de quem passeia pelo Minhocão nos finais de semana. São 65 m² e há frequentemente eventos ali. O nome foi tirado do livro Um Quarto Só Seu, de Virginia Woolf. Para quem for no final do expediente e estiver com fome, bem ao lado fica a pizzaria Divina Encrenca, que abre às 18h. E no mesmo prédio, no 6º e último andar, fica o Cora, o badalado restaurante do chef Pablo Inca com espaço ao ar livre e vista para o Minhocão - e nome em homenagem à poeta e doceira Cora Coralina. Abre de terça a domingo. A partir de quarta, tem almoço. E, no domingo, além do almoço, ele serve um brunch. O ideal é reservar antes.

R. Amaral Gurgel, 352. Ela funciona de 3ª a sábado, das 11h às 18h, e aos domingos, das 11h às 17h. Instagram: @gato.sem.rabo

Livraria Martins Fontes

A Livraria Martins Fontes conta com o um café no mezanino Foto: Martins Fontes Livraria

Veterana entre as livrarias desta lista, a Martins Fontes da Dr. Vila Nova é a primeira unidade da rede em São Paulo. Inaugurada em 1985, ela tem 252 m², divididos em dois andares, e um acervo de cerca de 25 mil títulos. No mezanino, são realizados eventos. É ali, também, que fica o Sagarana Café, operado pela livraria - mas com cardápio assinado pelo Restaurante Mestiço. A Martins Fontes fica bem ao lado do Sesc Consolação, onde é possível encontrar os livros publicados pelas Edições Sesc, e a poucos metros do Mackenzie.

Rua Dr. Vila Nova, 309. Funciona de 2ª a 6ª, das 10h às 20h, e aos sábados, das 10h às 18h. www.martinsfontespaulista.com.br.

Banca Curva

A Banca Curva vende publicações independentes, além de objetos criativos Foto: Banca Curva

A Banca Curva funciona na Praça Rotary, na Vila Buarque, ao lado da Biblioteca Infantojuvenil Monteiro Lobato e na esquina da Rua Cesário Mota Júnior. Ela é uma banca-livraria de publicações independentes. Vende zines, livros, gravuras, cartazes, adesivos e objetos criativos de artistas, designers, coletivos e pequenas editoras do Brasil e da América Latina. A loja foi aberta em março de 2018 e, desde 2021, mantém, também, um e-commerce.

Praça Rotary (Rua Dr. Cesário Mota Júnior, 340). Funciona de 5ª a sábado, das 13h às 17h. www.bancacurva.com.br

Ponta de Lança

A Ponta de Lança oferece livros, café e cachaça Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Nascida de um sebo online, a Ponta de Lança virou livraria em agosto de 2021 e vende livros novos, livros raros, como edições esgotadas da Cosac Naify, e tem ainda uma estante de doação. São 74 m² e cerca de 7 mil títulos à venda - o acervo é focado em literatura. Ela tem poltronas para o público ler os livros, organiza lançamentos e clubes de leitura e tem mesinhas na calçada para um café, vinho ou cerveja. Quem passar por lá ganha, se quiser, um dedinho de cachaça.

R. Aureliano Coutinho, 26. Funciona de 3ª a domingo, das 11h às 21h. Instagram: @livrariapontadelanca

Livraria Pulsa

A Livraria Pulsa fica dentro do Bar Das Foto: Livraria

Dentro do Bar Das, fica a Livraria Pulsa. Ali, as pessoas encontram um acervo de livros de autores LGBT+ ou com esta temática. 70% desses livros foram feitos por pessoas não brancas, e a livraria dá uma atenção especial a obras da região norte.

R. Fortunato, 133. Abre de 5ª a sábado, das 20h às 23h, durante o funcionamento do bar. www.livrariapulsa.com.br/

Banca Tatuí

A Banca Tatuí é um tradicional endereço da cena de publicações independentes Foto: Cecília Schiavo

Inaugurada em 2014, a Banca Tatuí conta hoje com 3.500 títulos de mais de 230 editoras, coletivos e artistas - independentes e ligados à produção gráfica. Há zines, revistas, pôsteres e outras publicações.

Rua Barão de Tatuí, 275. Funciona de 2ª a sábado, das 10h às 19h, e domingo, das 11h às 17h. https://www.bancatatui.com.br/

YERBA + Por um Punhado de Dólares

Yerba Café e Livraria fica perto do Minhocão e recebe diferentes públicos durante a semana e no fim de semana Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Você pode ir tomar um chá ou um café e sair com um livro ou ir à livraria e aproveitar para tomar um chá ou um café. A primeira opção é mais frequente nos dias de semana. A segunda, no sábado e domingo. No local onde funciona a Yerba + Por um Punhado de Dólares, fica também uma pequena e interessante livraria, sobretudo com livros de literatura, e uma loja de disco. Tem também comidinhas.

R. Pirineus, 86. Funciona de domingo a domingo, das 10h às 22h. Instagram: @yerba.ppd

Escolhas pessoais levaram novos empreendedores do mundo do livro a fincar raízes no centro de São Paulo. E, individualmente e de forma independente, eles estão ajudando a mudar a cara das livrarias da região – e da própria região.

A Livraria Eiffel, por exemplo, abriu as portas há 10 dias na Praça da República, onde antes funcionava uma loja de cuecas. Duas bancas de jornal abandonadas se transformaram em espaços para venda de obras de artistas e editoras independentes. Na Galeria Metrópole, que já foi símbolo do luxo e depois da decadência, convivem nada menos do que três livrarias.

Assim, por um misto de coincidência e vontade de ocupar o centro para fazer algo novo numa região que sempre viveu de altos e baixos, por onde circulam e vivem milhares de pessoas de todas as classes sociais, essas livrarias estão se tornando um novo destino de paulistanos e turistas.

A Megafauna fica no térreo do Edifício Copan Foto: Werther Santana/Estadão

O Estadão selecionou 12 livrarias para conhecer a pé, num passeio também pela arquitetura e gastronomia do centro. Detalhe: 8 delas foram inauguradas de 2020 para cá.

“As livrarias estiveram presentes no centro por muito tempo, mas esse movimento de ‘shoppingcenterização’ de São Paulo, de isolamento das pessoas, foi um pouco minando o centro, que entrou em decadência. Vemos hoje um movimento contrário”, comenta Fernanda Diamant, uma das idealizadoras da Megafauna, inaugurada em pleno 2020 pandêmico, no térreo do Copan, um dos prédios assinados por Niemeyer na cidade. Ela está feliz com os resultados, e diz que a parceria com a chef Bel Coelho, que pilota o Cuia Café, é um dos vários fatores do sucesso.

“Passada a pandemia e com novas perspectivas para o País, vemos de novo essa turbina de energia e de criatividade no centro”, ela diz ainda – e explica que não entende as livrarias vizinhas como concorrentes.

O Cuia está dentro da Megafauna. Do lado, fica o Bar da Dona Onça. A 400 metros dali, está a Eiffel, a mais nova livraria de São Paulo, especializada em livros de arquitetura, inaugurada também em prédio de Niemeyer e distante poucos passos da Casa do Porco e do Z Deli. Ou seja, dependendo do horário da visita e do bolso, dá para fazer um programa casado.

Da Megafauna até a Galeria Metrópole, outro reduto literário da região, são 230 metros. Ali ficam a Tapera Taperá (2016), misto de biblioteca, livraria e espaço de debate; a HG Publicações (2022), antiga Banca Higienópolis, com uma curadoria focada na autoria preta, indígena, LGBT+ e independente; e o Sebo IP Livros Usados, Raros e Esgotados (2022) – sem poeira ou mofo e, às vezes, com livros novos.

Na Galeria Metrópole, o sebo IP vende livros raros, usados e esgotados - e, às vezes, novos também Foto: Fabio Furtado

Iuri Pereira, de 49 anos, professor de literatura no Colégio Equipe e na Escola Vera Cruz e com experiência em venda e edição de livros, abriu o IP ali em julho deste ano estimulado por amigos que trabalham na Metrópole. “A galeria é linda e foi projetada para ser comercial. Com o tempo, decaiu e foi reocupada por escritórios. Isso criou uma característica muito singular, elegante e moderna, porque a vitrine funciona como uma parede de vidro que amplia o espaço da galeria para dentro dos escritórios, que hoje convivem com as lojas”, comenta Iuri.

Sua ideia é que o sebo se mantenha pequeno - com até 4 mil títulos - e com atendimento presencial (muitos sebos, hoje, são apenas online). “A experiência tem sido boa porque tenho recebido pessoas que conhecem e valorizam livros. Vou precisar de mais tempo e divulgação para ser lembrado como um endereço do circuito de livros usados do Centro e para isso penso em fazer lançamentos de livro e outros encontros aqui”, finaliza.

Um mês antes de Iuri inaugurar sua loja, chegou por ali, mas no 1º andar da Galeria Metrópole, a HG Publicações. Trata-se de uma ampliação do projeto da Banca Higienópolis, que funcionou durante dois anos e fechou para renascer neste novo endereço e com a possibilidade de realizar eventos - algo que a banca não comportava. Os planos são ainda mais ambiciosos, e a HG deve começar a publicar seus próprios livros já no início de 2023. “Nós não nos consideramos uma livraria-livraria, e sim como um espaço de curadoria de livros, revistas e outras mídias impressas - com foco sempre na autoria preta, indígena, LGBTQIA e independente”, diz Thom Levisky, produtor cultural e sócio de Juliana Borges no projeto.

Caminhando na direção do Minhocão, está a Gato Sem Rabo (2021), exclusiva para livros escritos por mulheres, lotada nos finais de semana e que também vira um passeio casado se o leitor quiser fazer uma parada (de preferência com reserva) no Cora, no terraço do prédio que ficou abandonado por muitos anos.

Mais dois minutos andando, na direção da Praça Rotary, e chegamos à Banca Curva, de publicações independentes. Ali, o público encontra a produção de 100 parceiros, entre pequenas editoras, artistas e designers. São centenas de livros, gravuras, prints e dezenas de objetos criativos.

O projeto é do artista Rodrigo Motta que, em 2017, saiu de um trabalho CLT e queria ter um espaço próprio para expor e vender. Ele vivia em Ermelino Matarazzo, na zona leste, e começou a pensar no centro porque sua namorada trabalhava e vivia por ali e porque pensava que teria mais chance. “Os aluguéis de lojas eram caros, e encontrei esta banca próxima ao trabalho de minha companheira. Foi o acaso, a ideia não era para ser banca, mas como sempre fui um assíduo frequentador de bancas em meu bairro na periferia de São Paulo, pois não existiam livrarias por lá, abracei a oportunidade”, conta Rodrigo, que inaugurou a Banca Curva em 2018 e, no ano passado, inaugurou seu e-commerce.

“A banca faz 5 anos em março de 2023. Vejo de forma positiva, mesmo com a pandemia, os números de clientes, seguidores e vendas que consegui manter nesse período. E também vejo de forma positiva a abertura de livrarias próximas, com seus nichos e curadorias”, finaliza - lamentando também que até hoje seu antigo bairro não tenha nenhuma livraria.

Se estiver fazendo o passeio com criança, vale uma passada na Biblioteca Infantojuvenil Monteiro Lobato, bem ao lado da Banca Curva.

Livrarias ajudam na revalorização do centro

Seguindo na direção da Consolação, a 350 metros da Banca Curva, a 850 metros da Eiffel e a 1,1 km da Galeria Metrópole, está a Martins Fontes da Dr. Vila Nova - que não é exatamente nova, mas que não poderia ficar fora de um roteiro pelas livrarias da região. É a primeira loja da rede em São Paulo - a maior e mais conhecida é a da Avenida Paulista. Inaugurada em 1985, ela tem 252 m², conta, no local, com cerca de 25 mil títulos e fica bem ao lado do Sesc Consolação, onde é possível encontrar os livros publicados pelas Edições Sesc.

Para Alexandre Martins Fontes, que é ainda diretor da editora WMF Martins Fontes e vice-presidente da Associação Nacional de Livrarias (ANL), “o surgimento de novas livrarias nas ruas de nossas cidades deve ser sempre comemorado”. Ele continua: “Como cidadão, como livreiro e como editor do extraordinário livro Morte e Vida de Grandes Cidades, de Jane Jacobs, eu não poderia ficar mais feliz com a revalorização do centro de São Paulo e com a abertura dessas novas e lindas livrarias”.

Próximas paradas, seguindo o caminho da Vila Buarque e Santa Cecília: Ponta de Lança (2021), Pulsa (2022), Banca Tatuí (2014) e Yerba (2021).

A Pulsa, a novata entre essas últimas livrarias, ia ser uma loja itinerante com uma base. Mas a dona do sex shop que funcionava dentro do Das Bar indicou Caroline Fernandes e Fer Krajuska ao bar e elas assumiram o espaço em abril deste ano. “Aqui, as pessoas encontram um acervo de autorias e/ou narrativas LGBTQIA+. No acervo, temos 70% dos livros feitos por pessoas não brancas, e uma atenção especial às escritas da Região Norte”, comenta Carol, que, com a saída, agora, da sócia, toca a pequena livraria que acompanha o horário do bar - à noite.

“Trabalhar com livros, em qualquer ponta da produção que seja, é um grande desafio. Vender livros, mais ainda - especialmente no cenário econômico em que estamos. É uma luta diária”, ela diz. Mas também há vitórias. “Recentemente, falamos com um casal de idosos que compraram o livro Perigosas Sapatas para a filha e perguntaram se seria um bom presente. É algo pequeno, mas que para uma comunidade marginalizada significa demais. E, poder fazer parte disso, é muito gratificante.”

A Pulsa leva uma seleção de seu catálogo para bares e feiras, e, no bar, além de vender livros, ela realiza eventos literários e saraus. Autoras como Cidinha da Silva e Monique Malcher já passaram por lá.

A Ponta de Lança fica na Vila Buarque Foto: Tiago Queiroz/Estadão

A Ponta de Lança era originalmente um sebo online que virou livraria de rua no ano passado. Há, ali, clubes de leitura, lançamentos, estante de doação e mesinhas na calçada, para um café, um vinho ou uma cerveja. E para um dedidinho de cachaça, oferecido por Bruno Eliezer aos clientes.

A Banca Tatuí é um endereço tradicional da cena de publicações independentes. Nela, são encontrados livros, quadrinhos, zines e revistas. É um projeto dos donos da editora Lote 42, João Varella e Cecilia Arbolave (e, na época, também Thiago Blumenthal) que, em 2014, transformando uma banca abandonada em uma livraria independente anteciparam uma tendência. A banca se tornou ponto de encontro entre leitores e entre leitores e obras.

“Quando abrimos, parecia loucura total: uma banca, só de publicações independentes, em uma esquina considerada perigosa no centro de São Paulo. Como Cecilia e eu moramos perto, sempre acreditamos que era possível. Hoje nossa percepção é que não só é importante um espaço como a Banca Tatuí como é necessário oferecer cultura no coração da megalópole. Faz bem para todo mundo. E quanto mais iniciativas similares, melhor”, diz João Varella.

Conheça 12 livrarias do centro de São Paulo

Livraria Megafauna

A Megafauna aposta na curadoria e na realização de eventos na livraria Foto: Werther Santana/Estadão

Inaugurada em plena pandemia, em novembro de 2020, a Livraria Megafauna, com 200 m², fica no térreo do Edifício Copan, um dos mais conhecidos prédios de Oscar Niemeyer. É livraria, mas a proposta é que ela seja mais do que um local para venda - um espaço para reflexão e criação de conteúdo. Há eventos ali, e também a realização de encontros com escritores e escritoras. A curadoria e a gestão compartilhada por profissionais com diferentes experiências no mercado editorial são as apostas da Megafauna. O Cuia Café e Restaurante, da chef Bel Coelho, completa o projeto. Do lado, também no térreo do Copan, tem o Bar da Dona Onça.

Livraria Megafauna: Av. Ipiranga, 200 - loja 53. Funciona de 3ª a sábado, das 10h às 21h, e domingo, das 10h às 18h. www.livrariamegafauna.com.br/

Livraria Eiffel

A Livraria Eiffel foi inaugurada em 8 de dezembro Foto: Werther Santana/Estadão

A Eiffel, livraria especializada em livros de arquitetura, urbanismo, paisagismo e design, é o mais novo endereço literário do centro. Ela foi inaugurada no dia 8 de dezembro, no térreo do Edifício Eiffel - de 1956, ele é um dos conhecidos projetos assinados por Oscar Niemeyer e Claudio Lemos em São Paulo. São 70 m², divididos em dois andares, e a livraria vende ainda sacolas, canecas e outros produtos da marca, além de oferecer um cafezinho coado aos visitantes. No quarteirão da Eiffel, ficam ainda o restaurante a Casa do Porco, a lanchonete Z Deli e o Cineclube Cortina, novo espaço da região com cinema (as poltronas são espreguiçadeiras) e bar - e onde podem ser feitos shows e festas também. Alguns metros adiante, tem ainda o Tokyo, bar com karaokê.

Livraria Eiffel: Praça da República, 183. Funciona de 3ª a domingo, das 11h às 19h Instagram @livraria_eiffel

Tapera Taperá

De 2016, a Tapera Taperá é a mais antiga entre as novas livrarias da Galeria Metrópole Foto: Felipe Rau/Estadão

Um dos marcos da arquitetura modernista de São Paulo, a Galeria Metrópole, um projeto de Gian Carlo Gasperini e Salvador Candia, remonta à década de 1960, quando viveu seu auge - com luxuosos comércios e bares e um cinema para mais de mil pessoas. Em meados dos anos 1970, veio a decadência e, mais recentemente, a redescoberta e revitalização do espaço, que abriga hoje lojas, escritórios, estúdios, cafés e nada menos do que três livrarias. A Taperá Taperá é uma delas - a primeira, inaugurada em 2016. É livraria (com bazar, inclusive), biblioteca e espaço cultural. Ou, como ela se apresenta, “um experimento político-cultural”. Há lançamentos ali, cursos e outros eventos. A galeria, que fica na São Luís com a Praça Dom José Gaspar, fica pertinho da Biblioteca Mário de Andrade, dona de um importante acervo bibliográfico e que costuma ter uma rica programação cultural. No meio do caminho entre uma e outra, na praça, está a Banca Macunaíma, de livros usados.

Galeria Metrópole: Av. São Luís, 187 - 2º andar, loja 29. Funciona de 2ª a sábado, das 10h às 18h. www.taperatapera.com.br

IP Livros Usados, Raros e Esgotados

O sebo IP foi inaugurado em julho de 2022, na Galeria Metrópole Foto: Fabio Furtado

Novo projeto de Iuri Pereira, professor de literatura no Colégio Equipe e na Escola Vera Cruz e que já atuou como livreiro e editor (na Hedra), o sebo IP Livros Usados, Raros e Esgotados abriu as portas em julho de 2022, na Galeria Metrópole. O acervo, atualmente, é de cerca de dois mil títulos, mas a ideia é chegar a 4 mil volumes. Há obras nas áreas de literatura, ciências humanas, artes plásticas, arquitetura, fotografia, cinema e uma seção de livros raros (como Rimas de Torquato Tasso, de 1619, e A Divina Comédia em quatro volumes, de 1808), primeiras edições, obras autografadas, catálogos de exposições e impressões especiais.

Galeria Metrópole: Avenida São Luís, 187- 2º andar, loja 18. Funciona de 2ª a sábado, das das 14h30 às 18h30. Instagram @ip.livrosusados

HG Publicações

A HG Publicações é a antiga Banca Higienópolis Foto: HG Publicações

A HG Publicações, também na Galeria Metrópole, é uma evolução da Banca Higienópolis, que funcionou entre 2020 e 2022 na esquina da Av. Higienópolis com a Martim Francisco. Desde junho ocupando uma das lojas do prédio histórico (e presente em eventos itinerantes), ela apresenta, segundo informa, uma curadoria de livros antirracistas, anticapitalistas, feministas, indígenas, além de publicações de literatura, arquitetura e design, fotografia e moda. Há eventos no local, uma pequena geladeira com algumas opções de bebida e um café.

Galeria Metrópole: Galeria Metrópole: Av. São Luís, 187 - 1º andar, loja 19. Funciona de 2ª a sábado, das 10h às 18h. Instagram: @hgpublicacoes

Livraria Gato Sem Rabo

A Livraria Gato Sem Rabo vende apenas livros escritos por mulheres Foto: Tiago Queiroz/Estadão

A Livraria Gato Sem Rabo é a primeira e única de São Paulo exclusiva para venda de livros escritos por mulheres e os cruzamentos que essa definição abrange, conforme a proprietária Johanna Stein disse ao Estadão, na primeira matéria sobre o projeto (leia aqui). Inaugurada em maio de 2021, com obras de diversos gêneros, para adultos e crianças, ela é ponto de parada e de encontro de quem passeia pelo Minhocão nos finais de semana. São 65 m² e há frequentemente eventos ali. O nome foi tirado do livro Um Quarto Só Seu, de Virginia Woolf. Para quem for no final do expediente e estiver com fome, bem ao lado fica a pizzaria Divina Encrenca, que abre às 18h. E no mesmo prédio, no 6º e último andar, fica o Cora, o badalado restaurante do chef Pablo Inca com espaço ao ar livre e vista para o Minhocão - e nome em homenagem à poeta e doceira Cora Coralina. Abre de terça a domingo. A partir de quarta, tem almoço. E, no domingo, além do almoço, ele serve um brunch. O ideal é reservar antes.

R. Amaral Gurgel, 352. Ela funciona de 3ª a sábado, das 11h às 18h, e aos domingos, das 11h às 17h. Instagram: @gato.sem.rabo

Livraria Martins Fontes

A Livraria Martins Fontes conta com o um café no mezanino Foto: Martins Fontes Livraria

Veterana entre as livrarias desta lista, a Martins Fontes da Dr. Vila Nova é a primeira unidade da rede em São Paulo. Inaugurada em 1985, ela tem 252 m², divididos em dois andares, e um acervo de cerca de 25 mil títulos. No mezanino, são realizados eventos. É ali, também, que fica o Sagarana Café, operado pela livraria - mas com cardápio assinado pelo Restaurante Mestiço. A Martins Fontes fica bem ao lado do Sesc Consolação, onde é possível encontrar os livros publicados pelas Edições Sesc, e a poucos metros do Mackenzie.

Rua Dr. Vila Nova, 309. Funciona de 2ª a 6ª, das 10h às 20h, e aos sábados, das 10h às 18h. www.martinsfontespaulista.com.br.

Banca Curva

A Banca Curva vende publicações independentes, além de objetos criativos Foto: Banca Curva

A Banca Curva funciona na Praça Rotary, na Vila Buarque, ao lado da Biblioteca Infantojuvenil Monteiro Lobato e na esquina da Rua Cesário Mota Júnior. Ela é uma banca-livraria de publicações independentes. Vende zines, livros, gravuras, cartazes, adesivos e objetos criativos de artistas, designers, coletivos e pequenas editoras do Brasil e da América Latina. A loja foi aberta em março de 2018 e, desde 2021, mantém, também, um e-commerce.

Praça Rotary (Rua Dr. Cesário Mota Júnior, 340). Funciona de 5ª a sábado, das 13h às 17h. www.bancacurva.com.br

Ponta de Lança

A Ponta de Lança oferece livros, café e cachaça Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Nascida de um sebo online, a Ponta de Lança virou livraria em agosto de 2021 e vende livros novos, livros raros, como edições esgotadas da Cosac Naify, e tem ainda uma estante de doação. São 74 m² e cerca de 7 mil títulos à venda - o acervo é focado em literatura. Ela tem poltronas para o público ler os livros, organiza lançamentos e clubes de leitura e tem mesinhas na calçada para um café, vinho ou cerveja. Quem passar por lá ganha, se quiser, um dedinho de cachaça.

R. Aureliano Coutinho, 26. Funciona de 3ª a domingo, das 11h às 21h. Instagram: @livrariapontadelanca

Livraria Pulsa

A Livraria Pulsa fica dentro do Bar Das Foto: Livraria

Dentro do Bar Das, fica a Livraria Pulsa. Ali, as pessoas encontram um acervo de livros de autores LGBT+ ou com esta temática. 70% desses livros foram feitos por pessoas não brancas, e a livraria dá uma atenção especial a obras da região norte.

R. Fortunato, 133. Abre de 5ª a sábado, das 20h às 23h, durante o funcionamento do bar. www.livrariapulsa.com.br/

Banca Tatuí

A Banca Tatuí é um tradicional endereço da cena de publicações independentes Foto: Cecília Schiavo

Inaugurada em 2014, a Banca Tatuí conta hoje com 3.500 títulos de mais de 230 editoras, coletivos e artistas - independentes e ligados à produção gráfica. Há zines, revistas, pôsteres e outras publicações.

Rua Barão de Tatuí, 275. Funciona de 2ª a sábado, das 10h às 19h, e domingo, das 11h às 17h. https://www.bancatatui.com.br/

YERBA + Por um Punhado de Dólares

Yerba Café e Livraria fica perto do Minhocão e recebe diferentes públicos durante a semana e no fim de semana Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Você pode ir tomar um chá ou um café e sair com um livro ou ir à livraria e aproveitar para tomar um chá ou um café. A primeira opção é mais frequente nos dias de semana. A segunda, no sábado e domingo. No local onde funciona a Yerba + Por um Punhado de Dólares, fica também uma pequena e interessante livraria, sobretudo com livros de literatura, e uma loja de disco. Tem também comidinhas.

R. Pirineus, 86. Funciona de domingo a domingo, das 10h às 22h. Instagram: @yerba.ppd

Escolhas pessoais levaram novos empreendedores do mundo do livro a fincar raízes no centro de São Paulo. E, individualmente e de forma independente, eles estão ajudando a mudar a cara das livrarias da região – e da própria região.

A Livraria Eiffel, por exemplo, abriu as portas há 10 dias na Praça da República, onde antes funcionava uma loja de cuecas. Duas bancas de jornal abandonadas se transformaram em espaços para venda de obras de artistas e editoras independentes. Na Galeria Metrópole, que já foi símbolo do luxo e depois da decadência, convivem nada menos do que três livrarias.

Assim, por um misto de coincidência e vontade de ocupar o centro para fazer algo novo numa região que sempre viveu de altos e baixos, por onde circulam e vivem milhares de pessoas de todas as classes sociais, essas livrarias estão se tornando um novo destino de paulistanos e turistas.

A Megafauna fica no térreo do Edifício Copan Foto: Werther Santana/Estadão

O Estadão selecionou 12 livrarias para conhecer a pé, num passeio também pela arquitetura e gastronomia do centro. Detalhe: 8 delas foram inauguradas de 2020 para cá.

“As livrarias estiveram presentes no centro por muito tempo, mas esse movimento de ‘shoppingcenterização’ de São Paulo, de isolamento das pessoas, foi um pouco minando o centro, que entrou em decadência. Vemos hoje um movimento contrário”, comenta Fernanda Diamant, uma das idealizadoras da Megafauna, inaugurada em pleno 2020 pandêmico, no térreo do Copan, um dos prédios assinados por Niemeyer na cidade. Ela está feliz com os resultados, e diz que a parceria com a chef Bel Coelho, que pilota o Cuia Café, é um dos vários fatores do sucesso.

“Passada a pandemia e com novas perspectivas para o País, vemos de novo essa turbina de energia e de criatividade no centro”, ela diz ainda – e explica que não entende as livrarias vizinhas como concorrentes.

O Cuia está dentro da Megafauna. Do lado, fica o Bar da Dona Onça. A 400 metros dali, está a Eiffel, a mais nova livraria de São Paulo, especializada em livros de arquitetura, inaugurada também em prédio de Niemeyer e distante poucos passos da Casa do Porco e do Z Deli. Ou seja, dependendo do horário da visita e do bolso, dá para fazer um programa casado.

Da Megafauna até a Galeria Metrópole, outro reduto literário da região, são 230 metros. Ali ficam a Tapera Taperá (2016), misto de biblioteca, livraria e espaço de debate; a HG Publicações (2022), antiga Banca Higienópolis, com uma curadoria focada na autoria preta, indígena, LGBT+ e independente; e o Sebo IP Livros Usados, Raros e Esgotados (2022) – sem poeira ou mofo e, às vezes, com livros novos.

Na Galeria Metrópole, o sebo IP vende livros raros, usados e esgotados - e, às vezes, novos também Foto: Fabio Furtado

Iuri Pereira, de 49 anos, professor de literatura no Colégio Equipe e na Escola Vera Cruz e com experiência em venda e edição de livros, abriu o IP ali em julho deste ano estimulado por amigos que trabalham na Metrópole. “A galeria é linda e foi projetada para ser comercial. Com o tempo, decaiu e foi reocupada por escritórios. Isso criou uma característica muito singular, elegante e moderna, porque a vitrine funciona como uma parede de vidro que amplia o espaço da galeria para dentro dos escritórios, que hoje convivem com as lojas”, comenta Iuri.

Sua ideia é que o sebo se mantenha pequeno - com até 4 mil títulos - e com atendimento presencial (muitos sebos, hoje, são apenas online). “A experiência tem sido boa porque tenho recebido pessoas que conhecem e valorizam livros. Vou precisar de mais tempo e divulgação para ser lembrado como um endereço do circuito de livros usados do Centro e para isso penso em fazer lançamentos de livro e outros encontros aqui”, finaliza.

Um mês antes de Iuri inaugurar sua loja, chegou por ali, mas no 1º andar da Galeria Metrópole, a HG Publicações. Trata-se de uma ampliação do projeto da Banca Higienópolis, que funcionou durante dois anos e fechou para renascer neste novo endereço e com a possibilidade de realizar eventos - algo que a banca não comportava. Os planos são ainda mais ambiciosos, e a HG deve começar a publicar seus próprios livros já no início de 2023. “Nós não nos consideramos uma livraria-livraria, e sim como um espaço de curadoria de livros, revistas e outras mídias impressas - com foco sempre na autoria preta, indígena, LGBTQIA e independente”, diz Thom Levisky, produtor cultural e sócio de Juliana Borges no projeto.

Caminhando na direção do Minhocão, está a Gato Sem Rabo (2021), exclusiva para livros escritos por mulheres, lotada nos finais de semana e que também vira um passeio casado se o leitor quiser fazer uma parada (de preferência com reserva) no Cora, no terraço do prédio que ficou abandonado por muitos anos.

Mais dois minutos andando, na direção da Praça Rotary, e chegamos à Banca Curva, de publicações independentes. Ali, o público encontra a produção de 100 parceiros, entre pequenas editoras, artistas e designers. São centenas de livros, gravuras, prints e dezenas de objetos criativos.

O projeto é do artista Rodrigo Motta que, em 2017, saiu de um trabalho CLT e queria ter um espaço próprio para expor e vender. Ele vivia em Ermelino Matarazzo, na zona leste, e começou a pensar no centro porque sua namorada trabalhava e vivia por ali e porque pensava que teria mais chance. “Os aluguéis de lojas eram caros, e encontrei esta banca próxima ao trabalho de minha companheira. Foi o acaso, a ideia não era para ser banca, mas como sempre fui um assíduo frequentador de bancas em meu bairro na periferia de São Paulo, pois não existiam livrarias por lá, abracei a oportunidade”, conta Rodrigo, que inaugurou a Banca Curva em 2018 e, no ano passado, inaugurou seu e-commerce.

“A banca faz 5 anos em março de 2023. Vejo de forma positiva, mesmo com a pandemia, os números de clientes, seguidores e vendas que consegui manter nesse período. E também vejo de forma positiva a abertura de livrarias próximas, com seus nichos e curadorias”, finaliza - lamentando também que até hoje seu antigo bairro não tenha nenhuma livraria.

Se estiver fazendo o passeio com criança, vale uma passada na Biblioteca Infantojuvenil Monteiro Lobato, bem ao lado da Banca Curva.

Livrarias ajudam na revalorização do centro

Seguindo na direção da Consolação, a 350 metros da Banca Curva, a 850 metros da Eiffel e a 1,1 km da Galeria Metrópole, está a Martins Fontes da Dr. Vila Nova - que não é exatamente nova, mas que não poderia ficar fora de um roteiro pelas livrarias da região. É a primeira loja da rede em São Paulo - a maior e mais conhecida é a da Avenida Paulista. Inaugurada em 1985, ela tem 252 m², conta, no local, com cerca de 25 mil títulos e fica bem ao lado do Sesc Consolação, onde é possível encontrar os livros publicados pelas Edições Sesc.

Para Alexandre Martins Fontes, que é ainda diretor da editora WMF Martins Fontes e vice-presidente da Associação Nacional de Livrarias (ANL), “o surgimento de novas livrarias nas ruas de nossas cidades deve ser sempre comemorado”. Ele continua: “Como cidadão, como livreiro e como editor do extraordinário livro Morte e Vida de Grandes Cidades, de Jane Jacobs, eu não poderia ficar mais feliz com a revalorização do centro de São Paulo e com a abertura dessas novas e lindas livrarias”.

Próximas paradas, seguindo o caminho da Vila Buarque e Santa Cecília: Ponta de Lança (2021), Pulsa (2022), Banca Tatuí (2014) e Yerba (2021).

A Pulsa, a novata entre essas últimas livrarias, ia ser uma loja itinerante com uma base. Mas a dona do sex shop que funcionava dentro do Das Bar indicou Caroline Fernandes e Fer Krajuska ao bar e elas assumiram o espaço em abril deste ano. “Aqui, as pessoas encontram um acervo de autorias e/ou narrativas LGBTQIA+. No acervo, temos 70% dos livros feitos por pessoas não brancas, e uma atenção especial às escritas da Região Norte”, comenta Carol, que, com a saída, agora, da sócia, toca a pequena livraria que acompanha o horário do bar - à noite.

“Trabalhar com livros, em qualquer ponta da produção que seja, é um grande desafio. Vender livros, mais ainda - especialmente no cenário econômico em que estamos. É uma luta diária”, ela diz. Mas também há vitórias. “Recentemente, falamos com um casal de idosos que compraram o livro Perigosas Sapatas para a filha e perguntaram se seria um bom presente. É algo pequeno, mas que para uma comunidade marginalizada significa demais. E, poder fazer parte disso, é muito gratificante.”

A Pulsa leva uma seleção de seu catálogo para bares e feiras, e, no bar, além de vender livros, ela realiza eventos literários e saraus. Autoras como Cidinha da Silva e Monique Malcher já passaram por lá.

A Ponta de Lança fica na Vila Buarque Foto: Tiago Queiroz/Estadão

A Ponta de Lança era originalmente um sebo online que virou livraria de rua no ano passado. Há, ali, clubes de leitura, lançamentos, estante de doação e mesinhas na calçada, para um café, um vinho ou uma cerveja. E para um dedidinho de cachaça, oferecido por Bruno Eliezer aos clientes.

A Banca Tatuí é um endereço tradicional da cena de publicações independentes. Nela, são encontrados livros, quadrinhos, zines e revistas. É um projeto dos donos da editora Lote 42, João Varella e Cecilia Arbolave (e, na época, também Thiago Blumenthal) que, em 2014, transformando uma banca abandonada em uma livraria independente anteciparam uma tendência. A banca se tornou ponto de encontro entre leitores e entre leitores e obras.

“Quando abrimos, parecia loucura total: uma banca, só de publicações independentes, em uma esquina considerada perigosa no centro de São Paulo. Como Cecilia e eu moramos perto, sempre acreditamos que era possível. Hoje nossa percepção é que não só é importante um espaço como a Banca Tatuí como é necessário oferecer cultura no coração da megalópole. Faz bem para todo mundo. E quanto mais iniciativas similares, melhor”, diz João Varella.

Conheça 12 livrarias do centro de São Paulo

Livraria Megafauna

A Megafauna aposta na curadoria e na realização de eventos na livraria Foto: Werther Santana/Estadão

Inaugurada em plena pandemia, em novembro de 2020, a Livraria Megafauna, com 200 m², fica no térreo do Edifício Copan, um dos mais conhecidos prédios de Oscar Niemeyer. É livraria, mas a proposta é que ela seja mais do que um local para venda - um espaço para reflexão e criação de conteúdo. Há eventos ali, e também a realização de encontros com escritores e escritoras. A curadoria e a gestão compartilhada por profissionais com diferentes experiências no mercado editorial são as apostas da Megafauna. O Cuia Café e Restaurante, da chef Bel Coelho, completa o projeto. Do lado, também no térreo do Copan, tem o Bar da Dona Onça.

Livraria Megafauna: Av. Ipiranga, 200 - loja 53. Funciona de 3ª a sábado, das 10h às 21h, e domingo, das 10h às 18h. www.livrariamegafauna.com.br/

Livraria Eiffel

A Livraria Eiffel foi inaugurada em 8 de dezembro Foto: Werther Santana/Estadão

A Eiffel, livraria especializada em livros de arquitetura, urbanismo, paisagismo e design, é o mais novo endereço literário do centro. Ela foi inaugurada no dia 8 de dezembro, no térreo do Edifício Eiffel - de 1956, ele é um dos conhecidos projetos assinados por Oscar Niemeyer e Claudio Lemos em São Paulo. São 70 m², divididos em dois andares, e a livraria vende ainda sacolas, canecas e outros produtos da marca, além de oferecer um cafezinho coado aos visitantes. No quarteirão da Eiffel, ficam ainda o restaurante a Casa do Porco, a lanchonete Z Deli e o Cineclube Cortina, novo espaço da região com cinema (as poltronas são espreguiçadeiras) e bar - e onde podem ser feitos shows e festas também. Alguns metros adiante, tem ainda o Tokyo, bar com karaokê.

Livraria Eiffel: Praça da República, 183. Funciona de 3ª a domingo, das 11h às 19h Instagram @livraria_eiffel

Tapera Taperá

De 2016, a Tapera Taperá é a mais antiga entre as novas livrarias da Galeria Metrópole Foto: Felipe Rau/Estadão

Um dos marcos da arquitetura modernista de São Paulo, a Galeria Metrópole, um projeto de Gian Carlo Gasperini e Salvador Candia, remonta à década de 1960, quando viveu seu auge - com luxuosos comércios e bares e um cinema para mais de mil pessoas. Em meados dos anos 1970, veio a decadência e, mais recentemente, a redescoberta e revitalização do espaço, que abriga hoje lojas, escritórios, estúdios, cafés e nada menos do que três livrarias. A Taperá Taperá é uma delas - a primeira, inaugurada em 2016. É livraria (com bazar, inclusive), biblioteca e espaço cultural. Ou, como ela se apresenta, “um experimento político-cultural”. Há lançamentos ali, cursos e outros eventos. A galeria, que fica na São Luís com a Praça Dom José Gaspar, fica pertinho da Biblioteca Mário de Andrade, dona de um importante acervo bibliográfico e que costuma ter uma rica programação cultural. No meio do caminho entre uma e outra, na praça, está a Banca Macunaíma, de livros usados.

Galeria Metrópole: Av. São Luís, 187 - 2º andar, loja 29. Funciona de 2ª a sábado, das 10h às 18h. www.taperatapera.com.br

IP Livros Usados, Raros e Esgotados

O sebo IP foi inaugurado em julho de 2022, na Galeria Metrópole Foto: Fabio Furtado

Novo projeto de Iuri Pereira, professor de literatura no Colégio Equipe e na Escola Vera Cruz e que já atuou como livreiro e editor (na Hedra), o sebo IP Livros Usados, Raros e Esgotados abriu as portas em julho de 2022, na Galeria Metrópole. O acervo, atualmente, é de cerca de dois mil títulos, mas a ideia é chegar a 4 mil volumes. Há obras nas áreas de literatura, ciências humanas, artes plásticas, arquitetura, fotografia, cinema e uma seção de livros raros (como Rimas de Torquato Tasso, de 1619, e A Divina Comédia em quatro volumes, de 1808), primeiras edições, obras autografadas, catálogos de exposições e impressões especiais.

Galeria Metrópole: Avenida São Luís, 187- 2º andar, loja 18. Funciona de 2ª a sábado, das das 14h30 às 18h30. Instagram @ip.livrosusados

HG Publicações

A HG Publicações é a antiga Banca Higienópolis Foto: HG Publicações

A HG Publicações, também na Galeria Metrópole, é uma evolução da Banca Higienópolis, que funcionou entre 2020 e 2022 na esquina da Av. Higienópolis com a Martim Francisco. Desde junho ocupando uma das lojas do prédio histórico (e presente em eventos itinerantes), ela apresenta, segundo informa, uma curadoria de livros antirracistas, anticapitalistas, feministas, indígenas, além de publicações de literatura, arquitetura e design, fotografia e moda. Há eventos no local, uma pequena geladeira com algumas opções de bebida e um café.

Galeria Metrópole: Galeria Metrópole: Av. São Luís, 187 - 1º andar, loja 19. Funciona de 2ª a sábado, das 10h às 18h. Instagram: @hgpublicacoes

Livraria Gato Sem Rabo

A Livraria Gato Sem Rabo vende apenas livros escritos por mulheres Foto: Tiago Queiroz/Estadão

A Livraria Gato Sem Rabo é a primeira e única de São Paulo exclusiva para venda de livros escritos por mulheres e os cruzamentos que essa definição abrange, conforme a proprietária Johanna Stein disse ao Estadão, na primeira matéria sobre o projeto (leia aqui). Inaugurada em maio de 2021, com obras de diversos gêneros, para adultos e crianças, ela é ponto de parada e de encontro de quem passeia pelo Minhocão nos finais de semana. São 65 m² e há frequentemente eventos ali. O nome foi tirado do livro Um Quarto Só Seu, de Virginia Woolf. Para quem for no final do expediente e estiver com fome, bem ao lado fica a pizzaria Divina Encrenca, que abre às 18h. E no mesmo prédio, no 6º e último andar, fica o Cora, o badalado restaurante do chef Pablo Inca com espaço ao ar livre e vista para o Minhocão - e nome em homenagem à poeta e doceira Cora Coralina. Abre de terça a domingo. A partir de quarta, tem almoço. E, no domingo, além do almoço, ele serve um brunch. O ideal é reservar antes.

R. Amaral Gurgel, 352. Ela funciona de 3ª a sábado, das 11h às 18h, e aos domingos, das 11h às 17h. Instagram: @gato.sem.rabo

Livraria Martins Fontes

A Livraria Martins Fontes conta com o um café no mezanino Foto: Martins Fontes Livraria

Veterana entre as livrarias desta lista, a Martins Fontes da Dr. Vila Nova é a primeira unidade da rede em São Paulo. Inaugurada em 1985, ela tem 252 m², divididos em dois andares, e um acervo de cerca de 25 mil títulos. No mezanino, são realizados eventos. É ali, também, que fica o Sagarana Café, operado pela livraria - mas com cardápio assinado pelo Restaurante Mestiço. A Martins Fontes fica bem ao lado do Sesc Consolação, onde é possível encontrar os livros publicados pelas Edições Sesc, e a poucos metros do Mackenzie.

Rua Dr. Vila Nova, 309. Funciona de 2ª a 6ª, das 10h às 20h, e aos sábados, das 10h às 18h. www.martinsfontespaulista.com.br.

Banca Curva

A Banca Curva vende publicações independentes, além de objetos criativos Foto: Banca Curva

A Banca Curva funciona na Praça Rotary, na Vila Buarque, ao lado da Biblioteca Infantojuvenil Monteiro Lobato e na esquina da Rua Cesário Mota Júnior. Ela é uma banca-livraria de publicações independentes. Vende zines, livros, gravuras, cartazes, adesivos e objetos criativos de artistas, designers, coletivos e pequenas editoras do Brasil e da América Latina. A loja foi aberta em março de 2018 e, desde 2021, mantém, também, um e-commerce.

Praça Rotary (Rua Dr. Cesário Mota Júnior, 340). Funciona de 5ª a sábado, das 13h às 17h. www.bancacurva.com.br

Ponta de Lança

A Ponta de Lança oferece livros, café e cachaça Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Nascida de um sebo online, a Ponta de Lança virou livraria em agosto de 2021 e vende livros novos, livros raros, como edições esgotadas da Cosac Naify, e tem ainda uma estante de doação. São 74 m² e cerca de 7 mil títulos à venda - o acervo é focado em literatura. Ela tem poltronas para o público ler os livros, organiza lançamentos e clubes de leitura e tem mesinhas na calçada para um café, vinho ou cerveja. Quem passar por lá ganha, se quiser, um dedinho de cachaça.

R. Aureliano Coutinho, 26. Funciona de 3ª a domingo, das 11h às 21h. Instagram: @livrariapontadelanca

Livraria Pulsa

A Livraria Pulsa fica dentro do Bar Das Foto: Livraria

Dentro do Bar Das, fica a Livraria Pulsa. Ali, as pessoas encontram um acervo de livros de autores LGBT+ ou com esta temática. 70% desses livros foram feitos por pessoas não brancas, e a livraria dá uma atenção especial a obras da região norte.

R. Fortunato, 133. Abre de 5ª a sábado, das 20h às 23h, durante o funcionamento do bar. www.livrariapulsa.com.br/

Banca Tatuí

A Banca Tatuí é um tradicional endereço da cena de publicações independentes Foto: Cecília Schiavo

Inaugurada em 2014, a Banca Tatuí conta hoje com 3.500 títulos de mais de 230 editoras, coletivos e artistas - independentes e ligados à produção gráfica. Há zines, revistas, pôsteres e outras publicações.

Rua Barão de Tatuí, 275. Funciona de 2ª a sábado, das 10h às 19h, e domingo, das 11h às 17h. https://www.bancatatui.com.br/

YERBA + Por um Punhado de Dólares

Yerba Café e Livraria fica perto do Minhocão e recebe diferentes públicos durante a semana e no fim de semana Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Você pode ir tomar um chá ou um café e sair com um livro ou ir à livraria e aproveitar para tomar um chá ou um café. A primeira opção é mais frequente nos dias de semana. A segunda, no sábado e domingo. No local onde funciona a Yerba + Por um Punhado de Dólares, fica também uma pequena e interessante livraria, sobretudo com livros de literatura, e uma loja de disco. Tem também comidinhas.

R. Pirineus, 86. Funciona de domingo a domingo, das 10h às 22h. Instagram: @yerba.ppd

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